Para o Presidente da República a “Intolerância e impaciência são um perigo para a reconciliação”
Numa
altura dominada por avanços nas conversações entre o Presidente da
República e o líder da Renamo, mas também por “zonas de penumbra” na
interpretação das decisões tomadas pelas duas lideranças, Filipe Nyusi
voltou a deixar recados.
Durante
a visita de três dias que efectuou à província de Gaza, o Presidente da
República foi confrontado pela população com pedidos de paz efectiva.
Filipe Nyusi disse que a paz e a reconciliação são o seu maior
compromisso, mas deixou claro que não tem gostado dos comentários
“negativos” sobre o diálogo.
“Muitas
vezes há intolerância e impaciência. Fica claro que as pessoas não têm
consciência de que é um processo que exige muito detalhe, ponderação e
um grande nível de patriotismo”, criticou o Presidente, segundo o qual
as vontades geram falta de paciência e levam as pessoas a sugerirem
sobre como o governo devia guiar o diálogo, esquecendo que assim não
estão a ajudar o processo.
“Dizemos
que o governo devia fazer isto ou fazer aquilo e esquecemos que não
estamos a comparticipar neste processo de reconciliação”, referiu. Como
que mais um recado a quem tem o poder de decidir sobre a pacificação,
disse que para haver consensos não deve existir orgulho ou complexo de
superioridade.
O
Chefe de Estado explicou que, “muitas vezes, quando alguém tem complexo
de superioridade, acaba sendo mais perigoso do que aquele que tem
complexo de inferioridade, porque vai a todo o custo mostrar que é
grande. E quando é assim, faz asneiras”.
No
encontro com a população, no posto administrativo de Tchaimite,
distrito de Guijá, referiu que, no sábado, havia falado com o líder da
Renamo, mas não especificou o assunto. Aliás, disse que o diálogo não
pode ser como um relato de futebol, onde todos os passos são anunciados.
“Nós falamos muitas vezes, mas a nossa intenção não é fazer o relato do
que falamos. Isso faz-se quando se joga futebol ou basquetebol. Os
resultados, que são mais importantes, são aqueles que temos estado a
visualizar”.
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