sábado, 31 de dezembro de 2016

“Aquela loucura de andar a prolongar a vida não vai ser feita”

Eduardo Barroso sobre Mário Soares:

O sobrinho do antigo chefe de Estado falou aos jornalistas sobre o estado de saúde do tio.
Eduardo Barroso revelou nesta sexta-feira que a família e a equipa médica que acompanha Mário Soares decidiram que a vida do ex-Presidente da República não será prolongada com recurso às máquinas.
"Aquela loucura de andar a prolongar a vida não vai ser feita", disse Eduardo Barroso, em declarações aos jornalistas.
“Essas decisões em relação aos doentes são tomadas pelos médicos em conjunto com as famílias e foi o que aconteceu”, declarou. O sobrinho do antigo chefe de Estado, que diz que a equipa médica está “a fazer tudo o que é correcto”, afirmou ainda que Mário Soares passou bem a noite.
Conforme José Barata, porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha, tem vindo a referir em todos os boletins clínicos durante esta semana, Mário Soares não necessita de “suporte externo”.
“Não se vai fazer diálise, não se vai ventilar porque não é preciso. Ele respira melhor que eu”, disse ainda Eduardo Barroso.
O antigo chefe de Estado, de 92 anos, encontra-se internado desde o dia 13 deste mês, onde permanece nos cuidados intensivos.
No boletim clínico emitido nesta sexta-feira, o porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha afirmou que Mário Soares continua em situação "muito crítica", embora tenha havido uma estabilização face a quinta-feira, dia em que o estado clínico do ex-Presidente se agravou.

Golpe de teatro de Putin testa primeiros tempos de Trump


Golpe de teatro de Putin testa primeiros tempos de Trump


O Presidente russo não respondeu às sanções dos EUA, ignorando Obama e obrigando Trump a definir mais cedo as relações com a Rússia.


João Ruela Ribeiro 30 de Dezembro de 2016, 18:16




Foto Vladimir Putin durante um discurso recente no Kremlin AFP/MICHAEL KLIMENTYEV
O ano termina com um novo episódio da crescente tensão entre os EUA e a Rússia. Washington anunciou que vai aplicar sanções contra dirigentes russos e expulsar espiões por causa da interferência de piratas informáticos com ligações ao Kremlin nas eleições presidenciais. O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou a decisão norte-americana de “diplomacia irresponsável de trazer por casa”, mas optou por não ripostar, deixando a iniciativa do lado do próximo ocupante da Casa Branca, Donald Trump.
O Kremlin planeou um golpe de teatro que surpreendeu. Ao início da manhã desta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, tinha anunciado a decisão de expulsar 35 diplomatas norte-americanos da Rússia. Na véspera, o Presidente norte-americano, Barack Obama, tinha anunciado a expulsão de 35 “agentes dos serviços de inteligência russos” e a aprovação de um pacote de sanções económicas dirigidas contra as duas principais agências de informação, o Directório Principal de Inteligência (GRU) e o Serviço Federal de Segurança (FSB), e três empresas suspeitas de terem apoiado as operações de pirataria. Foram ainda fechadas instalações de lazer frequentadas pelas famílias dos diplomatas russos nos EUA.


Putin recusa expulsar diplomatas americanos e espera por Trump


Washington acusa os serviços de informação russos de terem orquestrado uma operação de pirataria informática para acederem aos servidores do Partido Democrata e terem publicado emails do director de campanha de Hillary Clinton com o objectivo de prejudicar a eleição da ex-senadora. Moscovo diz que não há qualquer prova que suporte as acusações da Administração norte-americana.

Horas mais tarde, Putin revelou ter decidido não seguir a proposta de Lavrov, apesar de sublinhar que “a Rússia tem razões para responder” às sanções norte-americanas. “Apesar de termos o direito de retaliar, não iremos recorrer a esta diplomacia irresponsável de ‘trazer por casa’, mas iremos programar os nossos passos seguintes para restaurar as relações russo-americanas tendo por base as políticas da Administração Trump”, disse o Presidente russo.

Putin fez ainda questão de convidar os filhos dos diplomatas norte-americanos na Rússia para as festividades de Ano Novo no Kremlin. “Não iremos criar quaisquer problemas aos diplomatas dos EUA”, garantiu.

Ao optar por não responder às sanções de Obama, Putin acaba por alcançar dois objectivos. Por um lado, reforça a ideia de que o ainda Presidente norte-americano não exerce já qualquer poder real – a que acresce o acordo de cessar-fogo na Síria, em que Washington ficou de lado. “A reacção de Putin às sanções mostra efectivamente que ele sente que Obama acabou, pode ser ignorado e é Trump quem já desenha a política externa dos EUA”, escreveu no Twitter o editor da revista Foreign Policy, David Rothkopf.

Esta ideia esteve presente nas declarações de vários dirigentes russos. “Pensamos que decisões como esta da Administração em exercício, que vai estar em funções mais três semanas, têm dois objectivos: finalmente (irrevogavelmente?) estragar as relações EUA-Rússia e, obviamente, ter um impacto na política externa da futura Administração do Presidente eleito”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. De uma forma mais colorida, a conta oficial da embaixada russa no Reino Unido publicou uma imagem de um pato com a palavra “lame” (a expressão lame duck é usada para referir titulares de cargo em fim de mandato, quando já restam poucos poderes).

Ao mesmo tempo, Putin coloca a tónica do futuro das relações com os Estados Unidos em Donald Trump, com quem espera poder estabelecer ligações mais próximas do que com Obama. Caso respondesse com a expulsão de diplomatas ou com a aplicação de sanções, Putin poderia ainda arriscar um agravamento da tensão entre os dois países. Trump chega assim à Casa Branca com “Putin a ultrapassar as divisões e a dizer ‘vamos fazer isto juntos, vamos ignorar tudo isto e vamos em frente’”, disse à CNN a analista Jill Dougherty.

A decisão de manter as sanções ou removê-las fica nas mãos de Donald Trump, que terá logo nos primeiros tempos na Casa Branca o primeiro teste à nova etapa nas relações entre os EUA e a Rússia que diz querer abrir. Na quinta-feira, o republicano voltou a desvalorizar as acusações dos serviços de informação norte-americanos de que as agências russas estão por trás do ataque informático aos servidores do Partido Democrata. “Acho que devemos continuar com as nossas vidas”, afirmou Trump, deixando, no entanto, a garantia de que se vai reunir com os dirigentes dos serviços de informação na próxima semana.

Em termos teóricos, Trump pode reverter a acção executiva aprovada por Obama e travar a aplicação das sanções à Rússia. “Seria altamente incomum”, disse a conselheira de Obama para a Segurança Nacional e Contra-Terrorrismo, Lisa Monaco. “As sanções normalmente continuam em vigor até a actividade e as razões pelas quais foram aplicadas serem terminadas”, acrescentou.


Rússia quer expulsar 35 diplomatas americanos


O maior entrave de Trump pode estar no próprio partido. Senadores republicanos influentes como John McCain ou Lindsey Graham têm defendido uma postura mais dura em relação à Rússia por causa da suspeita de interferência nas eleições presidenciais. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell disse que as sanções são “um bom passo inicial, embora cheguem tarde”.

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Conversa sobre a ecologia da corrupção

Opinião

De facto, nem é preciso ter grande sofisticação, basta estar lá. No sítio certo.
Salviati, Sagredo, e Simplício encontram-se de novo.
Simplício veio de táxi.
Simplício – Amigos, a rua ferve.
Sagredo – A rua nunca ferve.
Salviati – A rua em Portugal nunca ferve.
Simplício – Ferve, ferve. Deviam ouvir o que ouvi no táxi.
Sagredo – Nunca se deve ouvir os taxistas. Ele não tinha saudades do Salazar? Os taxistas não são a vox  populi.
Simplício – Nem vocês. Continuem a não ouvir nada e depois aparece o Trump.
Salviati – O que é que ouviste?
Simplício – Está tudo corrupto. É só escândalos. Foi o BPN, foi o Sócrates, foi o BES, foi o SEF, foi a Misericórdia, foi o INEM...
Salviati – E depois?
Simplício – A culpa é dos políticos.
Sagredo – Até que ponto a corrupção tem que ver com a política? São os políticos que são corruptos? É o sistema, seja lá que isso for? Vem de fora, vem de dentro? Vem de cima, vem de baixo?
Salviati – Vem de todo o lado, é ecológica. É um ambiente.
Simplício – Explica-te.
Salviati – Uma coisa são os actos concretos de corrupção, que são sempre uma minoria...
Simplício – ... porque muitos não são descobertos...
Sagredo – ... não sei. São certamente muito menos do que a percepção pública que existe desses actos, embora haver esta discrepância aponte para um problema. Por que razão é muito fácil a muita gente acusar tudo e todos de serem corruptos?
Simplício – Por que há muitos corruptos...
Sagredo – Talvez não haja assim tantos, mas os que são movem-se bem e medram...
Simplício – Medram?
Sagredo – Sim, têm carreiras. Enriquecem à nossa vista e nós sabemos que não pode ser assim muito direito. Mas medram: vão de um lugar para outro, sempre fazendo o mesmo e todos sabem.
Simplício – Sabem?
Sagredo – Sabem, sabem. Têm de saber. As secretárias, os colegas, os próximos, os familiares, os inimigos, os empregados, os companheiros de partido. Há sempre muita gente que sabe, mas depois há medo, indiferença, ou vantagem. Mas sabem, não podem deixar de saber, podem não saber os pormenores, mas sabem, ou suspeitam. Daí a dimensão.
Salviati – Reconheço que é um problema, mas podemos avançar sem nos fixarmos aqui. Na verdade, seja qual for a dimensão do fenómeno da corrupção, ele é preocupante. É estrutural ou não?
Sagredo – É sem dúvida estrutural. Basta ver a lista que o Simplício fez. Inclui um primeiro-ministro, uma parte da elite financeira e económica, sectores essenciais da administração pública, instituições de solidariedade social, empresas, bancos, gente com carreira política e profissional, ministros, governantes, autarcas.
Simplício – Mas como nunca mais há julgamentos, tem de se presumir a inocência.
Salviati – Sim, é verdade. Mas vamos fazer como na física, uma experiência mental, como o gato de Schrödinger. Seja qual for a hipótese, isto está muito mal. Se tudo for falso, temos um grave problema com a Justiça; se tudo ou quase tudo for verdadeiro, então a corrupção campeia. Podemos ficar pelo meio termo, ou melhor, deixar de centrar a questão na culpa e na inocência e colocá-la no que se sabe, métodos, práticas, módus operandi, cumplicidades...
Sagredo – Mas muitas dessas coisas não são corrupção.
Salviati – É verdade, mas são o terreno da corrupção. É por isso que eu falo de ecologia. Está nas más práticas da administração, numa cultura de favores, em escolhas por confiança política ou amiguismo, nas cunhas e no patrocinato, na partilha da informação apenas entre os “pares”, nos círculos informais do poder político... Está na ausência de uma cultura anticorrupção nos partidos políticos, que são mais sensíveis à dissidência do que à vergonha...
Sagredo – Nesse círculo de confiança de que tens falado: a gente que pode ser escolhida para tudo porque “é de confiança” é a ecologia da corrupção “alta”. Já se sabe que circula entre os negócios, a política, certas profissões com acesso muito próximo do poder político: grandes advogados, auditores e consultores, gestores, gente ligada à comunicação.
Simplício – Os que bebem do fino...
Sagredo – E deixam pequeno rastro, conversas em almoços, emails e telefonemas. É por isso que as escutas telefónicas têm o papel que têm. Imagina as centenas, milhares de conversas deste género:
“Olha para o teu projecto, devias falar com o A do gabinete do secretário de Estado. Vou-te dar o número privado.”
“Para essa privatização tens de falar com B. Se não falares com B, nada feito.”
“Seria possível agilizar esta autorização? É que o meu cliente tem muita pressa e está a perder muito dinheiro.”
“Sim, eu concorro, mas não posso perder, e tu podes dar outra coisa ao meu concorrente.”
Todas estas conversas são anódinas, nem sequer incluem a parte das vantagens, nem chegam à corrupção. Mas um dos interlocutores fica sempre em vantagem, seja em poder – é por ele que se conseguem algumas coisas –, seja em favores que podem ser retribuídos, seja no resto... a corrupção propriamente dita.
Salviati – E quem pode fazer isto fá-lo porque tem “acesso” – tal acesso que valia um milhão (a frase foi dita) ou que abre “todas as portas” (a frase foi dita). Ou tem informação, sabe com quem falar e o seu nome faz com que outrem atenda os telefonemas e faça os favores. O círculo de confiança que ninguém escrutina, porque a discrição é norma.
Simplício – Bebem do fino, repito.
Sagredo – E ganham do grosso.
Salviati – De facto, nem é preciso ter grande sofisticação, basta estar lá. No sítio certo.

A doutrina Trump-Putin

Opinião


Trump é sensível a este novo statu quo e minimiza as ambições russas, porque não quer saber das várias partes do mundo em que lhe é indiferente serem os russos a mandar.
Está-se a definir, embora ainda de forma muito embrionária e imprecisa, uma doutrina Trump-Putin, sem precedente na geopolítica depois da Segunda Guerra Mundial. Na verdade, a afirmação anterior podia ter algumas nuances, porque houve momentos em que doutrinas semelhantes se esboçaram, em particular na França, com De Gaulle e com o consistente e contínuo antiamericanismo dos gaullistas pós-De Gaulle. Mas os tempos são diferentes e uma coisa é a França, outra os EUA.
Trump, mesmo que seja difícil encontrar uma linha coerente na sua actuação, tem nesta matéria mantido uma constância de posições que podem variar no alcance e na urgência, mas que marcam uma ruptura com toda a política externa americana desde a Guerra Fria e mesmo no pós-Guerra Fria. Estas posições são alicerçadas nas opiniões pessoais de Trump, e na migração para o campo de Estado e da política, nacional e internacional, da única experiência que ele tem, a dos negócios e das empresas. Podemos considerar que é pouco e perigoso, mas é o que é e não penso que vá mudar facilmente, até porque ele é um homem com uma alta noção de si próprio, um “convencido”, e como esses defeitos não foram óbices para ter a presidência, dificilmente mudará de estilo. Ele é um ”convencido”, convencido de que tem razão, e como, contra tudo e contra todos, obteve todos os sucessos que pretendia, não tem nenhuma pressão interior para mudar e não dá muito valor aos conselhos que não venham dos seus fiéis.
De que é que Trump está convencido? De que a política externa americana face à Rússia tem sido desnecessariamente hostil, e que deve haver uma inversão significativa dessa hostilidade. De que os EUA arcam sob os seus ombros os custos de proteger múltiplas nações e áreas do mundo que bem podiam cuidar da sua defesa, mesmo que isso implique adquirir uma capacidade nuclear. De que a NATO é uma organização caduca e, no limite, desnecessária. De que as sucessivas intervenções americanas e europeias no Iraque, na Líbia, na Síria foram monumentais desastres, pouco preparados e pensados, sem medir as consequências, eliminando personagens como Khadafi, ou Saddam, e tentando eliminar Assad, que, mesmo que sejam bad boys, garantiam e garantem uma estabilidade regional cuja perturbação deu origem ao ISIS e ao caos no Iraque, na Líbia e na Síria. De que o único verdadeiro inimigo dos EUA nos dias de hoje é o ISIS, e, em menor grau, o Irão e a China, enquanto a Coreia do Norte devia ser posta na ordem pela China, com os EUA a fazer enormes pressões para que isso aconteça. Há alguns subprodutos destas “opiniões” e algumas contradições, como, por exemplo, a posição face a Cuba, mas é o que Trump pensa, e o que ele pensa é o que vai tentar fazer.
A primeira observação é que há muitas coisas em que Trump tem razão: os aliados dos EUA recusaram, de há muitos anos a esta parte, o chamado “burden sharing”, que implicava maior comparticipação em despesas que eram para a sua própria defesa; e poucas coisas têm sido mais erráticas, caóticas e inconsistentes do que a política face ao Iraque, Afeganistão e, principalmente, Líbia e Síria. A Ucrânia é outro exemplo, de uma política falhada com consequências permanentes na divisão do país e na anexação da Crimeia, que já todos tomam como adquirida.
O desastre sírio, numa guerra civil fomentada pelos americanos, franceses e ingleses, convencidos de que derrubavam Assad sem consequências, um dos raros aliados russos na região, é um dos maiores erros da política externa das potências ocidentais. Os grupos anti-Assad que apoiavam eram uma mescla perigosas de facções, e o vazio do poder na Síria e no Iraque permitiu o aparecimento do ISIS. Criaram assim uma oportunidade valiosa para os russos, que se sentiram legitimados para enviar a aviação, a marinha e tropas para apoiar Assad. Se os EUA, franceses e ingleses, se sentiam com direito, sem mandato da ONU, de participar na guerra civil síria, por que razão os russos não podiam fazer o mesmo? Não custa perceber, para usar uma analogia à Trump, que os russos vissem a tentativa de derrube de Assad, seu aliado, como o equivalente para os EUA, de haver uma guerrilha pró-russa na Ária Saudita, aliado americano.
Na prática, o que Trump fez, com aquela mistura de genuinidade, inexperiência e ignorância, a que se soma alguma intuição, foi interiorizar como suas todas as reservas e críticas russas à política americana da Administração Obama e do Departamento de Estado Clinton, e, ao fazê-lo, num contexto de clara vontade de aproximação a Putin, muda de facto a visão do mundo.
Para os russos, e para Putin, é uma oportunidade de ouro na sua política externa mais agressiva, que já tinha tido resultados na Ucrânia e na Crimeia, e no passado na Geórgia e na Tchetchénia, embora neste último caso dentro do território da Federação Russa. Os objectivos geopolíticos russos não são novos, em bom rigor datam do império czarista, foram adaptados pelos bolcheviques, em particular por Staline, e sofreram consideráveis recuos com o fim da URSS, e a aparição de um mundo unipolar. O significado da ascensão de Putin a nível interno tem muito que ver com essa retomada simbólica e real do poder russo como potência que se mede com todas as outras, a começar pelos EUA. Trump é sensível a este novo statu quo e minimiza as ambições russas, porque não quer saber das várias partes do mundo em que lhe é indiferente serem os russos a mandar. Há um claro recuo do intervencionismo americano, com o retorno do proteccionismo económico, a que se associa uma concepção punitiva das intervenções americanas a fazer, sem qualquer intenção de partilha de espaços e influências. Metem-se connosco, levam forte e feio, mas feito o castigo, as nações e os povos envolvidos que se amanhem no seu destino. Aí está uma política que deixa aos russos uma geopolítica estratégica de mais alcance e aos EUA acções de carácter táctico, tanto mais que o que interessa a Trump é que a fortaleza americana não deixe sair empregos, fábricas, recursos, e não deixe entrar inimigos, a começar pelos muçulmanos. Putin vive bem com esta política, que lhe dá mãos livres num entendimento com o “amigo” Trump na partilha de recursos, e nada mais. Putin tem uma política externa, Trump não tem, nem quer ter, e quando a tiver será pactuada com Putin.
As vítimas desta doutrina Trump-Putin, se se materializar como tudo indica, são os aliados dos EUA, a começar pelos europeus que fazem parte da NATO, mas também os asiáticos e árabes. Para os países bálticos, ou os países do antigo Pacto de Varsóvia, cuja “geografia” os coloca perigosamente perto da Rússia, o caso da Crimeia e da Ucrânia são muito preocupantes. Para o Japão ou a Coreia do Sul, Trump aponta a nuclearização, um enorme risco numa região do mundo onde há uma nação verdadeiramente perigosa, a Coreia do Norte, e a China, uma potência emergente que nunca permitirá sem retaliação as brincadeiras irresponsáveis de abandonar a política de “uma só China” reconhecendo Taiwan.
Trump tem todos os defeitos que já apontámos e aparece agora a brincar com as armas nucleares no Twitter, a doença infantil dos homens maduros, mas sabe o que quer e, acima de tudo, o que não quer. Mesmo que não faça um décimo do que ameaça fazer, basta isso para consolidar um ponto sem retorno da política mundial, e se há homem que é capaz de explorar isso, é Putin. Num certo sentido são parecidos: Putin retratado como macho russo a andar a cavalo, em cima do gelo, a mergulhar, a caçar ursos; Trump apanhando-as pela “pussy”, vivendo entre ornatos de falso ouro, e aquelas cadeiras e móveis que a gente jurava que ninguém comprava, mas compra. Só que há uma enorme diferença, Trump é habilidoso e esperto, Putin é inteligente e frio. E Putin tem um mapa por detrás, com muita história dentro.

A ascensão da nova ignorância

Opinião


Nada é mais significativo e deprimente do que ver pessoas que estão juntas, mas que quase não se falam, e estão atentas ao telemóvel.
Entre os temas tabu dos nossos dias está a ignorância. Parece que falar da ignorância coloca logo quem o faz numa situação de arrogância intelectual, o que inibe muita gente de a nomear. Mas não há muita razão para se enfiar essa carapuça, tanto mais que o problema é enorme e está agravar-se e a assumir novas formas, socialmente agressivas. Acompanha outro tipo de fenómenos como o populismo, a chamada “pós-verdade”, a circulação indiferenciada de notícias falsas, e, o que é mais grave, a indiferença sobre a sua verificação. Não explica, nem é a causa de nenhum destes fenómenos, mas é sua parente próxima e faz parte da mesma família. É, repetindo uma fórmula que já usei, como se de repente se deixasse de ir ao médico, e se passasse a ir ao curandeiro.
Uso aqui uma noção utilitária de ignorância que pode ser simplista, mas que serve. Ser ignorante é não ter os instrumentos para se mover no mundo que nos rodeia, ser sujeito mais do que ser actor, não conseguir atingir o empowerment que é suposto se poder ter para se actuar conforme as circunstâncias, de modo a crescer, ser capaz, viver uma vida qualificada e tirar dela uma experiência enriquecedora, controlando-se a si próprio tanto quanto é possível, e não menosprezando as condições para se ser feliz, “habitualmente” feliz. Isto é muito Dale Carnegie, mas serve, não é preciso complicar à partida.
Percebe-se, usando esta definição, que a ignorância pode ser descrita como a pobreza, cujos efeitos e condições de superação são exactamente do mesmo tipo. A ignorância é uma forma de pobreza e o seu crescimento acentua a pobreza em geral e, mais do que a pobreza, a exclusão e a diferenciação social. É até um dos mecanismos mais eficazes para aumentar a distância entre pobres e ricos, e para estabilizar um status quo nos pobres, que, como a droga, tem efeitos de satisfação instantânea, de paraíso artificial, ou, se se quiser de “ópio do povo”.
Faço uma distinção entre aquilo a que chamo “a antiga ignorância” e “a nova”. A antiga tem muito que ver com a baixa qualificação profissional, com a insuficiente escolaridade, com a má qualidade de muitas escolas, sem meios, sem professores preparados, com o analfabetismo funcional. É um factor do nosso atraso e ajuda a potenciar os efeitos perversos da nova ignorância, mas não a explica por si só.
Contentamo-nos muito com a diminuição estatística da antiga ignorância e isso em Portugal é mais do que compreensível. O sucesso da escola, e da escolarização, o ensino para adultos, as melhorias verificadas em disciplinas como Português e Matemática são instrumentos fundamentais, entre outras coisas, para a mobilidade social, mas, mesmo que tenhamos, como agora se diz, as gerações mais qualificadas, estamos cegos quanto ao crescimento da nova ignorância, não só em aliança e em tandem com a antiga, mas assumindo novas formas e efeitos. O facto de haver um modismo tecnológico e se confundir a utilização de gadgets, aliás bastante rudimentar, com um novo saber, que implica novas competências, esconde essa regra básica de que as literacias para os usar vêm do sistema escolar a montante e a possibilidade de os usar para uma melhoria social só existe a jusante se acompanhar uma evolução social que não se está a verificar. Mais do que uma evolução, há uma involução.
A antiga ignorância assentava numa carência, numa falta, a nova assenta numa ilusão. É por isso que a antiga ignorância era vista como um problema da sociedade e a nova é vista como um “progresso”, ou como uma tendência contra a qual é inútil lutar. Isso tem muito que ver com uma ideologia corrente face às novas tecnologias, em particular aquelas que têm imediatos efeitos sociais como os telemóveis, as redes sociais, e certos modos de usar os videojogos, a realidade virtual e mesmo o computador e a televisão.
O primeiro efeito nefasto dessa ideologia é a crença de que são as novas tecnologias que estão a mudar a sociedade. É o contrário. É a mudança da sociedade que potencia o uso de determinadas tecnologias, que depois acentuam os efeitos de partida. Muitas tecnologias de “contacto” — como programas de “presentificação”, que fazem as pessoas olharem para os seus telemóveis centenas de vezes por dia, e os adolescentes, na vanguarda desta nova ignorância juntamente com os seus jovens pais adultos, passarem o dia a enviarem mensagens sem qualquer conteúdo — só têm sucesso porque se deu uma deterioração acentuada das formas de sociabilidade interpessoais, substituídas por um Ersatz de presença e companhia tão efémero que tem de estar sempre a ser repetido. Sociedades sem relações humanas de vizinhança, de companhia e amizade, sem interacções de grupo, sem movimentos colectivos de interesse comum dependem de formas artificiais e, insisto, pobres, de relacionamento que se tornam adictivas como a droga. Não há maior punição para um adolescente do que se lhe tirar o telemóvel, e alguns dos conflitos mais graves que ocorrem hoje nas escolas estão ligados ao telemóvel que funciona como uma linha de vida.
Nada é mais significativo e deprimente do que ver numa entrada de uma escola, ou num restaurante popular, ou na rua, pessoas que estão juntas, mas que quase não se falam, e estão atentas ao telemóvel, mandando mensagens, enviando fotografias, vendo a sua página de Facebook, centenas de vezes por dia. Que vida pode sobrar?
Ainda há-de alguém convencer-me que este comportamento lá por usar tecnologias modernas representa uma vantagem e não uma patologia. Faz parte de sociedades em que deixou de haver silêncio, tempo para pensar, curiosidade de olhar para fora, gosto por actividades lentas como ler, ou ver com olhos de ver. E se olharmos para os produtos de tanta página de Facebook, de tanta mensagem, de tanto comentário não editado, de tanta “opinião” sobre tudo e todos, escritas num português macarrónico e cheio de erros, encontramos fenómenos de acantonamento, de tribalização, de radicalização, de cobardia anónima, de ajustes de contas, de bullying num mundo que tem de ser sempre excitado, assertivo e taxativo. Um dos maiores riscos para o mundo é ter um presidente dos EUA que governa pelo Twitter como um adolescente, com mensagens curtas, sem argumentação, que, para terem efeito, têm de ser excessivas e taxativas.
Não é por acaso que o grande reservatório do populismo político e social nas sociedades ocidentais são as redes sociais, que, não sendo a causa do populismo, são um seu grande factor de crescimento e consolidação. São como as poças de água estagnada para os mosquitos. Funcionam como o lubrificante do populismo em momentos cruciais, dando-lhe uma rapidez de resposta aos eventos e condicionando o mundo exterior, com jornalistas que “emprenham” pelas redes, tanto mais quanto já não ouvem ou vêem nada fora do seu pequeno ecrã.
A crise das mediações profissionais — que retirou aos jornalistas e aos profissionais da comunicação o papel de transformarem qualitativamente os eventos em notícias, muito, aliás, por culpa própria desde a treta do “jornalismo dos cidadãos” até à divulgação não mediada de tweets e comentários — acompanha um dos aspectos mais agressivos desta nova ignorância: o ataque ao saber, ao conhecimento certificado, em nome de um igualitarismo da ignorância.
O facto de poderem escrever potencialmente para todos não significa que as suas “opiniões” — tanto mais quando pretendem ter um estatuto de idêntica qualidade ao de quem conhece as matérias sobre as quais opina, ou tem uma criatividade evidente — têm um efeito de rasoira por baixo, que se reproduzem sem qualquer verificação. Se acrescentarmos que muitos consumidores das redes sociais obtêm aí quase toda a sua informação, percebe-se os efeitos devastadores no debate público e como  servem para a indústria das notícias falsas e para alicerçarem o populismo com boatos, afirmações infundadas, presunções, invenções. Como, na nova ignorância, se trata de uma atitude hostil ao saber e ao seu esforço, mais do que um efeito de fonte única, há uma guetização da opinião, com arregimentação entre os próximos e a diabolização dos “outros”. Ler só aquilo com que concordamos pode ser satisfatório psicologicamente, mas destrói o debate público fundamental numa sociedade democrática. (Continua.)

A morte de Saddam devia ter marcado uma “nova era”. Não durou nem cinco minutos


Opinião

“Vão desejar ter-me de volta”. É perturbador acolher esta premonição [de Saddam Hussein], expressa como foi por um tirano implacável com tanto sangue nas mãos.
Numa sexta-feira há 10 anos, às seis horas da manhã, hora de Bagdad, Saddam Hussein foi levado por um lance de escadas na antiga sede dos seus serviços secretos, no bairro de Kadhimiyah, na capital iraquiana. O espaço tinha servido, segundo alguns rumores, para abrigar salas de tortura onde alegados “inimigos do Estado” sofreram durante o regime. Oficiais de rosto tapado conduziram o antigo Presidente em direcção a um grande alçapão. Ele seguiu-os obedientemente, sem qualquer medo aparente, recusando-se a usar um capuz. Enquanto palavras de ordem pró-xiita de “Muqtada, Muqtada, Muqtada” rompiam a quietude mórbida, as câmaras giravam e encadeavam, criando uma aura espectral.
Uma voz gritou: “Vai para o inferno.”
Saddam respondeu: “O inferno que é o Iraque?”
A meio da sua recitação da chahada, a profissão de fé do Islão, o piso cedeu por baixo de Saddam, com um estrondo audível ecoando no espaço semelhante a um armazém, enquanto o pescoço se partia. Pouco depois, estava morto.
Num comunicado emitido na sequência da execução, o presidente norte-americano George W. Bush afirmou que, embora este facto não fosse pôr um fim imediato à violência sectária que já estava a despedaçar o Iraque, marcaria “um importante marco no caminho do Iraque em direcção a uma democracia” que pudesse “governar, sustentar e defender-se a si própria, e ser um aliado na guerra contra o terrorismo.” Esperava-se que a morte de Saddam desse início a uma nova era no Iraque e na região.
Mas essa nova era nem durou cinco minutos. Uma pequena multidão de xiitas celebrou efusivamente ao lado do corpo de Saddam, criando a sensação de um linchamento indisciplinado em vez de uma operação calculada e liderada pelo Estado. Em poucas horas, pelo menos 75 pessoas foram mortas em ataques bombistas pelo país, naquilo que terão sido provavelmente ataques sunitas de retaliação com os xiitas como alvo. Os militares dos Estados Unidos, entretanto, anunciaram a morte de seis soldados, transformando aquele Dezembro no mês mais violento para as forças norte-americanas em dois anos.
Fumo crescente turva o nascer do sol nas cidades pelo Médio Oriente dez anos depois da execução de Saddam, e 13 anos depois da promessa de Bush de que um “Iraque livre terá um efeito extraordinariamente positivo na sua vizinhança.” A vizinhança é agora um jazigo.
Na altura da execução, a Primavera Árabe ainda não se tinha inflamado – nem sido impiedosamente extinta. Embora a Síria e a Líbia continuassem a ser ditaduras repressivas, as relações com a Líbia estavam no melhor ponto em décadas, com a administração Bush a retomar por completo as suas relações diplomáticas com o regime de Khadafi. Também o Egipto aparentava uma confiável estabilidade, embora os críticos de Hosni Mubarak permanecessem descontentes com o alcance e o ritmo das reformas limitadas com que tinha concordado avançar. O sempre volátil Iémen continuava sob controlo do corrupto autocrata Ali Abdullah Saleh, que, numa frase que ficou célebre, se referiu ao desafio de unir aquele país fraccionado  como “dançar em cima de cabeças de serpentes”.  As brasas da violência no Iraque, a incandescerem numa sangria sectária que piorava de dia para dia, ainda não tinham deflagrado num incêndio que se espalharia para além das suas fronteiras.
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Mas acabaria por acontecer, no entanto. As ditaduras da região provariam ser uma caixa de fósforos que, depois de acesa, consumiria a vida de mais de 400 mil pessoas na Síria, milhares no Egipto, Líbia e Iémen, e eventualmente entre 200 mil e 500 mil no próprio Iraque. Milhões seriam desalojados, provocando uma crise humanitária para a qual o mundo não estava minimamente preparado. Em alguns anos, os refugiados tornar-se-iam uma ameaça ao tecido social europeu e nasceria uma nova organização terrorista, chamada Estado Islâmico, ainda mais letal e bárbara do que a Al-Qaeda.
Com o inimigo sunita do Irão e Saddam eliminado, a teocracia xiita tornou-se predominante, exercendo uma poderosa influência sobre o novo governo iraquiano, expandindo o seu alcance até ao Iémen com os rebeldes houthi a tomarem a capital, e posicionando-se para contribuir para a vitória de Bashar al-Assad na Síria.
Quem consegue esquecer a declaração de Donald Rumsfeld – marcada pela inabalável confiança que caracterizou a sua liderança – de que a guerra no Iraque poderia durar “cinco dias ou cinco semanas ou cinco meses, mas que certamente não iria durar mais do que isso”? Como se veio a revelar, o actual esforço para libertar Mossul – pela terceira vez, desta vez de uma organização terrorista, o Estado Islâmico, que nem sequer existia quando Saddam foi morto – prevê-se que dure mais do que aquilo que Rumsfeld assegurou que iria durar toda a guerra. Só esta semana, 1700 soldados da 82.ª Divisão aerotransportada do Exército norte-americano despediram-se dos seus ente-queridos antes de serem destacados para o Iraque. Os mais novos tinham apenas cinco anos quando os Estados Unidos iniciaram a invasão para derrubar Saddam.
Pergunta-se como é que alguém, sobretudo os arquitectos da guerra, se pode agarrar à ideia de que encaminhar Saddam para o enforcamento valia milhares de milhões de dólares, já para não mencionar os 4500 oficiais em serviço mortos, os mais de 30 mil feridos, ou as centenas de milhares de mortes violentas que ocorreram pela região desde o seu derrube. Sem contar com os milhões que foram forçados a fugir da violência com pouco mais do que a roupa que tinham no corpo, ou as ameaças terroristas que agora são habituais nos cenários americano e europeu. Nenhum dos legisladores americanos responsáveis por isto foram responsabilizados tal como os seus homólogos britânicos foram no condenatório Relatório Chilcot.
Tudo isso me lembra algo que aprendi enquanto trabalhava no meu livro sobre o Iraque. Saddam expressou repetidamente o mesmo sentimento a algumas das pessoas responsáveis por ele durante os seus três anos de prisão: “Vão desejar ter-me de volta”. É perturbador acolher esta premonição, expressa como foi por um tirano implacável com tanto sangue nas mãos. É especialmente perturbador quando penso em amigos corajosos e soldados cuja crença na sua missão nunca definhou, alguns deles derrubados no melhor tempo das suas vidas. No entanto, quando interpretadas em relação à cadeia sísmica de eventos desencadeada pela guerra para o remover do poder, as palavras de Saddam Hussein parecem perversamente proféticas.
Will Bardenwerper é escritor e foi militar da Infantaria no Exército dos Estados Unidos e, mais recentemente, trabalhou como funcionário público no gabinete do Secretário da Defesa.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

A última mensagem de Ano Novo de Barack Obama:

CASA BRANCA 2016

 “Fizemos progressos extraordinários”

O ainda presidente dos EUA fez um balanço dos últimos oito anos, lembrando que o país fez "progressos extraordinários" e que hoje é visto com mais respeito pelos outras nações do mundo.
Foi a última mensagem de Ano novo de Barack Obama. Donald Trump toma posse a 20 de janeior
MICHAEL REYNOLDS/EPA
Barack Obama dirigiu-se pela última vez aos norte-americanos na tradicional mensagem de Ano Novo da Casa Branca. A cerca de 20 dias de passar a liderança dos EUA para o presidente eleito em novembro de 2016, Donald Trump, Obama assinalou “os progressos extraordinários” que o país teve nos últimos oito anos, que fizeram com que a maioria dos países olhasse para os EUA como “mais respeito” e vendo “um país mais forte”.
“No momento em que viramos a página e olhamos para o futuro, quero agradecer-vos por tudo o que fizeram para que os EUA se tornassem num país mais forte, nos últimos oito anos”, disse na abertura da mensagem, sem deixar de lembrar que há oito anos, o país estava”à beira da depressão”, com “quase 800 mil americanos que perdiam os seus empregos por mês e que tinha “80 mil tropas no Iraque e no Afeganistão”.
Obama destacou ainda a captura de Osama Bin Laden, o encerramento do programa de armas nucleares no Irão, “o novo capítulo” que foi aberto na relação com Cuba e as vitórias alcançadas em matéria de clima, para lembrar que hoje, “quase todos os países do mundo olham para uma América mais forte e com mais respeito do que há oito anos”.
“Nada disto foi inevitável. Foi o resultado de escolhas difíceis, do vosso trabalho árduo e da vossa resiliência. Continuar a levar os EUA para a frente é uma tarefa que temos de continuar a realizar. Esta tem sido a nossa história: a história de pessoas banias que juntam, com força, devagar e às vezes de forma frustrada, mas sempre com um trabalho vital de auto-governança”, afirmou.
Sublinhando que ser presidente dos EUA foi o “privilégio” da sua vida, Barack Obama diz que se vai agora preparar para uma função ainda maior: o de ser cidadão. E que vai continuar ao lado dos cidadãos, em todas as passadas, assegurando que as promessas dos fundadores são cumpridas: “que todos são iguais e que merecem todas as oportunidades de viverem os seus sonhos”.

Estamos no grau zero, certo?

MARCELO REBELO DE SOUSA


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Só nos resta aguardar pela publicação no site da Presidência da nota congratulatória de Marcelo Rebelo de Sousa pelo regresso das andorinhas na primavera, pois estas não são menos que George Michael.
Durante horas pensei que o lamento oficial de Marcelo Rebelo de Sousa pela morte de George Michael era uma piada das redes sociais à hiperatividade presidencial a que MRS nos vem habituando. Nem acreditei quando li as notícias. Tive de ir ao site da Presidência da República confirmar que a mais recente exuberância pesarosa de MRS existia mesmo. Pelo que, queridos concidadãos, está na hora de assumirmos mais esta cruz nacional (e peço perdão por trazer este travo quaresmal para o tempo natalício): temos um Presidente que perde tempo a emitir lamentos oficiais pela morte de estrelas pop estrangeiras.
Enquanto aguardamos a publicação no site da Presidência da nota congratulatória de Marcelo Rebelo de Sousa pelo regresso das andorinhas na primavera (que as andorinhas não são menos que George Michael), ou talvez mesmo um comentário oficial do Presidente sobre a problemática das notícias falsas, devemos, quem sabe, perder uns momentos e dirigir a uma qualquer divindade do nosso agrado uma oração pedindo uma mordaça para Marcelo Rebelo de Sousa (já que o bom senso e o sentido das proporções não são suficientes para o moderar).
Há pouco tempo o caso Cornucópia teria dado uma lição ou duas ao Presidente, se tivesse capacidade de aprender. Ouvida a notícia do encerramento do teatro, Marcelo Rebelo de Sousa abalou para o local do crime – por razões além do entendimento humano – e sugeriu – outra vez por razões além do entendimento humano – que a Cornucópia devia ter um regime de exceção.
Fez figura triste, claro. Se MRS queria falar sobre teatro e arvorar-se em defensor da cultura paga pelos contribuintes, podia, com mais propriedade, ter comentado a penúria da programação do Teatro Nacional D. Maria II. Eu já vou na segunda temporada seguida a tentar encontrar uma peça decente para comprar bilhetes e assistir. Népias. Na temporada passada, nem com o centenário de Shakespeare – celebrado pelo mundo inteiro com magníficas encenações – fomos brindados com uma produção normal de uma peça do prolífico dramaturgo no D. Maria. Só tivemos direito a invenções criativas (ataque de tosse) boas para afastar os mais previdentes.
(Não é totalmente verdade. Houve uma produção para crianças há pouco tempo, sobre a evolução das espécies, a que tentei levar os meus filhos. Não consegui. Cautelosamente terminou no fim de semana em que se iniciaram as férias de Natal dos petizes. Alguém no D. Maria não deve ter querido correr o risco de ter uma sala cheia de espetadores nos últimos dias do ano.)
É possível que Marcelo Rebelo de Sousa esteja encadeado com a sua popularidade, e veja como parte fundamental das suas funções presidenciais tirar selfies com os portugueses, mas alguém devia aconselhá-lo a mais recato – porque corre o risco grande de ninguém o levar a sério quando falar de assuntos importantes (se se conseguir aperceber deles). E de nos fazer duvidar se tirará o tempo para presidir durante uma crise governativa ou um aperto nas contas públicas, ou montanha russa semelhante, em vez de continuar com os seus brinquedos presidenciais.
Para não destoar do nível do Presidente da República, o primeiro-ministro escolheu falar-nos na sua mensagem natalícia num cenário de um jardim de infância. Houve quem se escandalizasse e se risse, mas eu opino que Costa deveria sempre falar ao país num jardim de infância. Além de ser cenário perfeito para o conteúdo possível de uma mensagem de Costa, revela que no PS julgam que os seus eleitores têm capacidades intelectuais semelhantes às encontradas na população pré-escolar.
Costa foi Costa. Diagnosticou como grande problema nacional o ‘défice de conhecimento’. Curioso. De repente lembro-me da paixão pela Educação de Guterres e dos programas maravilha de Sócrates: os quadros elétricos nas salas de aula, o brinquedo Magalhães, o Novas Oportunidades, o choque tecnológico. Nem sei como com tanta eficaz política socialista para a educação e conhecimento ainda poderemos ser deficitários. Diria que Costa também se baralha quanto aos problemas prioritários.
De caminho, Costa lá encontrou maneira de insultar as empresas na mensagem de Natal – insultar os criadores de riqueza agora é um must de esquerda. Precisam de ser melhores e incorporar mais conhecimento – diz o anafado primeiro-ministro (resultado de uma vida num aparelho partidário) aos já ressequidos empresários que pagam os impostos excessivos que sustentam a geringonça, e que criam emprego aos trabalhadores que também pagam impostos em demasia para a mesma geringonça.
Talvez o PR tenha alguma coisa a dizer das banalidades vazias que Costa proferiu no Natal. Ou da elegância de Santos Silva, que equiparou a concertação social a uma feira de gado. Claro que forçar uma demissão de um ministro, nem pensar, que o Presidente já calou respeitosamente quando Costa impôs a permanência no governo do senhor das viagens da Galp. Houve tempos em que Costa dizia que um ministro nunca se podia esquecer que era ministro, mas os critérios de Costa são, como tudo nele, muito elásticos.
No entanto é bem provável que Marcelo Rebelo de Sousa tenha assuntos mais importantes para ocupar o seu tempo na Presidência. Afinal talvez saiba de alguma pastelaria, detentora de um rico património imaterial que é a receita de um bom pastel de nata, que esteja para falir, sendo necessário o PR ir renegociar-lhes o empréstimo com o banco. E também morreu a Princesa Leia.
Catarina Sousa Mendes
1 d
Excelente! Mas o histerismo não acaba com apelos à razão exactamente porque não é do foro racional. Neste tipo de reacção humana funciona qualquer coisa que provoque um choque e quebre essa espécie de hipnotismo trazendo as pessoas de volta à realidade. Até lá que vá gozando o pratinho porque o acordar da nação não lhe trará vida fácil.Faz também parte da natureza humana a agressividade na reacção aquilo que fere o ego e não há nada que fira mais o ego do que perceber que se foi tolo.
Interessante intervenção. Ao jantar, um amigo nosso reconheceu como tem sido tolo ao apoiar o PS. Já me não lembro ao certo porque se falou no consul de Bordéus, o Aristides, que dizem que ajudou mais de 30 mil a fugirem do holocausto dos socialistas alemães. Um dos meus filhos mostrou-lhe um livro escrito por um embaixador que desmistifica essa farsa política. No fim, sentiu-se tolo porque tinha acreditado em algo sem o mínimo fundamento racional. Isto, vai de encontro ao que diz.
Miguel LCastro Fonseca Henriques
1 d
Errado!
Rui Martins
1 d
Brilhantes Maria João. Mas as bestas que votam nestes canalhas, adoram estás fantochadas. E adoram viver da teta do estado comandado por gente ainda mais ridícula que eles. 
Jose Morais
1 d
Que bodega de tema, certo?
Almeida Carvalho
2 d
Dá a impressão que não tem mais nada que fazer, e gasta o País uma fortuna para tanta baboseira.
José Montargil
2 d
Os critérios do Costa não são elásticos, são inexistentes.

De facto o RdeSousa ter imensa pena do George Michael é extraordinário. Inédito, inesperado. 
De qualquer maneira prefiro mil X o George Michael ao RdeSousa.
Xico Zé
2 d
o george era um grande cantor .... o marcelo gostava dele talvez por andar sempre de microfone na boca até nas casas de banho publicas ....nao largava o microfone 
Gil Silva
2 d
A opinião desta senhora vale o que vale...Muito pouco.
Eu, pessoalmente, prefiro ver um presidente 'hiperativo' do que um espantalho que não dá 'cavaco' cheio de mordomias a viver à custa dos cidadãos.

É compreensível que muitos não gostem disso... Acostumaram-se a viver à sombra de outros....



José MontargilGil Silva
2 d
A opinião da jornalista "vale o que vale...Muito pouco", escreve o Gil Silva. 
Mas a do Gil, coitado, não vale nada! ZERO!
Manuel Augusto
2 d
Carrega Marcelo ! Para grande azia dos pafianos e troikistas...........
Jorge pedro
2 d
Estamos perante a melhor articulista da imprensa portuguesa! É só isso!
Pedro Torres de CastroJorge pedro
2 d

Corroboro
Jorge pedro
2 d
Estamos perante a melhor articulista da imprensa portuguesa! E mais não digo!!!!
Manuel Antunes
2 d
Marcelo ficou deslumbrado com o brinquedo que lhe deram: a Presidência da ´República. Parece um garoto a brincar com um papagaio na praia, a acorrer e a dar-lhe guita enquanto ele sobe e redopia no ar. Os banhistas deixaram o areal todo para o Senhor Presidente. Arrumaram-se bem arrumados, direitinhos, à entrada da praia e batem palmas enquanto Sua Excelência corre para trás e para a frente à procura do melhor vento para o seu papagaio. Pobre País.
António Hermínio Quadros SilvaManuel Antunes
2 d
Bem apanhado
António Hermínio Quadros SilvaManuel Antunes
1 d
É um brinca na areia
João Barbosa
2 d
"Pelo que, queridos concidadãos, está na hora de assumirmos mais esta cruz nacional (e peço perdão por trazer este travo quaresmal para o tempo natalício): temos um Presidente que perde tempo a emitir lamentos oficiais pela morte de estrelas pop estrangeiras"

hahaha, muito provavelmente nunca na história da humanidade algo de tão absurdo foi feito pelo líder de um país. 
Hapax Legomena
2 d
Esta menina é tão burrinha que até mete dó. 
Paula PereiraHapax Legomena
2 d
E onde encontrou V.Exa nesta crónica sintomas da referida burritude?? Esclareça por favor...

Manuel Almeida Gonçalves
3 d
Marcelo é um medíocre. Um PR reality show. Uma vergonha para o país.
Fernando Kosta
3 d
ARTIGO  E X C E L E N T E  !!!!!!
Parabéns. Creio que já ninguém da maioria silenciosa acredita nesta espécie de presidente. Quanto ao fulano que perdeu as eleições que até o Pato Donald venceria estamos conversados. Trata-se de um evidente criatura mentirosa movida unicamente pela sede de poder. Percebe-se que a generalidade do povo vá na cantiga. Afinal o estado de bovinidade identificado pelo ministro ainda em funções reflecte-se em quase toda a sociedade portuguesa....
Maria Do Carmo FonsecaFernando Kosta
12 h
pois é. mas pelo menos há já bastantes que começam a perceber!!
Jacinta Marques
3 d
Pessoalmente já estou cansada deste PR que não largou a pele de comentador...Perdoem me,mas não há pachorra! 
Amora Bruegas
3 d
Divertido e inteligente artigo..., cá em casa todos gostaram dele, cheio de humor, espiritual. De vez em quando, nada como algo divertido para ler em virtude de "tristezas não pagam dívidas"!
O pinóquio Marcelo.., está cada vez mais a ficar ridículo. Será que ninguém o alerta disso, que é uma moeda de duas caras?
João Gata
3 d
Marcelo Rebelo de Sousa está a comportar-se de uma forma crescentemente ridícula e lamnetável. É o que acontece quando um PR quer ser "amado" pelo Povo: torna-se cada vez mais populista e demagogo. É lamentável a degradação a que estamos a assistir do papel de um PR. Triste,...., muito TRISTE.
Lucilia Fonseca Domingues
3 d
Por vezes imagino o candidato Tino de Rãs no lugar do Marcelo e acabo a pensar que talvez fizesse melhor figura. Tristeza de povo que elege tais governantes. 
Boa!Com a vantagem de que o Tino toca concertina e canta uma coisa chamada "Pão com manteiga" ("bread and butter",ganhar a vidinha)
António Hermínio Quadros SilvaLucilia Fonseca Domingues
3 d
Acho a sua ideia excelente,já tinha tido a mesma ideia, só que tinha pensado no Tony Carreira. D. João II dizia o mesmo a respeito do povoléu mas de outra maneira - Bem ruim deve ser este reino, para que esta gente seja a melhor dele.
Filipe Costavictor guerra
3 d
E tem profissão util, tem uma arte, já o Marcelo é comentador.
Paula Pereira
3 d
"Manifesto o meu pesar pela morte de George Michael, um artista e compositor versátil e talentoso, com uma longa carreira de inequívoca qualidade.Tal como David Bowie e Prince, para mencionar apenas alguns que este ano nos deixaram, partiu demasiado cedo e de forma inesperada. É difícil não pensar no que George Michael nos podia ainda ter dado, mas pelo menos teremos sempre o que a vida dele nos deixou.Marcelo Rebelo de Sousa” LIndo! Amei!...teremos sempre o que a vida nos deixou,...é de um Kitsh fabuloso!
Victor Batista
3 d
Eu ja nao leva a serio essa triste figura que è Marcelo! 
Para mim, quando ele abre a boca, ou sai anedota ou fantochada! 
Vamos todos nos pagar bem Caro, os desmandos dessa patetica figura. 
Vasco AbreuVictor Batista
3 d
Nunca levei a sério essa figura... Sou de direita e a minha família também... Nenhum dos seis votou em marcelo... Desta vez não votamos, excecionalmente!
Pedro Sousa RodrigoVictor Batista
3 d
Vitor aposto que votaste naquele a que os laranjolas chamam "cata-vento ahahah

Victor BatistaPedro Sousa Rodrigo
3 d
Em si e que nao votei! 
O Sr nao se candidatou! 
Experimente candidatar-se e poderemos ter um xuxa util! Quem sabe? 
então o catavento não é o Marcelo?
Pedro Manuel Moço Ferreira
3 d
Excelente.
Carlitos Sousa
3 d
Marcelo nunca saiu do grau zero. Quem não se lembra dos seus "factos políticos", dos seus mergulhos no Tejo, das suas guerrinhas com Santana Lopes ?! Deixou de ser um menino traquinas que adorava fazer partidas?
Não conseguiu descolar da pele de comentador de banalidades. Mas aperfeiçoou a sua técnica de agradar a gregos e troianos, (com muito afecto...), de modo a garantir a reeleição.
Enquanto Costa conseguir iludir metade do eleitorado com o "seu paraíso terrestre", Marcelo junta-se alegremente ao cortejo.
André Agos
3 d
Tal como no famoso livro, e com comportamentos por parte de quem nos governa e respectivos apoiantes em muito similares aos dos personagens, eu diria mesmo "MENOS QUE ZERO"...
Fernando de Matos
3 d
VOU REPETIR:
De caminho, Costa lá encontrou maneira de insultar as empresas na mensagem de Natal – insultar os criadores de riqueza agora é um must de esquerda. Precisam de ser melhores e incorporar mais conhecimento – diz o anafado primeiro-ministro (resultado de uma vida num aparelho partidário) aos já ressequidos empresários que pagam os impostos excessivos que sustentam a geringonça, e que criam emprego aos trabalhadores que também pagam impostos em demasia para a mesma geringonça
Jacinta MarquesFernando de Matos
3 d
Disse bem,ressequidos empresários...
Vasco Abreu
3 d
Sondagens há muitas! Eu não acredito nos números da popularidade de marcelo... Portanto, quem continua a argumentar com bases nesses valores está a contribuir para alimentar o mito!
Pedro Sousa RodrigoVasco Abreu
3 d
Vasco  você só acredita nas sondagens que dessem boas percentagens ao seuu querido Coelho, mas como politicamente está morto e  bem enterrado, tem-se contentar com as que dão ao Costa uma quase maioria política...é a vida  é só meia dúzia de fanáticos laranjolas ainda acreditam que o Coelho ressuscitará ao 3º dia...
Dark Prince IIVasco Abreu
3 d
Num país onde o povo acha piadinha a ser chamado de gado por quem o governa, acho que as sondagens até pecam por defeito! :-P
Ouça e olhe que não me tenho enganado: Costa nunca ganhará eleições em Portugal... Esse é o vosso desespero!
Pedro Sousa RodrigoVasco Abreu
3 d
Vai uma apostinha a Vítor????estou-lhe farto de dizer-lhe que o seu querido Coelho não ganhará mais nadinha...o Zé Povinho não se esquece de todas as tropelias que ele lhes fez e mais hão-de ser os do próprios partido a correr com ele
Marco magalhaesPedro Sousa Rodrigo
3 d
Não percebo porquê???  O homem agora até paga os impostos e tudo!
Cala-te xuxo comuna
Jose Miguel Pereira
3 d
Antes o populismo calculista de MRS que o populismo labrego de uns quaisquer extremistas. Melhor ainda seria populismo nenhum, claro.
Eduardo Cruz
3 d
Esta comentadora pafienta não gosta de quem votou, renega aquilo que apoiou á um ano, certamente saudosa de um Cavaco com cheiro a mofo.

O seu êxtase é anafar-se com comentários ridículos sem qualquer conteúdo limitando-se  a geringonçar ideias esconsas como quem escreve sentada numa cadeira com uma perna partida, fazendo equilibrismo entre a indisfarçável mediocridade e o indisfarçável apoio ao seu líder Passos .

Certamente há que alimentar as claques ávidas de insultos e outros mimos e aí está a explicação para as croniquetas e espaço dado a esta mente brilhante digna de uns Malucos do Riso.   




Pedro Sousa RodrigoEduardo Cruz
3 d
Esta fulana, mais uma muleta do Coelho que aqui anda, pensa que o Marcelo lê as suas crónicas...até pode ler, mas tal como eu e muitos só dá vontade de dar gargalhadas, mas enfim, vai alegrando a banda do Coelho que por aqui anda a tocar o réquiem a toda a hora, sempre os mesmos...
Paulo Correia
3 d
Estamos no grau zero, à esquerda. E Marcelo comanda as tropas.
victor guerra
3 d
A verdade é que ,parece que o povo gosta deste Estado-Prozac e o Marcelo era mestre de audiências.Este ano ,ainda conseguiram atamancar as contas-.Para o ano,o aperto virá de fora e veremos quem se chega à boca do palco
Paulo Nogueira
3 d
Excelente artigo, Maria João. Mas devemo-nos preparar para a postura de Marcelo: ele vai a todas e todos os dias tem que aparecer na com. social, particularmente na TV, para engrandecimento da Pátria e da sua personalidade (reinventou o culto da personalidade?).A sua homónima (a Ruella), tem-se "mexido" bem...
Jesus Manuel
3 d
Artigo ....classificação minha : zero elevado ao cubo..
Paulo FernandesJesus Manuel
3 d
0^3 = 0
João GataPaulo Fernandes
2 d
Não ligue ao Jesus....sendo de Esquerda, é BURRO....ao CUBO !!
João Antunes
3 d
Prefiro um PR vivo e a dar comunicados do que um PR morto vivo como o anterior
Marcelo TeixeiraJoão Antunes
3 d
O que posso dizer? Se gostam de comer palha, então a tem.
Cipião Numantino
3 d
Ultimamente estou relapsamente a confrontar os restantes comentadores com casos cinéfilos. Seguindo esta recorrente linha, a exegese redutora da espécie de parque infantil com que MJM nos confronta, faz-me lembrar um antigo filme francês que vi há muitíssimos anos. Se a memória não me falha chamava-se "Rei dos Doidos". O enredo girava à volta de uma cidade francesa que tinha um altaneiro castelo algures no sec. XVIII ou XIX. Um grupo foragido de malucos de um hospício psiquiátrico, juntou-se sob o comando de um ainda mais doido que eles e tomou de assalto esse tal castelo. Cerraram os seus pesados portões, montaram conveniente guarda com as armas que encontraram ao seu dispor, e isolaram-se completamente da restante população da cidade. Alegação aduzida? Pois, nem mais nem menos, trataram de acusar todos os outros cidadãos da cidade que eram completamente malucos!!! Arvorando-se, eles próprios, de não estarem contaminados por tal maluquice, tinham obviamente, que se defender da intromissão dos doidos varridos que se encontravam fora das muralhas. O conceito foi elevado a tais extremos que se transformou numa guerra de cerco ao dito castelo. Sitiados, os doidos, resistiram heroicamente ao assédio daqueles que ainda julgavam mais doidos que eles. O resto, certamente adivinharão e não vos vou maçar com conclusões adrede mais que óbvias. O que eu quero ressaltar desta historieta, é o non sense efetivo que se apossa de algumas pessoas. E da analogia casual que observo no comportamento objetivo de muitos dos nossos políticos. Quase me sinto tentado a pensar que o nosso inefável e beijoqueiro PR pode, metaforicamente falando, ter dado num perfeito Rei dos Doidos. Por sua vez, o seu guerreiro condestável, pode muito bem ser transportado para o anafadinho e sorridente Dr. Costa. Será que não vivemos mesmo uma redutora experiência em que os que nos governam pensam que, fora do seu círculo pessoal, estaremos todos doidos? E que a promoção do seu auto-isolamento num confinamento estudado, os visa proteger do manicómio recorrente em que pensam que todos nós estamos situados? Olhem, eu não sei. Só sei que os casos de doidice assolapada de quem nos governa são mais que muitos. E, pelo sim pelo não, acabei agora mesmo de olhar furtivamente da janela para ver se à porta da minha morada não se encontravam forças dos bombeiros ou policiais com coletes de força nas mãos prontos a internar-me. Desta gente, por mim, já espero tudo. Preparem-se todos vós porque, ou muito me engano, ou num qualquer inesperado destes dias, vamos ter todos que gritar em uníssono por ... SOCORRO!...
Subscrevo totalmente. Também vi o filme e parece-me estar a revê-lo...
Cipião Numantinomaria silva
3 d
Cara Maria Silva, confirme-me sff se o nome do filme era mesmo O Rei dos Doidos. E já agora se alguém souber se anda por aqui na Net que faça o favor de nos dizer.
A tradução portuguesa do francês Le Roi de Coeur foi de facto O Rei dos Doidos. A propósito a quem vamos chamar de Coquelicot?
Joel Gabriel
3 d
Parabéns pelo belo e elucidativo comentário , sobre politiqueiros .

O paulino das feiras , ainda se resguardava ,não tirava fotos com todos.
pq sabia q nem todos o mereciam. 
este PR é pau para toda a obra . o q vem a rede é peixe .

Mal empregado o meu voto. sempre pensei q quando chegasse a P da R o comportamento    fosse diferente .não austero , mas , cada um no seu lugar. Mal empregado o meu voto. Outros não pensarão como eu , mas sinto me  desfraldado e não representado por este PR.
Victor BatistaJoel Gabriel
3 d
Pois ,da proxima temos que varrer Marcelo e Costa, numa so vassourada. 
Pedro Sousa RodrigoVictor Batista
3 d
Vê lá se não és tu varrido com um pontapé no dito cujo 
Victor BatistaPedro Sousa Rodrigo
3 d
No mi amigo! 
Estou precavido. 
Rita LeeJoel Gabriel
2 d
desfraldado? sem fralda?
João Lopes
3 d
É verdade: «temos um Presidente que perde tempo a emitir lamentos oficiais pela morte de estrelas pop estrangeiras…e Costa deveria sempre falar ao país num jardim-de-infância». É o “Portugal dos pequeninos”, com dirigentes…à sua medida! Ninguém se deve queixar.
fernando simoes
3 d
Muito bem MJM. O nosso PR ameaça tornar-se no no maior casus ridiculus de que há memória. o homem parece o "paulinho das feiras"  na ânsia (que cansa até um morto) de fazer boa figura, de "chegar" a todos, de ouvir a todos, é uma canseira. Alguém faça alguma coisa, é cansativo só de ver!
Antonio Dâmasofernando simoes
3 d
Ó Fernando, "o nosso PR" salvo seja, deve ser seu, pois meu nem pensar, o antigo entretainer da TVI tinha graça (ás vezes) e era apenas uma vez por semana, a malta, mudava de canal, mas agora é em todos os momentos e todos os canais. O amor ou afectos, também saturam, podem trazer ódio. Está na altura de darem ferias ao homem, ou dêem ferias á tugalhada.

maria silvaAntonio Dâmaso
3 d
Graças a Deus que  há canais estrangeiros. A maioria são péssimos mas prefiro ver um filme ou documentário repetidos até à exaustão do que ver os canais portugueses com marionetas ridículas em palco 24 horas por dia e em simultâneo.
Maria Do Carmo Fonsecafernando simoes
12 h
por favor, ideias precisam-se!!
Joao Odiragram
3 d
Parece que só falta aparecer, nesta quadra natalícia, no circo Chen, a fazer de palhaço , actividade em que é tão competente,  para gáudio do Zé pagode carente de afectos......
Jesus ManuelJoao Odiragram
3 d
Oh margarido....as " elites".. pouco a 
pouco vão sendo arrumados..colégios amarelos..
Antonio Bustorff Bello
3 d
E nem uma palavra do Sr. Presidente sobre a morte de José Pracana, grande símbolo do fado.
António Hermínio Quadros SilvaAntonio Bustorff Bello
3 d
É muito mais cool quando eles são da estranja, e fica bem quando dizem aquele presidente português é um homem muito'a la page'
João Manuel Maia Alves
3 d
Quando morreu Arlindo de Carvalho, compositor, músico e cantor de tantos sucessos, alguns interpretados por Amália, não teve uma palavra, que eu saiba.
L. Rodrigues
3 d
Para além de totalmente descabida, a nota do PR sobre o falecimento de George Michael está de acordo com a artificialidade e ausência de critério com que Marcelo apresentava livros na TV: cabia lá tudo, principalmente monos que nem para decorar estantes tinham préstimo. Não acredito que ele perdesse tempo a lê-los, assim como não o imagino a consumir música de Michael.
Luis Oliveira
3 d
Votei no Marcelo para que o Ps não se vangloriasse e com a hipotética vitória do senhor Nóvoa, e assim viesse a branquear o assalto ao governo!
 Marcelo não tem estilo nem pinta para PR!! Se Marcelo está em alta, cá para mim, não é com as intenções de quem votou nele, mas talvez dos esquerdalhos!!!
CavacoSoaresampaioEanes1000--Marcelo 0!!!!!
hahahahahahahhahahahahahahahhaha
Jesus ManuelLuis Oliveira
3 d
Inverto Marcelo 100 - Outros zero
Joel GabrielJesus Manuel
3 d
pq tem a cabeça  aonde devias ter os pés.
Jesus ManuelJoel Gabriel
3 d
Caro joel... "as elites" depois de quarto de século de domínio no Arco de Governacso..vão para a feira do  gado..SE SABE FAZER ALGUM TRABALHO PRODUTIVO ...META MÃOS Á OBRA..
ANDO HÁ 40 anos no setor transacionavel da economia..
Victor BatistaJesus Manuel
3 d
Estas a falar de substancias alucinogenicas? 
Paulo Correia
3 d
Marcelo é e sempre foi isto. Inimigos de estimação e folclore. Lembram-se do táxi e do mergulho no Tejo? Não passa disto. Só parra e nada de uva. Mas o povo gosta de patetices...
Eu Mesmo
3 d
Não percebo a admiração, MRS está a fazer a persona que sempre fez, o de alcoviteiro que adora ter mais atenção que uma menina num baile de debutantes.
Helder Vaz Pereira
3 d
Com este Presidente, se o ridículo matasse...ele caía fulminado!
Jesus ManuelHelder Vaz Pereira
3 d
menina..agora quem manda no mundo são russos e chineses..

Pedro Sousa RodrigoHelder Vaz Pereira
3 d
Oh Helder mas votaste nele....
Rão Arques
3 d
E aguardar que na companhia de Santos Silva faça uma ronda elogiosa pelas feiras do gado. 
Dark Prince II
3 d
97% de popularidade é sinal que é disto que a esmagadora maioria do povo gosta ... não há nada a fazer a não ser esperar 5 loooooooooongos anos !! :-)

It can't rain all the time!!! ;-)
Vitor Reis
3 d
Muito bem, bom artigo e com humor. Não estamos no grau zero, simplesmente porque nunca estivemos acima. Pensei entretanto que se poderiam atribuir alguns Prémios. São merecidos e por isso aqui estão eles: 

PRÉMIO “Opino, opino e não paro de opinar, comento, comento e não paro de comentar, falo, falo e não paro de falar” – MARCELO REBELO DE SOUSA;
PRÉMIO “Deus que se cuide, porque afinal sou eu que estou em todo o lado e a malta lá em Belém já anda bué cansada” – MARCELO REBELO DE SOUSA;
PRÉMIO “Sou teimoso, não saio, hei-de voltar a ser PM e não vou convocar um Congresso extraordinário só para fazer a vontadinha a alguns para depois me porem no depósito” – PEDRO PASSOS COELHO;
PRÉMIO “Sou bonita, bem-falante, com ideias arrumadinhas, mas qualquer dia peço ao Passos para fazer uma OPA sobre o CDS. Ninguém liga ao que eu digo” – ASSUNÇÃO CRISTAS;
PRÉMIO “Ando sempre bem-disposto e sorridente e adorei a minha mensagem de Natal deste ano. Já pedi ao Marcelo para apresentar a minha candidatura a Prémio Nobel da Física, porque comigo as vacas voam e as geringonças funcionam” – ANTÓNIO COSTA;
PRÉMIO “Digo sempre que estou contra para acalmar os meus militantes, mas depois concordo com tudo o que faz o governo do António” – JERÓNIMO SOUSA;
PRÉMIO “Gosto de aparecer na televisão e que me façam entrevistas, porque acho que sou bonita e que até tenho umas ideias giras para por Portugal a andar para trás” – CATARINA MARTINS;
PRÉMIO “A saúde está pior do que quando era Ministro aquele senhor que por acaso foi meu chefe na Médis e que, ao contrário de mim, não era de esquerda e não percebia nada disto” – ADALBERTO CAMPOS FERNANDES;
PRÉMIO “Face e Facebook, Facebook e Face, Face to Face, Facebook to Facebook. Se um dia acaba o Face ou o Facebook, escrevo onde?” – BRUNO CARVALHO;
PRÉMIO “Por vezes confundem-me com a minha maninha gémea Joana, mas eu sou a Mariana, aquela que teve a ideia de ir sacar o guito aos ricos para dar ao Centeno” – MARIANA MORTÁGUA;
PRÉMIO “Já não consigo defender mais o meu chefe secretário-geral e sinto que estar sempre a malhar no Passos é pior do que bater por vezes no Coelho – CARLOS CÉSAR;
PRÉMIO “Nunca pensei que o Orçamento de Estado fosse promulgado tão rapidamente, mas o PR percebeu que 2017 vai ser o ano em que vamos virar uma data de páginas, incluindo a página da página” – MÁRIO CENTENO;
PRÉMIO “O PS não anda a cumprir o acordo que assinou connosco por causa da redução da TSU para o salário mínimo, mas eu também sou como o Jerónimo, falo, critico, resmungo, mas voto a favor do António” – HELOÍSA APOLÓNIA;
PRÉMIO “A direita não percebe nada de economia e não entende que eu também posso ser candidato ao Prémio Nobel da Economia, porque já provei cientificamente que a austeridade é como o colesterol. Existe a má se for de direita e a boa se for de esquerda” – JOÃO GALAMBA;
PRÉMIO “Os sindicatos protestam e eu estou na frente quando o governo não é colorido. Eu estou na frente a fazer de conta e os sindicatos não estão autorizados a protestar quando o governo é de pessoas amigas que também não resolvem os problemas, mas enfim…” – ARMÉNIO CARLOS;
PRÉMIO “Estou sempre com aquele ar de zangada, porque a bem da verdade ninguém me liga nenhuma e até acho que as propostas que me obrigam a fazer são só para chatear” – ANA AVOILA;
PRÉMIO “Vou ter um zoológico em casa, mas não me critiquem por favor, porque os meus animais vão andar em liberdade e, democraticamente, serão obrigados a votar no PAN” – ANDRÉ SILVA;
PRÉMIO “Ando confuso, não sei se avanço, se não, e acho que essa ideia peregrina que eu tive de lançar mais um imposto lixou-me as hipóteses” – RUI RIO;
PRÉMIO “Deus queira que a SIC não acabe, porque quero continuar a malhar passo a passo nesse perigoso coelho que por acaso é maior que eu e fazer comentários políticos talvez me ajude a um dia ser eleito o mais baixo (em altura) magistrado da Nação” – MARQUES MENDES;
PRÉMIO “Com tantas obras e obrinhas, estou mesmo na crista da onda e aviso os lisboetas que não tenho medo de outras cristas” – FERNANDO MEDINA;
PRÉMIO “Já devia estar reformado há muito. Este cargo que tenho atualmente dá-me um ar cansado, algumas vezes ando despenteado e nota-se bem que não tenho vida para tantos acontecimentos sociais” – FERRO RODRIGUES;
PRÉMIO “Já não sei o que é pior, se dizer que adoro malhar na direita, se comparar a concertação social a uma feira de gado. Tenho um ar pachola, mas às vezes espalho-me. Espero que percebam que isto é diferente dos corninhos do Pinho” – AUGUSTO SANTOS SILVA;
PRÉMIO “Só a esquerda é amiguinha dos trabalhadores e só a esquerda quer que eles tenham mais descanso por ano e só a esquerda quer afrontar o patronato, porque só há investimento se os patrões forem metidos na ordem” – BE, PC e PEV;
PRÉMIO “Renegociar a dívida, significa que não pagamos o que devemos, porque esses agiotas que nos emprestaram o caroço para os nossos devaneios exploraram-nos nos juros. Eles que paguem o que nos emprestaram, era só o que faltava serem os portugueses a pagar. Emprestaram porque quiseram” – BE, PC e PEV;
PRÉMIO “Pertencemos externamente à nova “troika” da governação, e mesmo não tendo ideias nenhumas, controlamos o governo” – BE, PC e PEV.
carlos mendesVitor Reis
3 d
gostei!!
Cuca Neco
3 d
Morreu a Princesa Leia e não é pouco. Fico chateado se o Marcelo não publicar uma nota oficiosa sobre a morte da Princesa no site da Presidência. Gostava bem mais dela que do George Michael.
António Hermínio Quadros Silva
3 d
Acha que estamos no grau zero? Eu acho que já passamos para a parte negativa do eixo dos xx resta saber onde iremos parar. De facto o presidente da republica de bananas que somos não tem emenda e digo-lhe aguenta-lo durante 5 - longos anos - 5 vai ser um trabalho que nem o Hércules quereria. Eu pergunto o que podemos ter feito que desagradasse tanto aos Deuses para que nos dessem  tamanho castigo? Direi como dizia D. João II '' Bem ruim deve ser este reino para eles serem os melhores dele'' ou de um modo mais fino, como dizia o matemático Giancarlo Rota '' Devemos estar perto do ocaso para que tão pequena gente produza tão grandes sombras''
Excelente, a frase de Giancarlo Rota.
Excelente !
Maria Do Carmo FonsecaAntónio Hermínio Quadros Silva
12 h
é uma pena, não é?