quinta-feira, 31 de maio de 2018

Terrorismo em crescendo no norte de Cabo Delgado e a “tranquilidade” das autoridades


A Polícia está a subestimar um problema sério - António Frangoulis, antigo dirigente da Polícia, diz que um dos maiores defeitos é a nega de aceitarmos o pensamento dos técnicos em relação a determinada matéria 
- “E quando tiver já barbas brancas e de arame é quando vamos começar a tentar andar atrás do prejuízo” – idem
Numa altura em que já se está a perder a conta do número dos assassinatos, maioritariamente por decapitação e com a acção do grupo a fazer-se sentir já, em pelo menos, quatro distritos do norte de Cabo Delgado, continua a criar estranheza e um verdadeiro mal-estar a forma como as Forças de Defesa e Segurança (FDS) têm estado a lidar com o assunto do “terrorismo” com inspiração islâmica no norte da província de Cabo Delgado. Uma das questões, que muito se critica, é o facto de as FDS continuarem a insistir numa aparente tranquilidade e com um discurso retórico que tenta dar uma imagem de que “está tudo bem por aquelas bandas”, quando, na verdade, toda a província de Cabo Delgado está a viver um clima de terror, incerteza e insegurança. 
Em relação a esta postura, que em muito preocupa a sociedade, o mediaFAX falou, esta quarta-feira, com António Frangoulis, antigo director da Polícia de Investigação Criminal ao nível da cidade de Maputo. Questionado, Frangoulis não hesitou em associar o discurso da Polícia à busca do que considera “exercício da autoridade do Estado”, sem entretanto, assegurar condições para que esse discurso seja coerente racional e justo. Para este antigo dirigente da corporação moçambicana, há claramente uma tentativa de “subestimar um problema que é tão sério e grave” e que, a olhos vistos, cresce e torna-se, a cada dia que passa, mais bicudo. 
Um dos discursos recorrentes das FDS, particularmente emitido pelo porta-voz da Polícia da República de Moçambique, Inácio Dina, é que as actuais ocorrências em Cabo Delgado não podem ser, necessariamente, associadas à ocorrência de 5 de Outubro de 2017, dia em que pela primeira vez e de forma estrategicamente organizada, um grupo de cerca de 30 terroristas atacou posições da Polícia no distrito da Mocímboa da Praia. 
Entende a Polícia que maior parte das situações que tem estado a ocorrer não são, necessariamente, ataques terroristas, mas sim acções criminais comuns. Nisto, analistas, tanto nacionais, assim como estrangeiros, não conseguem dissociar o fenómeno 5 de Outubro, com a actual insegurança e terror que se vive no norte de Cabo Delgado. Ou seja, estes últimos entendem que se está sim perante grupo ou grupos que agem dentro da mesma linhagem de objectivos.

António Frangoulis diz que a Polícia “está a sentar sobre o problema”. Para argumentar e exemplificar a resposta, recorreu a explicação de duas situações criminais diferenciadas, em que num deles os criminosos precisam ter acesso a uma farma, mas para chegarem precisam amordaçar ou matar os seguranças da farma e uma segunda situação, em que criminosos pura e simplesmente matam alguém, mas não levam absolutamente nada. “O primeiro caso é um caso de criminalística porque a criminalística estuda os factos, reconstruindo a situação para se chegar ao agente. 
Agora o segundo caso não é de criminalística, mas sim de sociologia criminal. Porque aí há um crime de facto, mas há uma pergunta que fica sem resposta” – argumentou Frangoulis, considerando que “o que acontece com a nossa Polícia, muitas vezes, é fazer corta-mato. Quer dizer, você faz uma pergunta para perceber as coisas e a Polícia simplifica e reduz tudo…e diz aquilo que convém dizer”. A abordagem sociológica, aliás, já feita mas não aceite pela Polícia, iria ajudar a esclarecer perguntas importantes para o trabalho desta mesma Polícia. “Portanto, a questão é decapitar para atingir que fim..para atingir que objectivos. Aí você não me vai dizer que são criminosos que andam à solta, mas esses criminosos querem o quê??” – questionou, concluindo que “estamos a sentar sobre o problema… um grande problema”. “Eu penso que estamos a sentar sobre a verdade. Estamos a calcar a verdade. Porque se nós formos à História havemos de encontrar revoltas que começaram assim. Há muitos movimentos que começaram assim até ao ponto de civilizarem-se e chegarem ao poder. Entende ele que nesse caso, a Polícia não tem outra hipótese senão aceitar que o problema não pode ser resolvido numa perspectiva unidirecional, mas sim com a intervenção de vários actores, a exemplo de estudiosos deste tipo de fenómenos. 
E para isso deve-se deixar “aquele grande defeito” que, para ele, os moçambicanos apresentam: a rejeição do pensamento do outro, simplesmente por uma questão de conveniência. “A Polícia devia privilegiar e dar um lugar especial a outros sectores e outros estratos para poderem investigar a outra parte que não é dever ou obrigação da Polícia. E está a faltar essa seriedade. É uma espécie de certo cepticismo em acreditar nas investigações de outras pessoas” – anotou, para quem, caso seja difícil aceitar as opiniões técnicas, pode então, a Polícia formar a sua equipa de investigação multissectorial e, durante seis meses no terreno, irá perceber o que efectivamente está a acontecer. 
Segundo se sabe, a ousadia do bando ou dos bandos que “passeiam sua classe” no norte de Cabo Delgado foi a ponto de protagonizar um ataque em Palma numa altura em que o Presidente da República e Comandante Chefe das Forças de Defesa e Segurança encontrava-se naquele distrito em visita de trabalho.
MEDIAFAX – 31.05.2018
NOTA: Acrescentar o quê perante a insensibilidade do Governo?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQU

Hermínio Morais nomeado administrador não executivo da “Petromoc”


Hermínio Morais é major-general na reserva da Renamo.
Num claro expediente de “inclusão” e de acomodação, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (EGEPE) mandou nomear Hermínio Morais, major-general na reserva da Renamo, para o cargo de administrador não executivo da “Petromoc”. 
O CANALMOZ teve acesso a uma nota interna da “Petromoc” que oficializa a remodelação do Conselho da Administração da empresa petrolífera nacional, e há novas caras. Eis a composição do novo Conselho de Administração da “Petromoc”: Hélder Chambisse é o novo presidente do Conselho da Administração, substituindo Fernando Odebe Uache, que era presidente da Comissão Executiva; Mário Vicente Sitoe é administrador financeiro; Sérgio Pedro Fotine é administrador comercial; José Kamphambe é administrador comercial; Xarzada Zeelemena Orá é administradora não executiva; Hermínio Morais é administrador não executivo.
Gideon Ndobe é presidente da Mesa da Assembleia-Geral. Cezerilo Matuce é presidente do Conselho Fiscal. Armando Artur, ex-ministro da Cultura, e que já lá estava como administrador não executivo, é vogal do Conselho Fiscal. 
Cessam funções: Fernando Odebe Uache, que era presidente da Comissão Executiva; Ovídio Sarmento Rodolfo, que era administrador das Operações; Piedade Macamo, que estava no Conselho Fiscal. (Matias Guente)
CANALMOZ – 31.05.2018

E O POVO, O “PATRÃO”, NADA DIZ, NADA FAZ?

Terroristas
O Jornal da Noite de Ontem da STV abriu o noticiário com a nota de que pelo menos 12 pessoas foram mortas por terroristas no Distrito de Palma em Cabo Delgado.
Foi a primeira vez nos tempos recentes que me recorde em que um órgão de comunicação social nacional usou o termo terrorismo para descrever um acto 'terrorista' que aconteceu no país. A palavra 'terrorismo' em si continua a ser um termo ambíguo, vago. Cada país e cada bloco regional possui seus critérios para classificar grupos de terroristas.
O recém conflicto militar entre as forças do governo e da Renamo foi exemplo disso. Os actos protagonizados por qualquer uma das partes em certos momentos foram qualificados pelos mídias de bandidagem, mas nunca de terrorismo.
O termo terrorista em si constitui uma barreira e não uma auxílio que nos ajude a perceber o fenómeno. Neste momento em que todos procuramos compreender o que está se a passar em Cabo Delgado, devíamos deixar as pessoas caracterizarem o fenómeno a sua maneira, e a comunicação social devia abster-se de classificar e reservar-se a reportar os factos apenas.
Classificar o acto de terrorismo pode sem dúvidas originar pânico desnecessário, principalmente quando se trata de uma situação que pode ser facilmente controlada. Um pouco por todo o mundo, o termo terrorismo é usado pelos governos para justificar a implementação de novas políticas algumas das quais que atentam contra a liberdade de pessoas. Outros usam-no como pretexto para adquirir armamento, etc. Então, não vamos complicar ainda mais as coisas.

Palma sob terror

Na província de Cabo Delgado 
Nyusi e Frelimo entretidos com a festa do aniversário do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, realizado em Matchedje.
Comissão Política do partido Frelimo não se pronuncia sobre o terror em Palma, estando ocupada a tratar dos preparativos da festa dos 50 anos do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique.
Enquanto na imprensa internacional se noticia com preocupação a acção macabra do grupo terrorista não identificado que matou dez pessoas à catanada, no dia 27 de Maio, em Palma, mais precisamente na aldeia “25 de Junho” e na aldeia de Monjane, as autoridades nacionais continuam em silêncio. O Conselho de Ministros esteve reunido, na terça-feira, mas não abordou o assunto, e nenhum dirigente do Estado se pronunciou publicamente sobre os acontecimentos em Palma. Na quarta-feira, Filipe Nyusi dirigiu a reunião da Comissão Política do partido Frelimo, a qual, segundo o comunicado que foi distribuído à imprensa no final, também não abordou a questão de Palma. 
Segundo o comunicado da Comissão Política do partido Frelimo, a reunião de quarta-feira abordou quatro assuntos: a aprovação, na generalidade e por unanimidade, da proposta da revisão da Constituição pela Assembleia da República; as deslocações de Filipe Nyusi às províncias de Sofala e Nampula, no quadro das visitas presidenciais; a participação da população nos locais visitados; os preparativos das cerimónias da passagem dos 50 anos da realização do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, que se vão realizar no dia 25 de Julho, no posto administrativo de Matchedje, distritode Sanga, província do Niassa. 
No comunicado não há qualquer referência aos dez moçambicanos que foram decapitados pelo grupo de terroristas que está a semear pânico na província Cabo Delgado, o que mostra algum desnorte do Governo e da Comissão Política do partido Frelimo. 
A Polícia informou, na terça-feira, através do porta-voz Comando-Geral, Inácio Dina, que foram mortos dez cidadãos, com recurso a catanas, e que, entre as vítimas, há dois adolescentes, com 15 e 16 anos de idade, que andavam à procura de ratazanas, que são utilizadas para alimentação. 
Segundo a Polícia, os ataquesocorreram em aldeias diferentes. Cinco vítimas, incluindo os dois adolescentes, foram atacadas na aldeia “25 de Junho”. As outras cinco vítimas foram atacadas na aldeia de Monjane. A Polícia diz que reforçou o efectivo nas duas aldeias e nos arredores e que está no encalço dos autores dos ataques. Disse também que a vida está a voltar à normalidade nas duas aldeias. 
CANALMOZ – 31.05.2018
NOTA: Absoluta insensibilidade da Frelimo e do Governo moçambicano. Que diferença entre o que se passou na Bélgica e o que se passa em Moçambique. Segundo Matsinhe na “Frelimo era uso fuzilar”, pelo que a insensibilidade demonstrada não é de admirar, desde que “eles” continuem no bem bom! E O POVO, O “PATRÃO”, NADA DIZ, NADA FAZ?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

Al Shabaab moçambicano reivindica em vídeo ataques em Cabo Delgado


PALMA_ASSASSINATOS2
Escrito por Adérito Caldeira em 31 Maio 2018 
Um grupo de cinco homens com vestes civis, turbante cobrindo a cara e empunhado fuzis de assalto Avtomat Kalashnikov modelo de 1947 (AK47) aparecem num vídeo divulgado pelas redes sociais reivindicado a autoria dos ataques que aterrorizam o Norte da província de Cabo Delgado.
No vídeo divulgado pela Televisão de Moçambique nesta quarta-feira 30 um dos homens, aparentemente o líder, afirma que: “Hoje estivemos em Mocímboa da Praia, e a iniciativa nós começamos assim aos poucos mas insha Allah acreditamos que Allah vai nos ajudar, porque como ele disse (palavras em árabe)”.
“ Allah vai nos dar apoio, não precisamos de apoio de ninguém porque somos capazes. Mas porque nós já iniciamos assim, insha Allah confiamos nele e Allah sempre nos estará a olhar”, acrescenta o homem que, segundo com a televisão pública, será um dos membros do movimento denominado Al Shabaab que tem protagonizado ataques a civis e enfrentado as Forças de Defesa e Segurança desde Outubro de 2017.
Apesar de aparentemente defenderem a ideologia islâmica um estudo de académicos moçambicanos sobre o grupo constatou que estes homens embora tenham propaganda baseada na recuperação dos valores tradicionais do islão, o islão actualmente praticado nas mesquitas dos distritos do Norte da província de Cabo Delgado “está degradado por isso eles entram nas mesquitas calçados e munidos de armas brancas, acabando por criar os seus próprios espaços de culto”.
O Sheik Saide Habibe, co-autor a par de João Pereira e de Salvador Forquilha, afirmou no lançamento do estudo, no passado dia 22, que este movimento apregoa o não reconhecimento da estrutura do Estado e a implantação da sharia da maneira como eles concebem.
“Acabar com a relação do Estado com as lideranças das mesquitas e impedir a educação formal das crianças e substituí-la por uma educação corânica, mudar atitudes e comportamentos das mulheres em termos de indumentária, para eles qualquer muçulmano, principalmente aqueles líderes religiosos estão na linha de fogo, são principais alvos deles”, aprofundou Saide Habibe.
@VERDADE – 31.05.2018

A cruzada da oposição após Dhlakama


EDITORIAL
Se, até há um par de dias, era compreensível que a Renamo viesse a público argumentar que o debate da sucessão e do futuro da Organização não era uma prioridade, com o corpo do líder ainda quente, começamos agora a entrar para uma fase em que esse debate já não se pode catar nem por sentimentalismos funerários nem por cinismo. A vida deve continuar, e a variedade de perguntas que se levantou logo que a morte do presidente da Renamo foi oficializada começa a reivindicar resposta e com alguma legitimidade.
A forma como a Renamo vai gerir o fim do "mito Afonso Dbiakama vai ser determinante para a sua própria sobrevivência como força políti­ca relevante. A Renamo viveu, desde a sua criação, com uma identidade circunscrita ás habilidades do seu dirigente, num sistema de "one man show", que conciliava dos dons da politica à sua maneira e os dons mihtares, com os quais forçava consensos e respeito com a situação.
Se o general Ossufo Momade reúne essas duas condições numa só pessoa, o tempo vai dizer. Mas, para já, o tempo é o recurso que se apresenta menos disponível para a própria Renamo.
Do nosso ponto de vista, a escolha do general Ossufo Momade, tran­sitória ou não, só tem mento de for a única entidade capaz de garantir articulação entre Maputo e a Serra da Gorongosa. Se for por aí, tudo bem. Mas se Ossufo Momade for para responder a questões de expo­sição como a nova cara da Renamo também na frente politica e inte­lectual, então podemos afirmar com alguma segurança que o processo após Dbiakama começou com um pecado original
Poderá argumentar-se que Ossufo Momade, em termos de percur­so ou carreira politica, tem a bagagem aceitável e o mínimo exigível, respondendo em sua defesa o facto de ter sido secretáho-geral da Or­ganização e com experiência parlamentar, mas falta ao general Ossufo Momade o mais importante para um dirigente politico do século actual: o carisma político e o necessário dom da oratória capaz de trazer uma nova mensagem.
Nisto de uma nova mensagem inchii-se a mudança de paradigma do modus operandí" da Organização, a flexibilidade no raciocínio e um espirito mais aglutinador de ideias que estavam dispersas, abandonando por completo a ciência do sectarismo que o grupo havia adoptado e que foi combustível para o isolamento de muitas boas mentes que um dia apenas quiseram apresentar uma ideia um pouco contrária ao grupo não muito famoso que durante uma década e picos cercou o general .Afonso e usou dessa confiança e privilégio não para fortalecer a organização, mas para se fortalecer a si próprio junto do líder E necessário uma ruptura.
Se isso impbcar uma Direcção bicéfala, em que de um polo surge o candidato e do outro polo surge a Direcção partidária, talvez a Renamo dê um passo para resolver a "questão Ossufo Momade".
Pode-se questionar, por exemplo, por que tarda uma reunião nacional da Renamo para o reencontro da família da "Perdiz", para se estudar a inadiável revitalização da Organização. Fazer depender dos Estatu­tos essa necessidade urgente é concordar em que nada precisa de ser mudado, o que, em si, é uma posição que afasta qualquer possibilidade
de fortalecimento e democratização da Organização, o que, em última instância, é um exercício de recusa de conferir mais relevância à Orga­nização.
Há muita gente com ideias que a Renamo atirou para fora ou, por algum desencontro intelectual as próprias pessoas se afastaram, mas continuaram a acompanhar com interesse a Organização e continuam a acreditar na relevância e validade desse partido. Esta gente tem de ser rhamaHa para o reencontro não para depois ficar em divida psico­lógica de reintegração para com a nova Direcção, mas para contribuir com ideias. Mas isso vai requer da nova Direcção um espanto aberto e um projecto cujo objectivo principal seja a conquista e o exercício do poder, porque, definitivamente, os erros de Afonso Dhlakama devem ser escola para a nova Direcção. A Renamo precisa e com urgência de deixar de se comportar como o garoto estagiário da política, aquele que, quando pensamos que já aprendeu o suficiente para entrar para a políti­ca real, trata ele mesmo de fazer algum disparate, para ser devolvido ao estágio. A Renamo precisa de se encontrar com os objectivos naturais da política
A par de ter a humildade suficiente para ir buscar os seus quadros que atirou para fora, a Renamo deve imediatamente abandonar o sec­tarismo e o ostracismo que, por exemplo, o grupo que cercava Afonso Dhlakama tem para com os outros partidos da oposição, mais concreta­mente com o Movimento de Democrático de Moçambique. Mas isso, é preciso que se diga, é uma síndrome que a Renamo teve durante muito tempo, ter acreditado que o objectivo da sua existência é ser o maior partido da oposição e não mais do que isso.
O momento que hoje atravessamos é crucial É preciso que a Renamo olhe para o MDM como parceiro e não como adversário a eliminar, mesmo que essa acção anacrónica signifique beneficiar o partido Fre-limo. Isso é que não pode voltar a acontecer. As eleições autárquicas estão ai á porta como um grande teste. Há municípios estratégicos onde a oposição só pode ganhar se se coligar: Maputo, Beira, Matola, Nam-puk, Quelimane, Gurué. Sabemos que havia negociações muito avan­çadas entre Afonso Dhlakama e Daviz Simango nesse sentido, mas é preciso que a nova Direcção olhe para isso com alguma seriedade. Mas, se o espírito do sectarismo falar mais alto, então nada feito.
E é preciso que alguém explique ã oposição que, com o novo mo­delo de cabeça-de-hsta e de maioria simples, já não há possibilidade de empate técnico que force uma segunda volta Ganha quem tiver o maior número de votos. E se a Renamo e o MDM quiserem concorrer em separado apenas vão dispersar os votos e beneficiar a Frelimo, em última instância. E há muito que temos estado a alertar que chegou o momento de não haver Renamo nem MDM, mas haver um movimento organizado de moçambicanos verdadeiros patriotas para salvarem este pais desta cruzada de destruição que temos vindo a trilhar Isso ultrapas­sa os egos partidários.
Até onde entendemos, o MDM está disponível. Estará a Renamo dis­ponível para mostrar uma nova perspectiva e defender o que realmente interessa? Os dados estão lançados.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 30.05.2018

Governo está “subsidiar” gasolineiras em Moçambique


PDF
Versão para impressão
Enviar por E-mail
Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 31 Maio 2018
Share/Save/Bookmark
O Governo de Filipe Nyusi que desde 2017 suspendeu a compensação as gasolineiras e decidiu que não vai mais negociar garantias bancárias para a importação de combustíveis supostamente liberalizou a importação dos combustíveis líquidos, resultando daí o ajustamento de preços quase mensal, continua de forma indirecta a subsidiar a essas empresas. O @Verdade descobriu que o Executivo endividou-se no banco central para depositar o montante como colateral nos bancos Millenium Bim (MBim) e Banco Comercial e de Investimentos (BCI) que financiaram a importação de combustíveis durante o primeiro trimestre de 2018.
Em Outubro do ano passado o Executivo moçambicano anunciou ter decidido parar de negociar as garantias bancárias necessárias para a importação de combustíveis passando dessa altura em diante as empresas gasolineiras a assumir todas etapas do negócio de aquisição e venda de gasolina, gasóleo, petróleo de iluminação e jet no território nacional.
Na altura o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando, explicou que até à data a Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) assumia a negociação, junto da banca comercial, de garantias para aquisição, no mercado internacional, dos combustíveis requeridos pelas gasolineiras.
Augusto Fernando disse que doravante cada uma das gasolineiras iriam passar a juntar garantias bancárias para viabilizar a aquisição do combustível que solicitam através da IMOPETRO, que continuará a ser a única entidade responsável pela busca internacional dos combustíveis para o país.
Contudo o @Verdade descobriu que o Governo de Filipe Nyusi continua a negociar as garantias bancárias necessárias para a importação de combustíveis.
O Relatório de Execução Orçamental de Janeiro a Março de 2018 refere que “neste período, foi contraído junto do Banco de Moçambique um crédito de 6,2 biliões de meticais destinado a abertura de garantias junto ao Sindicato Bancário (MBim/BCI) para servir de colateral na importação de combustíveis, a ser amortizado até ao final do exercício, isento de juros”.
MBim e BCI não aceitam garantias do Governo, “para emitir a carta de crédito de importação precisamos que o Estado deposite o dinheiro”
ArquivoEntrevistado pelo @Verdade no passado dia 16 o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleine, explicou que: “Para emitir a carta de crédito de importação precisamos que o Estado deposite o dinheiro, não é só emitir garantias”, deixando evidente que os bancos comerciais deixaram de aceitar os avales que o Governo.
“Portanto fomos buscar, usando o direito que nós temos ao abrigo da lei orgânica do banco (central), no fim o saldo será zero porque de facto só está no caso dos importadores não conseguirem pagar, mas não é um subsídio aos combustíveis”, acrescentou o ministro Maleiane.
A factura mensal de importação de combustíveis líquidos varia entre 3 a 3,5 biliões de meticais. Entretanto o @Verdade apurou que além deste dinheiro que empresta às gasolineiras no geral o Governo de Filipe Nyusi tem injectado dinheiro directamente na Petróleos de Moçambique (Petromoc).
No último trimestre de 2017 o Estado endividou-se em 8,3 biliões de meticais que repassou a petrolífera onde é maior acionista. “A Petromoc reestruturou a dívida concernente aos 8,3 biliões com o sindicato bancário para importação de combustíveis, liderado pelo Mbim”, esclareceu ao @Verdade a petrolífera estatal.
Portanto em seis meses o Governo de Filipe Nyusi aumentou a Dívida Pública Interna em mais 14,5 biliões de meticais somente para importação de combustíveis cujos preços continuam a aumentar em Moçambique, alegadamente devido as crise na Síria e Venezuela.

Presidente sírio ameaça uso da força contra curdos para recapturar território


Bashar al-Assad afirmou ainda que um confronto direto entre a Rússia e os Estados Unidos foi evitado na Síria, um país devastado pela guerra em que as duas grandes potências estão envolvidas.
Bashar al-Assad controla a cidade de Deir-Ezzor, capital da província de mesmo nome, mas também toda a margem ocidental do rio Eufrates, enquanto as FDS estão estacionadas na costa oriental.
SANA / HANDOUT/EPA
Autor
  • Agência Lusa
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, ameaçou usar a força contra os combatentes curdos, apoiados pelos Estados Unidos, para recapturar as áreas que controlam no norte do país.
Numa entrevista ao canal de televisão Russia Today, transmitida esta quinta-feira, Al-Assad disse que favorecia as negociações com as Forças Democráticas da Síria (FDS), mas “se isso não funcionar, vamos libertar os territórios pela força”.
No final de abril, iniciaram-se confrontos entre as forças do regime sírio e os combatentes das FDS na província de Deir-Ezzor, rica em petróleo, que esteve anteriormente nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI).
A província havia sido objeto de uma corrida entre as forças do regime de Al-Assad, apoiadas pela Rússia, e as FDS, apoiado pela coligação internacional liderada por Washington, cada um tentando superar o seu rival.
Hoje, Bashar al-Assad controla a cidade de Deir-Ezzor, capital da província de mesmo nome, mas também toda a margem ocidental do rio Eufrates, enquanto as FDS estão estacionadas na costa oriental.
Bashar al-Assad afirmou ainda que um confronto direto entre a Rússia e os Estados Unidos foi evitado na Síria, um país devastado pela guerra em que as duas grandes potências estão envolvidas.
Estivémos perto de um confronto direto entre as forças russas e norte-americanas e, felizmente, isso foi evitado”, declarou al-Assad, que falou inglês durante a entrevista.
Desencadeado em 2011 pela repressão do regime às manifestações pacíficas pró-democracia, o conflito na Síria tornou-se mais complexo ao longo dos anos com o envolvimento de países estrangeiros e grupos extremistas, resultando hoje num território fragmentado.
O conflito já matou mais de 350.000 pessoas e gerou milhões de deslocados e refugiados.

Colisão entre duas viaturas mata dez pessoas no sul de Moçambique


1
O acidente ocorreu na aldeia Três de Fevereiro, na província de Gaza, pelas 20h00 de quarta-feira e terá sido causado por uma ultrapassagem irregular e excesso de velocidade.
RICARDO BERNARDO/LUSA
Autor
  • Agência Lusa
Uma colisão entre duas viaturas provocou dez mortos no sul de Moçambique, na estrada nacional 1 (EN1), principal via do país, anunciaram as autoridades.
O acidente ocorreu na aldeia Três de Fevereiro, na província de Gaza, pelas 20:00 de quarta-feira e terá sido causado por uma ultrapassagem irregular e excesso de velocidade, disse fonte policial citada hoje pela Televisão de Moçambique (TVM).
Os dois condutores morreram no local e, além dos dez mortos (sete homens e três mulheres), houve quatro feridos graves que se encontram hospitalizados.
As imagens da TVM mostram dois carros totalmente destroçados.
A EN1 esteve cortada nos dois sentidos durante duas horas após o acidente.

Detidos supostos consumidores de drogas em Maputo

Detidos supostos consumidores de drogas em Maputo
PDF
Versão para impressão
Enviar por E-mail
Destaques - Newsflash
Escrito por Redação  em 31 Maio 2018
Share/Save/Bookmark
Quatro cidadãos de pouca idade, dos quais uma mulher, estão a contas com as autoridades policiais da cidade de Maputo, acusados de posse e consume de cannabis sativa, vulgarmente conhecida por soruma.
Os indiciados, detidos nos bairros do Aeroporto e Jardim, foram surpreendidos na posse de quantidades não especificadas daquele tipo de droga e seringas que supostamente usavam para injectar outro tipo de estupefaciente pesado.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) na capital do país disse que a neutralização dos suspeitos ocorreu durante uma rusga nos locais considerados propensos ao consumo e comercialização de estupefacientes.
Um dos acusados, identificado pelo nome de L. Narciso, admitiu que consome soruma já há algum tempo. Porém, aquando da sua detenção, na casa de onde foi levado pela Polícia, pretendia apenas visitar um amigo. “Nessa casa não se vende droga (...)”
O referido companheiro, que responde pelo nome de H. Tomás, negou categoricamente ser consumidor de drogas.
Segundo ele, o facto de brincar com gente que consome estupefaciente não significa que ele também o faça.
Por sua vez, a miúda igualmente suspeita de consumo do mesmo tipo de estupefaciente, cujo nome não apurámos, declarou-se inocente e argumentou que vive na residência onde foi presa pelos agentes da lei e ordem, mas “eu não consumo soruma. Nunca consumi”.
Segundo ela, os seus familiares vendem com frequência este tipo de droga para várias pessoas do bairro. Na altura em que ela foi recolhida aos calabouços não trazia nada que a associasse ao consumo de drogas.

Al Shabaab moçambicano reivindica em vídeo ataques em Cabo Delgado

PDF
Versão para impressão
Enviar por E-mail
Destaques - Nacional
Escrito por Adérito Caldeira  em 31 Maio 2018
Share/Save/Bookmark
Um grupo de cinco homens com vestes civis, turbante cobrindo a cara e empunhado fuzis de assalto Avtomat Kalashnikov modelo de 1947 (AK47) aparecem num vídeo divulgado pelas redes sociais reivindicado a autoria dos ataques que aterrorizam o Norte da província de Cabo Delgado.
No vídeo divulgado pela Televisão de Moçambique nesta quarta-feira 30 um dos homens, aparentemente o líder, afirma que: “Hoje estivemos em Mocímboa da Praia, e a iniciativa nós começamos assim aos poucos mas insha Allah acreditamos que Allah vai nos ajudar, porque como ele disse (palavras em árabe)”.
“ Allah vai nos dar apoio, não precisamos de apoio de ninguém porque somos capazes. Mas porque nós já iniciamos assim, insha Allah confiamos nele e Allah sempre nos estará a olhar”, acrescenta o homem que, segundo com a televisão pública, será um dos membros do movimento denominado Al Shabaab que tem protagonizado ataques a civis e enfrentado as Forças de Defesa e Segurança desde Outubro de 2017.
Apesar de aparentemente defenderem a ideologia islâmica um estudo de académicos moçambicanos sobre o grupo constatou que estes homens embora tenham propaganda baseada na recuperação dos valores tradicionais do islão, o islão actualmente praticado nas mesquitas dos distritos do Norte da província de Cabo Delgado “está degradado por isso eles entram nas mesquitas calçados e munidos de armas brancas, acabando por criar os seus próprios espaços de culto”.
O Sheik Saide Habibe, co-autor a par de João Pereira e de Salvador Forquilha, afirmou no lançamento do estudo, no passado dia 22, que este movimento apregoa o não reconhecimento da estrutura do Estado e a implantação da sharia da maneira como eles concebem.
“Acabar com a relação do Estado com as lideranças das mesquitas e impedir a educação formal das crianças e substituí-la por uma educação corânica, mudar atitudes e comportamentos das mulheres em termos de indumentária, para eles qualquer muçulmano, principalmente aqueles líderes religiosos estão na linha de fogo, são principais alvos deles”, aprofundou Saide Habibe.