É doente de Huntington, tem 37 anos, e dá o seu testemunho ao Expresso em vésperas de o Parlamento apreciar propostas para a despenalização da eutanásia. "Na qualidade de cidadã, que paga impostos, quero que me concedam o direito à morte com dignidade. E sem dor.”
Tossir não é um ato banal. Comer arroz cru também não. O primeiro representa o medo de morrer engasgada. O segundo algo que “adora” e sabe que só poderá fazer por mais algum tempo. Mas há seis anos que a vida de Joana Silva, 37 anos, deixou de ser banal.
Mudou no dia em que a ciência lhe confirmou aquilo que ela já suspeitava, que tinha herdado do pai a doença de Huntington, uma patologia degenerativa do sistema nervoso central. “Foram seis meses à espera da consulta para fazer o teste, acabou por ser o mais penoso.” Não que o diagnóstico não lhe tenha doído. Era a confirmação de um futuro que vivia no presente, através do pai. Através do “sofrimento imenso” que se apoderou do corpo dele e o transformou numa pessoa que ela não reconhecia.
Aquele diagnóstico foi a certeza de que chegará o dia em que não se irá reconhecer. “Não quero viver quando já não for eu. Nem ter uma morte lenta. Sofro de uma doença degenerativa, incurável. O meu cérebro vai começar a morrer e os meus comportamentos vão alterar-se. Vou ficar com descoordenação motora, vou deixar de conseguir falar, de conseguir andar, de conseguir comer. Os meus músculos vão morrer... Isto se não morrer engasgada, porque ficarei com disfagia, dificuldade em engolir, ou com uma pneumonia.”
Mudou no dia em que a ciência lhe confirmou aquilo que ela já suspeitava, que tinha herdado do pai a doença de Huntington, uma patologia degenerativa do sistema nervoso central. “Foram seis meses à espera da consulta para fazer o teste, acabou por ser o mais penoso.” Não que o diagnóstico não lhe tenha doído. Era a confirmação de um futuro que vivia no presente, através do pai. Através do “sofrimento imenso” que se apoderou do corpo dele e o transformou numa pessoa que ela não reconhecia.
Aquele diagnóstico foi a certeza de que chegará o dia em que não se irá reconhecer. “Não quero viver quando já não for eu. Nem ter uma morte lenta. Sofro de uma doença degenerativa, incurável. O meu cérebro vai começar a morrer e os meus comportamentos vão alterar-se. Vou ficar com descoordenação motora, vou deixar de conseguir falar, de conseguir andar, de conseguir comer. Os meus músculos vão morrer... Isto se não morrer engasgada, porque ficarei com disfagia, dificuldade em engolir, ou com uma pneumonia.”
Leia o testemunho na íntegra na edição deste sábado do Expresso. A versão digital pode ser lida AQUI.
Joanna Oliveira Parece-me que muita gente pensa que a partir do momento em que a morte assistida seja despenalizada ou legalizada, passa a ser obrigatória. Não, pessoas. É só uma opção. Ninguém obriga ninguém a se matar, mas quem é contra também não deve poder obrigar outro a não o fazer. Só cada um sabe de si...
E já agora também aproveito para dizer que eutanásia não é o contrário de cuidados paliativos. Se houver um, não há o outro? Não! São procedimentos complementares, essenciais para um fim de vida digno, qualquer que seja a maneira como escolhemos que esta acaba.
GerirE já agora também aproveito para dizer que eutanásia não é o contrário de cuidados paliativos. Se houver um, não há o outro? Não! São procedimentos complementares, essenciais para um fim de vida digno, qualquer que seja a maneira como escolhemos que esta acaba.
Fernando Cabrita Moreira Luis Silva A eutanásia já é prática corrente há muitos anos, tal como foi o aborto...
Gerir
João de Oliveira Luis Silva, macabra porquê? A decisão cabe à pessoa e é uma opção da mesma ... não da família nem dos cuidadores ...
Gerir
João de Oliveira Ana Filipa Almeida, pois é, mas a Cristas diz isso ou por ignorância ou porque quer propositadamente confundir as pessoas ... ela é cínica e falsa ... só acredita nela quem for tolo.
Gerir
Aida Varela Varela Colocar-se no lugar do outro é um exercício que todos devemos fazer.trabalho diariamente com pessoas com estas dificuldades e com mais idade e vejo o sofrimento,as limitações e pergunto: será isto vida? Se sou a favor da eutanásia ainda não tenho decisão formada, mas enquanto pessoa livre gostaria de numa situação difícil poder decidir o que fazer...
Gerir
Ivete Oliveira Marisol da Mata ninguém se consegue colocar no lugar de ninguém, perante a morte .
Gerir
José Albertino Oliveira A Suíça é um sítio irrepreensívelmente higiénico e acético.
Nada que incomode os outros é permitido por quem lá manda estabelece a ordem: não há lá casas velhas; nem buracos nas ruas; nem pobres a pedir; nem lixo em lado nehum; nem solidariadade com ninguém; nem tempo a perder com os outros (a não ser para ajudar na sua eliminação).
É um sítio demasiado branco.
É um sítio onde o cheiro a vida não existe.
Não quero ir à Suiça.
GerirNada que incomode os outros é permitido por quem lá manda estabelece a ordem: não há lá casas velhas; nem buracos nas ruas; nem pobres a pedir; nem lixo em lado nehum; nem solidariadade com ninguém; nem tempo a perder com os outros (a não ser para ajudar na sua eliminação).
É um sítio demasiado branco.
É um sítio onde o cheiro a vida não existe.
Não quero ir à Suiça.
Atena Rodrigues Em vez ê um paraíso ... e a vida é muitooooooo mas muitooooooo colorida !!💐🌹🌷🌺
Gerir
João de Oliveira Sabem quem e quando foi a primeira pessoa que foi documentada eutanásia? ... pois é, foi Jesus Cristo ... Ele escolheu morrer, ele escolheu quando, ele escolheu como, ele escolheu quem o iria assistir ... Ele escolheu tudo isso de forma consciente e voluntária ... e isso é Eutanásia...
Gerir
Bruno Alves ? Explique ? O que é a falta de dignidade?
Existem liberdades mais dignas ou menos dignas?
A escolha é individual essa dignidade está subjacente na escolha.
O que é digno para um não o é para outro...
A sua dignidade e superior à minha?
A sua verdade é superior à minha?
O seu direito e superior ao meu?
GerirExistem liberdades mais dignas ou menos dignas?
A escolha é individual essa dignidade está subjacente na escolha.
O que é digno para um não o é para outro...
A sua dignidade e superior à minha?
A sua verdade é superior à minha?
O seu direito e superior ao meu?
Eva Ascenção Bruno tenho familiares e amigos que se suicidaram. Acredite, nenhum saiu deste mundo de forma digna. Nenhum deu dignidade aos familiares que os encontraram...todos penaram ainda um pouco antes de morrer sofrendo imensamente e fazendo sofrer a todos os que estavam á sua volta.
A morte é feia, vai ser sempre, o aborto também, mas a escolha passa por dar às pessoas as ferramentas para fazer com dignidade e em segurança (para todos) aquilo que iriam fazer em perigo e (normalmente com altos custos e sofrimento) de qualquer outra forma.
GerirA morte é feia, vai ser sempre, o aborto também, mas a escolha passa por dar às pessoas as ferramentas para fazer com dignidade e em segurança (para todos) aquilo que iriam fazer em perigo e (normalmente com altos custos e sofrimento) de qualquer outra forma.
Rosa Gomes Ferreira O facto de irmos morrer já é horrivel, com sofrinento ainda pior, portanto acho que devia ser um direito da pessoa escolher uma morte mais suave e digna...eu voto SIM!!!
Gerir
Iria Martins Bom vou comentar, por experiência própria, a minha mãe faleceu com cancro nos intestinos, foi operada, durante o tempo que esteve com tratamentos sofreu "horrores",metida numa cama durante meses, e nós, impotentes sem nada podermos fazer senão,trata-lá o melhor que pudemos. Eu, se tiver que passar por esta situação de saúde, não quero sofrer assim. Eu quero para mim ,a eutanásia..
Gerir
Marta Vidal Os animais são eutanásiados para lhes abreviar o sofrimento. Porque achamos que não merecem sofrer quando não há cura, mas as pessoas têm de sofrer mesmo não havendo cura. Há que sofrer da doença e de não poder portermo à vida. Há coisas que não percebo. Só quem passa por elas....
Gerir
Marta Vidal Ainda estou para perceber porque é que alguém proíbe ou deixa de proibir algo que não lhe diz respeito. O aborto, p.ex a única pessoa a quem compete decidir é aquela que está grávida da mesma maneira que só quem quer por fim ao sofrimento de maneira digna e refletida é que pode decidir.
O que vale é que a Suíça e a Bélgica já perceberam isso.
GerirO que vale é que a Suíça e a Bélgica já perceberam isso.
Luis Fidalgo Para haver eutanásia tem de haver alguém que a pratique . Não está em causa só a vontade de um doente . É o próprio que a prática ? É um familiar ? É um médico ou enfermeiro ? O estado deve proporcionar essa hipótese de a pessoa morrer sem sofrimento . Mas os profissionais de saúde se recusarem a praticar ?
Gerir
António Batista Qualquer profissional de saúde pode invocar objecção de consciência nos actos que não estiver disposto a fazer por razões éticas ou religiosas.
Gerir
Luis Fidalgo já sei isso . Se na pior das hipóteses houver em todos os profissionais de saúde objeção de consciência , quem a pratica ? A própria pessoa ? Alguém familiar ?
Gerir
Jorge Vieira mesma situação do aborto. houve e há médicos objetores de consciência. mas há outros tantos que aceitam. não podemos assumir que 100% da classe será contra só porque o Luis pensa no pior cenário possível
Gerir
Vera Marina Gomes A Sra é livre da sua opinião como todos os outros da sua , mas deixe me só dizer lhe que a eutanásia é uma opção para quem sofre anos e anos de desespero e famílias destruídas, também não compreendia até que várias vezes e ,com a minha profissão forçosamente , consigo agora ter outra opinião. O direito à morte e vida dignas è indispensável .
Gerir
Ivete Oliveira Vera Marina Gomes assuntos pessoais que eu não devia chamar ao FB.
Peço desculpa e vou parar de falar deste assunto
Incomoda-me e é muito melindroso
GerirPeço desculpa e vou parar de falar deste assunto
Incomoda-me e é muito melindroso
Ângela Costa Lamento muito e não imagino o seu sofrimento, contudo, está a pedir algo cruel aos outros, que depois vão ter de viver com isso o resto das suas vidas.
Além do mais, se matarmos todas as pessoas com doenças degenerativas como haveremos de encontrar curas para as doenças?
GerirAlém do mais, se matarmos todas as pessoas com doenças degenerativas como haveremos de encontrar curas para as doenças?
Helena Isabel Angela Costa
Que confusão vai aí na sua cabeça.
A familia dos doentes sofrem imenso quando veem um familiar ou um amigo a sofrer, isso sim faz sofrer o resto da vida porque são imagens que não saiem do nosso pensamento nunca mais. É uma dor para o resto da vida.
Ninguém mata ninguem apenas se criam as melhores condições para que alguém morra com dignidade e sem sofrimento.
Quanto a estudarem para aprenderem do-e o seu corpo para estudos quando morrer e em vida também pode participar em estudos, inscreva-se.
GerirQue confusão vai aí na sua cabeça.
A familia dos doentes sofrem imenso quando veem um familiar ou um amigo a sofrer, isso sim faz sofrer o resto da vida porque são imagens que não saiem do nosso pensamento nunca mais. É uma dor para o resto da vida.
Ninguém mata ninguem apenas se criam as melhores condições para que alguém morra com dignidade e sem sofrimento.
Quanto a estudarem para aprenderem do-e o seu corpo para estudos quando morrer e em vida também pode participar em estudos, inscreva-se.
Ângela Costa cruel não será a senhora que apenas lhe dá como opção a eutanásia? sabe que a ciência evoluiu graças às "cobaias" como lhe chamou? eu não lhes chamo assim, porque ninguém é obrigado, são voluntários... Graças a muitas pessoas que se voluntariaram hoje temos a vida facilitada para muitas doenças.... Um bem haja a essas "cobaias" que já cá não estão!
Que essa senhora consiga encontra paz e felicidade no meu de tão terrível diagnóstico e a senhora deixe de apontar o dedo, não me conhece de lado nenhum, não sabe a minha vida...
GerirQue essa senhora consiga encontra paz e felicidade no meu de tão terrível diagnóstico e a senhora deixe de apontar o dedo, não me conhece de lado nenhum, não sabe a minha vida...
David Silva Entendo onde quer chegar, mas está a esquecer-se de pesar tempo de evolução científica vs progresso da doença.
Não se procuram curas em pessoas. Os testes são feitos primeiramente em ambientes controlados com outros animais e só uns anos depois as pessoas que assim o entendem são submetidas a testes.
Contrariamente ao que acha, este é um processo muito demorado que pessoas que hoje vivem com uma doença que ainda não conseguimos curar têm de passar a vida em agonia na esperança que um dia apareça a cura para uma doença. Dependendo da doença e do estado de evolução, isso pode não ser uma opção.
GerirNão se procuram curas em pessoas. Os testes são feitos primeiramente em ambientes controlados com outros animais e só uns anos depois as pessoas que assim o entendem são submetidas a testes.
Contrariamente ao que acha, este é um processo muito demorado que pessoas que hoje vivem com uma doença que ainda não conseguimos curar têm de passar a vida em agonia na esperança que um dia apareça a cura para uma doença. Dependendo da doença e do estado de evolução, isso pode não ser uma opção.
João de Oliveira Ângela Costa, a pessoa está em sofrimento extremo, não há possibilidade de cura ... a Sra acha então que se deve continuar a fazê-la sofrer porque ela pode servir para ser estudada ?
Sabia quem fez isso ? Pois é, foram os Nazis...
A eutanásia é apenas possível em condições especiais e por decisão da própria pessoa dada de forma consciente e validade essa consciência por médicos ...
Você não acha que prolongar o sofrimento extremo até que a pessoa morra também faz sofrer quem está é é próximo ? Não acha que isso é mais cruel que deixar a pessoa morrer com dignidade e sem sofrer?
GerirSabia quem fez isso ? Pois é, foram os Nazis...
A eutanásia é apenas possível em condições especiais e por decisão da própria pessoa dada de forma consciente e validade essa consciência por médicos ...
Você não acha que prolongar o sofrimento extremo até que a pessoa morra também faz sofrer quem está é é próximo ? Não acha que isso é mais cruel que deixar a pessoa morrer com dignidade e sem sofrer?
Sonia Americano Eu sou 100 % favor tenho esse doença degenerativa da parte do meu pai 😣 vi o meu pai sofrer com todas essas palavras que a senhora disse durante 11anos, somos 5 irmãos infelizmente todos temos a doença, e minha irmã mais velha começou tinha 40 anos agora tem 53 com todo o sofrimento que me pai😣o meu irmão começou com 45 tem agora 50 todo o fofrimento é toda uma família destruída e somos mas três que vamos pelo mesmo caminho se até lá alguém resistir não tirar a vida antes depois de ver tanto mas tanto fofrimento daqueles que tanto ama
Gerir
Carlos Afonso ,,, Acho muita graça a estas modernices. Desde todos os tempos remotos, sempre houve quem quisesse pôr termo à vida "matar-se" por este ou por aquele motivo, e outros que queriam viver a vida. Deixem o cidadão decidir, não o atrapalhem. Pois se a vida é de cada um e nada mais,,,!!!
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