quinta-feira, 31 de maio de 2018

E O POVO, O “PATRÃO”, NADA DIZ, NADA FAZ?

Terroristas
O Jornal da Noite de Ontem da STV abriu o noticiário com a nota de que pelo menos 12 pessoas foram mortas por terroristas no Distrito de Palma em Cabo Delgado.
Foi a primeira vez nos tempos recentes que me recorde em que um órgão de comunicação social nacional usou o termo terrorismo para descrever um acto 'terrorista' que aconteceu no país. A palavra 'terrorismo' em si continua a ser um termo ambíguo, vago. Cada país e cada bloco regional possui seus critérios para classificar grupos de terroristas.
O recém conflicto militar entre as forças do governo e da Renamo foi exemplo disso. Os actos protagonizados por qualquer uma das partes em certos momentos foram qualificados pelos mídias de bandidagem, mas nunca de terrorismo.
O termo terrorista em si constitui uma barreira e não uma auxílio que nos ajude a perceber o fenómeno. Neste momento em que todos procuramos compreender o que está se a passar em Cabo Delgado, devíamos deixar as pessoas caracterizarem o fenómeno a sua maneira, e a comunicação social devia abster-se de classificar e reservar-se a reportar os factos apenas.
Classificar o acto de terrorismo pode sem dúvidas originar pânico desnecessário, principalmente quando se trata de uma situação que pode ser facilmente controlada. Um pouco por todo o mundo, o termo terrorismo é usado pelos governos para justificar a implementação de novas políticas algumas das quais que atentam contra a liberdade de pessoas. Outros usam-no como pretexto para adquirir armamento, etc. Então, não vamos complicar ainda mais as coisas.

Palma sob terror

Na província de Cabo Delgado 
Nyusi e Frelimo entretidos com a festa do aniversário do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, realizado em Matchedje.
Comissão Política do partido Frelimo não se pronuncia sobre o terror em Palma, estando ocupada a tratar dos preparativos da festa dos 50 anos do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique.
Enquanto na imprensa internacional se noticia com preocupação a acção macabra do grupo terrorista não identificado que matou dez pessoas à catanada, no dia 27 de Maio, em Palma, mais precisamente na aldeia “25 de Junho” e na aldeia de Monjane, as autoridades nacionais continuam em silêncio. O Conselho de Ministros esteve reunido, na terça-feira, mas não abordou o assunto, e nenhum dirigente do Estado se pronunciou publicamente sobre os acontecimentos em Palma. Na quarta-feira, Filipe Nyusi dirigiu a reunião da Comissão Política do partido Frelimo, a qual, segundo o comunicado que foi distribuído à imprensa no final, também não abordou a questão de Palma. 
Segundo o comunicado da Comissão Política do partido Frelimo, a reunião de quarta-feira abordou quatro assuntos: a aprovação, na generalidade e por unanimidade, da proposta da revisão da Constituição pela Assembleia da República; as deslocações de Filipe Nyusi às províncias de Sofala e Nampula, no quadro das visitas presidenciais; a participação da população nos locais visitados; os preparativos das cerimónias da passagem dos 50 anos da realização do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, que se vão realizar no dia 25 de Julho, no posto administrativo de Matchedje, distritode Sanga, província do Niassa. 
No comunicado não há qualquer referência aos dez moçambicanos que foram decapitados pelo grupo de terroristas que está a semear pânico na província Cabo Delgado, o que mostra algum desnorte do Governo e da Comissão Política do partido Frelimo. 
A Polícia informou, na terça-feira, através do porta-voz Comando-Geral, Inácio Dina, que foram mortos dez cidadãos, com recurso a catanas, e que, entre as vítimas, há dois adolescentes, com 15 e 16 anos de idade, que andavam à procura de ratazanas, que são utilizadas para alimentação. 
Segundo a Polícia, os ataquesocorreram em aldeias diferentes. Cinco vítimas, incluindo os dois adolescentes, foram atacadas na aldeia “25 de Junho”. As outras cinco vítimas foram atacadas na aldeia de Monjane. A Polícia diz que reforçou o efectivo nas duas aldeias e nos arredores e que está no encalço dos autores dos ataques. Disse também que a vida está a voltar à normalidade nas duas aldeias. 
CANALMOZ – 31.05.2018
NOTA: Absoluta insensibilidade da Frelimo e do Governo moçambicano. Que diferença entre o que se passou na Bélgica e o que se passa em Moçambique. Segundo Matsinhe na “Frelimo era uso fuzilar”, pelo que a insensibilidade demonstrada não é de admirar, desde que “eles” continuem no bem bom! E O POVO, O “PATRÃO”, NADA DIZ, NADA FAZ?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

1 comentário:

Anónimo disse...

O Segundo congresso da Frelimo decorreu no Niassa, mas não chegou ao fim.
A força aérea portuguesa na época bombardeou e os participantes do congresso dispersaram-se.
misteriosamente apareceram conclusões do 2º Congresso mais tarde o que é falsificação.
Praticamente não houve o 2º Congresso.