Aos 18 anos, ingressou no exército e esteve nas guerras da Tchechénia. Foi jornalista e crítico de Putin. Interrompeu a carreira para ser taxista. Foi dado como morto num dia e apareceu vivo no outro.
A mulher estava na casa de banho quando ouviu disparos. Saiu eencontrou o marido numa poça de sangue, no chão do seu apartamento em Kiev, capital da Ucrânia. Foi baleado nas costas com um tiro fatal. A mulher chamou as autoridades. O marido morreu a caminho do hospital. Deixou sete filhos adotivos. Arkady Babchenko, jornalista e forte crítico do presidente russo, Vladimir Putin, foi dado como morto. E a morte foi imediatamente encarada como suspeita: Babchenko, de 41 anos, seria o quinto jornalista crítico do presidente russo a ser assassinado em Kiev, nos últimos anos.
Esta foi a história produzida e reproduzida esta terça-feira por jornais de todo o mundo. Um dia depois, Babchenko “renasceu das cinzas”, como escreve esta quarta-feira o jornal The Moscow Times. É que falsa morte do jornalista russo fazia parte de uma operação especial ucraniana supostamente para impedir um plano dos russo para matar o jornalista. Na conferência de imprensa que tinha como objetivo esclarecer os contornos da sua alegada morte, Babchenko emocionou-se: “Queria pedir desculpa à minha mulher pelo inferno que ela tem passado”.
Obrigado a sair da Rússia, acabou em Kiev a apresentar um programa de televisão
Ameaças pessoais e a alguns familiares fizeram com que Babchenko se visse obrigado a deixar a Rússia, de onde era natural. Em fevereiro de 2017, foi viver para Praga. Depois para Israel. Acabou por mudar-se, em agosto, para Kiev.
As ameaças e a mudança de país não foram suficientes para calar Babchenko. Em Kiev, o jornalista teve um programa de políticano canal de televisão ATR. O “Prime: Babchenko” era também transmitido online. Nele, o jornalista criticava abertamente o governo russo. Enquanto esteve em Kiev, Babchenko também escrevia textos de opinião para o site do jornal russo Novoye Vremya e para o jornal online Ukrainska Pravda. Também nos textos de opinião, Babchenko não se inibia de criticar o governo do presidente russo.
Militar aos 18 anos, duas guerras da Tchechénia e uma pausa para estudar Direito
Aos 18 anos, ainda longe de se tornar jornalista, Babchenko já estava a servir o exército na Primeira Guerra da Tchechénia — que tinha começado em 1994 e viria a prolongar-se até 1996. Não ficou por ali. Em 1999, esteve na Segunda Guerra da Tchechénia. Foi operador de comunicações, um elemento da infantaria mecanizada e ainda comandante das tropas de lançamento de granadas. Desta vez, tinha sido o próprio Babchenko que contactou as Forças Armadas russas para ser voluntário numa operação de contra-terrorismo.
Antes do início da Primeira Guerra da Tchechénia, Babchenko tinha sido transferido para a reserva militar em 1997 e aproveitou esse período para estudar direito na Universidade Moderna de Humanidades de Moscovo. Obteve o grau de bacharel em Jurisprudência e Direito Internacional.
Tal como tinha acontecido no final da Primeira Guerra da Tchechénia, depois de participar na Segunda, em 2000, Babchenko foi transferido novamente para a reserva militar. Este período não o levou a estudar mas a começar uma carreira no jornalismo.
De jornalista a taxista e (novamente) a jornalista. O grande crítico do governo de Putin
As experiências que viveu nas guerras e no exército viriam a ser contadas no livro que publicou em 2006. Um livro de memórias, intitulado “One Soldier’s War”, em que Babchenko denunciou o quotidiano perigoso de um soldado na linha da frente do conflito na Tchechénia.
Enquanto jornalista, foi correspondente de guerra para vários jornais, revistas e canais de televisão. A sua carreira não foi linear, interrompeu-a durante vários anos para se tornar taxista.
Mas acabou por voltar, como correspondente de guerra. Desta vez, para o jornal russo Novaya Gazeta. Acompanhou a guerra entre a Geórgia e a Rússia, durante agosto de 2008. No trabalho que foi fazendo, nunca deixou de ser um forte crítico de Vladimir Putin e da intervenção militar da Rússia na Ucrânia e na Síria.
Processo por incentivar protestos e o escândalo do post no Facebook
Para Babchenko, as mortes da queda do Tu-154, um avião militar russo que se despenhou no final de 2016 no Mar Negro, não mereciam ser lamentadas. A bordo estavam mais de 60 membros do Ensemble Alexandrov — um coro e grupo de dança do exército russo. O jornalista escreveu a sua opinião numa publicação na sua página do Facebook que foi muito criticada e esteve na base da razão para a sua saída da Rússia: de alvo de polémica, Babchenko tinha passado a ser alvo de ameaças.
O post no Facebook foi o culminar de anos de polémica. Em 2012, Babchenko já tinha sido processado por incentivar a população a fazer protestos contra os resultados das eleições de 2011. Em causa estava uma publicação que fez na altura com possíveis estratégias para os protestos que já estavam a acontecer na Rússia, no âmbito do movimento “Por eleições justas”. Desde então, o jornalista passou a afirmar ter sido alvo de espionagem internacional.
Skeleton unearthed of man crushed by huge rock in Vesuvius eruption
Block of stone violently thrown up by volcanic cloud fell on to victim, Pompeii archaeologists say
Officials at the Pompeii archaeological site have announced the discovery of the skeleton of a man crushed by an enormous stone while trying to flee the eruption of Mount Vesuvius in 79 AD.
Pompeii officials on Tuesday released a photograph showing the skeleton protruding from beneath a large block of stone that may have been a door jamb which had been “violently thrown by the volcanic cloud”.
The victim, who was estimated to be over 30, had his thorax crushed. Archaeologists have not found the victim’s head. Officials said the man had suffered from a leg infection that may have caused walking difficulties and thus impeded his escape.
The archaeological site’s general director, Massimo Osanna, called it “an exceptional find” that contributes to a better “picture of the history and civilisation of the age”.
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