Marcelo Mosse adicionou 3 fotos novas.
1.CIP
Fundado em 2005 num contexto em que a corrupção já era um problema profundo no Estado e na sociedade, o Centro de Integridade Pública afirma-se como uma organização vanguardista na denúncia da corrupção e na promoção da integridade. Com uma produção profícua, entre estudos e ações de advocacia, a organização se tornou uma incontornável ferramenta de interesse público.
Sua intervenção abrange sectores relevantes como a industria extractiva e as finanças públicas, e temáticas fulcrais como o procurement público e o conflito de interesses, tendo como eixo comum a anticorrupção e a probidade pública, elevando a consciência cívica nessas matérias e estimulando a transparência e a reação penal onde elas são necessárias, como foi em 2016 no caso da dívida oculta. Sua atuação nesta matéria foi incisiva e decisiva para a criação de uma consciência social de rejeição da corrupção, um fenómeno que atrasa o desenvolvimento e perpetua a pobreza, com custos tremendos para o bem público, como o próprio CIP demonstrou este ano com um estudo seminal em parceria com o Christian Michelson Institute.
2.Carlos Serra Júnior:
O jurista ambientalista já dava cartas quando era um dos esteios da sociedade civil na defesa da boa governação ambiental. Sua marca de água assenta na perspicácia e na persistência sem limite. Seu mote é fazer as coisas acontecer. E levar as pessoas a tomarem acção em prol da causa ambiental. Há poucos anos, deixou a sociedade civil onde era mal compreendido e estava se embrenhando no sector privado quando foi convidado para colaborar no MITADER. Não abandonou sua operação contra o lixo e contra os cacos, uma façanha que arrastou aderentes e suscitou réplicas em muitos lugares deste país. No Mitader ele é a face mais visível de uma equipa que se tem destacado por suas acções incisivas contra a depredação ambiental, com a caça furtiva e chacina florestal como os principais alvos. A aprovação de uma Lei que desincentiva a exportação de madeira processada, através de uma sobretaxa, foi um grande feito em 2016. Não foi um feito isolado do Carlos mas é difícil fazer vista grossa ao seu papel dinamizador. Há pessoas especiais, mobilizadoras, cativantes e empenhadas na justiça ambiental e ninguém pode retirar estes atributos ao Carlos.
3. Bolsa de Mercadorias de Moçambique
Muitos não a conhecem
mas a criação de uma Bolsa de Mercadorias foi uma decisão acertada do Governo, sobretudo porque ela tem o potencial de dinamizar a comercialização agrícola. E é isto que vem acontecendo, em poucos anos, sob a batuta do jurista António Grispos, que abandonou uma carreira já firmada de gestor sénior na banca comercial. Em pouco tempo, a BMM tem ajudado no aumento dos rendimentos de produtores (como no caso doa arroz em Gaza). Em 2016, a BMM introduziu um produto novo: o Sistema de Certificado de Depósito, que permite que o depositante de cereais pode, após o depósito em unidades de armazenamento geridas pela BMM, ter acesso a um crédito bonificado de até 70% do valor depositado, resolvendo o grande problema financiamento à agricultura neste país. Ou seja, agricultura e comercialização passam a ser financiáveis, com taxas de juros bonificadas. E os camponeses podem agora esperar por melhor altura para vender o seu produto e não apenas na época da colheita onde o preço é mais baixo. O aumento dos preços aos produtores e aos comerciantes locais, nalgumas regiões de Moçambique, é um dos resultados da atuação da BMM, efeito directo da reduçao da assimetria de informação, pondo diretamente produtores em linha com compradores, eliminando alguns monopsónios locais. O grande desafio é fazer a ligação entre nossos mercados de cereais com os do estrangeiro. Isso seria ouro sobre azul. Uma experiência que está ser testada é com a Índia. A BMM é de grande utilidade para o futuro de Moçambique.
PS: Declaração de interesse: Sou membro fundador do CIP, pertenço aos seus órgãos sociais mas não exerço lá nenhuma função deste que deixei o cargo de Diretor Executivo.
Legenda: Na primeira imagem, Jorge Matine, pesquisador do CIP interpelando a Comissao Parlamentar do Orçamento.
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80 Edmundo Galiza Matos, El Patriota e 78 outras pessoas
Comentários
Nairinho Mabote Dúvida: O CIP tem financiadores ou patrocinadores? Quem são?
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Marcelo Mosse Se visitar a página do CIP, consta la a lista dos seus parceiros.....
Nidas de Oliveira Confesso que pouco sabia sobre a BMM.
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Bruno de Mello Muito interessante, parabéns. ..
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Yussuf Adam O CIP nao e autosustentavel..... Vive de doacoes... E um Lazaro que vive a custa dos Messias... Empresa privada disfarcada de organizacao colectiva, sem lucros_, pergunto. Faz um bom trabalho mas tem que dar o salto....
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Marcelo Mosse O que é ser sustentável? Confesso que este é um debate falso. Indica-me uma organizacao da sociedade civil lá do ocidente que é auto-sustentavel. Nenhuma. Todas vivem de doacoes....todas...... o problema é que enquanto nosso sector privado for fraco, nossas ONGs vao depender de doadores extrernos, ocidentais, os mesmos que doam edinheiro ao nosso Governo (bom agora estao em greve).....ONG internacionais como a Transparencia Internacion, a Save The Children vivem de doacoes....Grandes organizaoes independentes como o the intercept, que faz jornalismos sem fins lucrativos, vivem de doacoes....
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António FranciscoYussuf Adam, as Organizacoes da Sociedade Civil (OSC) são associações sem fins lucrativos, grosso modo sem receitas proprias e sobretudo sem poder compulsivo, por via legal, administrativo e juridico, como acontece com o Estado, para arrecadar receitas à força dos cidadãos. Por isso, a sua sustentabilidade financeira depende da sociedade, em geral, e dos seus actores principais, em particular. Infelizmente, em Moçambique o Estado contribui com menos de 5%, apenas; o sector privado nacional contribui com cerca de 20%; e o sector internacional, sobretudo doadores externos, contribuem com 75%. Sem um reforço do sector privado nacional não há como substituir o sector externo por um maior contributo nacional. Mas a configuração da economia nacional de modo algum é, ou pode ser, determinada pelas OSC. Tudo o resto sobre sustentabilidade, como diz Mosse, é conversa enganadora, ou mesmo malandra.
Yussuf Adam Bolsa de mercadorias..Temos tb que ver..E preciso ver a performance destas instituicoes, os custos, os beneficios, etc...
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Elsa Do Rego in short this org didi nothing othwerwise of fundos do estado estariam c algo valioso
1.CIP
Fundado em 2005 num contexto em que a corrupção já era um problema profundo no Estado e na sociedade, o Centro de Integridade Pública afirma-se como uma organização vanguardista na denúncia da corrupção e na promoção da integridade. Com uma produção profícua, entre estudos e ações de advocacia, a organização se tornou uma incontornável ferramenta de interesse público.
Sua intervenção abrange sectores relevantes como a industria extractiva e as finanças públicas, e temáticas fulcrais como o procurement público e o conflito de interesses, tendo como eixo comum a anticorrupção e a probidade pública, elevando a consciência cívica nessas matérias e estimulando a transparência e a reação penal onde elas são necessárias, como foi em 2016 no caso da dívida oculta. Sua atuação nesta matéria foi incisiva e decisiva para a criação de uma consciência social de rejeição da corrupção, um fenómeno que atrasa o desenvolvimento e perpetua a pobreza, com custos tremendos para o bem público, como o próprio CIP demonstrou este ano com um estudo seminal em parceria com o Christian Michelson Institute.
2.Carlos Serra Júnior:
O jurista ambientalista já dava cartas quando era um dos esteios da sociedade civil na defesa da boa governação ambiental. Sua marca de água assenta na perspicácia e na persistência sem limite. Seu mote é fazer as coisas acontecer. E levar as pessoas a tomarem acção em prol da causa ambiental. Há poucos anos, deixou a sociedade civil onde era mal compreendido e estava se embrenhando no sector privado quando foi convidado para colaborar no MITADER. Não abandonou sua operação contra o lixo e contra os cacos, uma façanha que arrastou aderentes e suscitou réplicas em muitos lugares deste país. No Mitader ele é a face mais visível de uma equipa que se tem destacado por suas acções incisivas contra a depredação ambiental, com a caça furtiva e chacina florestal como os principais alvos. A aprovação de uma Lei que desincentiva a exportação de madeira processada, através de uma sobretaxa, foi um grande feito em 2016. Não foi um feito isolado do Carlos mas é difícil fazer vista grossa ao seu papel dinamizador. Há pessoas especiais, mobilizadoras, cativantes e empenhadas na justiça ambiental e ninguém pode retirar estes atributos ao Carlos.
3. Bolsa de Mercadorias de Moçambique
Muitos não a conhecem
mas a criação de uma Bolsa de Mercadorias foi uma decisão acertada do Governo, sobretudo porque ela tem o potencial de dinamizar a comercialização agrícola. E é isto que vem acontecendo, em poucos anos, sob a batuta do jurista António Grispos, que abandonou uma carreira já firmada de gestor sénior na banca comercial. Em pouco tempo, a BMM tem ajudado no aumento dos rendimentos de produtores (como no caso doa arroz em Gaza). Em 2016, a BMM introduziu um produto novo: o Sistema de Certificado de Depósito, que permite que o depositante de cereais pode, após o depósito em unidades de armazenamento geridas pela BMM, ter acesso a um crédito bonificado de até 70% do valor depositado, resolvendo o grande problema financiamento à agricultura neste país. Ou seja, agricultura e comercialização passam a ser financiáveis, com taxas de juros bonificadas. E os camponeses podem agora esperar por melhor altura para vender o seu produto e não apenas na época da colheita onde o preço é mais baixo. O aumento dos preços aos produtores e aos comerciantes locais, nalgumas regiões de Moçambique, é um dos resultados da atuação da BMM, efeito directo da reduçao da assimetria de informação, pondo diretamente produtores em linha com compradores, eliminando alguns monopsónios locais. O grande desafio é fazer a ligação entre nossos mercados de cereais com os do estrangeiro. Isso seria ouro sobre azul. Uma experiência que está ser testada é com a Índia. A BMM é de grande utilidade para o futuro de Moçambique.
PS: Declaração de interesse: Sou membro fundador do CIP, pertenço aos seus órgãos sociais mas não exerço lá nenhuma função deste que deixei o cargo de Diretor Executivo.
Legenda: Na primeira imagem, Jorge Matine, pesquisador do CIP interpelando a Comissao Parlamentar do Orçamento.
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Nairinho Mabote Dúvida: O CIP tem financiadores ou patrocinadores? Quem são?
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Nidas de Oliveira Confesso que pouco sabia sobre a BMM.
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Bruno de Mello Muito interessante, parabéns. ..
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Yussuf Adam O CIP nao e autosustentavel..... Vive de doacoes... E um Lazaro que vive a custa dos Messias... Empresa privada disfarcada de organizacao colectiva, sem lucros_, pergunto. Faz um bom trabalho mas tem que dar o salto....
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Marcelo Mosse O que é ser sustentável? Confesso que este é um debate falso. Indica-me uma organizacao da sociedade civil lá do ocidente que é auto-sustentavel. Nenhuma. Todas vivem de doacoes....todas...... o problema é que enquanto nosso sector privado for fraco, nossas ONGs vao depender de doadores extrernos, ocidentais, os mesmos que doam edinheiro ao nosso Governo (bom agora estao em greve).....ONG internacionais como a Transparencia Internacion, a Save The Children vivem de doacoes....Grandes organizaoes independentes como o the intercept, que faz jornalismos sem fins lucrativos, vivem de doacoes....
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António FranciscoYussuf Adam, as Organizacoes da Sociedade Civil (OSC) são associações sem fins lucrativos, grosso modo sem receitas proprias e sobretudo sem poder compulsivo, por via legal, administrativo e juridico, como acontece com o Estado, para arrecadar receitas à força dos cidadãos. Por isso, a sua sustentabilidade financeira depende da sociedade, em geral, e dos seus actores principais, em particular. Infelizmente, em Moçambique o Estado contribui com menos de 5%, apenas; o sector privado nacional contribui com cerca de 20%; e o sector internacional, sobretudo doadores externos, contribuem com 75%. Sem um reforço do sector privado nacional não há como substituir o sector externo por um maior contributo nacional. Mas a configuração da economia nacional de modo algum é, ou pode ser, determinada pelas OSC. Tudo o resto sobre sustentabilidade, como diz Mosse, é conversa enganadora, ou mesmo malandra.
Yussuf Adam Bolsa de mercadorias..Temos tb que ver..E preciso ver a performance destas instituicoes, os custos, os beneficios, etc...
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Elsa Do Rego in short this org didi nothing othwerwise of fundos do estado estariam c algo valioso
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