sexta-feira, 28 de julho de 2017

Depois de derrota na saúde, Donald Trump refugia-se em discurso pela segurança


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Donald Trump fez um discurso rodeado de agentes das autoridades, onde voltou ao tema da segurança e da imigração. Declarou guerra aos gangues e pediu ao Congresso mais agentes fronteiriços.
"Isto são animais", disse Donald Trump, sobre o gangue MS-13
NICHOLAS KAMM/AFP/Getty Images

Num discurso que fez lembrar os tempos da sua campanha vitoriosa nas eleições presidenciais de 2016, Donald Trump fez esta sexta-feira um discurso rodeado de agentes da autoridades onde falou do combate contra o crime e o narcotráfico, apelando à detenção, prisão e deportação dos criminosos estrangeiros. O discurso, que já estava previamente agendado, aconteceu menos de 24 horas depois de o Congresso ter votado contra a abolição do Obamacare, um dos maiores objetivos políticos de Donald Trump, e um revés para a atual administração norte-americana.
O Presidente dos EUA centrou o seu discurso no gangue MS-13, que foi fundado na década de 1980 e que recentemente tem estado por trás de uma série de homicídios em Long Island, no estado de Nova Iorque, onde Donald Trump discursou esta sexta-feira. “Desde 16 de janeiro, pensem bem, membros do gangue dos MS-13 assassinaram brutalmente 17 vidas só em Long Island”, disse. “Eles fizeram uma matança com raparigas, raptam, extorquem e roubam. Eles perseguem crianças, perseguem as suas vítimas, batem-lhes com tacos, esquartejam-nos com catanas e esfaqueiam-nos com facas.” Referindo os seus métodos, Donald Trump disse: “Isto são animais”.

“Não é como antigamente”, diz, sobre os anos de Obama

“A política desta administração é desmantelar, dizimar e erradicar os MS-13 e qualquer outro grupo”, prometeu, com vários agentes fardados nas costas, como pano de fundo. “Nós estamos convosco, a 100 por cento”, disse-lhes Donald Trump. “Não é como antigamente, não é como antigamente”, acrescentou, numa referência à administração de Barack Obama.
“Durante muitos anos, eles [os gangues com origem na América Central] exploraram as nossas fronteiras fracas e a segurança relaxada para trazerem drogas e violência para cidades e vilas em toda a América”, disse. “Eles estão lá neste momento devido a liderança política fraca, graças a uma liderança fraca, a policiamento fraco e, em muitos casos, porque não deixavam a polícia fazer o seu trabalho.”
“Nós vamos prendê-los e depois eles vão voltar para os seus países, ou então voltam para os seus países, ponto final”, garantiu. “Uma por uma, vamos libertar as cidades americanas. Acreditam no que estou a dizer? Estou a falar de libertar as nossas cidades. É como se estivesse a ver um filme, é como no faroeste”, acrescentou, tirando os olhos do teleponto.
Referindo que a entrada de imigrantes sem documentos pela fronteira com o México estava 78% mais baixa, Donald Trump voltou a reforçar a promessa da construção de um muro a Sul. “Já começámos a atacar o problema”, disse, referindo que já pediu ao Congresso que financie a contratação de mais 10 mil agentes para o ICE, a autoridade de fronteiras e aduaneira dos EUA. Além disso, também quer contratar “centenas” de juízes e procuradores para assuntos de imigração.
Donald Trump discursou menos de 24 horas depois de o Senado ter chumbado um plano para revogar o Affordable Care Act, a reforma para o sistema de saúde que ficou dos tempos de Barack Obama, e que é coloquialmente conhecido com o Obamacare. Apesar de contar com uma maioria de republicanos, a proposta levada votos não foi chumbada com 51 votos, contra 49. Apesar de não ser esse o motivo que o levou a Long Island, Donald Trump não deixou de fazer uma referência ao caso. “O [senado] devia ter aprovado a política para saúde ontem à noite, mas… Não se pode ter tudo”, disse. “Boy, oh boy… Eles [os republicanos] estão a preparar isto há sete anos, dá para acreditar? É o pântano! Mas nós vamos tratar do assunto, nós vamos tratar do assunto.”

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