Indo em contramão
Acompanhei a ira de alguns irmãos aquando da última declaração da missão do FMI no nosso país.
Acompanhei a ira de alguns irmãos aquando da última declaração da missão do FMI no nosso país.
Compreendo esta posição como resultado do acompanhamento que os nossos compatriotas tem vindo a fazer dos visíveis esforços do seu governo para restabelecer a confiança com o FMI.
Para estes, não se justificava que depois de o governo ter cumprido com tudo que se pedia até aqui, surjam mais exigências, no lugar de suspender a decisão de não dar o aval para a retoma do apoio ao orçamento do Estado.
Assiste, em parte, alguma razão aos nossos compatriotas irados, porém, quero lembrar que quem solicitou a adesão ao FMI fomos nós moçambicanos, cientes da importância que aquela instituição representava para o nosso país e para os nossos esforços de desenvolvimento.
Fizemo-lo cientes de que com esta parceria, para além do financiamento às nossas reservas monetárias, estaríamos também expostos ao mundo como parceiros dentro do sistema financeiro internacional, e portanto com mais oportunidades de investimento para o nosso país.
Ora, sair desta parceria representaria um retrocesso muito grande neste momento. O que devemos fazer é esforçarmo-nos para reduzir a dependência externa(empreitada que já iniciamos com sucesso), e tudo fazermos para que se restabeleça a confiança ora beliscada, conformando-nos com rigor ao contrato que nos vincula aquela instituição, seguindo minuciosamente as regras que aceitamos aquando da nossa adesão.
Dentre essas regras destaque vai para a transparência, (porque parece me que o erro foi somente a falta de comunicação), não só com aqueles, mas principalmente com o povo moçambicano; partilhando os nossos sonhos e visão do desenvolvimento, claro, com a ressalva daquelas questões que pela sua natureza não podem ser expostas.
Devemos, em última instância, e uma vez resolvidas todas as questões controvertidas, instarmos ao FMI a repor o nosso bom nome, pois concorreu (por ignorância ou não) , na ampliação dos aspectos que fizeram entender ao mundo que o país agia de má-fé, quando, razões objectivas mostram hoje que esta Fanta não é a Coca que se dizia ser, parafraseando de memória o meu amigo Danilo.
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