sexta-feira, 9 de junho de 2017

Trump chama “bufo” a ex-diretor do FBI


14
O Presidente norte-americano acusou o ex-diretor do FBI de ser um "bufo" depois de Comey ter revelado no Senado que foi um amigo que colocou as informações na imprensa sobre a investigações a Moscovo.
AFP/Getty Images
Continua a contenda pública entre Donald Trump e James Comey. Na quinta-feira, o ex-diretor do FBI confirmou no Senado ter recebido um pedido para deixar cair a investigação sobre as alegadas ligações entre a Rússia e Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional de Trump. Mas Comey assumiu também que pediu a um amigo para colocar na imprensa informações sobre o memorando dos seus encontros com Trump.
Havia uma grande expectativa para perceber como é que Trump reagiria ao testemunho do ex-diretor do FBI. Durante o testemunhp de Comey, só o seu filho tweetou e houve até várias brincadeiras sobre como a Casa Branca tinha mantido o Presidente ocupado. Mas, esta manhã, não se pode dizer que o Presidente norte-americano tenho desiludido. No Twitter (como sempre, de resto), o republicano acusou Comey de ser um “bufo” que espalha “mentiras” e “falsos testemunhos”.
Despite so many false statements and lies, total and complete vindication...and WOW, Comey is a leaker!
Ao longo do depoimento, o ex-diretor do FBI visou várias vezes Trump e a sua administração. A certa altura, Comey foi claro: “A Casa Branca escolheu difamar-me. E, pior, difamar o FBI”.
Como relatava aqui o Observador, James Comey garantiu no Senado que já entregou os seus relatórios — onde reproduziu ao detalhe todas as conversas que manteve com Donald Trump — à equipa do procurador especial Robert Mueller, que está a investigar a eventual ligação entre a equipa de Trump e a Rússia no caso da interferência nas eleições presidenciais. No Senado há quem veja a demissão do diretor do FBI como um caso de “obstrução de justiça”, um dos motivos possíveis para um possível impeachment do Presidente dos EUA.
O ex-diretor do FBI admitiu a falta de confiança no Presidente Trump, dizendo que estava “genuinamente preocupado” com o facto de ele poder “mentir” sobre os encontros entre os dois. Quanto ao porquê dessa desconfiança, o ex-diretor do FBI justificou-se com um “misto de coisas: as circunstâncias, o assunto e a pessoa com quem estava a interagir “. Daí que tenha considerado importante “documentar” tudo (algo que não tinha feito com Obama).
O antigo diretor do FBI contou na audição como fez chegar à imprensa a conversa que teve com Trump — onde o Presidente lhe disse que “esperava” que a investigação a Michael Flynn não continuasse. Comey explicou que, quando viu o tweet de Donald Trump a dizer que era bom que não existissem gravações das conversas que tiveram, acordou a meio da noite e percebeu que ia ter de fazer chegar a sua versão à imprensa.
“Decidi que a informação devia chegar à imprensa. Então, pedi a um amigo para partilhar o conteúdo do memorando com um repórter. Não o fiz eu mesmo por várias razões, mas a principal é porque pensei que, se não fosse eu fazê-lo, era mais fácil provocar a nomeação de um procurador especial. Foi por isso que pedi a um amigo próximo para o fazer”, explicou o ex-diretor do FBI.
PARTILHE
COMENTE
14Comente e partilhe as suas ideias
SUGIRA

Sem comentários: