Governador do Banco de Moçambique disse que os pequenos bancos estão com problemas de liquidez, fazendo soar o alerta no mercado. Isto pode conduzir à corrida aos depósitos, tal como ocorreu no princípio do ano
Riscos de uso do Fundo de Pensões
O governador do Banco de Moçambique disse que o fundo de pensões gerido pela Kuhanha é pujante e que a operação foi montada para nada falhar. Rogério Zandamela vê um risco modesto no negócio e vinca que foi a melhor opção, face à iminência do descalabro do sistema financeiro.
O que falta explicar?
O governador do Banco de Moçambique deu a entender que o buraco no banco é grande, o que torna qualquer investimento arriscado ou pelo menos com um período de recuperação de longo prazo. Isso levanta dúvidas sobre a viabilidade de um fundo de pensões investir, uma vez que as políticas de investimento para tais fundos são muito cautelosas. A questão é: o Banco de Moçambique observou as limitações impostas pelo Regulamento de Gestão de Fundo de Pensões? Se sim, quais foram os rácios entre o valor investido no Moza Banco e o valor total do fundo de pensões?
Bancos pequenos sem liquidez
Na conferência de imprensa de segunda-feira, o governador do Banco de Moçambique disse que os pequenos bancos comerciais enfrentam problemas de liquidez e que os maiores estão a operar com normalidade.
Que leitura a este pronunciamento?
Ao fazer estas afirmações, Rogério Zandamela dividiu o sector em bancos grandes e estáveis e bancos pequenos com dificuldades de liquidez. E foi mesmo ao ponto de citar nomes de bancos.
Num ambiente de concorrência, a autoridade monetária pode ter influenciado o mercado com adjectivos negativos, criando o risco de uma corrida dos depositantes. Lembre-se que um cenário igual ocorreu este ano, quando após a liquidação do Nosso Banco e intervenção no Moza Banco, o regulador disse que vários bancos enfrentavam problemas de liquidez. Houve uma corrida aos depósitos, suportada pela injecção de emergência de capital pelos pequenos bancos.
Falta de instrumentos
Rogério Zandamela disse que não tinha os instrumentos necessários para intervencionar o Moza Banco e que os accionistas têm mais poder que o regulador, quando a opção é a recapitalização dos bancos. Já há alguns meses, o governador afirmou que o Banco de Moçambique está atrasado mais de 20 anos.
Que leitura a este pronunciamento?
Falou dos problemas do sector e que encontrou a casa muito desorganizada, sem explicar ou referir o sentido de mudanças que pretende implementar. Era de esperar mudanças profundas na gestão, para fazer face à tanta desorganização. O governador do Banco de Moçambique ainda não apresentou propostas de mudança de legislação e de reformas internas necessárias para elaborar os instrumentos de actuação necessários na gestão prudencial da banca.
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