terça-feira, 27 de junho de 2017

Activista Graça Machel lembra que algumas comunidades vivem como se estivessem antes da Revolução Industrial

Graça Machel diz que desnutrição é um problema de desenvolvimento

Activista lembra que algumas comunidades vivem como se estivessem antes da Revolução Industrial
Graça Machel alertou, hoje, que se Moçambique não levar a sério a problemática de desnutrição crónica corre o risco de ter gerações de pessoas incapazes de pensar por si próprias. A activista lembra que mais do que um problema de saúde, a desnutrição é um problema de desenvolvimento. “Se nós não abraçarmos esta causa de uma maneira convicta, poderemos ter números de pessoas que saem das nossas instituições de formação sem capacidade de apreender conceitos complexos da ciência. E se elas não puderem apreender poderão ter índices muito baixos de produtividade”.
A activista diz que a luta contra a desnutrição crónica torna-se mais difícil por se tratar de um problema que passa de geração para geração. “Uma mulher criança que nasce mal nutrida, ela também vai gerar filhos mal nutridos. Por tanto, o ciclo não termina com a criança que nasce, mas vai continuar com a geração que se segue”, detalhou, sublinhando a necessidade de se quebrar o ciclo. E uma das formas de quebrar o ciclo é apostar nas adolescentes, garantindo que elas “tenham o desenvolvimento físico e intelectual adequado antes da gravidez”.
Os distritos são os locais ideais para as campanhas de nutrição. “O nosso trabalho revela que as instituições distritais não estão suficientemente preparadas para confrontar a problemática de mal nutrição crónica. O problema não está na produção de alimentos, está na preparação desses alimentos. Temos que desenvolver capacidades no distrito, trabalhando com as rádios comunitárias e organizações de base”. Por falar de distritos, Graça Machel lembrou que algumas comunidades vivem como se estivessem antes da Revolução Industrial. “São pessoas que não sabem o que é electricidade, pessoas que não têm acesso à água potável, pessoas que não têm conhecimento mínimo de sanidade. Isso não é uma característica de uma sociedade do século XXI”, lembrou, apelando que a sociedade deve ter essa consciência para “quebrar o ciclo”.
As estatísticas mostram que 43 por cento de crianças de zero aos cinco anos sofrem de desnutrição crónica no país.

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