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Última actualização a 08/06/2017 - 23:16
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Ao minuto: Comey acusa Casa Branca de mentir e diz que foi "despedido por causa da investigação à Rússia"

Ex-director do FBI foi ouvido no Senado: "A Casa Branca escolheu difamar-me". "Pensei que Trump pudesse mentir. Por isso documentei" as conversas, afirmou. O advogado de Trump diz que Comey pode ser investigado por ter divulgado as conversas.

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Damos por encerrada a cobertura ao minuto do depoimento do antigo director do FBI, James Comey, despedido por Trump, e da conferência de imprensa de Marc Kasowitz, advogado privado do Presidente dos Estados Unidos. Obrigado por nos ter acompanhado. Boa noite!

Trump não responde a perguntas sobre depoimento de Comey

Trump didn't respond to reporters just now about his reaction to Comey. "Thank you," he said, his code for unwillingness to take questions. https://twitter.com/MichaelCBender/status/872902110358249477 
Quatro horas de audição e muitas perguntas depois, continua sem resposta uma possível destituição de Trump por obstrução à justiça. Leia aqui: Comey foi ao Senado mas o ponteiro do impeachment não mexeu

Os dois lados da moeda

No seu depoimento, Comey confirmou que Trump lhe tinha pedido lealdade e que encerasse a investigação a Michael Flynn. Na conferência de Kasowitz, o advogado afirmou que Trump não pedira qualquer tipo de lealdade a Comey e que também não lhe fora pedido que parasse de investigar alguém. 
Para além do teor do discurso, há quem note diferenças na forma como foram feitos: enquanto Comey se prontificou a responder a perguntas, o advogado de Trump não quis que fossem feitas. 
James Comey: I will testify under oath and answer questions.

Donald Trump attorney: I will read a statement and won’t answer questions.

Resumo da conferência do advogado de Trump

  • “Comey confirmou publicamente aquilo que já tinha dito repetidamente ao Presidente: o Presidente não esteve a ser investigado pelas ligações à Rússia. Também admitiu que não existem provas de que um único voto [norte-americano nas eleições presidenciais de 2016] tenha mudado devido a qualquer interferência russa”, começou por afirmar Marc Kasowitz na conferência de imprensa que se seguiu ao depoimento de James Comey.
  • “O Presidente nunca, de forma alguma, sugeriu que Comey devesse parar de investigar alguém”, nomeadamente Michael Flynn. “O Presidente nunca pressionou Comey”, garantiu ainda o advogado de Trump.
  • Marc Kasowitz deixou claro que Donald Trump nunca pediu qualquer tipo de “lealdade” ao anterior director do FBI, ainda que seja expectável que os membros do Governo sejam leais.
  • “Hoje, Comey admitiu que divulgou, de forma não autorizada, registos de comunicações privilegiadas com o Presidente para os órgãos de comunicação social”, disse Kasowitz, argumentando que uma dessas conversas era confidencial. “Deixaremos que as autoridades competentes decidam se estas fugas de informação devem ser investigadas”, concluiu.
  • “Retirada esta nuvem pública”, disse, o advogado privado de Trump terminou a conferência de imprensa sem aceitar perguntas dos jornalistas.
“Em suma, está agora assegurado que o Presidente não está a ser investigado por ter tentado obstruir a investigação”, conclui Kasowitz. O advogado de Trump não aceitará perguntas por parte da imprensa. 
Kasowitz sugere que o anterior director do FBI, Comey, pode vir a ser investigado pelas autoridades pela fuga de informação sobre as suas comunicações “privilegiadas” com Donald Trump.

Advogado diz que Trump nunca pediu "lealdade"

“O Presidente nunca pediu, de modo algum, ‘lealdade’ a Comey”, afirma Kasowitz.
Kasowitz afirma que Comey confirmou que Trump não esteve a ser investigado por ter ligações à Rússia. 

Iniciada a conferência de imprensa com advogado de Trump

Está iniciada a conferência de imprensa do advogado pessoal de Trump, Marc Kasowitz.
Num comunicado a que a imprensa internacional teve acesso minutos antes de começar a conferência de imprensa, Kasowitz (o advogado privado de Trump) adianta que o Presidente nunca pediu “lealdade”, nem pediu que se parasse de investigar alguém – neste caso, Michael Flynn. 
O advogado privado de Donald Trump, Marc Kasowitz, está prestes a dar uma conferência de imprensa na sequência do depoimento do ex-director do FBI, James Comey. 
Terminado o discurso feito por Donald Trump numa conferência sobre fé e religião, não houve qualquer referência ao depoimento de James Comey. Na sua página do Twitter, onde costuma ter uma participação assídua, o Presidente dos Estados Unidos também não teceu qualquer comentário. 
Trump finishes his speech at the Faith and Freedom conference without a single reference to Comey or today's hearing.

"Fui despedido por causa da investigação à Rússia"

"Sei que fui despedido por causa da maneira como estava a conduzir a investigação às ligações com a Rússia, e digo-o com base no que ele [Trump] disse. Porque estava, de alguma maneira, a colocar alguma pressão sobre ele. E a irritá-lo. Não posso dizer nada para além disto", afirma Comey.
"Fui despedido para que a investigação fosse conduzida de outra maneira", acrescentou. 
"Acredita que Donald Trump pactuou com a Rússia?" "Penso que não posso responder a essa pergunta numa comissão aberta", respondeu Comey.

"Os russos vão voltar", garante Comey

Questionado se a ingerência russa nas eleições foi um acto isolado ou se faz parte de um plano a longo prazo, Comey diz: "É a longo prazo. Eles vão voltar."

"Porque é que ele tirou toda a gente da Sala Oval?"

"Porque é que ele tirou toda a gente da sala para falar comigo sobre qualquer outro assunto?'", questionou Comey, referindo-se à conversa na Sala Oval da Casa Branca onde Trump pediu a todos os presentes que se retirassem, tendo, depois, feito o pedido para encerrar a investigação sobre Flynn. "Isso para mim, como investigador, é um dado muito significativo", acrescentou.

Os três pedidos de Trump a Comey

"Lealdade. Encerrar a investigação a Michael Flynn. Dizer publicamente que ele [Trump] não estava sob investigação." Esta foi a lista de pedidos, citada por Marco Rubio.
"Essas foram as coisas que ele me pediu, sim senhor", confirmou Comey.

“Deus, espero que haja gravações”

Comey falou sobre o aparente pedido de Trump para que este encerrasse a investigação a Flynn. “Fiquei tão surpreso com a conversa.” Por isso não rejeitou logo o pedido, disse.
“Eu vi o tweet [de Trump] sobre as gravações. Deus, eu espero que haja gravações. Eu lembro-me de dizer: ‘Eu concordo que ele é um bom homem’, como forma de dizer ‘Eu não concordo com o que me está a pedir’”, referiu ainda Comey.
Este é o tweet de Trump a que se refere Comey:
James Comey better hope that there are no "tapes" of our conversations before he starts leaking to the press!
Donald Trump não está a acompanhar no Twitter o depoimento do ex-director do FBI, mas o seu filho mais velho não faz outra coisa. O ponto central das mensagens de Donald Trump Jr. é o argumento de que nada do que James Comey diz pode ser provado, e que ele próprio admite que pode estar errado.
Hoping and telling are two very different things, you would think that a guy like Comey would know that. 

Comey: "A investigação sobre a Rússia teve influência no meu despedimento"

"Acredita que a investigação sobre a Rússia teve alguma coisa que ver com o seu despedimento?", perguntou a democrata Dianne Feinstein. "Sim, porque já o [a Trump] ouvi a dizê-lo", respondeu Comey.

Trump esperava alguma coisa em troca por ter mantido Comey à frente do FBI, acredita o antigo director da agência

Comey disse que acreditava que Trump "estava à procura de alguma coisa em troca" por ter garantido a sua continuidade à frente do FBI. O antigo director refere-se, neste aspecto, a um jantar com o Presidente no dia 27 de Janeiro, em que este lhe perguntou se gostaria de continuar no cargo, o que o deixou "surpreendido" e "enervado".

"Pensei que Trump pudesse mentir por isso documentei" as conversas

"Falei com Obama duas vezes em três anos e nunca documentei as conversas", diz Comey. Pelo contrário, o antigo director do FBI escreveu memorandos sobre todas as conversas com Donald Trump "para proteger a integridade do FBI". 
"Tive um encontro cara a cara com o presidente Bush, mas não senti, com o presidente Bush, que fosse necessário documentar", recorda também Comey.
"Eu estava honestamente preocupado que ele [Trump] pudesse mentir sobre a natureza da nossa reunião, e por isso pensei que seria importante documentá-la", relata o antigo director do FBI.
"Isso é muito relevante", refere o vice-presidente do comité, o democrata Mark Warner.

Comey não tem dúvidas de que a Rússia tentou interferir nas eleições

Burr perguntou: “Tem algumas dúvidas de que a Rússia tentou interferir [nas eleições americanas de 2016?]” “Não”, respondeu Comey.
“Tem alguma dúvida de que o Governo russo esteve por trás da intrusão [nos servidores de email do Partido Democrata e dos membros da campanha de Hillary Clinton?]” Esta foi outras das questões do presidente do comité. “Não, nenhuma dúvida”, respondeu o antigo responsável pelo FBI.
Sobre se os pedidos de Trump para encerrar a investigação a Michael Flynn configuram uma obstrução à Justiça Comey diz que não lhe cabe a si tirar essas conclusões.
"O Presidente pediu para encerrar a investigação sobre a interferência russa nas eleições?", questionou o presidente do comité.
"Não na minha interpretação, não", respondeu Comey.

"A Casa Branca escolheu difamar-me", diz Comey

“Eu percebo que podia ser despedido por um presidente por qualquer razão ou por razão nenhuma”, começou por dizer o antigo director do FBI na sua declaração inicial.
“As explicações inconsistentes confundiram-me e preocuparam-me”, diz. “Ele [Trump] disse-me repetidamente que eu estava a fazer um grande trabalho”, acrescenta.
“[A Casa Branca] depois escolheu difamar-me e, mais importante, ao FBI”, acusa. “Isso são mentiras, pura e simplesmente”, atira ainda Comey.
"O FBI é honesto, é forte e é e vai ser sempre independente", diz Comey.
Comey já começou a falar e não vai repetir o que está escrito no documento divulgado esta quarta-feira.
"Pensem nisto: o Presidente dos EUA a pedir ao director do FBI para que largue uma investigação em curso", diz o vice-presidente do comité, Mark Warner, durante a sua intervenção na abertura da audiência. "Depois das suas [Comey] recusas, Comey foi despedido", acrescentou.
"A América precisa de ouvir o seu lado da história [sobre as possíveis ligações da Administração Trump a Moscovo]", começa por dizer o presidente da comissão dos serviços secretos do Senado, o republicano Richard Burr.
James Comey já chegou ao comité do Senado. O início da audiência estava marcada para as 15h de Lisboa.

Testemunho de Comey foi divulgado esta quarta-feira

Já nesta quarta-feira foi divulgado o testemunho que Comey dará antes da ronda de perguntas a serem feita pelos membros do comité do Senado. No documento, o antigo director do FBI descreve as várias conversas que teve com o Presidente norte-americano, revelando que este lhe pediu para encerrar a investigação sobre as ligações à Rússia do seu ex-conselheiro para a segurança, Michael Flynn.
Além disso, Comey diz que informou Trump, por mais do que uma vez, que ele não estava a ser directamente investigado pelo FBI sobre o assunto. O Presidente, por sua vez, pediu ao então director da agência federal, também por mais do que uma vez, que o anunciasse publicamente.
Boa tarde, damos aqui início ao acompanhamento ao minuto da audiência de James Comey, director do FBI despedido por Donald Trump, no Senado.

COMENTÁRIOS

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Caracteres restantes: 
  1. Cena do melhor que há. Este Comey desde o primeiro minuto a armar uma ratoeira ao Trump "Pensei que Trump pudesse mentir. Por isso documentei" as conversas, desde a primeira… documentou escrevendo o seu relato, o relato que quis, e depois chamou testemunhas para quando fosse preciso testemunharem o seu relato… O Trump sabia disso, no mínimo porque mandou um tweet sobre eventuais gravações da conversa. Mas o Comey até mandou uma fuga para os media para mostrar ao Trump do que era capaz e acenando com a chantagem. Mas o Trump não se deixou chantagear nem o deixou formalizar a chantagem, antecipou-se e mandou-o mesmo embora e abriu o jogo todo.
    1. Só podemos imaginar as chantagens anteriores existentes aos diversos presidentes americanos, desde o Hoover até este Comey, e que pelos vistos todos os presidentes se calaram e submeteram a essas eventuais chantagens. Mas o Trump é bruto como tudo e sacode o chantageador. Não sei, mas creio que para mim, no meio das sebentices todas de parte a parte, o chantageador premeditado Comey é mais sebento que o brutamontes frontal Trump.
    1. No outro artigo aqui no Público está explicada a primeira abordagem do chantageador, logo na primeira reunião com o Trump... "No final dessa reunião, James Comey deixou-se ficar para trás e, a sós com Trump, disse-lhe que havia um relatório cuja veracidade não tinha sido confirmada, mas que poderia ser usado contra ele se caísse nos jornais – nesse documento, dizia-se que Trump tinha passado tempo com prostitutas na Rússia e que havia provas desse encontro, o que poderia ser usado para o chantagear."...
    1. O James Comey avisa o Presidente dos EUA, cumprindo o seu trabalho, que um serviço de inteligência estrangeiro o poderá tentar chantagear e tu lês que é o Comey a fazer chantagem? É preciso uma imaginação do caraças ou uma brutal dose de cegueira.
    1. o joão é um artista da narrativa e tem um trauma em relação ao FBI. mas por mais voltas que lhes dê, estes são os factos: há dois tipos que fazem relatos diferentes da mesma conversa. a conversa está registada. um deles diz ao outro:"espero que encontre um meio de deixar cair isso, de largar o flynn, personagem central na questão russa"... se isto é uma instrução, uma ordem, um suspiro ou a receita das crepes suzette cada um saberá perceber sem narrativas extra. quem é que lixou quem não é a questão que está em cima da mesa. o que interessa mesmo é saber se, dos dois tipos, o que é presidente mentiu e interferiu onde não era suposto.
    1. Não sei, mas nunca me vi a mim após a primeira reunião com o meu chefe escrever um memo ou acta daquilo que eu penso que disse e ouvi e chamar vários colegas para testemunharem isso e nem enviar essa proposta de acta ou memo para o meu chefe para aprovação... nem claro passar aos media uma pequena amostra disso para que seja publicado... E o caro Daniel e a cara Ana, já fizeram isso ou vêem-se a fazer isso?
  2. A maior revelação de Comey só está implícita: "Acredita que Donald Trump pactuou com a Rússia?" "Penso que não posso responder a essa pergunta numa comissão aberta", respondeu Comey. Se a resposta fosse negativa, obviamente que a resposta seria direta e imediata e pública. Ora se ele disse que em comissão aberta não poderia responder, isso significa o quê?! Signica aquilo que já escrevi por mais de uma vez: Trump não passa de um, espião da Rússia. E ao afirmar isto não o faço com jubilo, antes pelo contrário A confirmar-se isso, como penso que o vai ser, o Mundo será afetado como se um tornado de dimensões cósmicas se tratasse. E nesse Mundo está o pequeno Portugal que, quando tudo se conjugava para respirarmos de cabeça de fora da água, voltará à estaca zero e, tal como Sócrates foi acusa
  3. "Pensei que o Trump podia mentir por isso documentei as conversas" acho que mais interessante seria "Pensei que o Trump podia falar a verdade por isso documenteu as conversas"... isso sim seria algo digno de registar, o Trump a falar verdade!