quinta-feira, 8 de junho de 2017

Acusados dizem que suas contas eram usadas por terceiros


Acusados de desviar fundos no Ministério da Defesa dizem que suas contas eram usadas por terceiros
Uma história de amor e traição, uma crónica de um mal que pode dividir laços de irmandade… revelações despidas num banco de tribunal! Três dos cinco réus ouvidos ontem no Judicial da Cidade de Maputo tinham relações amorosas com um funcionário do Ministério da Defesa. Daí o seu envolvimento no desvio de fundos da instituição. A quarta arguida era namorada de outro funcionário. Mas existe ainda o jovem de 25 anos que era irmão deste mesmo homem da Defesa.
Vamos por partes. Dos arguidos, duas mulheres tiveram relações amorosas com um dos funcionários do Ministério, que também está a ser julgado. Admitem que receberam dinheiro deste, uma, por via de mesada, já que tinham um filho juntos, e a outra diz que o mesmo parceiro revelou não poder receber salário na sua conta bancária, daí ter solicitado “por emprestado” a conta da parceira. Ela cedeu o número, mas o cartão continuava na sua posse. Levantava o dinheiro que era canalizado na sua conta e devolvia em mão ao “dono”, funcionário da Defesa. Entretanto, recebia desta mesma pessoa uma verba para ajudar a custear as despesas, porque da relação dos dois resultou em dois filhos.
Mas a esposa deste mesmo funcionário também responde em tribunal, pois a sua conta foi usada no esquema de desvios. Justifica que o seu cartão de banco estava na posse do marido de 2010 a 2015, período em que foram tirados indevidamente 36 milhões de meticais no Ministério da Defesa.
Já um segundo funcionário do mesmo ministério teve uma relação com uma jovem entre 2009 e 2014. Terá solicitado “por emprestado” o cartão da sua parceira, tendo usado a conta desta de 2012 a 2014. Sucede que a conta bancária desde jovem recebeu, também, dinheiro indevido, vindo da Defesa. Na mesma situação teria ficado o irmão deste mesmo funcionário do ministério, que deu seu cartão ao irmão e a sua conta é, hoje, apontada como uma das que recebeu dinheiro do Estado.
Além do total de nove pessoas que estão no banco dos réus, existem outras envolvidas no mesmo esquema que estão foragidas. A defesa diz que não pode fazer qualquer pronunciamento agora, pois seria prematuro para a fase em que o processo se encontra.
Judicial da capital ouve hoje quatro funcionários da defesa implicados
No banco dos réus estão nove réus. Ontem, foram ouvidos cinco, que, tal como dissemos, não têm ligação com o Ministério da Defesa Nacional. Os quatro que eram quadros do Comando do Exército das Forças Armadas, estes, sim, são ouvidos, hoje, em sede do Judicial da Cidade de Maputo. Dois destes são apontados como os que adulteravam o número de efectivos para que fossem pagos salários até a pessoas que não fazem parte do Ministério da Defesa. São estes mesmos que são apontados pelos co-réus de terem usado contas de suas namoradas, esposa e irmão.

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