Tenho acompanhado as viagens do Presidente Nyusi pelas províncias e dois ou três aspectos me ressaltam à vista. Imediatamente a sua tomada de posse as visitas centravam-se nas capitais provinciais e em algumas sedes de distrito. Agora, as mesmas visitas concentram-se em localidades. Em aproximadamente três anos da sua governação, o Presidente Nyusi passou várias vezes pelas capitais provinciais, distritais e agora, desce ao “ventre do país, na localidade, na povoação. Isto é o de menos, está a fazer seu trabalho. Mas o que me tem captado a curiosidade tem sido o momento em que os cidadãos decidem interagir com o presidente.
O padrão dos pedidos, solicitações ou exigências que os cidadãos fazem difere como é obvio de região para região. Porém, existe um conjunto de aspectos sobre os quais importa lançar um olhar. Em todas zonas rurais o padrão de pedidos vai para infraestruturas com excepção a habitação. Ou seja, estrada, energia eléctrica, hospital, escola, mercados, água, etc.
E em quase todos sítios, as manifestações dos antigos combatentes tem apontado para o esgotamento da paciência em relação a fixação da sua pensão. A guerra de luta de libertação terminou há mais de 40 anos; a guerra civil, há mais de 20 anos. Até hoje não está sendo possível organizar o problema das pensões, mesmo com um ministério dos combatentes a funcionar a aproximadamente 20 anos.
Se a prioridade do Ministério é cuidar dos combatentes e seus assuntos, que são em teoria poucos que o resto do povo, como se justifica que tal processo seja tão moroso até envergonhar os sucessivos presidentes que se seguiram a Samora? Este problema de pensões dos antigos combatentes não acaba porquê? Qual é o plano?
Está a ser demasiado penoso ter que ver e ouvir aqueles velhos um pouco por todo lado deste país reclamando a mesma coisa. Em nenhuma parte do país as coisas estão boas ou bem encaminhadas. Estão todos reclamando da mesma coisa.
O fardo da documentação é o mesmo. O Ministério da Justiça, Interior e suas instituições deveria engajarem-se com o MICO para expedir a documentação. Por favor, este assunto devia ter prazo. Os antigos combatentes merecem a prioridade e respeito de todos nós, independentemente da idade ou cores partidárias. São especiais justamente pelo facto de se terem exposto a riscos maiores de perderem a vida sem usufruir os proventos da sua luta. E mesmo tendo sobrevivido, são praticamente inválidos. Saibamos respeitá-los. A justificação que tenho vindo a obter não convence. E nem mesmo o Presidente ficará embaraçado a próxima vez que visitar as mesmas zonas e ouvir as mesmas lamentações. Por favor.
Leia mais em:
Sem comentários:
Enviar um comentário