quarta-feira, 14 de junho de 2017

Simango e Taipo “chumbam” para o Comité Central da Frelimo

Camaradas” em Sofala recusam voto de confiança a governadora da província, Maria Helena Taipo

Listen to this post. Powered by iSpeech.org
As eleições internas ao nível do partido Frelimo em Sofala, realizadas no último domingo (12), na cidade da Beira, foram marcadas pela negação do voto de confiança dos “camaradas” a governadora da província, Maria Helena Taipo.
Tida nos bastidores como “dama de ferro”, Maria Helena Taipo é a figura mais destacada de entre as derrotadas na candidatura a membro do Comité Central do partido.
Ela não reuniu os votos necessários para a sua eleição, o que denuncia falta de confiança por parte dos“ camaradas” para representar a província no Comité Central da Frelimo.
De acordo com os estatutos da organização política, o Comité Central da Frelimo é o órgão máximo do partido que funciona no período entre os congressos, que se realizam no intervalo de cinco anos.
Constituído por 180 membros efectivos e 18 suplentes, o Comité Central da Frelimo é o órgão que garante a realização da política do partido a todos os níveis, toma as principais opções políticas e define os ajustamentos necessários à correcta e eficaz actuação do partido, de acordo com a evolução da realidade nacional e internacional, nos diversos domínios.
O Comité Central da Frelimo reúne-se ordinariamente uma vez por ano, por convocação da Comissão Política; e reúne-se, extraordinariamente, quando convocado pela Comissão Política, pelo Presidente do Partido, ou a pedido de, pelo menos, um terço dos seus membros ou dos Comités Provinciais.
A Oitava Conferência do Comité Provincial do Partido Frelimo de Sofala elegeu onze membros para representar este ponto do país no Comité Central, dos quais sete da lista de continuidade e quatro da renovação. Da lista de continuidade foram eleitos os “camaradas” Paulo Majacunene, Ganha Ha-Kom, Abdul Razak, Henriques Bongesse, Antónia Chare, Maria das Dores e Isaura Andicene. Da renovação foram eleitos os “camaradas” Lourenço Bulha, Angelina Tchumali, Fatenda Hoje e Lino Chioza.
A não eleição da governadora provincial está a ser considerado algo sintomático, que denuncia a sua perca de confiança e consequentemente de influência no seio dos membros do partido Frelimo em Sofala.
A sua chegada a Sofala, Maria Helena Taipo foi recebida com todo regozijo (intensa sensação de prazer, alegria) pelos membros da Frelimo na província, tendo beneficiado de tratamento honroso, simpatia, respeito e admiração.
Entretanto, de uns tempos para cá, segundo apurou O Autarca junto de alguns membros do partido, o carinho e o respeito que nutriam por ela foi transformado em timidez e distanciamento devido as suas próprias acções.
Refira-se que membros influentes da Frelimo em Sofala viram-se envolvidos em rota de colisão com a sua correligionária, o que marcou negativamente a forma de ser do partido na província.
Secretariado do Comité Provincial
O secretariado do Comité Provincial de Sofala do Partido Frelimo, ora eleito para mandato de cinco anos, mantém na sua liderança o anterior Primeiro Secretário, Paulo Majacunene. Anabela Santiago ocupa a posição de secretária para a área de Organização e Formação de Quadrados. Hermínio Herculano é o secretário para a área de Mobilização e Organizações Sociais; e Angelina Tchumali é a secretária de Administração e Finanças. Jaime Chicamisse é o secretário do Comité de Verificação.
Além da eleição do secretariado, dos membros do comité central, a oitava conferência elegeu, igualmente, 116 membros do Comité Provincial e 147 delegados ao XI Congresso do partido, a ter lugar no terceiro trimestre do ano em curso, na cidade da Matola.
Importa salientar que para a sua reeleição ao cargo de Primeiro Secretário do Comité Provincial do Partido Frelimo em Sofala, Paulo Majacunene teve de derrotar, de forma esmagadora, Lino Sidione Makaza Nhanzozo, actual administrador do distrito de Chibanava, uma figura com escassez de história política na província, que se candidatara convencido que iria destronar a actual liderança do partido suportada pela ala genuina da Frelimo neste ponto do país.
Lino Nhanzozo chegou a ser considerado um candidato que surgiu de “paraquedas” e a sua derrota foi algo inevitável. (Francisco Esteves)
O AUTARCA – 13.06.2017

Simango e Taipo “chumbam” para o Comité Central da Frelimo

As províncias de Moçambique incluindo a cidade de Maputo pararam fim-de-semana para acolher as conferências de nível provincial do partido no poder, a Frelimo.
As mesmas serviram de teste para traçar novo ciclo de poder político para os próximos cinco anos.
Com a cláusula de 60 por cento continuidade (os que anteriormente pertenciam ao órgão) e 40% renovação (os que pela primeira vez sobem para os órgãos de decisão do partido), viveu-se um momento de total tensão e festa a mistura, em cada ponto do país que estava a colher as conferências províncias.
Na cidade de Maputo dentre outros que falharam para o Comité Central, o Presidente do Município da Capital, David Simango e a Governadora da cidade, Iolanda Cintura – esta última conseguiu ser eleita para o comité da cidade de Maputo.

Com a queda de David Simango, o que mostra alguns níveis baixo de popularidade, fica claro que os “camaradas”, que o deixaram cair, dificilmente podem o confiar para candidato às autárquicas de 2018.
A capital do centro do País, a cidade da Beira, também foi marcada pelo chumbo da Governadora de Sofala, Helena Taipo para membro do Comité Central da Frelimo, o que quer dizer que terá pouco poder na entrada do 11º Congresso da Frelimo agendada para a última semana de Setembro de 2017, na cidade da Matola.
Mabjaia sai reforçado
Se a reeleição de Francisco Mabjaia era esperada e se confirmou, até porque está aos poucos a revolucionar a forma de actuação do Partido na Cidade de Maputo, há situações para camarada que saem da 11ª Conferencia muito delicadas.
Ora, o edil da Cidade de Maputo, perdeu para Teodoro Waty e Castigo Langa o seu lugar no Comité Central do Partido, aliás perdeu inclusivamente a confiança política da base que o sustenta – a sua própria cidade deu-lhe pouco mais que 10 votos de um universo de 365 possíveis, ou seja, o senhor professor chumbou rotundamente. Tal é indicação clara que não voltara a ser candidato a Presidente do Município.
Mas não menos delicada é a situação da Governadora da Cidade, que viu os seus camaradas darem um chumbo parcial ao ficar apenas pelo comité da cidade. O que dizer quando é alguém que deve estar ligada as bases e em especial do partido sendo a Governadora da Cidade? Que ilações políticas tirar?
Saem reforçados Mabjaia, Talapa e pessoas que defendem acerrimamente as suas ideias como Castigo Langa, Chichava ou Teodoro Waty. Uma nova era parece começar a despoletar no maior Partido Moçambicano – uma era em que as opiniões voltam a contar ao invés do lambe-botismo.
Folha de Maputo

Sem comentários: