segunda-feira, 12 de junho de 2017

MOÇAMBIQUE ESTÁ DE VOLTA: Senhor Presidente, voltamos pra onde mesmo?


Moçambique está de volta, sim!
Circula um texto assinado por Nelson Charifo (não o conhecço), que questiona uma declaração recente do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyus, aquando do seu discurso no acto de abertura do Forum de Infraestruturas, realizado em Tete.

A declaração em referência é «Moçambique está de volta!». O meu entendimento é de que o Presidente Filipe Nyusi se refere ao regresso de Moçambique à família dos países onde os investidores se sentem seguros para investir as suas poupanças. Moçambique ficou "expulso" desta família, aquando das descobertas das famigeradas "dívidas escondidas". Essa "expulsão" retraiu o investimento e agudizou a crise económica e financeira por que Moçambique está actualmente a passar.
No meu entender, o Presidente Filipe Nyusi fez aquela declaração para convidar os investidores a considerar Moçambique nas suas iniciativas de investimento, porque, apesar da crise, o país oferece excelentes oportunidades para a aplicação promissora de poupanças para gerar rendimentos substanciais a custos competitivos.
Porém, Nelson Charifo entendeu diferentemente aquela declaração do Presidente Filie Nyusi. E porque eu considero pertinentes as perguntas que o Nelson Charifo coloca no seu texto, decidi partilhá-lo aqui para a nossa reflexão.

Eis o texto, a seguir. [Editei-o ligeiramente, para facilitar a leitura!]

------ INÍCIO DO TEXTO PARTILHADO ------

MOÇAMBIQUE ESTÁ DE VOLTA!
Senhor Presidente, a expressão "estar de volta" na Língua Portuguesa significa retorno, regresso, voltar ao ponto de partida ou ao início, etc.
Voltamos para onde mesmo Senhor Presidente? A situação que o país estava antes do escândalo das dívidas? Ao Moçambique de Samora Machel, de Chissano ou de Guebuza? Ou a Moçambique do tempo colonial? O que havia de bom para o povo nestes períodos?
Infelizmente, o bem-estar para esse Povo diz respeito ao futuro e não ao passado. Nós vivemos com este desejo e esperança de vir a ser uma nação próspera e desenvolvida no futuro ainda por vir.
Voltamos para onde senhor Presidente, se a vida continua muito difícil em Moçambique; se o estado ainda dá prioridade a carros de luxo aos dirigentes, ao invés de ambulâncias, transportes públicos, carteiras para as escolas, camas para os hospitais e Unidades Sanitárias?
Voltamos mesmo para onde, se a corrupção, o crime organizado e a impunidade ainda dominam; se as dívidas da Ematum, MAM e Proindicus ainda não estão devidamente esclarecidas?
Voltamos para onde mesmo, se os serviços ainda carecem de qualidade e não são abrangentes; se as empresas públicas continuam prestando maus serviços e estão praticamente falidas; se a agricultura ainda não é efectivamente a base do desenvolvimento e ainda não somos auto-suficientes; se a boa governação ainda não é uma realidade em Moçambique e as instituições políticas ainda carecem de credibilidade?
Como é que Moçambique pode estar de volta, se o país tem feito muito pouco para concretizar e para a garantir a efectividade dos direitos humanos?
Nelson Charifo, 11/06/2017

------ FIM DO TEXTO PARTILHADO ------

Enfim, mesmo achando pertinentes estas perguntas de Nelson Charifo, para a nossa reflexão, julgo que a declaração de que «Moçambique está de volta!» não está desprovida de sentido para quem tem memória de que este país chegou a ser colocado no "lixo" pelas agências internacionais de notação de risco (international credit rating agencies). Com efeito, Moçambique está a SAIR da situação de «pior país para se investir», a que o país ficou remetido a seguir às descobertas das "dívidas escondidas", de VOLTA para a situação de «país seguro para se investir», pesem embora todos os problemas que o Nelson Charifo aponta no seu texto. Sejamos honestos; não detractores! Questionar é bom e necessário, para nos entendermos; e melhor quando se faz com honestidade. Quando se questiona para tirar mérito a uma declaração que tem mérito, isso configura desonestidade intelectual; é uma atitude que indigna.

MOÇAMBIQUE ESTÁ DE VOLTA: Senhor Presidente, voltamos pra onde mesmo?
Senhor Presidente, a expressão "estar de volta" na Língua Portuguesa significa retorno, regresso, voltar ao ponto de partida ou ao início, etc.
Voltamos para onde mesmo Senhor Presidente? A situação que o país estava antes do escândalo das dívidas? Ao Moçambique de Samora Machel, de Chissano ou de Guebuza? Ou a Moçambique do tempo colonial? O que havia de bom para o povo nestes periodos?
Infelizmente, o bem- estar para esse Povo diz respeito ao futuro e não ao passado. Nós vivemos com este desejo e esperança de vir a ser uma nação próspera e desenvolvida no futuro ainda por vir. Voltamos para onde senhor Presidente? 
Se a vida continua muito dificil em Moçambique.
Se o estado ainda dá prioridade a carros de luxo aos dirigentes, ao invés de ambulâncias, transportes públicos, carteiras para as escolas, camas para os hospitais e Unidades Sanitárias.
Voltamos mesmo para onde?
Se a corrupção, o crime organizado e a impunidade ainda dominam; se as dívidas da Ematum, MAM e Proindicus ainda não estão devidamente esclarecidas; 
Voltamos para onde mesmo? Se os serviços ainda carecem de qualidade e não são abrangentes...
As empresas públicas continuam prestando maus serviços e estão praticamente falidas...
A agricultura ainda não é efectivamente a base do desenvolvimento e ainda não somos auto- suficientes. A boa governação ainda não é uma realidade em Moçambique e as instituições politicas ainda carecem de credibilidade. Como é que Moçambique pode estar de volta, se o país tem feito muito pouco para concretizar e para a garantir a efectividade dos direitos humanos?
Por Nelson Charifo, 11/06/2017
A AUSTERIDADE TRANSPORTADA DE MERCEDES-BENZ!
É legal?? Claro que é legal!! Consta da Lei do Orçamento, logo é legal.
Na Alemanha de Hitler o Nazismo era legítimo. O colonialismo também foi legal. O Stalinismo idem.
As questões que se devem colocar seriam: É justo?? É moral?? É exemplar??!
Pois, ninguém ignora que os políticos sérios devem constituir exemplos de justeza e de ética, sobretudo quando se trata de usufruir benefícios contrastantes com a pobreza, em muitos casos extrema, que assola quem representam.
O nosso Estado é o maior devedor do País. Não tem dinheiro para devolver o IVA cobrado aos exportadores, nem o IRPC cobrado a mais às empresas, muito menos para devolver o excesso de IRPS dos indivíduos. Tornou-se num Estado incumpridor que arrastou muitas empresas para a falência ou para o encerramento definitivo, com todas as consequências sociais dai advenientes, por alegada falta de meios financeiros para pagar os bens e serviços que consumiu e precisa de continuar a consumir.
O nosso Estado não consegue prover os mais elementares serviços públicos com eficácia por falta de dinheiro. Nas escolas não há giz, nos hospitais medicamentos escasseiam e pessoas morrem por falta de tratamento adequado, nas ruas há falta de transportes públicos e cidadãos são transportadas perigosamente entulhados em carrinhas de caixa aberta.
Um Estado que em nome da austeridade retirou os subsídios sociais que concedia para beneficio dos mais carentes e subiu o preço do pão, do combustível, da água, da energia, dos chapa 100 e dos " my love", entre outros bens essenciais.
Já para não falar da desvalorização do metical, da subida generalizada do preço de todos os produtos e ... também da " subida" de apenas 500 mts no salário dos servidores públicos!!!
É nesta situação complicadíssima, em que o Estado está incapaz de cumprir as suas obrigações mais elementares, em virtude da alegada crise económica e financeira, em que o discurso politico apela que a população consinta inúmeros sacrifícios e aceite uma austeridade que arrasta os cidadãos mais carentes para uma existência em condições muito abaixo dos níveis mínimos da dignidade da pessoa humana, que somos surpreendidos com a recente aquisição de viaturas de luxo para representantes do Estado no Parlamento.
A justificação oficial é que é legal, que visa conferir dignidade aos beneficiários e que o total da despesa é desprezível considerado o montante global do Orçamento Geral do Estado.
Ora, a maior parte do povo que tais beneficiários alegam representar vive actualmente em condições indignas, mas estes " representantes"reclamam luxuosas viaturas alemãs para manterem dignidade representativa" Ou seja, o representante clama por uma dignidade que não consegue minimamente garantir aos representados.
Pode até ser que essa despesa para adquirir viaturas de luxo seja mesmo insignificante, comparada com o volume total do OGE-Orçamento Geral do Estado. Mas, certamente que não será insignificante para comprar milhares de carteiras para que muitas crianças possam sentar-se nelas e aprender melhor. Não é insignificante para aquela Mãe que vê o seu filho morrer de malária num posto médico por não existir medicamento disponível para curar o mal. Não é insignificante para aqueles familiares que viram os seus entes queridos morrerem por terem caído dos " My Love" apinhados de gente porque o Estado não tem verba para adquirir autocarros para transportar as pessoas em segurança. Não é insignificante para aquela família cujo Chefe ficou desempregado porque a empresa onde trabalhava fechou em virtude do Estado não ter pago os bens e serviços que consumiu!!!
A teoria da legalidade, da insignificância e da dignidade usada como justificação para este caso não merece outra qualificação que não a de que representa uma autêntica imoralidade... Uma indignidade pornográfica. Este tipo de defesa, no contexto económico e social que o nosso País vive, roça o insulto e corporiza a revelação despudorada da indiferença e o do desprezo pelo sofrimento dos representados.
Estas justificações estapafúrdias dadas por dirigentes que vivem neste País apenas demonstram quão gigantesco se tornou o fosso entre os benefícios convocados pelos nossos Governantes e as deterioradas condições de vida dos Governados!! Pior do que isso, revela que há políticos que se tornaram de tal modo cegos e insensíveis que são incapazes de descortinar qualquer obscenidade ética quando resulte do usufruto de regalias escandalosas em contraste com o Povo que mingua sob o fardo pesado da austeridade e da escassez!!
Neste caso flagrante de abuso de benefícios e regalias já não há partidos, diferenças ideológicas, gritos, abandonos da sala e nem insultos... Não há Poder e nem há Oposição. Há uma total diluição das diferenças políticas. São todos da POSIÇÃO!!!
Na política, antes de se perguntar se determinada atitude ou comportamento é legal, deve-se previamente fazer as seguintes perguntas: É justo?? É moral?? É exemplar??!
A resposta a estas questões cada um de vós sabe dar.
Gilberto Correia
Comentários
Goncalves Caetano Goncalves Keria dizer grande mafia das bancadas
Simao Marcelino Não são pessoas para representar o povo mais sim escravizar o povo
Dinis Francisco Cossa É doloroso, o empregado anda de Mercedes Benz e o patrão anda caixa aberta vulgo ( my love),
Só pode ser Moçambique
Joao Williamo Tivane Muito triste, as criancas sem escolas , o povo sem hospitais , sem emprego , sem transporte . Que palhassada eh essa ?
Simone Tazondiwa Treiste🤤
Comentários
Omargy Issá A pergunta é pertinente Nelson. De volta para onde?
Nelson Charifo Da Crise à prosperidade...só pode kkkkk
Henrique Miranda Sem corrigir os erros, sem os encarar de frente, não há solução possível. Só na correcção está a solução!

A arrogância inventa desculpas, inimigos ocultos; só a humildade encontra caminhos alternativos.
A arrogância mente para esconder fraquezas, inconsistências; só a humildade nada esconde, nada tem a perder.
A arrogância esconde os problemas, as dificuldades; só a humildade abre a porta da solução.
MOÇAMBICANOS E MOÇAMBICANAS, MOÇAMBIQUE ESTÁ MESMO DE VOLTA!
A Crise já se foi...há dinheiro sobrando...tanto, tanto dinheiro que até a compra de 17 Carros de luxo da marca Mercedes Benz para alguns deputados, não significam nada...nadinha mesmo para as contas do Estado. Esta crise só existe na consciência e no bolso do cidadão. A pobreza e crise apenas existem na mente da população.
Por Nelson Charifo 11/06/2017
Senhoras e senhores pretensos deputados, ladrões do povo de Moçambique!
Vós não fostes nomeados deputados. Vós concorrentestes nas listas dos partidos políticos, quais voluntários, para servir.

Afinal era manha vossa, senhoras e senhores? Hoje já exigis serdes transportados em Mercedes-Benz, para serdes mais "dignos" que o povo que pretensamente representais? E este mesmo povo a pagar por essa vossa "dignidade" extravagante, acima dos salários de luxo e demais regalias igualmente extravagantes, que vós próprios aprovastes para vós mesmos e este mesmo povo já vos paga?
Não, ó senhoras e senhores "deputados"! Vós não sois representantes do povo de Moçambique. Vós enganastes este povo, para terdes legitimidade de usar indevidamente o seu nome para saciar vossos interesses egoístas. Vós sois impostores e não representantes do povo de Moçambique. Vós sois ladrões deste povo!
Bernardo Fumo Um análise a altura

Yussuff Bin Pacha Rodjas São ladroes de fato e gravata, que roubam de forma civilizada e legalizada. Uma burla, extorsão Vip. Seus cambadas de hipócritas e cínicos.

Homer Wolf Já temos os dísticos, vuvuzelas e megafones preparados Profe. A qualquer momento receberá o convite..
Tony Ferreira Na próxima legislatura gostaria que por milagre o meu caro prof. Chegasse a deputado para poder fazer valer as suas ideias em sede do parlamento. ..aliás gostaria que lhe dessem uma chucha que nem ao Hipólito hamela, mazanga, ragendra...Para ver o seu verdadeiro "ser e estar"


Mas de uma coisa tenha certeza meu caro, naquela casa do povo e tal como no seu local de trabalho há muito boa gente e cheia de princípios e quiçá alguns amigos teus e companheiros de muitas jornadas que tu melhor do que eu bem o sabes...é a essa gente que chamas de" ladrões"???

Prof...a escolha dos Mercedes causou indignação para todo mundo e os visados já tomaram conhecimento da borrada e acredito que qualquer deputado que se fizer ao volante do dito cujo, não o fará em grande estilo.

Mas acho que apesar de ser um pensamento seu, alguns adjectivos são bastante fortes e susceptíveis até de algum processo crime em tribunal para o senhor o provar em sede de julgamento. 

Acho irmão que a sua AKM está cheia de munições mas é preciso ter algum discernimento nas abordagens de certos assuntos e principalmente o uso de "adjectivos" e por favor não me leves a mal nem me detones.
Abrc meu caro e uma óptima semana para si e familia.
Homer Wolf Bingo!!!... Eu tambem acho que a AKM do Profe está cheia de muniçóes, que ele já deveria estar a usar para atacar outros assuntos igualmente indignantes. 

Até porque a sua posiçáo relativamente aos Mercedes/ deputados, já foi foi sobrejamente apreendida...
Junior Capece Nao assuste o Prof por favor...
Tony Ferreira Hummm Junior Capece assustar qual quê? ? Tu nunca acompanhas te casos de jornalistas que tiveram de ir ao tribunal provar os seus escritos? ?? Eu também estou contra o despesismo mas daí chamar nomes às pessoas é um pouco deselegante não acha???
Junior Capece Precisa se chamar o pecado pelo seu proprio nome...Sem temer nada desde que haja esta convicçao..

Junior Capece Mano, nossos politicos tiram nos do serio pha...Ha tanta insecibilidade com os problemas do povo pha...
Tony Ferreira Okay deixo vos com as vossas convicções. ..abrc
Junior Capece Sou discipulo do prof
Tony Ferreira Eu também gosto de seguir o homem tem boas intervenções em questões que giram em torno da nossa sociedade..
Amad Ravia Quando o "latim" é usado abusadamente perde a sua graça: vós sois; quais;exigis serdes;terdes;etc.

Do resto estou de acordo com o conteúdo do texto, estou também muito decepcionado com a nossa AR por conta desse assunto.

Fernando Rosario Cadê o Venâncio Mondlane do MDM, António Muchanga e Ivone Soares que falam tanto do despesismo???? São tidos mafiosos.
Junior Capece Pronto Prof...Eis me aqui para seguir t...

ABílio J. Conge Uma sociedade saudavél faz se pelo dialogo acertivo, não passivo ou agressivo, os deputados expressaram as suas vontades que são legitimas na minha opinião, só pecam num sentido comum somos dos paises mais pobres do planeta, com serios problemas de transporte e estradas... Não nego o direito a viatura aos deputados do meu pais, não nego pelo contrario eu quero que eles tenham meios para desempenharem o seu papel cabalmente, mas nos limites da etica, da moral, e da equidade, eu sei que sois humanos e por vezes vaidosos como eu também sou, por isso não vos chamo ladrões ou nomes desqualificantes, vamos sentar e falar de certeza vamos chegar a uma solução pacifica e construtiva para todos...

Herminio Cuco Vamos deixar de discursos e partir pra acção povo sofredor....
Henrique Miranda Há passes de mágica difíceis de entender ao comum dos mortais, tipo transformar a independência em falência e ter a pouca vergonha de ainda querer vender a "banha da cobra".. A credibilidade custa a construir mas perde-se num ápice. Como dizia um comunicador profissional (o falecido Baptista Bastos), fazendo um trocadilho com o "é pela boca que a gente se entende": "é pela boca que a gente se estende!"...
Nelson Charifo com certeza!
Amelia Tembe Amei nosso muçambiq de volta.
Lino Nelson Ah, que bom. Amanhã não preciso me empoleirar no my love, pois haverá sobra de transporte público para os mais variados destinos. Moçambique está de volta!

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