Moçambique está de volta, sim!
Circula um texto assinado por Nelson Charifo (não o conhecço), que questiona uma declaração recente do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyus, aquando do seu discurso no acto de abertura do Forum de Infraestruturas, realizado em Tete.
A declaração em referência é «Moçambique está de volta!». O meu entendimento é de que o Presidente Filipe Nyusi se refere ao regresso de Moçambique à família dos países onde os investidores se sentem seguros para investir as suas poupanças. Moçambique ficou "expulso" desta família, aquando das descobertas das famigeradas "dívidas escondidas". Essa "expulsão" retraiu o investimento e agudizou a crise económica e financeira por que Moçambique está actualmente a passar.
No meu entender, o Presidente Filipe Nyusi fez aquela declaração para convidar os investidores a considerar Moçambique nas suas iniciativas de investimento, porque, apesar da crise, o país oferece excelentes oportunidades para a aplicação promissora de poupanças para gerar rendimentos substanciais a custos competitivos.
Porém, Nelson Charifo entendeu diferentemente aquela declaração do Presidente Filie Nyusi. E porque eu considero pertinentes as perguntas que o Nelson Charifo coloca no seu texto, decidi partilhá-lo aqui para a nossa reflexão.
Eis o texto, a seguir. [Editei-o ligeiramente, para facilitar a leitura!]
------ INÍCIO DO TEXTO PARTILHADO ------
MOÇAMBIQUE ESTÁ DE VOLTA!
Senhor Presidente, a expressão "estar de volta" na Língua Portuguesa significa retorno, regresso, voltar ao ponto de partida ou ao início, etc.
Voltamos para onde mesmo Senhor Presidente? A situação que o país estava antes do escândalo das dívidas? Ao Moçambique de Samora Machel, de Chissano ou de Guebuza? Ou a Moçambique do tempo colonial? O que havia de bom para o povo nestes períodos?
Infelizmente, o bem-estar para esse Povo diz respeito ao futuro e não ao passado. Nós vivemos com este desejo e esperança de vir a ser uma nação próspera e desenvolvida no futuro ainda por vir.
Voltamos para onde senhor Presidente, se a vida continua muito difícil em Moçambique; se o estado ainda dá prioridade a carros de luxo aos dirigentes, ao invés de ambulâncias, transportes públicos, carteiras para as escolas, camas para os hospitais e Unidades Sanitárias?
Voltamos mesmo para onde, se a corrupção, o crime organizado e a impunidade ainda dominam; se as dívidas da Ematum, MAM e Proindicus ainda não estão devidamente esclarecidas?
Voltamos para onde mesmo, se os serviços ainda carecem de qualidade e não são abrangentes; se as empresas públicas continuam prestando maus serviços e estão praticamente falidas; se a agricultura ainda não é efectivamente a base do desenvolvimento e ainda não somos auto-suficientes; se a boa governação ainda não é uma realidade em Moçambique e as instituições políticas ainda carecem de credibilidade?
Como é que Moçambique pode estar de volta, se o país tem feito muito pouco para concretizar e para a garantir a efectividade dos direitos humanos?
Nelson Charifo, 11/06/2017
------ FIM DO TEXTO PARTILHADO ------
Enfim, mesmo achando pertinentes estas perguntas de Nelson Charifo, para a nossa reflexão, julgo que a declaração de que «Moçambique está de volta!» não está desprovida de sentido para quem tem memória de que este país chegou a ser colocado no "lixo" pelas agências internacionais de notação de risco (international credit rating agencies). Com efeito, Moçambique está a SAIR da situação de «pior país para se investir», a que o país ficou remetido a seguir às descobertas das "dívidas escondidas", de VOLTA para a situação de «país seguro para se investir», pesem embora todos os problemas que o Nelson Charifo aponta no seu texto. Sejamos honestos; não detractores! Questionar é bom e necessário, para nos entendermos; e melhor quando se faz com honestidade. Quando se questiona para tirar mérito a uma declaração que tem mérito, isso configura desonestidade intelectual; é uma atitude que indigna.
MOÇAMBIQUE ESTÁ DE VOLTA: Senhor Presidente, voltamos pra onde mesmo?
Senhor Presidente, a expressão "estar de volta" na Língua Portuguesa significa retorno, regresso, voltar ao ponto de partida ou ao início, etc.
Voltamos para onde mesmo Senhor Presidente? A situação que o país estava antes do escândalo das dívidas? Ao Moçambique de Samora Machel, de Chissano ou de Guebuza? Ou a Moçambique do tempo colonial? O que havia de bom para o povo nestes periodos?
Infelizmente, o bem- estar para esse Povo diz respeito ao futuro e não ao passado. Nós vivemos com este desejo e esperança de vir a ser uma nação próspera e desenvolvida no futuro ainda por vir. Voltamos para onde senhor Presidente?
Se a vida continua muito dificil em Moçambique.
Se o estado ainda dá prioridade a carros de luxo aos dirigentes, ao invés de ambulâncias, transportes públicos, carteiras para as escolas, camas para os hospitais e Unidades Sanitárias.
Voltamos mesmo para onde?
Se a corrupção, o crime organizado e a impunidade ainda dominam; se as dívidas da Ematum, MAM e Proindicus ainda não estão devidamente esclarecidas;
Voltamos para onde mesmo? Se os serviços ainda carecem de qualidade e não são abrangentes...
As empresas públicas continuam prestando maus serviços e estão praticamente falidas...
A agricultura ainda não é efectivamente a base do desenvolvimento e ainda não somos auto- suficientes. A boa governação ainda não é uma realidade em Moçambique e as instituições politicas ainda carecem de credibilidade. Como é que Moçambique pode estar de volta, se o país tem feito muito pouco para concretizar e para a garantir a efectividade dos direitos humanos?
Por Nelson Charifo, 11/06/2017
Comentários
MOÇAMBICANOS E MOÇAMBICANAS, MOÇAMBIQUE ESTÁ MESMO DE VOLTA!
A Crise já se foi...há dinheiro sobrando...tanto, tanto dinheiro que até a compra de 17 Carros de luxo da marca Mercedes Benz para alguns deputados, não significam nada...nadinha mesmo para as contas do Estado. Esta crise só existe na consciência e no bolso do cidadão. A pobreza e crise apenas existem na mente da população.
Por Nelson Charifo 11/06/2017
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