Como é que as nossas instituições públicas (não) comunicam?
O título acima surge a propósito de duas situações que ainda pairam por aqui: (1) O processo da compra do Banco MOZA por parte do Fundo de Pensões do Banco de Moçambique e (2) A aquisição de novas viaturas para os membros da Comissão Permanente da Assembleia da República.
Sobre a questão do MOZA parece estar evidente que estamos perante um conflito de interesses, visto que temos uma ''entidade camuflada'' que vai fazer um duplo papel no mesmo jogo: árbitro e jogador. Sobre este capítulo pouco me resta acrescentar, o que a mim me preocupa é a forma como o Banco de Moçambique comunicou com o público em relação a este caso.
O título acima surge a propósito de duas situações que ainda pairam por aqui: (1) O processo da compra do Banco MOZA por parte do Fundo de Pensões do Banco de Moçambique e (2) A aquisição de novas viaturas para os membros da Comissão Permanente da Assembleia da República.
Sobre a questão do MOZA parece estar evidente que estamos perante um conflito de interesses, visto que temos uma ''entidade camuflada'' que vai fazer um duplo papel no mesmo jogo: árbitro e jogador. Sobre este capítulo pouco me resta acrescentar, o que a mim me preocupa é a forma como o Banco de Moçambique comunicou com o público em relação a este caso.
Depois de emitir um comunicado pálido e vazio a dizer que ‘’(...) Os
passos dados e que indiciam, para muitos analistas, violação da lei e
ética, foram superados por uma decisão superior de gestão...’’, até hoje
não se dignou a explicar em detalhe os contornos da aquisição do MOZA,
apesar dos questionamentos recorrentes. Ou seja, o BM prefere que se
fique na especulação ou que a Comissão Central de Ética Pública se
pronuncie sobre tal.
Sobre as novas viaturas para os Deputados, não estou preocupado em discutir se a compra é legítima/oportuna ou não, mas sim comentar sobre a forma como o porta-voz do Ministério da Economia e Finanças, Rogério Nkomo, veio explicar este caso ontem (09/06).
Confesso que fiquei boquiaberto ao ouvir o que ele (porta-voz) disse, passo a citar: ‘’(...) Como devem imaginar, o nosso Orçamento (2017) é volta de 172 MIL MILHÕES de Meticais, não vão ser uns 228 MILHÕES de Meticais que vamos calcular o seu peso, vão ser 0,00000 não sei quantos...’’.
Ou seja, para o senhor Nkomo e o seu Ministério, o dinheiro público não é problema neste momento porque o custo da compra dos Mercedes representa praticamente nada no bolo orçamental deste ano. Ademais, esse valor em termos numéricos são só uns ‘’zerrinhos’’ que pouco impactam a estrutura económica nacional. Eu não sabia que uma verba de 228 Milhões pode ser considerada um dinheiro fácil em tempo de crise e de aperto orçamental.
Não haveria aqui uma outra forma de comunicar isto ao público? Terá sido claro nessa sua explicação? Dar o corpo para levar todas as balas deve ser constrangedor, ser porta-voz é uma função ingrata e penosa, pois, tenho dúvidas que o senhor Rogério Nkomo estivesse a dizer aquilo de sã consciência.
Por vezes as nossas instituições públicas podem ter decisões correctas, mas comunicam extremamente mal. Nota-se que há um grave problema numa situação de comunicação de crise nas nossas instituições públicas: não existe antecipação aos problemas; não há agilidade na reacção; a qualidade informativa é uma lástima e a veracidade deixa muito a desejar.
Os casos acima acontecem numa altura em que a assessoria de imprensa das instituições públicas esteve recentemente reunida, algures na província de Maputo, para discutir soluções de como comunicar com eficácia.
Sobre as novas viaturas para os Deputados, não estou preocupado em discutir se a compra é legítima/oportuna ou não, mas sim comentar sobre a forma como o porta-voz do Ministério da Economia e Finanças, Rogério Nkomo, veio explicar este caso ontem (09/06).
Confesso que fiquei boquiaberto ao ouvir o que ele (porta-voz) disse, passo a citar: ‘’(...) Como devem imaginar, o nosso Orçamento (2017) é volta de 172 MIL MILHÕES de Meticais, não vão ser uns 228 MILHÕES de Meticais que vamos calcular o seu peso, vão ser 0,00000 não sei quantos...’’.
Ou seja, para o senhor Nkomo e o seu Ministério, o dinheiro público não é problema neste momento porque o custo da compra dos Mercedes representa praticamente nada no bolo orçamental deste ano. Ademais, esse valor em termos numéricos são só uns ‘’zerrinhos’’ que pouco impactam a estrutura económica nacional. Eu não sabia que uma verba de 228 Milhões pode ser considerada um dinheiro fácil em tempo de crise e de aperto orçamental.
Não haveria aqui uma outra forma de comunicar isto ao público? Terá sido claro nessa sua explicação? Dar o corpo para levar todas as balas deve ser constrangedor, ser porta-voz é uma função ingrata e penosa, pois, tenho dúvidas que o senhor Rogério Nkomo estivesse a dizer aquilo de sã consciência.
Por vezes as nossas instituições públicas podem ter decisões correctas, mas comunicam extremamente mal. Nota-se que há um grave problema numa situação de comunicação de crise nas nossas instituições públicas: não existe antecipação aos problemas; não há agilidade na reacção; a qualidade informativa é uma lástima e a veracidade deixa muito a desejar.
Os casos acima acontecem numa altura em que a assessoria de imprensa das instituições públicas esteve recentemente reunida, algures na província de Maputo, para discutir soluções de como comunicar com eficácia.
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