terça-feira, 13 de junho de 2017

Fachin dá 5 dias para PF concluir investigação contra Temer

Na sexta-feira, a Polícia Federal pediu prazo extra para encerrar os trabalhos

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O ministro Edson Fachin durante a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) - André Coelho / Agência O Globo
BRASÍLIA – O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deu mais cinco dias para a Polícia Federal concluir as investigações sobre o presidente Michel Temer. O prazo dado por Fachin inicialmente, de dez dias, teria se encerrado no sábado. Mas na sexta-feira a PF pediu prazo extra para finalizar os trabalhos. As apurações precisam estar concluídas na segunda-feira. Na mesma decisão, Fachin deu cinco dias para a Procuradoria-Geral da República se manifestar sobre o pedido de arquivamento do inquérito feito pela defesa de Temer.

O prazo curto é estipulado em lei, para investigações nas quais há investigados presos. No caso, trata-se do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e de Roberta Funaro, irmã do operador Lucio Funaro. Eles são alvo do mesmo inquérito e, junto com Temer, são investigados por crime de obstrução à justiça, corrupção passiva e participação em organização criminosa. A expectativa é de que a PGR apresente denúncia contra o presidente na próxima semana.
O prazo extra poderá ser usado para a PF concluir a perícia no áudio da conversa que o dono da JBS, Joesley Batista, gravou com o presidente. Em 22 de maio, a polícia informou ao STF que precisava de até 30 dias para concluir a análise. A perícia ainda não foi concluída. No caso dos áudios do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que é investigado no mesmo inquérito, o prazo inicial era de até 60 dias.
Para instruir o inquérito, Fachin determinou que a PF colhesse, por escrito, o depoimento de Temer. Os investigadores enviaram 82 perguntas à defesa do presidente, mas ele decidiu não responder nada. O depoimento de Rocha Loures também não representou avanço nas investigações, porque o ex-deputado ficou calado diante das perguntas formuladas pela PF.
A delação que compromete o presidente
Joesley Batista, dono da JBS, fez acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e ajudou a revelar um esquema de pagamento de propinas que envolveu Michel Temer
A JBS é a maior produtora de proteína animal do planeta
Joesley negociou pagamentos a políticos em troca de favorecimento para sua empresa, a JBS
Joesley Batista
(Dono da JBS)
GRAVAçÃO
Joesley gravou Michel Temer em um diálogo onde o presidente indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS).
Joesley também disse a Temer que era necessário manter um bom relacionamento com Eduardo Cunha, inclusive com pagamentos ao operador Lúcio Funaro para que ambos ficassem calados.
PROPINA
MESADA
Diante da informação, Temer incentivou:
Michel Temer
(Presidente)
INDICAçÃO
Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo
uma mala com
R$ 500 mil enviados por Joesley
Rodrigo da
Rocha Loures
(Deputado afastado)
Eduardo Cunha
(Ex-deputado)
Lúcio Funaro
(Operador)

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2 comentários

  • Luiz Pereira
    Fachin dá 5 dias para PF concluir investigação contra Temer, até aí tudo bem, mas, em contrapartida, quantos dias faltam para que o Fachin autorize a quebra de sigilo no tocante ao seu envolvimento com os donos da JBS e, caso tudo não passe de falsidade, proclame um desmentido, o que não pode é povo desconhecer a verdade.
  • Cel
    Temer e os golpistas estão comendo pelas beiradas. A PF já está posta em rédeas curtas, a Lava-Jato arrefeceu e Janot será trocado em setembro. Pelo visto, Temer conseguirá cumprir a tarefa que lhe foi determinada: tocar o pacote de 'reformas' e se aposentar em 2018.
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