Vive-se
um ambiente de tensão no Conselho Municipal da Cidade de Nampula (CMCN)
devido à demissão de vereadores, alguns dos quais do partido Movimento
Democrático de Moçambique (MDM) e nomeados quando o presidente Mahamudo
Amurane assumiu o poder. Justifica-se a medida com a necessidade de dar
prosseguimento às reformas em curso na edilidade e preparação das
próximas eleições.
António Gonçalves, presidente da Comissão
Política do MDM em Nampula, foi um dos alvos da vassourada de Mahamudo
Amurane. Ele respondia pelo pelouro de Administração e Finanças e chegou
a ser indicado presidente do Conselho de Administração da Empresa
Municipal de Saneamento de Nampula (EMUSANA).
Maria Madalena, que
ocupou os cargos de chefe do posto administrativo e municipal de Muatala
e fez parte do secretariado executivo do gabinete do edil, foi
“rebaixada” e colocada como motorista do chefe do posto administrativo
de Natikiri, Aiuba Nacogeria. Este já desempenhou as funções de chefe do
posto administrativo municipal de Muhala.
Outras figuras
consideradas "pesos pesados" do MDM, ora exonerados, são os vereadores
dos pelouros de Transportes, Comunicação e Trânsito, Salubridade,
Higiene e Gestão Funerária e os chefes dos postos de Napipine.
Falando
recentemente, na tomada posse de Judite Telma Magaia e Idalina Muivai,
para os cargos de chefes dos postos administrativos de Napipine e
Muhala, Mahamudo Amurane disse que a escolha foi consensual depois da
auscultação feita internamente.
Charamadane Rachid e Aly Alberto,
militantes do partido Frelimo, foram indicados para as vereações dos
Transportes, Comunicação e Trânsito e Salubridade Higiene e Gestão
Funerária.
"Mesmo sem o MDM ou outras forças políticas estarei na
política, até os próximos 50 anos", disse o edil de Nampula, assumindo
claramente o "divórcio" entre si e o partido que o conduziu à
presidência do município de Nampula.
O @Verdade apurou igualmente
que alguns funcionários, sobretudo os que assumem cargos de chefia, tem
vindo a renunciar a militância no MDM devido à crise interna que esta
formação política atravessar nos últimos tempos.
Reagindo às
declarações de Mahamudo Amurane, o delegado político do MDM na cidade de
Nampula, Luciano Tarieque, considerou que revela a democracia interna
do partido. “Nós defendemos a inclusão social e não nos opomos quanto às
exonerações dos nossos militantes do município. Em substituição, o edil
indicou pessoas da sua confiança", disse.
O político desmentiu
que o MDM esteja a viver momentos de crise, o que se pretende é
supostamente desviar as atenções do partido na preparação das próximas
eleições.Professores sem salários há mais de um ano em Nampula
Destaques - Newsflash |
Escrito por Júlio Paulino em
08 Maio 2017 |
Pelo
menos 22 professores afectos a algumas escolas do distrito de
Eráti-Namapa, na província de Nampula, estão sem vencimentos há mais de
um ano, facto que os deixa com os nervos à flor da pele e de costas
voltadas com o governo local.
Trata-se docentes que leccionam os
níveis primário e secundário e que por conta desta situação têm
abandonado os alunos à sua própria sorte. Eles justificam este
procedimento com a necessidade de procurar alternativas de
sobrevivência.
Segundo apurou o @Verdade, eles têm exigido
explicações e a observância dos seus direitos junto da Direcção
Distrital de Educação e Desenvolvimento Humano em Nampula, mas sem
sucessos.
No outro momento, os mesmos professores endereçaram uma
carta ao administrador do distrito, o qual criou uma equipa por si
encabeçada para supostamente apurar as causas do não pagamento de
ordenados.
A Direcção Provincial das Finanças em Nampula também
está ao corrente do assunto. Júlio Mendes, director provincial de
Educação e Desenvolvimento Humano naquele ponto do país, confirmou que,
de facto os docentes em causa não auferem os seus salários há bastante
tempo. De acordo com ele, o problema deve-se, em parte, ao supostamente
desleixo dos próprios professores. Estes não apresentaram a tempo os
documentos exigidos pelas autoridades da educação.
Os mesmos
professores foram contratados no meio no ano lectivo passado com vista a
fazer face à falta de professores. Uma parte deles foram colocados em
zonas recônditas da província e sem condições para tratar os documentos
exigidos para a regularização da sua situação contratual com o Estado,
explicou Júlio Mendes.
“Muitos destes professores não têm registo
na Função Publica (...)” mas são casos já desbloqueado e os respectivos
processos remetidos ao “Tribunal Administrativo e às Finanças, que já
estão a fazer de tudo para efectuar o pagamento num curto espaço de
tempo", assegurou Mendes.
Enquanto isso, segundo o mesmo
dirigente, as autoridades de educação em Nampula estão a passar um pente
fino com vista a detectar docentes com certificados de formação falsos.
Mendes disse que já foram detectados 74 casos desta natureza. |
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