Polícia continua a refugiar-se no segredo da investigação
A Polícia da República de Moçambique (PRM) encontrou no segredo da investigação, o esconderijo ideal para não falar de alguns assuntos considerados sensíveis e que continuam a marcar a actualidade nacional, quando a questão é abordar o ponto de situação da ordem, segurança, tranquilidade e outras questões que têm a ver com o controlo da criminalidade. Assim, ontem, em mais um encontro com a comunicação social, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, o excessivamente prudente
Inácio Dina, deixou a actualização informativa de matérias relacionadas com o mandado de captura contra Nini Satar e a real identidade dos dois corpos encontrados enterrados numa cova nas matas do distrito da Moamba, província de Maputo, ao Ministério Público.
Dina diz que só o Ministério Público pode tecer quaisquer comentários a propósito, visto que o assunto está actualmente sob alçada daquela que é a entidade responsável por assegurar o cumprimento da legalidade no país. Em algum momento, o acusado Nini Satar, usou as redes sociais para levantar suspeitas de não existir qualquer mandado de captura contra ele, desafiando a qualquer um, a exibição pública do documento que ordena a sua captura.
Foi na perspectiva de perceber a razoabilidade dos ultrajes públicos de Nini Satar que os jornalistas pediram que Dina facultasse elementos adicionais do mandado de captura. Debalde, pois, o porta-voz da Polícia manteve a tese de que nada pode falar porque existe uma entidade que está a tratar do assunto.
“O que temos a dizer como autoridades policiais, tudo quanto é a matéria que está no período de investigação já não é da alçada e da competência da Polícia em explicar ou em dar algum detalhe sobre o andamento do processo de investigação” – disse Dina, negando, terminantemente de dar o ponto de situação. Em relação à real identidade dos corpos encontrados no distrito da Moamba, a Polícia também diz que ainda não tem dados substanciais a partilhar com o público, daí que, por enquanto, só o MP pode dar algum tipo de pronunciamento.
“Sabemos nós que a Polícia, o MP, os tribunais e a administração penitenciária fazem parte daquilo que nós chamamos de instâncias de controlo social formal e no trabalho que estes órgãos realizam, fazem-no de forma combinada, mas há uma extrema necessidade de respeitar o momento de cada uma das instâncias” – reiterou Dina.(Ilódio Bata)
MEDIAFAX – 24.05.207
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