O líder da Frente de Libertação de Moçambique e Presidente da
República, Filipe Nyusi, afirmou esta sexta-feira que o partido deve
compreender o que pensa a população, que enfrenta custos difíceis.
Teremos de compreender o momento em que a Frelimo está a governar Moçambique, que ansiedades e prioridades reinam no seio dos moçambicanos”, referiu.
“Vamos nos debruçar sobre grandes questões que preocupam o nosso povo: a paz e o custo de vida“, referiu, ao abrir a última reunião do comité central antes do congresso do partido, de hoje a quatro meses do congresso do partido. Nyusi refere que é o momento de “arquitetar o modus operandi do partido” para enfrentar “novos desafios”.
O 11.º congresso da Frelimo vai decorrer de 26 de setembro a 1 de outubro de 2017 na Matola, arredores de Maputo, e vai definir quem vai liderar o partido no próximo ciclo eleitoral – eleições autárquicas a 10 de outubro de 2018 e eleições gerais no ano seguinte. Filipe Nyusi é visto nos círculos políticos como o candidato natural a renovar a liderança da Frelimo, restando saber se outros nomes deverão avançar.
A trégua ilimitada anunciada pela Renamo é um sinal positivo, mas o partido vai ter que continuar a lidar com as consequências da crise gerada pelas dívidas ocultas de 2,2 mil milhões de dólares contraídas por firmas estatais no mandato de Guebuza, entre 2013 e 2014, e vai ter que continuar a conduzir o país com menos apoio externo.
Na sessão de abertura da reunião do comité central, durante os discursos de saudação ao presidente da Frelimo, Fernando Faustino, secretário-geral Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLIN), fez vários alertas.
A Frelimo não pode cair num adormecimento, não se pode deixar surpreender por quem se infiltre nas suas estruturas, nem deve haver quem só surja em momentos de visibilidade política” – alusões feitas sem nunca especificar o destinatário.São questões internas que vão ser tratadas à porta fechada e com um “figurino restrito, sem convidados”, de forma mais reservada do que habitual. Um formato que vem na sequência do pedido feito na última reunião do comité central, em outubro de 2016. Na altura, o órgão pediu uma sessão extraordinária e de forma reservada, restrita, para análise da situação interna e da situação política, económica e social do país. A agenda está lançada e os trabalhos decorrem esta sexta-feira e sábado.