Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com)
Se os pecadores não mudam não é por falta de homilias. O mal corre-lhes nas veias sanguíneas. Há quem diga, também, que quanto maior for a proliferação de pecadores, maiores são os lucros do clero. Extraído de uma conversa com o amigo Nkulu
Um breve intróito: Gostaria de ver a cara daqueles comentadores, sobretudo dos bloguistas, que anunciavam um Moçambique decapitado pela Renamo. Aqueles que praguejavam o fim da nossa moçambicanidade. Como apóstolos da desgraça, arquitectavam em suas mentes diabólicas, o assalto ao poder. O objectivo seria o ajuste de contas com a História.
Eles entendem que a Frelimo não devia estar a governar, porque os excomungou durante a dura caminhada à independência nacional e no processo de desenvolvimento da nossa Pátria Amada. Nas conversas semanais com meus sobrinhos, tenho reforçado um pensamento que ouvi de um professor secundário (já falecido) que o mais difícil na vida não é fazer escolhas, mas sim conviver com elas.
Escolheram o lado errado da História e agora atribuem as causas das suas frustrações à Frelimo. Pois bem, a vida não tem corrido bem a esses profetas da desgraça, numa altura em que o monarca da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou uma “trégua sem prazos.” Farto-me de rir quando leio e vejo os detractores da nossa Pátria Amada a enxovalharem o líder máximo da Renamo por ter tomado tal decisão. Dhlakama percebeu que estava a ser enganado e intoxicado pela elite política e económica da Renamo (incluindo os patrocinadores do conflito), razão pela qual está a dar o merecido “troco”. Estão baralhados e raivosos, pois não entendem e nem sequer compreendem como é que aquilo que eles acreditavam ser irreconciliável (água e energia) estão a dar-se muito bem. E tudo pela paz! Dhlakama merece, por esse momento de discernimento mental, a minha salva de palmas.
Se os pecadores não mudam não é por falta de homilias. O mal corre-lhes nas veias sanguíneas. Há quem diga, também, que quanto maior for a proliferação de pecadores, maiores são os lucros do clero. Extraído de uma conversa com o amigo Nkulu
Um breve intróito: Gostaria de ver a cara daqueles comentadores, sobretudo dos bloguistas, que anunciavam um Moçambique decapitado pela Renamo. Aqueles que praguejavam o fim da nossa moçambicanidade. Como apóstolos da desgraça, arquitectavam em suas mentes diabólicas, o assalto ao poder. O objectivo seria o ajuste de contas com a História.
Eles entendem que a Frelimo não devia estar a governar, porque os excomungou durante a dura caminhada à independência nacional e no processo de desenvolvimento da nossa Pátria Amada. Nas conversas semanais com meus sobrinhos, tenho reforçado um pensamento que ouvi de um professor secundário (já falecido) que o mais difícil na vida não é fazer escolhas, mas sim conviver com elas.
Escolheram o lado errado da História e agora atribuem as causas das suas frustrações à Frelimo. Pois bem, a vida não tem corrido bem a esses profetas da desgraça, numa altura em que o monarca da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou uma “trégua sem prazos.” Farto-me de rir quando leio e vejo os detractores da nossa Pátria Amada a enxovalharem o líder máximo da Renamo por ter tomado tal decisão. Dhlakama percebeu que estava a ser enganado e intoxicado pela elite política e económica da Renamo (incluindo os patrocinadores do conflito), razão pela qual está a dar o merecido “troco”. Estão baralhados e raivosos, pois não entendem e nem sequer compreendem como é que aquilo que eles acreditavam ser irreconciliável (água e energia) estão a dar-se muito bem. E tudo pela paz! Dhlakama merece, por esse momento de discernimento mental, a minha salva de palmas.
Indo ao tema
deste texto, penso que está claro que a “exumação” dos métodos
samorianos (visita relâmpago às instituições públicas) pelo presidente
da República está a avivar o espírito dos moçambicanos. O povo há muito
que questionava se o presidente não via com “óculos de madeira” o
parasitismo instalado no Aparelho de Estado. De facto, algumas
instituições do Estado tornaram-se incubadora e locais de acomodação de
parasitas. Não é só o problema de desorganização e desinteresse pela
coisa pública que me preocupa, é a falta de visão estratégica.
Quando não se
conhecem os objectivos, a missão e a visão de uma instituição, ela deixa
de ter vida. Ficam, apenas, paredes mortas, pois lá dentro a rotina
toma conta dos funcionários. As metas são importantes numa instituição
para cobrar responsabilidades e não para fazer estatística.
A estatística, como dizia o meu amigo Nkulu, é como biquíni. Mostra aquilo que é agradável, esconde aquilo que não se pode mostrar, que é desagradável.
Afinal o
presidente Nyusi sempre viu dos próprios olhos a verdade. O problema de
transporte é visível, basta ver a forma como os moçambicanos são
transportados. E todos os anos anuncia-se uma solução que nunca sai do
papel. Saem ministros, entram ministros, o povo continua a ser
transportado como lixo. A qualidade do nosso ensino não encontra o
escoamento no mercado de emprego, porque transformou-se a educação em um
sistema repetidor. Ainda bem que o presidente tenha constatado, na
província de Inhambane, que os chapas que aprenderam a voar saíram do
tecto de uma escola construída por técnicos e engenheiros das nossas
escolas e universidades, e não de uma ramada do nosso amado povo.
Temos medo de
apostar numa educação profissionalizante que abra ao homem um caminho da
realização plena, em que o estudante desenvolve a sua própria
capacidade de produzir e trabalhar. No desporto, as modalidades que não
gastariam um único vintém para os Estado (atletismo, natação, xadrez,
etc.), têm sido as mais ignoradas. Isto deixa-me revoltado.
O presidente
Nyusi observou isso e um pouco mais: os gastos financeiros dessas
instituições são insuportáveis. Não há gestão das capacidades locais,
nem querem que haja, porque garante-lhes comissões. O livro escolar de
distribuição gratuito, nossa arma secreta para a formação, é feito no
exterior do país. E as nossas livrarias? Onde está a nossa auto-estima?
Levaria uma
eternidade e daria biliões de exemplos para elencar os problemas que
enfermam as nossas instituições públicas. Mas, de momento, queria
focar-me num aspecto. O grande dilema é que o presidente é provavelmente
o único, no seu governo, que tem vistas largas. É das poucas pessoas
que consegue enxergar esse desfile de incompetências, porque grosso modo
(quero acreditar que, entre os decisores, há excepções, sempre) nem
sequer sabem o que andam lá a fazer.
E o presidente
Nyusi, talvez por excesso de confiança acreditando que as suas homilias
irão corrigir o mal instalado, tem levado tempo demais para remover
alguns parasitas. Não creio que eles (parasitas) possam mudar com os
avisos do presidente, porque o mal circula-lhes nas veias sanguíneas. É
curioso que esses mesmos dirigentes já nos deram provas de que não
servem para gestores públicos.
Um famoso
administrador, depois de escangalhar a administração e o município de um
distrito, voltou a ser confiado um cargo de direcção pelo partido. Um
antigo dirigente que foi acusado e condenado por roubo acaba de receber
mais um voto de confiança: é agora uma espécie de régulo da instituição
que ajudara a delapidar. O que se pode esperar desses dirigentes?
O presidente
não deve perder de vista que a sua principal missão é acabar com as
fomes e não policiar as instituições públicas. As televisões mostram a
sua coragem e bravura, mas a história pode ser-lhe amarga, se não
inverter o actual quadro clínico da pobreza que zurzi a maioria dos
moçambicanos.
Zicomo e um abraço nhúngue aos amigos Paulo e Sénio.
WAMPHULA FAX – 08.05.2017
Filipe Nyusi decepcionado com administradores distritais
Chefe de Estado critica actuação dos administradores distritais de Cabo Delgado
Terminou, no sábado, a visita de três dias que o Presidente da República realizou à província de Cabo Delgado, onde escalou localidades e postos administrativos dos distritos de Nangade, Macomia, Montepuez e Ancuabe.
Em todos estes pontos, orientou comícios populares, visitou e inaugurou infra-estruturas sociais e económicas, sendo de destacar sistemas de abastecimento de água e escolas. Filipe Nyusi orientou, igualmente, duas sessões extraordinárias do Governo provincial de Cabo Delgado, a primeira logo à sua chegada e a segunda no fim da visita.
Na primeira sessão extraordinária, a governadora apresentou relatórios de desempenho do seu executivo referentes ao ano passado e ao primeiro trimestre do presente ano. O Chefe de Estado pediu a cada um dos administradores dos distritos que participaram na reunião para que falasse sobre os planos dos respectivos distritos. Foi aí que descobriu que quase todos não tinham clareza do que fizeram e sobre o que pretendem fazer este ano, principalmente no que concerne às metas de produção agrícola, e questionou: “estão a governar? As coisas estão a acontecer sozinhas. No fim, vão a um comício e repetem palavras de ordem”. Por fim, o Presidente da República pediu que o relatório do governo provincial fosse melhorado.
Já na conferência de imprensa que concedeu aos jornalistas que cobriram a sua visita a Cabo Delgado, Filipe Nyusi disse que não ficou satisfeito com o desempenho dos administradores. “Não fiquei nem um pouco satisfeito com a falta de domínio, no âmbito da planificação, portanto, a concepção dos planos, a implementação, a monitoria. Se não se tem domínio daquilo que se deve produzir nem há sensibilidade dos números e indicadores, não se sabe se estão a correr rápido ou devagar e se chegam a tempo ou não”, referiu.
Dada a situação, Filipe Nyusi disse que há necessidade urgente de submeter os administradores à capacitação, de modo a melhorarem o seu desempenho. “Significa que vamos dar a ferramenta para eles fazerem melhor. Isso que fizemos permitiu-nos perceber que, se melhorarmos conhecimentos, podemos atingir resultados positivos e melhores”, disse.
Entretanto, de uma forma geral, Filipe Nyusi diz ter gostado de visitar a província de Cabo Delgado, porque ficou convencido de que, apesar das dificuldades, as coisas estão a acontecer, a produção agrícola aumentou, embora não tenha chovido de forma regular, e que a população está a acatar a sua recomendação de aumentar a produção. “A felicidade, minha, é o facto de ter estado cá e constatado que precisamos de dar este tipo de apoio. Esta é a razão da nossa vinda aqui, para não estarmos no gabinete. Temos de dar o apoio necessário aos que precisam para poderem trabalhar”, afirmou o Presidente da República, acrescentando que “a avaliação geral que fazemos é que as coisas estão a acontecer em Cabo Delgado”.
O Chefe de Estado aponta como exemplo as áreas de infra-estruturas, emprego, agricultura, pecuária e pesca como as que vêm registando avanços, embora esta última não tenha muita tradição nesta província, como acontece com as regiões sul e centro do país. “Por isso mesmo, encorajamos a população e saudamos a província para que isso possa continuar”, anotou.
Em Cabo Delgado, Nyusi manteve encontros com as autoridades e populações locais, onde se inteirou do nível de execução do Plano Económico e Social (PES).
Nyusi censura críticos e pede tranquilidade para negociar com Dhlakama
Diálogo político e as vozes que reclamam exclusão
- Durante a visita à província de Cabo Delgado, o Presidente da República disse que a revisão constitucional só se vai efectivar mediante aceitação de todos os moçambicanos
O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, efectuou, na semana passada, uma visita de três dias à província de Cabo Delgado, norte do país, tendo, em maior parte das suas intervenções potenciado a explicação, ao detalhe, das linhas com as quais se está a coser o diálogo político.
Filipe Nyusi explicou, por exemplo, que o diálogo que ele decidiu assumir directamente com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, visa, essencialmente, devolver a paz e estabilidade efectivas ao país. Nisto, Nyusi entende ser estranho que muitas vozes apareçam a criticar o diálogo em curso, supostamente porque o mesmo não está a ser inclusivo, tendo em conta que os “outros” actores não foram convidados a fazer parte do processo. O Movimento Democrático de Moçambique e algumas Organizações Não Governamentais têm estado a assumir a dianteira crítica, exigindo, por conseguinte, a sua integração nas comissões que estão a negociar o processo que deve culminar com o restabelecimento da paz. “Infelizmente, há vezes que as pessoas dizem que não estamos a ser incluídos. Quem estava a praticar hostilidades é a Renamo. Agora não sei se tinha que discutir com um outro partido este assunto…o assunto sobre a paz” - disse Nyusi, não concordando com a necessidade, pelo menos nesta fase e nos actuais moldes, com a ideia de inclusão de novos actores.
- Durante a visita à província de Cabo Delgado, o Presidente da República disse que a revisão constitucional só se vai efectivar mediante aceitação de todos os moçambicanos
O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, efectuou, na semana passada, uma visita de três dias à província de Cabo Delgado, norte do país, tendo, em maior parte das suas intervenções potenciado a explicação, ao detalhe, das linhas com as quais se está a coser o diálogo político.
Filipe Nyusi explicou, por exemplo, que o diálogo que ele decidiu assumir directamente com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, visa, essencialmente, devolver a paz e estabilidade efectivas ao país. Nisto, Nyusi entende ser estranho que muitas vozes apareçam a criticar o diálogo em curso, supostamente porque o mesmo não está a ser inclusivo, tendo em conta que os “outros” actores não foram convidados a fazer parte do processo. O Movimento Democrático de Moçambique e algumas Organizações Não Governamentais têm estado a assumir a dianteira crítica, exigindo, por conseguinte, a sua integração nas comissões que estão a negociar o processo que deve culminar com o restabelecimento da paz. “Infelizmente, há vezes que as pessoas dizem que não estamos a ser incluídos. Quem estava a praticar hostilidades é a Renamo. Agora não sei se tinha que discutir com um outro partido este assunto…o assunto sobre a paz” - disse Nyusi, não concordando com a necessidade, pelo menos nesta fase e nos actuais moldes, com a ideia de inclusão de novos actores.
Continuando a
resposta aos críticos, o Presidente da República pediu duas coisas. Que
lhe fosse concedida a paz e a devida tranquilidade para poder continuar a
negociar com o líder da Renamo, mas, também, que todos os moçambicanos
se unissem e dessem o apoio possível a este processo. “Os moçambicanos
devem apoiar este processo. Está a haver algumas pessoas a dizer: estão a
falar o quê? Isto não vai funcionar. Isto, sabemos, não vai dar. Se
você tem certeza que não vai dar, pode dizer o que deve ser feito para
resultar. E não reclamar apenas e desencorajar o esforço dos
moçambicanos. Isso é crime. Estar a incitar violência e confusão para
matarmo-nos. Isso é mau”- atacou Nyusi, por entender que há gente que
parece estar a fazer um esforço titânico para que o actual processo
negocial não chegue a bom porto.
Apesar deste cepticismo, o facto é que, pelo menos publicamente, fica cada vez mais assente a imagem de que o diálogo directo entre o Presidente da República e o líder da Renamo está a trazer resultados positivos, pois, foi a partir dessa modalidade de diálogo que o país conseguiu estabelecer tréguas que, depois de renovadas duas vezes, perduram até hoje.
Sobre os passos seguintes, Nyusi explicou que as comissões especializadas estão a fazer o seu trabalho no sentido de ver até que ponto as ideias que têm estado a ser apresentadas são exequíveis e implementáveis.
A revisão constitucional, por exemplo, a ter que avançar, destacou Nyusi, deve passar por crivo da maioria dos moçambicanos. É que, explicou Nyusi, não é, nem ele e nem Afonso Dhlakama que irão decidir sobre a revisão da lei-mãe.
“Se chegar-se a conclusão de que tem que ser assim, vai acontecer. Não é Nyusi, nem Dhlakama. Quem decide é o povo moçambicano” – anotou Nyusi, apontando a necessidade de os deputados da Assembleia da República terem um apalavra a dizer em relação à proposta de revisão constitucional que, deve acomodar as exigências da Renamo.
Uma das principais exigências, se sabe, tem a ver com a alteração do formato da governação provincial, passando da actual nomeação pelo vencedor das gerais, para um modelo de eleição, a partir das Assembleias Provinciais. Na verdade, os deputados do parlamento moçambicano, tendo em conta o que se considera “superiores interesses da nação”, não terão outra hipótese senão avançarem com a aprovação para que as gerais de 2019 elejam, também, governadores provinciais.
MEDIAFAX – 08.05.2017
Apesar deste cepticismo, o facto é que, pelo menos publicamente, fica cada vez mais assente a imagem de que o diálogo directo entre o Presidente da República e o líder da Renamo está a trazer resultados positivos, pois, foi a partir dessa modalidade de diálogo que o país conseguiu estabelecer tréguas que, depois de renovadas duas vezes, perduram até hoje.
Sobre os passos seguintes, Nyusi explicou que as comissões especializadas estão a fazer o seu trabalho no sentido de ver até que ponto as ideias que têm estado a ser apresentadas são exequíveis e implementáveis.
A revisão constitucional, por exemplo, a ter que avançar, destacou Nyusi, deve passar por crivo da maioria dos moçambicanos. É que, explicou Nyusi, não é, nem ele e nem Afonso Dhlakama que irão decidir sobre a revisão da lei-mãe.
“Se chegar-se a conclusão de que tem que ser assim, vai acontecer. Não é Nyusi, nem Dhlakama. Quem decide é o povo moçambicano” – anotou Nyusi, apontando a necessidade de os deputados da Assembleia da República terem um apalavra a dizer em relação à proposta de revisão constitucional que, deve acomodar as exigências da Renamo.
Uma das principais exigências, se sabe, tem a ver com a alteração do formato da governação provincial, passando da actual nomeação pelo vencedor das gerais, para um modelo de eleição, a partir das Assembleias Provinciais. Na verdade, os deputados do parlamento moçambicano, tendo em conta o que se considera “superiores interesses da nação”, não terão outra hipótese senão avançarem com a aprovação para que as gerais de 2019 elejam, também, governadores provinciais.
MEDIAFAX – 08.05.2017
Um grupo de pessoas
Há certas ocupações que não são de se invejar. A de Chefe de Estado é uma delas. Milhões e milhões de pessoas estão com os olhos virados para si à espera de soluções para a sua vida, mesmo naquelas coisas que deviam ser da responsabilidade de cada um. Quando o país ainda por cima é pouco desenvolvido, tem preguiçosos sem iniciativa no aparelho de Estado e gente que não tem nenhum problema em colocar o país em chamas para reclamar irregularidades eleitorais a ocupação fica menos invejável ainda. E esses não são os únicos problemas. A pessoa tenta fazer alguma coisa, aquilo que considera melhor nas circunstâncias, e ao invés de ser elogiado só recebe críticas, críticas essas vindas de pessoas que se consideram sabichonas lá do conforto do seu mural de Facebook. É difícil não reagir mal a isso e chegar mesmo a desejar o silêncio dessa gente.
Nessas circunstâncias, um desabafo como o que o Chefe de Estado soltou recentemente é perfeitamente compreensível: “Há um grupo de pessoas que passa a vida a encontrar coisas erradas no que fazemos, sem nunca encontrar ou indicar possíveis saídas ou soluções. Isso é cobardia”. E mesmo quando ainda no mesmo diapasão o Chefe de Estado considera essas pessoas de “agitadoras para que haja violência em Moçambique” e até “criminosas” dá para entender até que ponto ele está a reagir sob o efeito do peso da responsabilidade que recai sobre os seus ombros.
É fácil rebater cada um dos desabafos. Se ele tivesse sido eleito para fazer coisas que agradem a todos não haveria necessidade de eleições. O povo que ele diz ser seu patrão seria uniforme e a democracia não seria o melhor método para o servir. Não cabe a quem critica encontrar soluções, pois não há nada mais frustrante do que propor coisas que nunca são feitas. É mais eficiente que a pessoa que recebe as críticas procure ela própria pelas soluções. Essa pessoa tem também plena liberdade para ignorar as críticas. Cobardia é o que os seus assessores e colegas no governo provavelmente fazem, caso não o critiquem, quando permitem que ele transforme um órgão tão importante como a Presidência da República numa espécie de Inspeção Geral do Estado e que trate dum assunto tão importante como a paz no país sem o envolvimento de todas as forças vivas da sociedade e sem dar nenhuma satisfação.
“Agitadores” é um termo infeliz nas nossas circunstâncias porque todos nós sabemos o que isso num passado recente significou. Já o termo “criminoso” é complicado porque é, neste caso, aplicado a pessoas que apenas manifestam discordância em relação à forma como o processo é conduzido. Não é por essas pessoas criticarem que haverá “bang-bang” no país. Em contrapartida, o Chefe de Estado está a negociar com um indivíduo que violou abertamente a constituição, assumiu a morte de membros das forças de defesa e segurança assim como a morte de civis e apostou na divisão do país. Ao fazer isto, o Chefe de Estado aceita esses crimes e assume o sacrifício de vidas inocentes como o preço que se deve pagar para lidar com os problemas do país.
Mas conforme eu dizia, o desabafo não é o problema. Tudo que é fácil de refutar não pode ser problema. O problema é a falta de foco no meio de tantos problemas. Se ele está tão seguro em relação ao caminho que escolheu, se ele sabe que está a fazer aquilo que é correcto e necessário neste momento porque se deixa distrair por cobardes, agitadores e criminosos? É só ignorar essa gente e fazer aquilo que precisa de ser feito. Aqui vem ao de cima um problema que eu apontei logo aquando da sua investidura como Presidente. Critiquei o seu discurso que me pareceu fraco. Lembro-me que pouca gente concordou comigo então, ou melhor os que concordaram comigo foram as pessoas que sempre estão contra tudo o que o governo faz. Eis o que escrevi na altura:
“Há duas coisas que ele não disse, mas que em minha opinião devia ter dito. Sei que é uma questão de apreciação política diferente. Primeiro, eu acho que ele devia ter falado das irregularidades durante as eleições. Ele é para mim, e para todo o moçambicano sensato, um presidente legítimo. Mas as eleições foram manchadas. Ele devia ter dito algo nesse sentido porque isso teria criado espaço para ele estender uma mão aos que estão a caminhar perigosamente para o mato político. Naquela passagem onde ele diz que é presidente de todos os moçambicanos, ali mesmo, ele devia ter dito ‘eu tenho consciência de que nem todos se revêm em mim; tenho consciência de que restam dúvidas em alguns compatriotas sobre a legitimidade do processo; eu tenho consciência disso; espero que todos os que estão desapontados me deem a sua mão patriótica e se juntem a todos nós na nossa aposta de trabalharmos com afinco na consolidação de instituições e procedimentos que nos ajudem a gerar maiores níveis de confiança; as tarefas que temos pela frente precisam de todos nós, nem que seja para nos ajudarem a melhorar através da crítica construtiva dentro da ordem constitucional; Moçambique é uno e indivisível; não é cada qual seguindo o seu caminho que vamos criar as instituições que queremos; é trabalhando juntos, de mãos dadas entoando com o nosso hino, que vamos construir este país pedra a pedra’. E por aí fora…”
Sem algo assim logo no início é difícil ter a impressão de que estas negociações com o líder da Renamo sejam mais do que manifestação dum alto sentido de improvisação. A solução para o problema da instabilidade política não é a acomodação da Renamo, mas sim a melhoria do sistema político. E nisso todas as forças vivas da sociedade têm que estar envolvidas.
A outra coisa que escrevi foi a seguinte:
“Devia também ter falado de Chitima e das cheias doutra maneira. Não devia ter apenas mostrado solidariedade e prometido trabalhar. Isso é o mínimo que esperamos dele. Devia ter aproveitado esta oportunidade ímpar para dizer como é que ele pensa interpretar o acto governamental. Ele devia ter dado uma ideia do que vai ser a sua governação, isto é como é que ela vai abordar este tipo de problemas (recorrentes, pelo menos as cheias). Vai reforçar a autonomia local para que seja ela a dar a resposta? Vai insistir na centralização? Vai pedir mais ajuda? Vai integrar mais o sector privado?”. Aqui também quando o vejo nesse papel de Inspector Geral do Estado vejo a confirmação da impressão que se ganha de que estamos a ser governados por pessoas que não parecem ter uma ideia muito clara do que estão a fazer. Se todo o sector do aparelho de Estado que o Chefe de Estado visita está cheio de problemas, muitos deles de fácil solução conforme o que ele próprio tem andado a dizer, então das duas uma: ou ele colocou as pessoas erradas para dirigirem esses sectores (com a agravante de que essas pessoas não lhe estão a dizer a verdade sobre o que se passa nos seus redutos) ou então só agora é que ele se está a inteirar das coisas para poder desenhar a estratégia que nos vai trazer o bem-estar.
O foco que falta ao Presidente da República e, se calhar, ao seu governo, está nestes dois assuntos aqui, não está em quem critica. Como é que ele pensa em melhorar o sistema político de modo a que todos os moçambicanos nele se revejam? Que tipo de governação precisamos para que não estejamos sempre a resolver os mesmos problemas? Estes é que são os desafios.
Agora, é natural que ele não veja nesta crítica uma solução e que, por isso, eu seja candidato a cobarde. Mas as pessoas que lhe fazem o relatório do que parte do povo que ele elegeu seu patrão anda a dizer sobre o que ele faz, ou não faz, deviam tomar nota. Servir o país não é andar a queixar ao chefe. É reflectir seriamente sobre o que se diz e tirar as ilações necessárias. É não deixar que o Chefe se distraia com coisas superficiais.
Mas se calhar é mais prudente deixar de me pronunciar sobre os assuntos do país. A mensagem está cada vez mais clara. Na Pérola do Índico só tréguas é que não têm prazo. Grupo de pessoas tem.
Há certas ocupações que não são de se invejar. A de Chefe de Estado é uma delas. Milhões e milhões de pessoas estão com os olhos virados para si à espera de soluções para a sua vida, mesmo naquelas coisas que deviam ser da responsabilidade de cada um. Quando o país ainda por cima é pouco desenvolvido, tem preguiçosos sem iniciativa no aparelho de Estado e gente que não tem nenhum problema em colocar o país em chamas para reclamar irregularidades eleitorais a ocupação fica menos invejável ainda. E esses não são os únicos problemas. A pessoa tenta fazer alguma coisa, aquilo que considera melhor nas circunstâncias, e ao invés de ser elogiado só recebe críticas, críticas essas vindas de pessoas que se consideram sabichonas lá do conforto do seu mural de Facebook. É difícil não reagir mal a isso e chegar mesmo a desejar o silêncio dessa gente.
Nessas circunstâncias, um desabafo como o que o Chefe de Estado soltou recentemente é perfeitamente compreensível: “Há um grupo de pessoas que passa a vida a encontrar coisas erradas no que fazemos, sem nunca encontrar ou indicar possíveis saídas ou soluções. Isso é cobardia”. E mesmo quando ainda no mesmo diapasão o Chefe de Estado considera essas pessoas de “agitadoras para que haja violência em Moçambique” e até “criminosas” dá para entender até que ponto ele está a reagir sob o efeito do peso da responsabilidade que recai sobre os seus ombros.
É fácil rebater cada um dos desabafos. Se ele tivesse sido eleito para fazer coisas que agradem a todos não haveria necessidade de eleições. O povo que ele diz ser seu patrão seria uniforme e a democracia não seria o melhor método para o servir. Não cabe a quem critica encontrar soluções, pois não há nada mais frustrante do que propor coisas que nunca são feitas. É mais eficiente que a pessoa que recebe as críticas procure ela própria pelas soluções. Essa pessoa tem também plena liberdade para ignorar as críticas. Cobardia é o que os seus assessores e colegas no governo provavelmente fazem, caso não o critiquem, quando permitem que ele transforme um órgão tão importante como a Presidência da República numa espécie de Inspeção Geral do Estado e que trate dum assunto tão importante como a paz no país sem o envolvimento de todas as forças vivas da sociedade e sem dar nenhuma satisfação.
“Agitadores” é um termo infeliz nas nossas circunstâncias porque todos nós sabemos o que isso num passado recente significou. Já o termo “criminoso” é complicado porque é, neste caso, aplicado a pessoas que apenas manifestam discordância em relação à forma como o processo é conduzido. Não é por essas pessoas criticarem que haverá “bang-bang” no país. Em contrapartida, o Chefe de Estado está a negociar com um indivíduo que violou abertamente a constituição, assumiu a morte de membros das forças de defesa e segurança assim como a morte de civis e apostou na divisão do país. Ao fazer isto, o Chefe de Estado aceita esses crimes e assume o sacrifício de vidas inocentes como o preço que se deve pagar para lidar com os problemas do país.
Mas conforme eu dizia, o desabafo não é o problema. Tudo que é fácil de refutar não pode ser problema. O problema é a falta de foco no meio de tantos problemas. Se ele está tão seguro em relação ao caminho que escolheu, se ele sabe que está a fazer aquilo que é correcto e necessário neste momento porque se deixa distrair por cobardes, agitadores e criminosos? É só ignorar essa gente e fazer aquilo que precisa de ser feito. Aqui vem ao de cima um problema que eu apontei logo aquando da sua investidura como Presidente. Critiquei o seu discurso que me pareceu fraco. Lembro-me que pouca gente concordou comigo então, ou melhor os que concordaram comigo foram as pessoas que sempre estão contra tudo o que o governo faz. Eis o que escrevi na altura:
“Há duas coisas que ele não disse, mas que em minha opinião devia ter dito. Sei que é uma questão de apreciação política diferente. Primeiro, eu acho que ele devia ter falado das irregularidades durante as eleições. Ele é para mim, e para todo o moçambicano sensato, um presidente legítimo. Mas as eleições foram manchadas. Ele devia ter dito algo nesse sentido porque isso teria criado espaço para ele estender uma mão aos que estão a caminhar perigosamente para o mato político. Naquela passagem onde ele diz que é presidente de todos os moçambicanos, ali mesmo, ele devia ter dito ‘eu tenho consciência de que nem todos se revêm em mim; tenho consciência de que restam dúvidas em alguns compatriotas sobre a legitimidade do processo; eu tenho consciência disso; espero que todos os que estão desapontados me deem a sua mão patriótica e se juntem a todos nós na nossa aposta de trabalharmos com afinco na consolidação de instituições e procedimentos que nos ajudem a gerar maiores níveis de confiança; as tarefas que temos pela frente precisam de todos nós, nem que seja para nos ajudarem a melhorar através da crítica construtiva dentro da ordem constitucional; Moçambique é uno e indivisível; não é cada qual seguindo o seu caminho que vamos criar as instituições que queremos; é trabalhando juntos, de mãos dadas entoando com o nosso hino, que vamos construir este país pedra a pedra’. E por aí fora…”
Sem algo assim logo no início é difícil ter a impressão de que estas negociações com o líder da Renamo sejam mais do que manifestação dum alto sentido de improvisação. A solução para o problema da instabilidade política não é a acomodação da Renamo, mas sim a melhoria do sistema político. E nisso todas as forças vivas da sociedade têm que estar envolvidas.
A outra coisa que escrevi foi a seguinte:
“Devia também ter falado de Chitima e das cheias doutra maneira. Não devia ter apenas mostrado solidariedade e prometido trabalhar. Isso é o mínimo que esperamos dele. Devia ter aproveitado esta oportunidade ímpar para dizer como é que ele pensa interpretar o acto governamental. Ele devia ter dado uma ideia do que vai ser a sua governação, isto é como é que ela vai abordar este tipo de problemas (recorrentes, pelo menos as cheias). Vai reforçar a autonomia local para que seja ela a dar a resposta? Vai insistir na centralização? Vai pedir mais ajuda? Vai integrar mais o sector privado?”. Aqui também quando o vejo nesse papel de Inspector Geral do Estado vejo a confirmação da impressão que se ganha de que estamos a ser governados por pessoas que não parecem ter uma ideia muito clara do que estão a fazer. Se todo o sector do aparelho de Estado que o Chefe de Estado visita está cheio de problemas, muitos deles de fácil solução conforme o que ele próprio tem andado a dizer, então das duas uma: ou ele colocou as pessoas erradas para dirigirem esses sectores (com a agravante de que essas pessoas não lhe estão a dizer a verdade sobre o que se passa nos seus redutos) ou então só agora é que ele se está a inteirar das coisas para poder desenhar a estratégia que nos vai trazer o bem-estar.
O foco que falta ao Presidente da República e, se calhar, ao seu governo, está nestes dois assuntos aqui, não está em quem critica. Como é que ele pensa em melhorar o sistema político de modo a que todos os moçambicanos nele se revejam? Que tipo de governação precisamos para que não estejamos sempre a resolver os mesmos problemas? Estes é que são os desafios.
Agora, é natural que ele não veja nesta crítica uma solução e que, por isso, eu seja candidato a cobarde. Mas as pessoas que lhe fazem o relatório do que parte do povo que ele elegeu seu patrão anda a dizer sobre o que ele faz, ou não faz, deviam tomar nota. Servir o país não é andar a queixar ao chefe. É reflectir seriamente sobre o que se diz e tirar as ilações necessárias. É não deixar que o Chefe se distraia com coisas superficiais.
Mas se calhar é mais prudente deixar de me pronunciar sobre os assuntos do país. A mensagem está cada vez mais clara. Na Pérola do Índico só tréguas é que não têm prazo. Grupo de pessoas tem.
Wilson Profirio Nicaquela E essa prof? "... Mas se calhar é mais prudente deixar de me pronunciar sobre assuntos do País..."
Posso entender da mesma forma que o prof, de que está igualmente desabafando? Devemos e nos preocupar com retrocesso e não progressos? Para que tipo de crítica /os pode ele (o PR) estar fazendo referência?
Posso entender da mesma forma que o prof, de que está igualmente desabafando? Devemos e nos preocupar com retrocesso e não progressos? Para que tipo de crítica /os pode ele (o PR) estar fazendo referência?
Elisio Macamo sim, é um desabafo.
Leo D. P. Viegas Li
com muito interesse este seu post prof. Os ultimos paragrafos me
preocupam por dar a impressao de estar a capitular. Que se diga o pais
precisa de analises como as suas. Entretanto enquanto lia o seu post
dentre varios textos ocorrerem-me tres: Nicolau
Maquiavel (mal conhecido entre nos excepto suas maximas) sobretudo o
capitulo (Dos Secretarios que os Principes Mantem Junto de Si) e outro
capitulo (Como Evitar os Aduladores). Dois outros textos sao de Robert
Fatton (Predatory Rule:State and Civil Society in Africa) e o outro
texto e de Patrick Chabal e Jean Pascal Daloz ( Africa Works: Disorder
as Political Instrument ). Quando les estes textos a perola do indico
parece encaixar bem de tal maneira que nada me surpreende. Talvez o
Elisio tenha uma opiniao diferente. Mas fico a aguardar por novas
analises sobre o pais. Bom domingo.
Hiuane Abacar Uma bela contribuicao, obrigado. Se as obras estiverem na net terei o prazer de lê-las.
Elisio Macamo sim, é capitulação sem prazo.
Moises Caetano É a historia do burro, velho e o menino.
Lourenco Rosario Eis
o dilema, que Luandino Vieira equaciona, na sua obra Luuanda "A cobra
enrolou se na moringa, se quiser matar a cobra, a moringa quebra, se
quiser tirar a cobra, ela morde " dilema, meu caro, dilema é pior que
problema.
Boa Monjane O que é na sua verdade, desenvolvimento?
Elisio Macamo não sei se entendo a pergunta. não mencionei esse termo no texto.
Xavier Jorge Uamba Uff.
O caranguejo nao deseja andar inclinado, nasce torto. Acho que
precisamos de assassinar a maldita teoria de conspiração que reside em
nós, quando formos capazes de colhar nós mesmo com dois olhos
transparentes, com o dedo indicador virado para nós na busca inteligente
e sadia de soluçoes para os proprios desafios Jose Bione Carquete.
Hiuane Abacar Professor,
com o seu texto / análise estamos perante uma bela contribuicao para o
país no seu todos. So isto é razão bastante para nao deixar de escrever.
Nós outros lemos seus texto como fonte do saber, conhecimento e
compreensão (Se Deus Quiser) portanto e por favor não nos prive disso
pois "o homem não só vive de pão".
Abraço e votos de que resista a tentação de desistir.
Abraço e votos de que resista a tentação de desistir.
Brazao Catopola Esse
é um problema estrutural grave. Foco. Objectividade. No sábado eu
questionava alguém sobre como o seu ministério ia trazer impacto direto
naquele meu primo de Nangololo 997 laaaaaaaa. Este optou por me
apresentar plano diretório, plano estratégico . Eu insistia o que vão
fazer de facto, como vão fazer, onde com que recursos ... Foco foco
Elisio Macamo agora
anda aí a dizer que o mdm deve ficar quieto porque o problema é com a
renamo. isto é, o mdm deve pegar em armas para ser ouvido. estamos
mal...
Eusébio A. P. Gwembe Nos
anos de Noviciado (Jesuita) o mestre dizia que "quando de uma homilia
alguém sai ofendido é porque converteu". Sinta-se orgulhoso Elisio Macamo,
sao os frutos da evangelizaçao. Bons frutos, diga-se. Alguém quer
induzir o chefe em erro de querer ser tudo, a ponto de chamar
"incompetentes" os proprios subordinados, o que é mau, muito mau.
Elisio Macamo risos.
pudera. diz que só vai acertar a constituição depois de ter acertado a
paz. isto é, primeirodepois vai olhar para os fundamentos. primeiro é
preciso c constrói os andares de cima, depois olha para os
fundamentos... deve ter aprendido alguma coisa de loyola: querer mais
aquilo que nos leva ao objectivo final. e o seu objectivo final é a paz,
não o que torna a paz possível...
Eusébio A. P. Gwembe Elisio Macamo,
pareceu-me estar tao seguro que o caminho seguido era o único que
traria a tao sacrossanta trégua e que, portanto, todos os que criticam
este caminho são defensores do anterior status quo. Na verdade, bem
vistas as coisas, é uma tentativa de chamar para si todos os loiros.
Voltamos, gradualmente, aquele estagio em que o pensamento do "chefe"
esta certo.
Elisio Macamo pois.
é como atravessar um rio infestado de crocodilos que foram alimentados
com crianças e velhinhos. é claro que dá para arriscar e a gente pode de
facto chegar a outra margem. mas aí ganhou a fé, não a estratégia.
Eusébio A. P. Gwembe Elisio Macamo
oxala que vença a sorte. Mas, em caso de nao haver sorte, ja temos bode
expiatorio. Sera obra dos tais "criminosos, apesar de nao possuirem
arma. Sera obra dos maus, incitadores "à violência para nos matarmos",
no fim, obra dos moçambicanos que o PR,
que jurou ser presidente de todos, afirma nao os querer porque "só
falam, falam e não fazem nada", esquecendo-se que nao os esta a dar
espaço para fazer algo.
Elisio Macamo risos. isso.
Jose Cossa anga mbali wena Phoyombo! a vuvula iva agitadori, va criminoso, va preguiçoso!
Elisio Macamo a
linguagem é que não é apropriada. é dos tempos que devíamos esquecer. e
os zelosos que ouvem isso não vão saber distinguir. é grave o que ele
anda aí a dizer.
Marcos Sinate O
que se quer na nossa Pátria Amada é obter soluções para os problemas do
país. Se perguntássemos quais são os problemas do país, por que é que
são problemas, como é que tais problemas foram ou estão a ser definidos,
por que é que é importante resolvê-los,
se as soluções propostas são as mais adequadas, seríamos acusados de
estar a querer discutir coisas inúteis porque todo o mundo já conhece os
problemas do país. Seríamos acusados de estar a usar argumentos
retóricos para desestabilizar aqueles que estão dispostos a trabalhar
para resolver os problemas do país. Hitakuyini?
Elisio Macamo aí
está. o que me espanta é a sua ingenuidade. qualquer outro político com
bom sentido estratégico ficaria contente sabendo que há pessoas que não
estão satisfeitas com o rumo das coisas porque ele podia usar isso como
recurso nas negociações. é ingenuidade demais.
Alcídes André de Amaral Parece
que o PR esta se inspirando muito em Samora... Ate parece que o
"Inimigo" esta a tomar outra forma. E preocupante. Por outro lado, de
tanto se fazer um Inspector do estado esta esquecendo de ser
Presidente, e Dirigente! Se calhar a governacao ainda nao comecou...
Sem comentários:
Enviar um comentário