sábado, 1 de abril de 2017

Aluno atira-se da janela de escola por causa de aposta na Feira

Acidente

Um aluno de 13 anos atirou-se de uma janela do primeiro andar da Escola Básica de Milheirós de Poiares, na Feira, na sequência de uma aposta com colegas. O caso aconteceu esta quinta-feira.

O estudante ficou ferido e teve de ser hospitalizado.
A mãe acusa a escola de falta de vigilância. Os responsáveis do estabelecimento de ensino não prestaram esclarecimentos, mas fonte da Direção sublinhou que os funcionários não têm responsabilidade no caso.
O incidente aconteceu anteontem à tarde e terá começado numa brincadeira entre os alunos no intervalo de quinze minutos. Segundo colegas, a turma do 5.º C estaria a saltar escadas no recreio, quando surgiu a "aposta". Os amigos terão desafiado Américo Pinho, aluno repetente do 5.º ano, a saltar da janela do primeiro andar.
Segundo Fátima Pinho, mãe do aluno, "os miúdos começaram a chamar-lhe nomes, a dizer-lhe que ele era um 'maricas' se não saltasse". O jovem terá apanhado as funcionárias da escola desprevenidas e conseguiu subir até aos corredores da zona das salas de aula. Foi aí que Américo se sentou no beiral da janela que fica sobre a portaria mesmo de frente para a estrada e, sob os gritos de incentivo dos colegas, acabou por saltar daqueles quatro metros de altura. Caiu de pé, mas a queda valeu-lhe dois calcanhares partidos.
Recuperação demorada
Foi já entre as lágrimas da mãe - que trabalha perto e, entretanto, foi alertada - que o jovem foi transportado para o Hospital S. Sebastião, na Feira, onde ainda está internado depois de ontem ter sido submetido a uma cirurgia de várias horas. A recuperação vai ser demorada: pelo menos meio ano de cadeira de rodas.
Fátima Pinho, que acusa a escola de falta de segurança, desconfia que o filho poderia sofrer de bullying, uma vez que sentia o miúdo desanimado há algum tempo. Após um primeiro período com bons resultados, estava a baixar o rendimento escolar. "Foi uma mudança radical de comportamento", refere Fátima Pinho.
O aluno estaria já sinalizado com necessidades educativas especiais, informação que não foi confirmada pela escola. De acordo com um elemento da direção do Agrupamento de Escolas de Arrifana, que salvaguardou que os funcionários não têm qualquer responsabilidade no caso, não serão prestados esclarecimentos. A situação foi reportada à Direção Regional de Educação do Norte.
A escola ainda não sabe se o seguro cobre as despesas hospitalares, por ter sido intencional.

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