28/4/2017, 18:37131
A candidata da Frente Nacional publicou um vídeo onde apela ao voto dos eleitores de Mélenchon, da extrema-esquerda. Este, por sua vez, garante que não vai votar em Le Pen. "Alguém tem dúvidas?"
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Marine Le Pen divulgar o vídeo horas antes de Jean-Luc Mélenchon publicar a edição semanal da sua rubrica no YouTube
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João de Almeida Dias
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Marine Le Pen, a líder da Frente Nacional e candidata na segunda volta das presidenciais em França, deixou uma mensagem dirigida em particular para os mais de 7 milhões de franceses que votaram em Jean-Luc-Mélenchon, de extrema-esquerda. Numa tentativa de que os extremos se toquem, a candidata de extrema-esquerda procurou elencar os vários elementos programáticos que partilha com o líder da candidatura França Insubmissa, que terminou a primeira volta em quarto lugar, com 19,58%.
Usando a mesma linguagem usada contra a Frente Nacional, Marine Le Pen disse neste vídeo de quase quatro minutos que é preciso fazer um “bloqueio” a Emmanuel Macron.
Reconhecendo que tem uma relação “pelo menos… desportiva” com Jean-Luc Mélenchon, Marine Le Pen felicitou o “facto” de na campanha da extrema-esquerda “a bandeira vermelha ter sido substituída pela bandeira azul-branca-vermelha”. E congratulou-se por “a bela Marselhesa ter sido entoada pelos partidários da França Insubmissa”.
“Vamos colocar as querelas e divergências de lado, depois das eleições teremos a oportunidade de retomar a discussão de temas de fundo”, disse. “Mas o combate de hoje é demasiado crucial. Não é possível darmos o volante da França a Emmanuel Macron. O perigo é demasiado grande e é verdadeiramente importante mudar isso no nosso país.”
Marine Le Pen acusou o candidato centrista liberal de estar nos “antípodas” do que Jean-Luc Mélenchon defendeu na primeira volta e disse que ex-ministro da Economia “não representa a mudança, ele é a continuidade”. “Ele representa a finança arrogante que François Hollande prometeu combater e que no final deixou prosperar”, disse.
Marine Le Pen sublinhou que, tal como Jean-Luc Mélenchon defendeu na primeira volta, quer anular “imediatamente” a lei laboral conhecida como “lei El Khomri”; e que também considera a Rússia como “um parceiro indispensável à estabilidade do mundo”.
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Marine Le Pen ✔@MLP_officiel
Mon appel aux insoumis : faisons barrage à Macron !#DangerMacron
15: 37 - 28 Apr 2017
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Mélenchon diz que “de forma alguma” votará na extrema-direita
Ao vídeo de Marine Le Pen seguiu-se outro, que já estava programado, de Jean-Luc Mélenchon. Na sua rubrica semanal no seu canal de YouTube, o candidato da França Insubmissa quebrou o seu silêncio para… ainda assim mantê-lo. Tal como já tinha feito na noite de 23 de abril, Jean-Luc Mélenchon continua a dizer que não vai divulgar qual vai ser o seu voto na segunda volta das eleições. Porém, deixou uma certeza: não vai votar na Frente Nacional.
“Será que alguém tem dúvidas de que eu não vou votar na Frente Nacional? Todo o mundo o sabe. E, além disso, entre os 7 milhões de pessoas que votaram em mim, eu sei que só deverá haver uma parte muito residual que vai votar na Frente Nacional”, disse Jean-Luc Mélenchon, num vídeo de 32 minutos.
Ainda assim, o antigo ministro do governo liderado pelo socialista Lionel Jospin, garantiu que não vai dizer qual será o seu voto — ou seja, resta saber se vai votar em Emmanuel Macron ou se preferirá votar em branco. “Vocês não precisam de mim para saberem o que devem fazer”, disse ao seus eleitores na primeira volta. “Eu não sou um guru, eu não sou um guia, eu sou um responsável político que tenta alumiar o caminho e levar a palavra dos outros.”
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