Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuíta * Maputo, 20.04.2017 * Edição nº 208 Ano 4
A representação da RENAMO
pelo círculo da Europa, esteve
reunida com membros e
simpatizantes deste partido
na Alemanha. A reunião decorreu
na cidade de Berlim,
no passado sábado, dia 15 de
Abril corrente.
Contactado via telefone Antó-
nio Chichone, representante
da RENAMO em Portugal e
por sinal o organizador deste
encontro, referiu que a
reunião contou com a participação
de membros e simpatizantes
provenientes de
diversos locais: “Mainz, Hamburg,
Munique, Bochum, Halle,
Karlsruhe que percorreram
longas distâncias até ao local
do encontro, aproximadamente
foram 8 horas ao volante”.
Para além de terem passado
em revista o último processo
eleitoral, traçaram estratégias
para as Eleições que se avizinham,
tendo já iniciado a cria-
ção de grupos de trabalho em
todas as Cidades possíveis da
Alemanha.
Foi apreciado o relatório do
círculo Eleitoral da Europa, e
foi dada a informação geral
sobre a situação política e militar
em Moçambique, tendo
esclarecido sobre a trégua, o
processo de negociações em
curso, que envolve a questão
da descentralização da administração
Pública e assuntos
militares. Tendo por fim reflectido
acerca da situação
económica de Moçambique.
RENAMO REUNIDA NA
DIÁSPORA
2
Editorial
O ESTADO DA (IN) JUSTIÇA DA
MADAME BEATRIZ BUCHILI
A Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili,
foi esta semana à Assembleia da República (AR) para dar
a conhecer ao Povo moçambicano, ao que se esperava
ser a verdadeira informação anual sobre o estado da
justiça no país. Infelizmente, quando se esperava que
Beatriz Buchili fosse dar conhecimento sobre o estágio dos
diversos processos criminais que tem em seu poder, vimonos
burlados, por uma procuradora-geral que foi a casa do
Povo para contar histórias que toda a gente está cansada
de saber. Segundo a procuradora, a corrupção e o desvio
de fundos do Estado, envolvendo os servidores públicos,
titulares e membros de órgãos públicos, continua longe
de ser estancada, sem contundo mencionar se esses tais
corruptos foram identificados e punidos.
Se num passado que todos nós lembramos, o então
procurador-geral, Eduardo Mulembwe havia garantido
que tinha a lista de corruptos que iria publicar, mas que
nunca chegou a apresentar, e um outro procurador,
Augusto Paulino o tinha imitado, ao nos brindar com
insinuações de que as construções imobiliárias que
abundam em Maputo eram obras da levagem de dinheiro
mas sem também apontar sequer um dos branqueadores,
não ficariamos surpreendidos com a aparição da Beatriz
Buchili com a mesma ladainha de sempre.
A maioria dos moçambicanos, não acreditamos na
capacidade desta Procuradoria-Geral assim como de
toda a máquina da administração da Justiça em travar os
roubos ao Povo moçambicano, sendo prova disso o caso
da EMATUM que está a vegetar nas gavetas da PGR. Até
porque a senhora Beatriz Buchili, não tem capacidade
de fazer cumprir as leis, se tivermos em conta que dos
6.757 servidores públicos, titulares e membros de órgãos
públicos sujeitos à declaração de bens, mais da metade
ainda não o fez, e ela nunca os exigiu.
Para além de trazer números que todos nós sabemos,
a PGR veio contar anedotas sobre vários processos
administrativos, para no fim, no lugar de apresentar
soluções enérgicas, voltar ao coro de lamentações sobre
alguns assuntos candentes, a par do que o povo tem
feito e os seus antecessores também fizeram. Segundo a
madame Beatriz, a PGR levou a cabo uma série de acções
de sensibilização dos servidores públicos e cidadãos para
que se coibissem de cometer a corrupção, uma acção que
a nosso ver cabe as igrejas, mas que agora foi usurpada
pela PGR.
Todavia, segundo a nossa PGR, as pessoas bem
posicionadas na sociedade e no governo trouxeram à
tona a sua ganância desmedida pelo dinheiro do Estado,
tendo sacado e/ou se beneficiando de quantias elevadas.
Um dos casos que deixaram a sociedade boquiaberta diz
respeito a um gestor sénior da empresa Linhas Aéreas
de Moçambique (LAM), que exigiu, a seu favor, 800 mil
dólares norte-americanos como condição para que a
firma que geria levasse avante um contrato de compra e
venda de duas aeronaves da empresa de uma companhia
brasileira, em 2008.
Beatriz Buchili nao se referiu a nomes mas sabe-se que
se trata de José Viegas, antigo presidente do conselho
de administração das LAM, e a Mateus Zimba, antigo
director da Petrolífera Sasol em Moçambique e Executivo
Regional da General Electric Oil & Gás.
A lista dos casos de corrupção e sem desfecho é deveras
extensa, embora haja que reter de que Beatriz Buchili
chegou à PGR pela mão do antigo Presidente da República,
Armando Guebuza, em Julho de 2014. Foi entre 2011
e 2014, que a “Odebrecht”, num escândalo baptizado
como “Lava - Jacto” no Brasil, construiu o Aeroporto de
Nacala após ter pago subornos a funcionários públicos
moçambicanos, no valor de aproximadamente 900 mil
dólares norte-americanos, para conseguir contratos
de edificação daquele majestoso empreendimento
considerado um autêntico “elefante branco”.
Neste contexto, estranha-se que a procuradora tenha
esquecido/omitido, no seu relatório, um caso que ainda
carece, sobremaneira, de esclarecimento público. Aliás,
também não falou muito sobre os casos de assassinato do
professor Gilles Cistac, Jeremias Pondeca, José Manuel, o
atentado contra o senhor Manuel Bissopo, muito menos
das valas comuns.
Por tudo isso, não restam dúvidas para afirmarmos que
fomos injustiçados e burlados pela Procuradora-Geral da
República.
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
Maquetização: Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
Email: boletimaperdiz@gmail.com
Cells: 829659598, 844034113;
www.renamo.org.
Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
“A Semana em foco”
Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.
Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra Verde
Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas
Participe! 821075995 ou 840135011
3
ERRATA:
PARLAMENTO APROVA PROPOSTA DA
RENAMO SOBRE LEI DOS MEDICAMENTOS,
VACINAS E OUTROS PRODUTOS BIOLÓGICOS
Na nossa última edição, publicamos
erradamente uma
notícia com o título “ PARLAMENTO
APROVA PROPOSTA
DA RENAMO SOBRE LEI DOS
MEDICAMENTOS,
VACINAS E OUTROS PRODUTOS
BIOLÓGICOS” na qual
dávamos conta que “foi das
raríssimas ocasiões que uma
proposta de lei vinda da oposição
conseguiu aprovação
na casa do povo.
Dizíamos que “Sim, é no decorrer
desta V sessão da VIII
legislatura da Assembleia da
República, reunida no dia 8
do passado mês de Março”
acrescentando que “realmente
é caso para espantar,
que a proposta de revisão
da Lei 4/98 de 14 de Janeiro,
conhecida como Lei dos Medicamentos,
Vacinas e Outros
Produtos Biológicos, tenha
colhido consenso no Parlamento”.
Na verdade, a proposta de lei
foi da autoria do Ministério
da Saúde e não da Bancada
da RENAMO como erradamente
noticiámos. À Bancada
da RENAMO apenas
apoiou a proposta, através
da mensagem apresentada
na mesma edição.
Pelos transtornos causados,
a Direcção Editorial do Boletim
“A Perdiz” endereça
sinceras desculpas ao proponente
e à Bancada da RENAMO
em especial e aos leitores
no geral.
A Direcção Editorial
O presidente da RENAMO
Afonso Dhlakama dirigiu em
teleconferência, uma reunião
que contou com cerca de mil
participantes entre Delegados
Políticos (Provincial, Distritais,
Cidade de Chimoio. Postos
Administrativos, Localidades
e Bairros) e quadros da Delegação
Política Provincial. O
evento teve lugar no dia 19 do
corrente mês de Abril, na sala
de conferências da Cruz Vermelha
de Moçambique.
Falando aos presentes, o Presidente
Dhlakama, assegurou
a todos que lá em Gorongosa
estão a gozar de boa saúde,
trabalhando arduamente para
a conquista de uma democracia
genuína para Moçambique.
Fez lembrar aos presentes que
em Maputo foram constituí-
dos dois grupos de negocia-
ção sobre a descentralização e
assuntos militares. Tendo deixado
claro que a descentralização
da administração pública
em Moçambique será uma
realidade, pois a RENAMO
lutou pela democracia que se
resume em justiça liberdades
e respeito dos direitos humanos.
No tocante aos assuntos
militares, Dhlakama referiu
ser necessário revisitar-se o
acordado
PRESIDENTE AFONSO DHLAKAMA NÃO VAI A
CONFERÊNCIA DA BEIRA
continua na pág 4
4
em
Roma, deixando claro q u e
os oficiais da RENAMO, serão
reintegrados nas Forças
da Defesa e Segurança (SISE,
UIR, PRM ), etc, constituindo-
-se desta forma um exército
isento de partidos, um exército
republicano.
Fazendo referência as especulações
que dão como certa
a presença do presidente
Dhlakama na cidade da Beira
num futuro breve, ele sancionou:
“Eles sabem que por razões
de segurança não posso
ir para Beira participar nesta
conferência, mas quero acreditar
que alguns membros,
ou mesmo o Secretário-Geral,
Chefes de Departamentos,
a Chefe da Bancada
ou outros quadros do partido
tenham sido convidados.
Portanto, não estarei presente
nesta conferência porque
ainda me encontro nas
matas. Participarei em várias
conferências quando estiver
já a andar ai na cidade”.
Reagindo acerca da visita da
Governadora de Sofala à casa
do Régulo Mangunde, por sinal
pai do Presidente Dhlakama,
comentou que esta visita
ao seu progenitor aconteceu
na qualidade de régulo da
região de Mangunde e não
como pai do presidente da
RENAMO.
Não deixou de falar acerca da
sua visão sobre a governação
do país, tendo garantido que
para a RENAMO a agricultura
é base do desenvolvimento
do País. Disse ainda que
quando a RENAMO assumir
o poder em Moçambique, vai
subsidiar os agricultores e vai
garantir a segurança alimentar,
assim como condições de
emprego.
O Presidente Dhlakama criticou
ao Governo da Frelimo
pelo facto de propalar as coisas
e não praticá-las.
Referindo-se a governação
das províncias, o Presidente
Dhlakama disse que os Governadores
provinciais serão
eleitos por sufrágio directo e
universal, de maneiras que o
Partido que ganhar na Província,
formará o seu governo.
Esclareceu que a iniciativa da
declaração da trégua nesta
tensão politico militar em
que o país se encontra mergulhado,
situação que a pró-
pria Frelimo provocou tem
como finalidade facilitar a
produção, boa circulação de
pessoas, bens e serviços.
A dado passo da sua intervenção
assegurou que apesar
das perseguições perpetradas
pelo governo da Frelimo
contra a sua integridade física
e moral, através das emboscadas
ocorridas em Chibata-
-Maforga e Amatongas, que
conheceram o epicentro com
o cerco da sua residência na
Cidade da Beira, não guardava
ódio contra a Frelimo.
Foi assim que o presidente
Dhlakama pediu contenção
aos membros no sentido de
não se deixarem levar pelo
sentimento de vingança, pelo
facto de a Frelimo ter andado
a sequestrar e assassinar os
quadros, membros activos e
simpatizantes da RENAMO.
Apelou assim aos presentes
para não agirem com ódio
contra os membros e dirigentes
da Frelimo pelo mal que
eles cometeram de assassinar
muitas pessoas ligadas a
RENAMO.
Para terminar, o Presidente
da RENAMO dedicou uma
extensa parte da teleconferência,
para falar sobre a
organização interna do Partido.
Tendo orientado sobre a
necessidade de revitalização
das Delegações Politicas a
todos os níveis assim como,
as organizações Especiais do
partido.
O delegado político da RENAMO
na cidade de Maputo, apelou
aos jovens membros da
Liga da juventude do seu partido
na capital do país, a organizarem
- se como única forma de
enfrentarem desafios do futuro
e tornar a organização mais coesa
e forte.
Arlindo Bila, que falava num
encontro, por ele convocado,
com aproximadamente uma
centena de jovens, na passada
terça-feira, dia 18 de Abril, na
sede daquela organização polí-
tica, recordou aos jovens que, a
juventude é a força e o futuro
da organização e do país. “Ninguém
virá de fora para organizar
a Liga da cidade, vocês é
que têm esse papel de se organizar
e programarem as vossas
actividades”. Rematou Bila.
Arlindo Bila, apelou ainda aos
jovens filiados àquela organiza-
ção a ler e estudar o seu estatuto.
Intervindo no encontro, os jovens
da LJR presentes, foram
unânimes em afirmar que a
organização precisa de se reorganizar
desde a província até a
ala ou quarteirão.
Aqueles jovens, apelaram ainda
à comissão de gestão criada
na sequência da ausência do
presidente interino da LJR cidade
de Maputo, Célio Magaia, a
acelerarem o processo de revitalização
das bases e prepara-
ção da conferência provincial
prevista para o presente ano.
Netinho, presidente da Liga
da Juventude do bairro Albasine,
afirmou haver demora
na realização da tão esperada
conferência provincial que irá
eleger os órgãos que compõem
aquela organização ao nível da
província.
Recorda se que a Liga da Juventude
da RENAMO na cidade de
Maputo, está sem presidente
eleito há mais de cinco anos,
estando a ser gerido actualmente
por uma comissão de
gestão chefiada por Marcial
Macome.
“OS JOVENS DEVEM SE ORGANIZAR DE MODO
A ENFRENTAREM DESAFIOS FUTUROS”
-Defende Arlindo Bila, delegado político da RENAMO da cidade de Maputo
continuação da pág 3
Excelências
Cumprindo com o preceito
legal, eis-nos aqui apreciando
a Informação Anual do Procurador-geral
da República.
A Informação não difere de
tantas outras apresentadas, à
esta Casa Magna.
No que tange à prevenção
e combate a corrupção, importa
referir que o crime de
grande monta é cometido
por barões, continua impune,
sem acusados, presos nem
julgados.
É assim, que para o caso
das Linhas Aéreas de Moçambique
- LAM, pag. 58, envolvendo
USD 800.000 (oitocentos
mil Dólares), de comissão
cobrada por um funcionário,
para compra de um avião,
apenas existe simulação de
que algo acontece, porque o
caso foi despoletado pela imprensa
internacional, mas cá
por Moçambique, como sempre,
não há prisão, nos termos
da lei, nem julgamento.
Ao nível internacional, está
tudo esclarecido sobre os contornos
desse processo, dos
valores, das pessoas envolvidas
e o objecto da corrupção,
mas em Moçambique a Procuradoria
continua dizendo
que aguarda mecanismos de
cooperação internacional e
judiciária.
O mesmo acontecendo com
os valores desviados do Fundo
de Desenvolvimento Agrá-
rio.
Com relação a EMATUM,
PROINDICUS e MAM, o cená-
rio é o mesmo. O assunto é
despoletado a nível da comunicação
social internacional,
negada pelas autoridades governamentais,
apadrinhada
pela sua bancada parlamentar
nesta Magna Casa, para
depois de tanta evidência
reconhecer e tentar transformar
o ilegal em legal. Para
este caso, a nível internacional
já está tudo esclarecido,
com valores, nomes, o papel
das pessoas envolvidas na
vergonhosa operação, mas
em Moçambique continuam
operações para branquear o
roubo que o Estado moçambicano
está sofrendo.
Para este caso, a Bancada
Parlamentar da RENAMO
oficiou a Procuradoria-Geral
da República, como guardiã
da legalidade e advogada do
Estado, no sentido de impedir
que a dívida privada, contra-
ída ilegalmente e à margem
da Constituição da República,
fosse transformada em dívida
soberana a ser paga por todos
os moçambicanos. Mas,
infelizmente, o Ministério Pú-
blico, dirigido pela Digníssima
Procuradora, ignora.
O que mais choca o Povo
moçambicano, é o facto de a
instituição guardiã da legalidade
ter assistido a discussão
da Conta Geral do Estado
referente aos anos de 2013 e
2014, e agora, assiste impá-
vida e serena a tentativa do
Governo inserir os valores das
duas dívidas na Conta Geral
de 2015.
Oficiosamente, pode agir
mas não o faz por sua dependência
do poder político,
apesar de inteligente, dificultando
o exercício de seu papel
de protector do Património
do Estado.
Vivemos num País de faz de
contas. Onde a justiça depende
do poder político, onde o
judiciário não é livre.
A expectativa dos moçambicanos
é enorme com rela-
ção a aquilo que no dia-a-dia
desestabiliza os seus lares, as
suas vidas, a dívida oculta,
escondida, contraída pelo governo.
Por causa dessa dívida está
a sofrer na carne. O custo de
vida, cresceu em quase ou em
100%. O preço do pão alimento
do pobre subiu, o transporte
disparou. Aos funcionários
públicos lhes foram retirados
os subsídios, o que os torna
cada vez mais incapazes de
fazer face à crise económica
que se vive no país. E no entanto,
as decisões de responsabilizar
aos construtores da
dívida estão cada vez mais
lentas.
A auditoria as dívidas ocultas/escondidas
vai de adiamento
em adiamento, beneficiando
de novos prazos
da entrega do relatório, e,
enquanto isso, o povo vai-se
sufocando cada vez mais.
Serão estes adiamentos um
compasso estratégico para a
confirmação da inserção da
dívida oculta, na Conta Geral
do Estado?
Seja como for o que nos
preocupa é o facto de a Informação
não fazer nenhuma
referência a razão dos repetidos
adiamentos de forma
clara e objectiva e sem ambiguidade.
Será que o patrão,
Povo moçambicano, não tem
direito de saber?
A consciência dos que herdarão
este País cresce a galope.
Para dizer que o patrão e os
patrõezinhos estão atentos a
aquilo que os afecta e preocupa.
Na pág. 42, da Informação
trata da violência doméstica.
Refere-se à forma bárbara
e com novas modalidades de
sua prática que alarmaram a
sociedade, constituindo um
atentado aos continua na pág 5
5
A Bancada Parlamentar da
RENAMO na Assembleia da
República, acusou no dia 19
de Abril corrente, no decorrer
desta V sessão da VIII Legislatura
da Assembleia da Repú-
blica, pela voz da deputada
Maria Angelina Dique Enoque
a procuradoria-geral da Repú-
blica de defraudar as expectativas
do povo moçambicano
com relação a dívida oculta
ou escondida contraída pelo
governo, que segundo ela
“no dia-a-dia desestabiliza
os seus lares e as suas vidas”.
No decurso da intervenção a
deputada disse:
“…a Bancada Parlamentar
da RENAMO oficiou a Procuradoria-Geral
da República,
como guardiã da legalidade
e advogada do Estado,
no sentido de impedir que
a dívida privada, contraída
ilegalmente e à margem da
Constituição da República,
fosse transformada em dí-
vida soberana a ser paga
por todos os moçambicanos.
Mas, infelizmente, o Ministério
Público, dirigido pela
Digníssima Procuradora, ignora.”
Eis na íntegra o discurso
da Maria Angelina, deputada
e Membro da Comissão dos
Assuntos Constitucionais,
Direitos Humanos e de Legalidade:
NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
VIVEMOS NUM PAÍS DE FAZ DE CONTAS
Todos acompanhamos com
alegria a notícia das inspec-
ções que estão sendo feitas
aos grandes restaurantes mas
este contentamento logo esmorece
perante a análise dos
factos uma vez que se trata
de uma inspecção amputada,
além de ridícula porque tardia.
Afinal porque é que só agora
acontece tudo isto? O que fazia
a inspecção durante tantos
anos? E por que só há inspec-
ção para os restaurantes? As
grandes multi-nacionais, não
são faladas, o Governo não
inspecciona, não defende os
direitos dos trabalhadores,
não obriga ao cumprimento da
Constituição.
Roubalheiras do Estado sempre
fizeram parte das tradições
governamentais em Moçambique
Independente e agora,
começa a Inspecção a trabalhar
apenas para um sector e
muito timidamente fala-se das
padarias, que nem sentiram
o efeito da tal visitação, pois
continuam fazendo pão anormal.
Anormal por causa do seu
tamanho e peso e qualidade.
Os outros ficam como sempre
estiveram. Nenhum patrão
está sendo sancionado porque
não paga os seus trabalhadores,
não realiza devidamente
os contratos de trabalho,
e mesmo os contratos feitos
com inúmeras irregularidades
que lesam o trabalhador, não
são sancionados. Se é que são,
é que não são publicados. Qual
é a razão para a dualidade de
critérios?
Por que razão a inspecção
acontece timidamente?
No passado ouvimos alguma
mexida pelos supermercados,
banindo-se os produtos fora
de prazo. Mas foi sol de pouca
dura! Pelos vistos, deram-se
mal porque foram tocar algum
intocável e deve ter havido
uma chamada de atenção a
associação do consumidor e
isso desencorajou. Está tudo
de novo na mesma.
Acaso faltam quadros à Inspecção
do Estado para ter
que limpar a podridão do país
apenas pela parte dos restaurantes
e apenas na zona de cimento
da cidade de Maputo?
É de saudar a limpeza e purificação
dos restaurantes,
mas não se pode deixar de reclamar
pelos outros sectores
da vida nacional. Todos somos
Moçambique, e Moçambique
não pode ter umas partes eleitas
para serem limpas, e outras
para serem sujas, desorganizadas,
ingovernáveis. O Governo
tem que ser pai de todos. Não
são apenas os que gostam de
comer nos restaurantes de
luxo, mas todos os Moçambicanos.
O Governo tem que governar
todos os Cantos, todos
os sectores, todas as curvas.
Não pode ser apenas Governo
dos restaurantes.
Qualquer moçambicano, ou
habitante de Moçambique,
mesmo estrangeiro, tem que
sentir que vai ser chamado à
pedra se infringir a lei, vai ser
apoiado se for ilegalmente
prejudicado, vai ser protegido
ser estiver em perigo ou em
dificuldades.
6
continuação da pág 5
OFENSIVAS INCOMPLETAS DA
INSPECÇÃO DO ESTADO
m a i s
elementares direitos do Homem.
De facto, a imprensa tem
sido útil no anúncio e divulga-
ção destes actos macabros.
Tradicionalmente, a violência
doméstica era perpetrada pelos
homens contra a mulher,
que, pacificamente, se humilhava
e sofria em silêncio.
Mas hoje algumas mulheres
se erguem para responder
a violência que sempre existiu,
com actos bárbaros.
Os processos crimes têm
tido o destino de tantos outros
para além de a punição
dos crimes de violência doméstica
ser branda.
É tempo de reflexão, conjunta
neste momento em que
se está em processo de Revisão
do Código Penal e do Có-
digo de Processo Penal nesta
Magna Casa.
Outro tipo de crime de que
não se faz referência, é das
valas comuns nas províncias
de Manica e Sofala. Situação
esta que levou a intimida-
ção e instrumentalização das
pessoas inqueridas. A Procuradora-Geral
da República
comprometeu-se a investigar
e trazer resultados. Para
quando o trato deste macabro
crime? Para quando a sua
responsabilização?
Será que aqueles nossos
concidadãos mereciam aquele
tratamento criminoso?
• A divulgação das
sentenças com penas agravadas,
seria uma forma para
não incentivar a prática destes
crimes.
Muitos destes actos são
praticados por casais jovens
que já não têm a paciência da
geração de algumas de nós,
das nossas mães e avós, mas
que vivenciaram esse fenó-
meno praticado pelo pai, avó,
etc, etc.
No passado, a falta de diá-
logo, a intolerância, o ciúme,
a desconfiança, o consumo de
álcool e droga sempre existiram,
mas a diferença, é que o
agredido era pacífico e sofria
em silêncio e nunca se ergueu.
Ainda em relação a violência
doméstica reportam-se
casos de agressões físicas e
homicídios ou tentativa. Necessário
se torna, que a justiça
haja, a tempo de evitar
mortes, pois, existem casos
em que a vítima denuncia e a
entidade policial não toma a
sério, resultando na vingança
do agressor que não poucas
vezes termina com a morte
da vítima.
Por outro lado, existe outro
tipo de violência doméstica
de certa forma invisível, que
é a violência psicológica. Esta
existe e é difícil prová-la, mas
provoca enormes danos nas
vítimas, pelo que são aspectos
que a Procuradoria-Geral
da República deveria aprofundar,
com vista a proteger
a sociedade desse mal.
Excelências
A terminar, é tempo de se
reflectir passados mais de
vinte anos, se ainda é este o
formato da Informação que
nós queremos, que o povo
quer. O que é que o povo
quer ouvir da instituição que
é o garante da legalidade no
país.
Por uma inclusão efectiva e
Paz verdadeira, por me terem
escutado, mais não disse e
muito obrigada.
Sem comentários:
Enviar um comentário