segunda-feira, 10 de julho de 2017

Joana Simeão: uma entrevista a “Seara Nova”, em Março de 1974

Joana Simeão: uma entrevista a “Seara Nova”, em Março de 1974

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Poderia começar por falar-me um pouco da sua infância, do ambiente onde nasceu e cresceu.
- Nampula era então, há 36 anos, um burgo simples. A minha infância foi banal, embora começasse a sentir desde muito nova que alguma coisa estava mal na sociedade em que vivia. Pelas experiências que tive, pela discriminação que sentia. Papá pôs-me a estudar numa escola particular para me subtrair a um certo número de medidas discriminatórias que existiam, na época, no ensino oficial. Havia também um conjunto de regras sociais a que nos tínhamos que submeter. As raparigas não podiam brincar com rapazes, por exemplo e isso confundia-me. Frequentemente, Papá, que era um simples “choffeur”, apanhava-me no meio dos criados e ralhava.
No meio dos criados? Tinha criados?
- Sim, toda a gente tinha. Chegou a altura de ir para o liceu, e ai uma vez mais o Papá preferiu mandar-me para um colégio. Mas a irmã recusou a minha entrada. Pela primeira vez na história do lugar aparecia uma negra a querer fazer o liceu. E o Papá, que entretanto se tornou “choffeur” do bispo, falou com este e acabou por ser por sua influência que fui admitida. Fiz assim o primeiro e o segundo anos, mas em condições psicológicas péssimas: o dia a dia, a recusa na matricula, tal e tal. A certa altura o Papá disse: “bem, isto está mesmo tão difícil que o melhor é ires para a metrópole, mais a tua irmã. E escreveu para o Colégio de Santa Cruz, em Coimbra, para onde acabei por entrar, graças a umas facilidades que obtivemos através do Ministério do Ultramar, e onde fizemos o sétimo ano, eu e a Nina.
A Senhora foi uma negra que pôde estudar até à universidade. Isso é raro.
- Sim, foi um cometa, o meu caso.
É Capaz de dizer-me se essa situação ainda se mantém?
- Não. Absolutamente não.
Saberá dizer-me quantos estudantes negros acabaram o sétimo ano em 1972-73 nos diversos liceus de Moçambique?
- Não sei. Mas sei que é um número superior ao que existia no meu tempo.
Sim, naturalmente, mas não tem uma ideia?
- Não sei, com franqueza. Isso mostra a minha ignorância na matéria.
E na Universidade, qual é a frequência?
- É grande. Agora formaram-se três médicos. Pode dizer: é pouco. Pois é, mas antes não havia nada disso.
Tem muitos colegas negros, a senhora?
- Eu sou a única no meu Liceu.
E noutros liceus?
- Há, isso há.
Numerosos?
- Numerosos não?
E na universidade, tem muitos colegas?
- Só conheço um professor de românicas.

…………………………………………..
Gostaria que falássemos um pouco de si. Importa-se?

- Mais?
Sente-se cansada?
- Diga-la, diga la o que é que quer! Mas eu depois QUERO ler o que vai escrever, sabe?
Pode confiar, o gravador não engana e eu limitar-me-ei a pôr no papel as suas afirmações e as minhas perguntas.

Bom… portanto a senhora regressou a Portugal em 1971. Qual era a sua situação em paris, na altura?.

Trabalhava, era secretaria na Radiotelevisão Francesa…….

Joana Simeão e o ideal do encontro de raças sem confrontação

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Nampula, 4 de Novembro de 1937 nasce Joana Francisca Fonseca Simeão, filha de José Luís Simeão e de Leopoldina Rebelo Fonseca Simeão. O pai, motorista dos Bispos D. Teófilo José Pereira de Andrade e D. Manuel de Medeiros Guerreiro, fez de tudo para ver a filha formada. O percurso político da Joana Simeão teve a ver com o seu dia-a-dia. Frequentando o ensino primário numa escola perto da administração, em Nampula, via pessoas negras a serem violentadas e amarradas. Em 1944, na primeira classe, presenciou uma coisa que marcou a sua vida, ao assistir crianças pretas apanhando palmadas. Relacionou aquilo com a cor da pele. Três décadas mais tarde, em retrospectiva, recordará por estes momentos ao acrescentar: «E, aconteceu também que uma vez minha mãe mandou-me à administração pedir a um cipaio nosso amigo para libertar um preto que tinha sido preso sem motivo». Quando completou a 4ª classe que era limite para a maioria dos pretos, o pai tentou enviar ela e sua irmã de sangue, Ana Simeão, para o colégio das freiras que recusaram, alegando que nunca tinham tido alunas pretas. Este foi o segundo episódio racial ocorrido na sua vida. Contará este episódio ao Eduardo Mondlane, com quem partilhava grande parte dos ideais. «Como éramos negras, as freiras não aceitaram até que o meu pai replicasse ao Bispo de Nampula de quem era motorista». A vida no colégio e a discriminação a que as duas irmãs eram sujeitas serviam para formar o espírito de revolta política da Joana. Se por um lado sofria a discriminação pela cor da pele, por outro lado notava que as poucas oportunidades que existiam eram dadas aos homens. 

Aos 15 anos, isto é, em 1952, pela ordem do pai, as duas filhas (Joana Simeão e Ana Simeão) foram enviadas para o Colégio de Santa Cruz, em Coimbra-Portugal. Quando fizeram o sexto ano, o pai ficou impossibilitado de pagar as mensalidades em resultado de um acidente. Disso resultou que as duas foram duplamente impedidas de assistirem às aulas e de lagar o colégio, por serem reféns de dívida. Sem capacidade para estar em contacto com os pais, sem família em Portugal, com um ano lectivo perdido, Joana aventurou-se para Lisboa onde marcou a sua primeira audiência com o então  Ministro das Colónias, Manuel Maria Sarmento Rodrigues. Dele conseguiu apoio para ela e a irmã concluírem o 7º ano sem pagar. Era a terceira experiência dolorosa e desabafou: «se nós não fossemos negras, isso não acontecia». Enquanto frequentava o sétimo ano, foi nomeada vogal da «Casa dos Estudantes do Império, o ninho da formação política» por meio do qual conhecerá e conviverá, mais tarde, com outros nacionalistas entre os quais Mariano Matsinhe, Sérgio Vieira, Pascoal Mucumbi, Joaquim Chissano.  Em 1958 escreveu o seu primeiro artigo publicado pela Associação dos Naturais de Moçambique no «A voz de Moçambique». No grupo de trabalhos tinha observado que os mistos tendiam a isolar-se dos negros, pelo que defendeu a necessidade de uma convivência social harmoniosa entre as diferentes raças. Mais tarde, viria a dizer a um governante que «Foi preciso a Frelimo e o Coremo, a UPA e todos os outros movimentos fazerem o que fizeram para vocês verem o problema». O sonho do pai era que cursasse Medicina mas ela seguiu Direito, curso que considerava poder responder bem às «reivindicações de ordem política que tiveram nela uma forma anárquica, uma mistura mórbida de encontrar ou realizar um encontro entre raças sem confrontação». Com efeito, defendia que devia haver uma frente de moçambicanos lúcidos, que englobasse todas as raças presentes em Moçambique.

Em 1959 entrou para o Curso de Direito, em Coimbra, tendo concluído o primeiro ano. Para o ano lectivo 1960/1961 notou que as condições de vida não lhe eram fáceis e revolveu seguir para Lisboa, a fim de procurar algum emprego. Com ajuda de Adriano Moreira, empregou-se no Ministério do Ultramar, como arquivista e pode frequentar o segundo ano de Direito em Lisboa. Em 1961, fez uma curta visita a Moçambique e, quando regressou a Lisboa, empregou-se no Ministério da Economia sem, contudo, deixar de participar dos eventos políticos. A sua facilidade em encontrar emprego, no regime que tinha começado a ser combatido em Angola, criava nos colegas a suspeita de ser uma agente da PIDE. Um episódio havido entre eles, num grupo de debate, precipitou a conclusão do que até então era mera suspeita. Naquele encontro, a Joana alertara ao grupo que todos deviam trabalhar tendo na mente uma verdade: «todo o Estado possui e trabalha com uma Polícia secreta».

Na sequência da fuga de 41 estudantes ultramarinos, após incidentes de Angola, a Joana precipita-se como asilada política na embaixada da Venezuela. Entretanto, o embaixador acabou por dizer-lhe que das investigações feitas, não havia nada contra ela e que, se quisesse sair, ninguém a prenderia. Saiu da embaixada da Venezuela para a da Indonésia numa altura em que Mondlane estava a criar uma rede de «engajamento de estudantes ultramarinos» para a qual fora convidada a tomar parte. Mondlane recomendara um encontro com um colega que ao fim e ao cabo acabou por trai-la a PIDE. No  começo,  garantiram-lhe que tudo já estava tratado e que ela fosse à Covilhã, a um hotel; alguém a iria levar para a Espanha. Era uma cilada de um agente duplo que não a queria entre os nacionalistas. Quem apareceu, na verdade, foi a PIDE. Presa, levada para Lisboa, passou por interrogações, humilhações e maus tratos. O relatório do interrogatório deixou claro que, apesar da intimidação «a Joana continuou a defender o seu ideal dizendo que havia uma injustiça social baseada na raça e que ela não era comunista porque todos os comunistas são racistas. Afirmou ter uma orientação e uma tendência democrata-liberal. Condenou a inflexibilidade do regime em não permitir as liberdades cívicas, sobretudo aos homens de raça negra, sem necessidade. Ela diz que luta por um regime onde cada um pudesse expor as suas ideias sem ter que pagar por aquilo que diz». Liberta pela PIDE, em 1963, empregou-se na Sonap & Cilda, como secretária de direcção. Desta vez, legalmente, submeteu um pedido de passaporte, para ir a Espanha, porque sempre quis fugir. 

Em 1964, com ajuda do namorado, fugiu para Argel onde conheceu a Frelimo, por meio de Marcelino dos Santos. Ai, pela sua surpresa, encontrou-se com um dos colegas com quem tinha divergências aquando da acusação de «espia» e os fantasmas do passado voltaram na sua mente. Mesmo consciente de que pesava sobre ela a suspeita de ser agente psico-social da PIDE, aceitou trabalhar como dactilógrafa, no escritório da Frelimo. Ela própria dirá, mais tarde, «aceitei, apesar de saber que uma suspeita pesava sobre mim: eu era agente da PIDE, coisa fantástica… Aquando de nossos encontros eu tinha dito aos colegas que todo o Estado tem uma Polícia Secreta. Esta simples declaração criou uma situação intolerável. Quero frisar que a minha filiação na Frelimo foi um mero acidente de recurso. Não tinha, na altura, para onde ir». E ironizando contra os acusadores, desabafou: «E hoje, vendo as coisas à distância começo a rir ao verificar que os anjinhos e os puros dos grupos revolucionários mantêm relações com algumas polícias secretas, e ainda mais, recebem dinheiro e por vezes devem-lhes mesmo a vida. Estou hoje convencida que [alguém] escapou a tempo graças a um desses informadores. Em 1965, aos 28 anos, casou-se com Serge Tshilenge (jovem congolês da tribo baluba, estudante da Faculdade de Direito de Assas (Paris), em Argel. Tshirenge encontrava-se a trabalhar na embaixada do seu País com ajuda de Ben Bella, seu amigo pessoal mas  derrube de Bella obrigará o recém-casal a seguir para Paris. Mondlane, com quem partilhava muitos pontos de vista, dissera para que o casal fosse a Dar-es-Salaam, mas o marido preferiu Paris àquela cidade. Em 1966, chegou a Paris onde se registou como Ivette Joana Tshilenge, com ajuda do amigo do marido. Teve assim,  uma nacionalidade congolesa.

Em 14 de Março de 1967 teve a primeira filha, Cecile Tshirenge. A 25 de Maio do ano seguinte nasceu o segundo filho. Mas a vida familiar não era bem-sucedida e, por vezes, o esposo usava o passaporte como objecto de chantagem. Ela empregou-se na TV Francesa, após ter conseguido que o Vaticano apoiasse o seu projecto para retirar as meninas negras das ruas de Paris. Esta iniciativa nobre lhe valerá acusação entre os machistas do seu tempo. Diabolizada sob todas as formas, a Joana prosseguiu com o ideal de ajudar que parte das prostitutas negras de Paris conseguisse algum trabalho fixo e se retirassem da rua. Projectava viajar aos governos africanos para negociar vagas de modo que algumas daquelas meninas pudessem ter espaço em seus países, começar com as do Congo Kinshasa. Com efeito, viajou para Kinshasa, ao encontro do ministro dos assuntos sociais, mas aqui conheceu Holden Roberto que achou interessante a sua actividade e prometeu pôr-lhe em contacto com os chefes do Coremo, sediados em Lusaka, tendo-lhe pago a passagem de avião. 

A 24 de Agosto de 1970, chegou a Lusaka e constatou que nesta altura, Paulo José Gumane, presidente do Comité Revolucionário de Moçambique (COREMO) encontrava-se isolado pelos amigos, Absalon Titus Bahule e Mahlatini Ngome. Nesta mesma noite, foi jantar na casa de Mariano Matsinhe, «meu grande amigo». Três dias depois, distribuiu panfletos pelas ruas de Lusaka, na qualidade de Presidente da Associação da Juventude Feminina Africana na Europa. Daqui recebeu a missão de ser propagandista do COREMO na Europa onde já residia  o Dr. Campos com quem teve muitos desentendimentos, devido a velha suspeita. Os seus opositores tinham espalhado uma fama segundo a qual ela pertencia à «uma associação vergonhosa, de prostitutas africanas para arranjar dinheiro na Europa». Como propagandista do COREMO, conseguiu mobilizar apoio mas o partido não conseguiu pagar o transporte e ficou retido em Londres e Bruxelas. A 2 de Fevereiro de 1971, chegou inesperadamente a Lusaka com os dois filhos, tendo se hospedado na casa de Paulo Gumane. Nesta altura, o Coremo tinha capturado cinco militares/técnicos portugueses do acampamento de Mucangadeze. Diz-se que teria enviado uma carta ao chefe da Cruz Vermelha, Rene Weber, dizendo que os raptores queriam 7000USD. Além desse valor, devia haver bilhetes de passagem para ela e para os filhos seguirem à Europa/Paris. Weber consultou Absalon Titus Bahule que declinou. Insegura pela suspeita que recaía sobre ela quanto ao pedido de resgate, na ausência de Gumane da casa, refugiou-se para Vitoria Hotel. Entretanto, a versão dela foi a de que apenas traduziu a carta que Bahule redigira. Provavelmente terá fugido quando se apercebeu que os reféns tinham sido executados, medida com a qual não concordava. 

A 27 de Fevereiro, fugiu precipitadamente da Zâmbia para a Europa. Na França apresentou-se ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e, com ajuda de um Salvo-Conduto, foi a Portugal donde seguirá a Moçambique. Hospedou-se em Dondo, na casa de Jorge Jardim. Estando aqui, a PIDE procurou aliciá-la a fazer uma confissão pública, criticar a Frelimo e ao  Coremo. Ela recusou porque segundo suas palavras «lá  fora  diz-se que a Frelimo vencerá». Em 23 de Dezembro de 1972, foi a Nampula, após 15 anos de ausência. Ai ficou até 28 de Janeiro de 1973. Regressou para Beira onde trabalhou no Notícias da Beira. A sua passagem por Nampula deixou a cidade agitada, conforme o relatório quinzenal do governo local, de 15 a 30 de Janeiro daquele ano. A Joana alugou um salão da Missão S. Pedro onde promoveu danças, comeretes e beberetes aos convidados. Seguiu-se o tempo da fala em que disse: «o preto deixará de ser escravo e eu vim para convosco trabalhar: pretos, mitos…. Brancos, asiáticos; por um Moçambique maior e melhor. Temos que acabar com a indolência Macua, temos de trabalhar para isso, mas primeiro tem de pensar e deixar de ser alarves. Só a aderência aos movimentos de libertação (FRELIMO E COREMO) pode fazer desaparecer a lepra das injustiças». Mais tarde, decidiu-se pelo seu envio a Lourenço Marques, onde foi admitida como professora de Francês no então Liceu António Enes. Mais tarde, criou embaraços na Instituição pois seguiu para a Suécia, onde estava a filha ao cuidado da Ana, sem deixar notas dos estudantes à direcção. A PIDE continuou a querer fazer dela porta-voz da autonomia progressiva, porém, ela agia cautelosamente. No expresso de 22 de Dezembro de 1973, o Dr. Augusto de Carvalho, jornalista daquele Jornal, escrevia, indignado «ou é uma agente do Governo ou uma revolucionária preparada para provocar discórdia, propícias a um movimento subversivo» ao se aperceber de que a Joana continua inflexível com a ideia de Moçambique Independente. Com Máximo Dias, Jorge de Abreu e Cassamo Daude, fundaram Grupo Unid Por Moçambique, cuja vida durou 65 dias. Os três homens mostraram recuo quando ela já tinha os estatutos em mão, elaborados por Máximo Dias. A 7 de Abril de 1974 viajou para Lisboa. Abreu chegou a telefonar-lhe para dizer que «estava arrependido de ter aderido ao Gumo enquanto Máximo Dias já pedira para que ela não fosse fazer entrega dos estatutos para reconhecimento, mas ela prosseguiu.

Eusébio A. P. Gwembe adicionou 3 fotos novas.
Ontem às 9:39 ·



Joana Simeão: uma entrevista a “Seara Nova”, em Março de 1974
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Poderia começar por falar-me um pouco da sua infância, do ambiente onde nasceu e cresceu.

- Nampula era então, há 36 anos, um burgo simples. A minha infância foi banal, embora começasse a sentir desde muito nova que alguma coisa estava mal na sociedade em que vivia. Pelas experiências que tive, pela discriminação que sentia. Papá pôs-me a estudar numa escola particular para me subtrair a um certo número de medidas discriminatórias que existiam, na época, no ensino oficial. Havia também um conjunto de regras sociais a que nos tínhamos que submeter. As raparigas não podiam brincar com rapazes, por exemplo e isso confundia-me. Frequentemente, Papá, que era um simples “choffeur”, apanhava-me no meio dos criados e ralhava.

No meio dos criados? Tinha criados?

- Sim, toda a gente tinha. Chegou a altura de ir para o liceu, e ai uma vez mais o Papá preferiu mandar-me para um colégio. Mas a irmã recusou a minha entrada. Pela primeira vez na história do lugar aparecia uma negra a querer fazer o liceu. E o Papá, que entretanto se tornou “choffeur” do bispo, falou com este e acabou por ser por sua influência que fui admitida. Fiz assim o primeiro e o segundo anos, mas em condições psicológicas péssimas: o dia a dia, a recusa na matricula, tal e tal. A certa altura o Papá disse: “bem, isto está mesmo tão difícil que o melhor é ires para a metrópole, mais a tua irmã. E escreveu para o Colégio de Santa Cruz, em Coimbra, para onde acabei por entrar, graças a umas facilidades que obtivemos através do Ministério do Ultramar, e onde fizemos o sétimo ano, eu e a Nina.

A Senhora foi uma negra que pôde estudar até à universidade. Isso é raro.

- Sim, foi um cometa, o meu caso.

É Capaz de dizer-me se essa situação ainda se mantém?

- Não. Absolutamente não.

Saberá dizer-me quantos estudantes negros acabaram o sétimo ano em 1972-73 nos diversos liceus de Moçambique?

- Não sei. Mas sei que é um número superior ao que existia no meu tempo.

Sim, naturalmente, mas não tem uma ideia?

- Não sei, com franqueza. Isso mostra a minha ignorância na matéria.

E na Universidade, qual é a frequência?

- É grande. Agora formaram-se três médicos. Pode dizer: é pouco. Pois é, mas antes não havia nada disso.

Tem muitos colegas negros, a senhora?

- Eu sou a única no meu Liceu.

E noutros liceus?

- Há, isso há.

Numerosos?

- Numerosos não?

E na universidade, tem muitos colegas?

- Só conheço um professor de românicas.
…………………………………………..
Gostaria que falássemos um pouco de si. Importa-se?

- Mais?

Sente-se cansada?

- Diga-la, diga la o que é que quer! Mas eu depois QUERO ler o que vai escrever, sabe?

Pode confiar, o gravador não engana e eu limitar-me-ei a pôr no papel as suas afirmações e as minhas perguntas.
Bom… portanto a senhora regressou a Portugal em 1971. Qual era a sua situação em paris, na altura?.

Trabalhava, era secretaria na Radiotelevisão Francesa…….

NB: A primeira parte esta emhttps://www.facebook.com/eusebioandre.pedro/posts/1206834016023934



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28 comentários
Comentários

Aether Erebos Saudades de uma pessoa que não conheci. Queria tanto ter sido guiado por ela. 😭😭😭

GostoMostrar mais reações · Responder · 5 · Ontem às 9:44

Aether Erebos Não, não. Que década foi isso?

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 10:32

Eusébio A. P. Gwembe Aether Erebos nos tempos do homem que vos cria saudades!

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 10:36

Aether Erebos Eusébio A. P. Gwembe que homem?

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 10:38

Eusébio A. P. Gwembe Samora!

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 10:41

Eusébio A. P. Gwembe Ainda tenho a imagem do miliciano, com a sua arma pelas costas, dando voz de comando para cantar "Simango, Joana Simeao, Lazaro Nkavandame" traidores. na lingua local dizia-se kazitape ou Kapirikoni. Sao outros tempos, Aether Erebos

GostoMostrar mais reações · Responder · 3 · Ontem às 10:43

Aether Erebos Eusébio A. P. Gwembe são outros tempos como dizes. Ele morre quando eu tive um ano de vida.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 11:13 · Editado


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Eusébio A. P. Gwembe Aether Erebos, nao cantaste o nome dela na Escola?

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 9:48
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Nelson JL Mazungaire Infelizmente cantei

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 9:56

Eusébio A. P. Gwembe Nelson JL Mazungaire mas aquilo é que ajudou a que Simango, Joana e Nkavandame nao fossem esquecidos como o foi com Gumane, Gwambe e outros.

GostoMostrar mais reações · Responder · 7 · Ontem às 10:00

Nelson JL Mazungaire Eusébio A. P. Gwembe hehehehe gostei do pensamento

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 10:03

Sancho Alfredo Cantamos Joana, mas não entendimos o sentido da canção, enquanto o Guambe não falou-se dele.

GostoMostrar mais reações · Responder · 3 · Ontem às 10:05

Jossias Ramos Eusébio A. P. Gwembe traz-nos uma grande e válida hipótese sobre o 'esquecimento histórico' de Gumane, Gwambe e outros. Bem hajam historiadores da sua 'laia'!

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 10:52

Alvaro Guimaraes Parabéns Eusébio. Depois de ler lembrei me do artigo. Li - o à muito tempo

GostoMostrar mais reações · Responder · 3 · Ontem às 16:30

Eusébio A. P. Gwembe Lia coisas proibidas, Alvaro Guimaraes? Ou foi antes de se-lo! Porque esse tipo de noticias nao era para ser lida

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 16:32

Alvaro Guimaraes Caro Eusébio comprei a revista Seara Nova no Livraria da Coop. Tinha todos os jornais de Portugal, África do Sul, Rodésia caro Eusébio
E tinha acesso a Seara Nova por baixo da mesa.
Não é preciso ironia caro Eusebio

GostoMostrar mais reações · Responder · 3 · Ontem às 16:41 · Editado

Alberto Mangue Álvaro Guimarães desta vez concordou com Eusébio A. P. Gwembe. São energia com água quando se trata da discussão sobre as dívidas. Na verdade, Gwembe surpreende. Tem a capacidade de flutuar que deixa muitos confundidos. É por isso que satisfaz ao Guimarães quando "ataca"a posição e o enfurece quando pisca olho com os assuntos das dívidas escondidas. Continue, Gwembe, com essa capacidade de agradar a gregos e troianos!

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 20:02

Alvaro Guimaraes Não eu acho que entendi o Eusébio. ..

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 20:32

Jonas Banbo Ouvi dizer que Adelino Guambe refugiou para Tanzânia.

GostoMostrar mais reações · Responder · 9 h


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Almeida F. Massango Interessante mais nunca antes ouví falar dessa mulher.

GostoMostrar mais reações · Responder · 4 · Ontem às 10:10

Israel Magaia Foi apelidada de reaccionaria, e penso que isso custou-lhe a vida...se nao a terias conhecido...

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 12:20

Almeida F. Massango Talvez tenha lutado mais que a propia Josina pelo Moçambique mas nunca saberei.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 12:43

Eusébio A. P. Gwembe Almeida F. Massango soube, por exemplo, que o primeiro draft da Historia da Frelimo (tenho) foi dactilografado por ela em Argel, quando passou por la como secretaria. Mas ainda deverei confirmar e verificar a informação.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 12:52

Almeida F. Massango Eusebio tambem es um homem muito a frente dos nossos tempos

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 13:23


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Almeida F. Massango Interessante mais nunca antes ouví falar dessa mulher.

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 10:10

El Patriota Nunca ouviste falar? Estranho... Ou vossa excelência é menor de idade ou então não lê...

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 h


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Octavio Muazanane Sainete Interressante a historia. Eu respeito muito a Eusebio, traz nos factos reais e que podemos reflectir com ele. Espero que um dia desses trabalhasse no Mozeu.

GostoMostrar mais reações · Responder · 3 · Ontem às 10:14

John Wetela O senhor Eusébio acabo de ver que és, ou era jornalista.
A informação que nos da nem um soldado tem.
Não estou contra com isso estou tão feliz e te apoiar para que continues, desembuxar para o bem de muitos.
Podemos lhe intitular como o "Unay documentos "
Porque cambuma ja temos.
Ja tivemos também o " grande chefe " era assim, homem documentos.
DOU,-LHE MEU APOIO NESSA PARTE.
NB: não estaremos com mesma opinião para sempre mas continue.
Traga tudo, não esquece os segredos de quem matou mondlane e samora, incluindo mabote.

GostoMostrar mais reações · Responder · 4 · Ontem às 10:20

Leonildo Viagem Foi uma grande mulher

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 10:45

Calisto Meque Meque Uma grande mulher não merecia ser sacrificada

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 10:52
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Eusébio A. P. Gwembe Informaçoes que tive de quem esteve com ela naqueles naos do cativeiro é que chegou a ser planeada a fuga dela e chegou mesmo a fugir mas depois perdeu-se pela mata. Uma vez recapitulada lhe estragaram os olhos que nem Sansao da Biblia, Calisto Meque Meque

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 11:09

Olympius J. Mondlane

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 11:20

Jemusse Abel Triste!

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 12:15

Zulfikar Abdurremane Amur Eusébio A. P. Gwembe


GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 13:39

Calisto Meque Meque Lamentável

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:23

Eusébio A. P. Gwembe Essa ordem veio como tentativa de dar cunho legal ao que ja tinha sido feito. As fontes que consultei mostram que em 1980 a Joana nao era viva, mas a Selina Simango estava, Zulfikar Abdurremane Amur

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:26

Zulfikar Abdurremane Amur Eusébio A. P. Gwembe Tenho fontes que mostram que essa ordem veio mesmo a dar cunho legal, mas na verdade eles ja haviam sido aniquilados nao nas condições que sao veiculados. A Selina Simango nao esta na lista.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:30

Eusébio A. P. Gwembe Esta decisao foi mais uma coisa que pos os irmaos, entenda-se camaradas, a optar pela pulga, a seguir a morte de Samora, o que colocou MS longe da cadeira.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 14:35

Zulfikar Abdurremane Amur Sabe - se que a Celina Simango terá sido fuzilada no ano de 1980, também, em Metelela.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:44 · Editado

Zulfikar Abdurremane Amur


GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:45

Eusébio A. P. Gwembe Baixe todo o livro aqui (disponibilizei para tempo determinado) https://www.academia.edu/.../Uria_Simango_um_homem_uma...



Uria Simango um homem uma causa 1ª Edicao
A história da penosa trajectória política de um…
ACADEMIA.EDU

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:48

Zulfikar Abdurremane Amur A história é a compilação dos fatos que ocuparam maior lugar na memória dos homens. No entanto, lidos nos livros, ensinados e aprendidos nas escolas, os acontecimentos passados são selecionados, comparados e classificados segundo necessidades ou regras que não se impunham aos círculos dos homens que por muito tempo foram seu repositório vivo. Em geral a história só começa no ponto em que termina a tradição, momento em que se apaga ou se decompõe a memória social (HALBWACHS).

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 15:12


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Edson João João Alberto Joana Simeão foi uma grande mulher mas, a sua História está escrita em poucas páginas. Será que isso revela o que ela foi realmente??

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 11:29

Heleno Bombe Uma mulher que estava muito a frente do seu tempo

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 12:29

Zulfikar Abdurremane Amur Sera que ainda estamos na época dos reaciionarios? Ha tanta historia de libertadores que precisamos saber.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 13:11

Eusébio A. P. Gwembe Por que diz isso? E voce, historiador, nao é pessoa para falar que "precisa saber" pois a sua missao é dar a saber aos que nao sabem, Zulfikar Abdurremane Amur

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 13:17

Zulfikar Abdurremane Amur O maior problema e da nossa sociedade nao estar preparada para saber do que foi ocultado. A nossa missao acredito eu que tem sido barrada por politicas educativas.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 13:19

Eusébio A. P. Gwembe Zulfikar, que politicas educativas? O que as politicas educativas tem a ver com o saber do que foi ocultado? Ocultado a quem? O programa de ensıno, em qualquer pais do mundo, tem conteudos programaticos especificos e cabe aos investigadores complementar o conhecimento. La na UP nos vos demos o necessario e cabe a voces prosseguirem. Nada de desculpa do tipo: foi ocultado. Esta entrevista esta tambem no Arquivo Historico de Moçambique (Revista Tempo de 1974-05-05) fundo 570 AHM. Portanto, a desculpa de conhecimento "ocultado" nao me parece suficiente

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 13:26

Zulfikar Abdurremane Amur Nos caminharemos a busca de informações que deveriam constar nos livros e nos programas curriculares. Mas nao podemos negar a verdade em torno do termo reaccionário e a sua influencia na historia escrita nos livros de educação em Moçambique. E verdade que e a nossa missão investigar e trazer a informação!

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Titos Cau Ha uma peca cinematogeafica ou televisiva em que esta senhora defendia que Mocambique deveria defender uma independencia ao modelo de Ian Smith. Obviamente, que ela estava mais comprometida em perpetuar o dominio colonial portugues, embora de forma mais soft e camuflada ao inves da total emancipacao de Mocambique e seu povo. Esse posicionamento dela, é uma clara traicao aos anseios dos mocambicanos. Sao infelizes as tentativas de santificar esta senhora. Minha opiniao.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 13:37
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Eusébio A. P. Gwembe Melhor seria trazer a tal peça para que todos possamos acompanhar em que momento ela fala em defesa do modelo de Ian Smith, Titos Cau.

GostoMostrar mais reações · Responder · 4 · Ontem às 13:49

José de Matos A Joana Simeao nao defendia o modelo de independencia da Rodesia...

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 14:20

Almeida F. Massango Aqui tal como faz o Eusébio Gwembe quem quer dizer o contrario traga nos documentos.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 14:33

Almeida F. Massango Aqui tal como faz o Eusébio Gwembe quem quer dizer o contrario traga nos documentos.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 14:33

José de Matos Titos Cau, traga a sua evidencia!

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 18:01

Titos Cau Voces nao dao espaco nem para um individuo respirar.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 18:11

Titos Cau https://www.youtube.com/watch?v=_goaRp9IkPU



Joana Simeão Projecto Politico Moçambique 1974
Com a morte anunciada do…
YOUTUBE.COM

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 18:11

Almeida F. Massango Opah e nao é que o Cau nao trouxe apenas evidencias mas provou a veracidade dos fatos por si rolados.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 18:56

Almeida F. Massango Opah e nao é que o Cau nao trouxe apenas evidencias mas provou a veracidade dos fatos por si rolados.

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 18:57

José de Matos Titos Cau , mas o Eusébio A. P. Gwembe ja triuxe aqui mesmo esse video, que foi muito divilgado e prova exactamente o que estamos a dizer, a joana Simeao era uma nacionasta e visionaria!

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 19:04 · Editado

José de Matos Titos Cau , qual a semelhança com Ian Smith ?

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 19:01

Pedro Traivon Martin Rajá Tem razão Titos Cau há uma toda narrativa com vista a santificar a senhora. Ela deseja autonomia, não independência

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 20:45

Titos Cau Sim Jose de Matos, recordo-me desse debate. Embora a senhora nao mencione explicitamente o Zimbabwe do Ian Smith, pelo seu discurso fica claro o seu posicionamento pro-autonomizacao gradual e nao independencia total e completa. Isso chocava com os anseios do povo mocambicano cristalizados na Frelimo.

GostoMostrar mais reações · Responder · 22 h

José de Matos Titos Cau , nao ha semelhança nenhuma, Ian Smirh declarou unilateralmente a independencia e formou um governo de minoria!

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Pedro Traivon Martin Rajá
TENOR

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Titos Cau Jose de Matos, na minha opiniao a similaridade nos modelos é evidente. O modus operandi para instalar o novo regime poderia nao seguir à risca o Iansmitismo mas fica claro nos pronunciamentos dela o desejo de ver os destinos do povo mocambicano sequestrados por uma elite metropolitana minoritaria que nao reflectiria o sonho da independencia dos mocambicanos.

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Titos Cau Pedro Traivon Martin Rajá quem é a senhora?

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José de Matos Titos Cau , nao vem nasa disso no que ela diz aqui e ja um outro video e loteratura que mostram claramente qe ela eera uma nacionalista e visionaria! Mas deoxemos, nao vale a pena, a Historia ira repor a verdade!

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Pedro Traivon Martin Rajá Joana Simeão a senhora que me refiro Titos Cau

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Pedro Traivon Martin Rajá Ela tinha como referências Marcelo Caetano e o último governador da província Ultramarina Rebelo de Sousa, salvo erro

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Titos Cau Jose de Matos nao discuto se ela era nacionalista e visionaria. Nao posso julgar o sentir e pensar dela. Apenas interpreto os pronunciamentos e accoes dela, tendo em conta as circunstancias e companhia.

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Titos Cau Visionaria nacionalista que se inspirava no inimigo (governador da provincia ultramarina) é um contra-senso e demonstra que ela era mais uma boneca de estimacao tipo bandeira estandarte do movimento do estado novo do que uma nacionalista comprometida com a causa do povo mocambicano.

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Titos Cau Essa foto da Joana Simiao me deixa um pouco inquieto. Sera ela mesmo? Estaremos a debater sobre a mesma figura?

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Eusébio A. P. Gwembe Titos Cau entao o Sr. conhece a Joana Simeao? Traga as fotos que tem no bau para compararmos com a que conhece :)

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · 21 h

Titos Cau Nao conheci pessoalmente. E que a imagem acima me parece muito diferente da que tem sido mostrada nos filmes e fotografias. Creio que estava confundido.

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Eusébio A. P. Gwembe E preciso ver mais e muitas imagens dela em diferentes anos para colocar a interrogaçao que colocou, ou, no minimo, ter conhecido pessoalmente a figura em debate. Mais do que isso, talvez pedir outras fotos, caso existam (e existem) Sr. Titos Cau.


GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · 21 h


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José de Matos Joana Simeao, heroina e visionaria,,,😭

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 14:19

Vasco Zefanias Khossa Visionária de quê? Que Moçambique está senhora visionou? Heroína de que causa?

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 17:19

José de Matos Vasco Zefanias Khossa , seria muito bom conhecer a historia e a visao da patriota Joana Simeao! A visao dela estava mais avançada do que muitos "herois"da treta!

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 17:59


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Gar Ahmed Hassan Bicu Bicu A grande mulher e heroina.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 16:07

Edson João João Alberto RETROSPECTIVA SOBRE A EXECUÇÃO DE JOANA SIMEÃO E OUTROS

"Nós não estamos arrependidos" Marcelino dos Santos.

Emílio Manhique, apresentandor do programa "No Singular" na TVM, entrevistou o antigo membro da Frente de Libertação de Moçambique e mais tarde ministro de Samora Machel, presidente da Assembleia Popular e membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Frelimo marxista leninista.

EMILIO MANHIQUE: "Lázaro Nkavandame, Gwenjere, joana Simeão foram mortos depois da independência, mas a Frelimo tinha dito que iam ser reeducados, que iam servir de exemplo. Porque é que é foram mortos sem sequer nenhum julgamento?

Marcelino dos Santos: " Naturalmente...primeiro porque consideramos que era justiça".
Emílio Manhique: "Justiça popular".

Marcelino dos Santos: "Altamente popular, exercida..."
Emilio Manhique: " Mas foi uma justiça de um movimento guerrilheiro, não de um partido?"

Marcelino dos Santos: "Justiça contra traidores porque um deles se aliou ao colonialismo português".
Emílio Manhique: "Mas porque é que a Frelimo primeiro disse que iam servir de exemplo?"

Marcelino dos Santos: "Sim, e depois sobreveio a acção a tentativa do inimigo de buscar elementos moçambicanos descontentes, em particular aqueles que pudessem ser-lhes bastante útil. Então, aquela consciência de que são traidores e que, portanto deveriam ser executados. É bom não se esquecer que Lázaro Nkavandame..."
Emílio Manhique: " E porque é que não se informou o povo?"
Dos Santos: "Porque aí é preciso ver o momento em que isso aconteceu e naturalmente embora nós sentissemos a validade da justiça revolucionária, fecundada pela luta de libertação nacional havia, no entanto, o facto de que já estávamos em Estado independnt. Então foi isso, talvez que nos levou, sabendo precisamente ainda que muita gente não estava certamente apta a entender bm as coisas que nós preferimos guardar no silêncio está acção realizada. Mas que se diga bem clarament k nós não estamos arrependidos.

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 18:38

Abel Philip É verdade acompanhe um pouco dessa entrevista; Marcelino dos Santos, Sérgio Viera, Jacinto Veloso, Alberto chipande, Armando Guebuza, Mariano Matsinhe sao sobrevivente desse regime...

GostoMostrar mais reações · Responder · 20 h


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Edson João João Alberto A morte de joana Simeão segundo dos Santos justifica-se pelo uso da violência revolucionária contra os traidores do povo moçambicano.

(TVM-19. Setembro.2005- Programa Singular)

É motivo forte para a prática desta acção?

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · Ontem às 18:52

Gar Ahmed Hassan Bicu Bicu Depois da independência nacional foram mortos muitos compatriotas moçambicanos em nome da reeducação e que serveria de exemplo como é o caso de: Lazaro Nkavandame, Gwenjere, Joana Simeão e outros.

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 19:49

Abel Philip Essa foi uma das poucas mulheres que podiam muito bem governar este país...

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 20:10

Fernando Dias Tens razão Abel , mas os assassinos marxistes mataram todos os inteligentes e democratas pois assim podiam explorar o povo e as riquezas do país , os crimes dos stalinistas em todo o mundo contam-se por muitos milhões , basta fazer buscas nos arquivos da história mundial , mataram mais que o assassino do Hitler ....

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · Ontem às 21:15

Titos Cau Como sabes disso?

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Edson João João Alberto O acto de tirar a vida a um ser semelhante é na minha óptica independentemente da moral e ética que implica, está acção é incorreta!

GostoMostrar mais reações · Responder · Ontem às 20:27

Joao Cabrita Foi pena que no tempo de Joana Simião, o Sr. Coronel Wand Wan Bedford não estivesse no activo para lhe dar protecção, tal como está a fazer neste momento na Gorongosa. Nobre missão!

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Titos Cau Sr. Coronel Wand Wan Bedford, esse tambem faz parte da tal comunidade internacional a que a perdiz recorre sempre para choramingar sempre que amua?

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · 22 h

Joao Cabrita Titos Cau, o Sr. Coronel Bedford é um subordinado do comandante-em-chefe das FADM, Eng. Filipe Jacinto Nyusi.

GostoMostrar mais reações · Responder · 2 · 22 h · Editado

Titos Cau Sorry, nunca tinha ouvido falar. Me confundi com o nome atipico para um mocambicano. My bad.

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Eusébio A. P. Gwembe Por que diz isso, Joao Cabrita. Querera fazer o paralelismo entre a prisao da Joana, no aeroporto da Beira, com o sucedido a 9 daquele mes, nas Palmeiras?

GostoMostrar mais reações · Responder · 1 · 22 h

Joao Cabrita Não estava a estabelecer nenhum paralelismo, Eusébio A. P. Gwembe. Apenas tinha em mente um comentário seu, feito minutos antes, em que dizia «que chegou a ser planeada a fuga (de Joana Simião) e chegou mesmo a fugir mas depois perdeu-se pela mata. Uma vez recapturada lhe estragaram os olhos que nem Sansão da Bíblia».

Se houvesse então quem a protegesse, poderia ainda hoje estar a ler as nossas divagações no Facebook.

E quanto a 'protecção', tinha também em mente um comentário seu, Eusébio Gwembe, em que afirmava que o Sr. Coronel Bedford encontra-se na Gorongosa a proteger o líder da oposição.

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Domus Oikos Joana Simeão intelectual e sábia. O pecado dela foi de não entender o sistema que se implantava: O comunismo.
Pela sua natureza o comunismo não admite a oposição ou pluralismo ideológico.
A Joana já pensava o pluralismo político onde o povo é titular do poder e por via disso escolhe quem o governa.
Joana era muito avançada com uma visão que só se concretizou em 94 com eleições multipartidárias. Se tivesse vivido 2 décadas depois Joana não seria "reacionária".

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Angelo Francisco Thaísa Gonçalves

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Eusébio A. P. Gwembe Ja nem era "reacionária" Domus Oikos. Neste Jornal é apresentada como pacifista. Ela ja tinha noçao que algo de mal viria a acontecer em relaçao a falta de liberdades porque por varias vezes viu os seus comicios sabotados pela gente da Frelimo, na Beira. Numa, desas sabotagens, foi apedrejada na Munhava e outra vez em Chupangara, tal que viu-se obrigada a retirar os seus pertences para uma casa segura (ainda la estao, intactos e a pessoa que os guardas ja me mostrou)

GostoMostrar mais reações · Responder · 4 · 19 h

Mucussete Ussene Ussene Nao há nada q justifique a morte dela e dos outros moçambicanos assassinados pelos guerreiros da frelimo, ainda q depois de o pais ter tornado independente e possuido uma constituiçao.

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Artur Saldanha Mas os que implantaram o Comunismo sao os mesmos que hoje implantaram o Capitalismo!!!!

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Eusébio A. P. Gwembe Sera que o tal de comunismo chegou a ser implantado ou foi bloqueado antes de efectivar-se?

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Joao Cabrita Que pergunta, Eusébio A. P. Gwembe! Bastaria dar como exemplo o campo de concentração para onde Joana Simião foi desterrada. O regime da Frelimo reúne ainda hoje as características do primitivismo que é típico dos regimes dessa índole.

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Artur Saldanha concordo contigo Eusébio A. P. Gwembe

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Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita, penso que nao chegou a efectivar-se apesar dos esforços, alias confirmados nos telegramas de Samora aos seus amigos socialistas, nesse sentido. Nao se esqueça que a dita "Resistencia" na pessoa de Kamate anunciou que a sua luta também incluia o combate contra as tentativas de Machel estabelecer o comunismo em Moçambique.

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Joao Cabrita Interessa-me mais a prática, do que aguardar pelo final das promessas feitas amiúde por políticos toscos como Machel. O facto é que esse regime começou por implantar um sistema que em si encerrava tudo o que de odioso o comunismo propalava. Para além dos campos de concentração a que me referi, o retorno do país ao trabalho forçado, o arregimentar de toda a sociedade, o moldar das instituições segundo os princípios preconizados por um partido barroco, primitivo de boçais arvorados em melhores filhos do povo, o atropelo aos direitos fundamentais dos cidadãos, a repressão selvática e sanguinária por forças subservientes a uma formação política que se assumiu, sem mandato, portanto, conferido por alguém, como "força dirigente do Estado e da sociedade", um regime que ao fim de mais de 40 anos de existência nem consegue apresentar instituições credíveis para a realização de uma simples auditoria às contas de 3 meras empresas, passando pela ridícula situação de ter de se curvar perante governos estrangeiros, o que faz dele veículo e meio condutor do neocolonialismo.

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El Patriota "boçais arvorados em melhores filhos do povo"....???? Eu fui ensinado e cresci tendo essa malta como heróis, sem os quais ainda estaríamos sob administração de Portugal, como uma pacata província ultramarina.

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Eusébio A. P. Gwembe El Patriota deixa Cabrita desabafar um pouco. Faz bem a alma!

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Joao Cabrita De facto, Eusebio Eusébio A. P. Gwembe, faz bem à alma falar dos boçais que constituem a cúpula da Frelimo, que uma vez instalada no poder traiu os princípios que nortearam a luta pela independência nacional. Pelo menos há os que se sentem traídos, pois acreditaram e defenderam a Frelimo antes de «25 de Abril», passando a ser refractários do exército colonial por se terem recusado a lutar contra aqueles que diziam combater o colonial-fascismo.

Após a queda do fascismo e conquistada a independência, essa cúpula impôs uma nova ditadura – um só partido, um só líder, um só pensamento. Essa cúpula repetia amiúde ter sido graças a ela que o povo português conquistara a liberdade em Abril de 74. Isto é, orgulhava-se de ter dado aos portugueses aquilo que passou a negar a nós, moçambicanos. Os argumentos esgrimidos pelo séquito de lacaios da cúpula a justificar a nova ditadura não merecem sequer comentário.

A cúpula condenava a PIDE, depois crismada de DGS, mas a seguir instituiu polícia política igual ou pior. Definitivamente, melhor não era: pelo menos a PIDE chegava a enviar presos políticos a tribunal, os acusados com direito a defesa. Torturava-os e matava-os também na calada da noite, mas a nova polícia política instituída pela cúpula fez o mesmo.

O regime da cúpula sobrepôs-se às regras de Direito, abolindo a advocacia, tornando obsoletos os tribunais. O conceito de justiça da cúpula ficou patente no travesti de justiça encenado em Nachingwea. Há ainda hoje presos políticos da PIDE que vivem em Moçambique que podem narrar o sofrimento por que passaram. A cúpula não tem presos políticos para mostrar entre os condenados de Nachingwea – decretou o assassínio de todos eles, incluindo o da senhora que serviu de tema a este debate. Há os que aqui preferem destruir a senhora intelectualmente, omitindo deliberadamente o crime político, a tortura, a humilhação e o desespero que a levaram à tentativa de suicídio em Junho de 1976.

O assassinato político não terminou em Metelela. Continua hoje na Avenida Eduardo Mondlane, em estradas nacionais, na Beira, Chimoio e outros pontos do país, em carros sem matrícula – a ousadia da cúpula excede a da Mafia de Chicago ou de Palermo. Se ontem a cúpula foi responsável pelo assassinato dessa mesma senhora e de outros que a acompanharam, ela hoje é responsável pelo assassinato de Baptista, Cistac, Lole e de vários outros. O crime político é uma constante da cúpula.

Não confundamos as coisas. Há que desmistificar histórias mal contadas. Não foi graças à cúpula que deixámos de ser uma pacata província ultramarina – mas aos que se bateram no terreno e depois traídos, caluniados e insultados: javalis, javalismo entre outros epítetos a que a cúpula recorreu. Os outros – os da cúpula – permaneceram até ao fim nas “áreas libertadas” de Dar es Salam.

Declame essa cúpula em Medellín a poesia que melhor entender, escreva ela a “poesia de combate” (merda, segundo Knopfli ) que quiser – para mim ela será sempre constituída por boçais, classe parasitária e proxeneta que rouba, pilha e saqueia desde que subiu ao poder. Hoje passa pela vergonhosa situação de ser investigada por antigos inimigos de classe num dos muitos casos de pilhagem.

Mais do que boçais, são excremento.

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Joao Cabrita Em Metelela, as prisioneiras políticas torturadas, humilhadas e levadas ao desespero foram ainda vitimas de violação sexual. Há testemunhos.

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El Patriota O que é Mtelela hoje? Virou museu?

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José de Matos Nao, e penso que pouco resta, esta abandonado! Confirmas, Eusébio A. P. Gwembe ?

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Eusébio A. P. Gwembe José de Matos ha um outro Mtelela que foi elevado a cetegoria de patrimonio cultural, mas muito distante do famoso centro de re-educaçao.

Gosto · Responder · 3 · 9 min

El Patriota E o famoso centro, evaporou?

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Sebastião Mufana Na memória dos rangers toda história desta mulher esta lá.

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Dinis Miguel Machaul No vídeo percebi que se fala de autonomia gradual que culminaria com a independência. Agora se essa era a melhor via, não sei. Ou também podia ser pela pressão da luta armada de libertação nacional.

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Comentários
Aether Erebos Saudades de uma pessoa que não conheci. Queria tanto ter sido guiado por ela. 😭😭😭

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27 min
Eusébio A. P. Gwembe Aether Erebos, nao cantaste o nome dela na Escola?

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23 min
Nelson JL Mazungaire Infelizmente cantei

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Eusébio A. P. Gwembe Nelson JL Mazungaire mas aquilo é que ajudou a que Simango, Joana e Nkavandame nao fossem esquecidos como o foi com Gumane, Gwambe e outros.

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Nelson JL Mazungaire Eusébio A. P. Gwembe hehehehe gostei do pensamento

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Sancho Alfredo Cantamos Joana, mas não entendimos o sentido da canção, enquanto o Guambe não falou-se dele.

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7 min
Almeida F. Massango Interessante mais nunca antes ouví falar dessa mulher.

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