segunda-feira, 19 de junho de 2017

Linhas Aéreas de Moçambique em falência técnica e com dívidas de biliões de meticais à banca


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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 19 Junho 2017
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As Linhas Aéreas de Moçambique(LAM) estavam em falência técnica, apresentavam capitais próprios negativos e as contas que tinham para pagar excediam os seus activos correntes. Além disso, o @Verdade apurou no seu Relatório e Contas do exercício de 2015, que a companhia aérea de bandeira nacional acumulava dívidas de mais de 5 biliões de meticais junto da banca.
O Auditor Independentes às contas das LAM apurou que em 31 de Dezembro de 2015, a empresa apresentava “um capital próprio negativo no montante de 1.321.839.818 meticais , resultante de perdas acumuladas no montante de 4.058.057.985 meticais, e as suas responsabilidades correntes excedem os activo correntes, no montante de 1.507.041.177 meticais”, ademais a Ernst & Young constatou que “a perda de mais de metade do capital social coloca a empresa perante a situação prevista no artigo 119º do Código Comercial, tornando-se imperativo implementar medidas, que impeçam a aplicação das acções previstas no referido artigo”.
O @Verdade verificou o Código Comercial e o artigo supracitado, relativo à Perda de metade do capital, determina no seu número 1, “O órgão de administração que, pelas contas de exercício, verifique que a situação líquida da sociedade é inferior à metade do valor do capital social deve propor, nos termos previstos no número seguinte, que a sociedade seja dissolvida ou o capital seja reduzido a não ser que os sócios realizem, nos sessenta dias seguintes à deliberação que da proposta resultar, quantias em dinheiro que reintegrem o património em media igual ao valor do capital”.
“2. A proposta deve ser apresentada e votada, ainda que não conste da ordem de trabalhos, na própria assembleia que apreciar as contas ou em assembleia a convocar nos oito dias seguintes à sua aprovação judicial nos termos do artigo 175”.
“3. Não tendo os membros da administração cumprido o disposto nos números anteriores ou não tendo sido tomadas as deliberações ali previstas, pode qualquer sócio ou credor requerer ao tribunal, enquanto aquela situação se mantiver, a dissolução da sociedade, sem prejuízo de os sócios poderem efectuar as entradas referidas no nº1 até noventa dias após a citação da sociedade, ficando a instância suspensa por este prazo”.
São accionistas das Linhas Aéreas de Moçambique, S.A., o Estado moçambicanos com 96% do capital social e o restante é subscrito pela Vintelam, uma sociedade anónima composta por trabalhadores da companhia.
LAM deve biliões à banca nacional
O @Verdade não conseguiu obter, até ao fecho da edição, uma reação das Linhas Aéreas de Moçambique sobre este Relatório e Contas contudo, tendo em conta que a companhia continua em operação, é crível que os accionistas tenham injectado mais dinheiro pois na banca nacional a empresa já acumulava dívidas bilionárias.
Aliás estas contas só foram encerradas em Julho de 2016 pela nova administração - liderada por António Pinto de Abreu co-adjuvado pelo PCE António Pinto -, entretanto nomeada por Filipe Nyusi em Fevereiro desse ano.
A médio e longo prazo as LAM têm dívidas que ascendem aos 3,8 biliões de meticais no Banco Comercial e de Investimentos, no Banco ABC, no Moza Banco, no Millennium BIM ainda no Banco Nacional e de Investimentos.
Já as obrigações bancárias correntes da companhia aérea nacional ultrapassavam os 5,1 biliões de meticais com dívidas no Millennium BIM, Banco Comercial e de Investimentos, Banco ABC, Banco Único, Moza Banco, Standard Bank e até no Nosso Banco.

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Alberto Gemula Rohia · 
Trabalha na empresa DPPF
Novas que nao deveriamos aceitar,
O que podemos esperar numa empresa onde os viajantes maioritarios beneficaiam-se de 75% de descontos na aquisicao das suas passagens? e 50% de descontos dos seus filhos? Como se nao bastasse, os poucos valores que entram sao desviados para financiarem actividades alheias ao sector. 
E com um olhar triste que os tecnicos sao sacrificados para tentarem salvar um barco ja afundado.
Que haja responsabilizacao!
Gosto · Responder · 1 · 13 h
Panenga Dabira · 
O problema nao é de descontos. Para sua rica informacao. A tarifa paga maputo -Pemba igual a Maputo- Lisboa. 
O grande problema e ter tanta gente a ganhar uma fortuna numa empresa que depende de 4 avioes. Na visita do PR os gestores afirmaram que a empresa tem mais de 700 trabalhadores, dos quais 75 sao/eram pilotos. Em organizacoes serias, o pessoal de apoio sempre deve representar 25% do pessoal tecnico. Em suma, estou a dizer que, numero de pilotos (a segunda razao de existencia da empresa) + mecanicos dariam por ai 90 funcionarios, e 25% de 90 seria igual a 22.5 funcionarios.
Para terminar as contas mesmo, 90+23=113 Significa que a LAM deveria ter 113 funcionario, excedendo o maximo de 150.
Reduzir o numero de administradores que ganham uma fortuna e vivem em hoteis por tempo indeterminado...
Gosto · Responder · 3 · 6 h
Zuher Hameed · 
Dou lhe a razão.
Gosto · Responder · 6 h
Carmen Rodrigues
Panenga Dabira Concordo!!....gasta-se mais que se produz na LAM....porque tantos PCAse tantos funcionarios numa empresa quase falida??!!!
Gosto · Responder · 4 h
Jose Mendes Rodrigues · 
Com o tipo de administração que tem, não se podia esperar um desfecho diferente.

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