Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuíta * Maputo, 11.05.2017 * Edição nº 210 Ano 4
É visível o esforço levado a cabo
pelo partido RENAMO em todo
o país, no sentido de mobilizar
as suas bases para o processo
eleitoral que se avizinha. Vimos
uma mobilização geral, liderada
pelos quadros centrais, que se
fizeram no terreno, para oficializarem
e formarem membros
dos gabinetes Eleitorais, desde
a província até ao distrito. Mas
também constata-se uma movimentação
sem precedentes
do norte ao sul até a ala, que é
o escalão político mais baixo na
hierarquia da RENAMO. De referir
que a diáspora, também está
envolvida neste processo.
A cidade de Maputo, concretamente
no distrito municipal de
Ka Mubukwana, não é excep-
ção, pois o movimento político
foi intenso, semana passada,
com os membros e simpatizantes
deste partido reunidos na
sua sede distrital com o objectivo
de discutir estratégias organizativas
de modo a fazerem
face o processo eleitoral que se
avizinha. Arlindo Bila, Delegado
Politico da RENAMO da Cidade
de Maputo foi quem dirigiu este
encontro.
Falando aos presentes, Bila
transmitiu a satisfação do Presidente
da RENAMO, Afonso
Dhlakama pelo desempenho
dos membros do partido na
Cidade capital do país, que segundo
Bila, já é apelidada de
“Gorongosa 2”. Este representante
do partido, apesar desse
optimismo, não deixou de recomendar
aos membros no sentido
de se continuarem a organizarem-se
politicamente e que
continuem a fazer o seu melhor,
preparando-se para as eleições.
Já na reunião com os delegados
distritais e dos bairros, Bila refor-
çou o apelo no sentido de estes
estruturarem da melhor forma
as delegações sob sua tutela,
indicando homens competentes
e abnegados na acção política.
Tendo encorajado os representantes
de base no sentido de se
reunirem em núcleos onde os
membros devem se encontrar
de modo a se conhecerem.
“É importante que se reúnem
regularmente para se conhecerem
melhor”. Disse Bila. O
delegado Bila, disse que o distrito
deve preparar mais de mil
pessoas que vão participar nas
eleições que se avizinham, o que
não é pouco. “É preciso muito
trabalho.” Asseverou.
Enquanto o país está fervilhando
neste movimento eleitoral, a di-
áspora, igualmente está se desdobrando
na preparação rumo
ao mesmo processo eleitoral
que se avizinha, tendo decorrido
em Portugal, concretamente na
cidade de Porto semana finda
um Seminário Internacional subordinado
ao tema técnicas de
campanha digital, com especial
enfoque para as normas mais
eficazes do manuseamento de
marketing digital. Com o objectivo
de formar quadros na perspectiva
de os tornar melhor capacitados,
conferindo-lhes valor
acrescentado do conhecimento.
O evento foi organizado pela
Juventude Popular (JP / CDS-PP
) em colaboração com a Funda-
ção Konrad Adenauer e contou
com a participação, para além
dos anfitriões, do representante
da RENAMO pelo círculo da di-
áspora António Chichone, a convite
do Dr. Francisco Rodrigues
dos Santos, Presidente daquela
Organização juvenil portuguesa.
RENAMO ORGANIZA-SE
RUMO AS ELEIÇÕES
2
Editorial
TAL COMO O AGP QUE FOI ATRIBUÍDO À CHISSANO COMO
“OBREIRO DA PAZ”
O presidente Afonso Dhlakama anunciou na quinta-feira
finda, 04 de Maio, a prorrogação da trégua militar entre as
forças do Governo e da RENAMO, por tempo indeterminado.
“Hoje estou para anunciar a prorrogação da trégua. Mas
hoje há uma novidade, porque a trégua será diferente
daquelas tréguas que já pude anunciar. Estou a agora a
anunciar a trégua sem prazo” disse o presidente Afonso
Dhlakama aos jornalistas a partir da serra da Gorongosa.
Tal como referiu o próprio presidente Dhlakama, a “trégua
sem prazo é uma novidade que o Povo moçambicano a tanto
esperava”.
Queremos lembrar aqui, que a trégua sem prazo é um
caminho de partida para o alcance da Paz, uma paz que não
depende unilateralmente dos esforços do presidente Filipe
Nyusi como tem estado a se propalar por aí. A estratégia
de uma trégua resulta do sentimento do presidente Afonso
Dhlakama depois de ouvir as pessoas, sobretudo alguns
homens de negócios estrangeiros e nacionais acerca de suas
expectativas sobre o futuro deste país.
Outra razão apontada pelo presidente Dhlakama por esta
trégua sem prazo, é o facto de querer dar a esperança e
tranquilidade aos moçambicanos, homens de negócios,
intelectuais, investidores estrangeiros, para que Moçambique
tenha uma outra imagem da paz, de tranquilidade.
Esperamos que tal como aconteceu com os Acordos de Roma,
que trouxeram a Paz durante mais de vinte anos e depois
a propaganda da Frelimo e da Comunidade Internacional
tendenciosa vieram a dar somente ao então presidente da
República, Joaquim Chissano o título de “obreiro da paz”
com direito a prémios, marginalizando o presidente Afonso
Dhlakama um dos subscritores. Desta vez não seja também
somente Filipe Nyusi o “o empenhado e obreiro da paz” em
Moçambique.
Se queremos, disse ele, a “trégua sem prazo, seja o
começo da paz efectiva”. Não podemos permitir que os
entendimentos alcançados e a constituição dos grupos
de observação e monitoria da trégua, sejam uma mera
encenação como as anteriores encenações que terminaram
em filmes de terror com raptos e assassinatos de membros
da RENAMO. É preciso que desta vez haja seriedade do lado
onde sempre nunca houve seriedade, do lado do Governo.
“É verdade que há dúvidas. As pessoas podem estar a
questionar se isso significa o fim da guerra. Mas eu posso
responder que não significa o fim da guerra, mas significa
o início do fim da guerra, claro ainda não há um acordo
político que signifique mesmo o fim da guerra, mas podemos
ficar meses e meses sem disparos e as pessoas virem investir
em qualquer parte do país” disse o líder da RENAMO.
Apesar do presidente Afonso Dhlakama ter dito que
recebeu garantias de Filipe Nyusi para o cumprimento dos
entendimentos e da possibilidade de retirada de todas as
forças militares das posições que estão em volta da região
da Gorongosa, num total de mais de 26 posições militares
e das forças especiais da Polícia, nada nos retira enquanto
RENAMO, o direito de mantermos a prontidão e o alerta
dos nossos membros e simpatizantes, lembrando que
anteriormente houve também essa aparente garantia
e vontade com as mesmas pessoas feitas de cordeiros e
acabaram por virar feras, causando lutos, dor, desilusão e
revolta nos quadros da RENAMO.
Esperamos igualmente que trégua sem prazo não venha a
ser motivos para arrastar o processo negocial, muito menos
para limitar os consensos.
Queremos acreditar tal como informou a Delegação da
União Europeia em Moçambique que esta declaração de
“trégua sem prazos” entre o Governo e a RENAMO seja
um desenvolvimento muito bem-vindo e que efectivamente
venha a demonstrar a crescente confiança entre as partes
e contribua para a criação de um ambiente propício para a
continuação das negociações de paz com vista a encontrar
uma solução política sustentável.
Do lado da RENAMO, vai-se manter o mesmo espírito de
sinceridade, honestidade e compromisso com os consensos
que sempre a caracterizaram em 1992, apesar de ter sido
sempre aldrabado pela Frelimo. O nosso interesse é com o
Povo.
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
Maquetização: Sede Nacional da Renamo
Av. Ahmed Sekou Touré nº 657;
Email: boletimaperdiz@gmail.com
Cells: 829659598, 844034113;
www.renamo.org.
Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
QUE A TRÉGUA NÃO SEJA INTERPRETADA COMO RESULTADO DO ESFORÇO UNILATERAL DE NYUSI
“A Semana em foco”
Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.
Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra Verde
Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas
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3
continua na pág 4
NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
CAIU O PANO SOBRE A V SESSÃO ORDINÁRIA
DA VIII LEGISLATURA DA ASSEMBLEIA DA
REPUBLICA
Sua Excelência, Presidente da
Assembleia da República,
Excelsos colegas membros da
Comissão Permanente,
Ilustres Deputados,
Distintos Representantes das
Autoridades Administrativas, Judiciais,
Académicas, Civis, Religiosas
e Diplomáticas,
Respeitados Servidores Públicos,
Prezados Amigos da Comunicação
Social,
Ilustres convidados,
Queridos jovens,
Excelências,
DIÁLOGO AO MAIS ALTO NÍ-
VEL
Encerramos esta Sessão da Assembleia
da República num momento
que parece ser de grande
festa porque de facto no dia 4
de Maio foi anunciada a prorrogação
da trégua sem prazo. O
anúncio da trégua por tempo indeterminado
motiva e motivou a
todo o povo moçambicano e a todos
os amigos de Moçambique.
A sede pela Paz é tanta que para
todos a trégua parece significar o
fim da guerra e a entrada da paz
efectiva no nosso país.
Queremos encorajar a Sua ExcelênciaSenhor
Presidente Afonso
Macacho Marceta Dhlakama e
Sua Excelência Senhor Presidente
Filipe Jacinto Nyusi pelo esforço
que estão a empreender na busca
de Paz duradoira. Esse esforço
não é fácil uma vez que tem que
enfrentar os inimigos da paz e
harmonia que ainda persistem
na nossa sociedade. O diálogo
ao mais alto nível é o modelo encontrado
para facilitar o trabalho
que está sendo desenvolvido pelos
grupos das negociações.
A TRÉGUA POR TEMPO INDETERMINADO
A anunciada trégua sem prazo
é um sinal de que é possível alcançar
a almejada paz efectiva
e definitiva de que o nosso país
precisa. Com o Acordo Geral de
Paz em 1992, criou-se no seio dos
moçambicanos a expectativa de
uma paz duradoira, mas que nunca
tivemos. A nossa paz limitou-
-se ao calar das armas, sem um
processo de reconciliação muito
menos o cumprimento do estabelecido
no Acordo de Paz. Assim,
passamos a viver no ciclo vicioso
de paz precária, eleições com
resultados inaceitáveis devido à
falta de liberdade, justiça e transparência
nos processos eleitorais,
e de novo conflito pós-eleitoral.
Por isso, em 2014 tivemos o Acordo
de Cessação de Hostilidades
Militares que, mais uma vez, pareceu
uma luz no fundo do túnel
da estabilidade política do país.
No entanto, como todo o país
e o mundo viram, passadas as
quintas eleições gerais, também
elas não livres, nem justas nem
transparentes, de novo, descambámos
no conflito pós-eleitoral. É
assim que o Acordo de Cessação
de Hostilidades Militares se tornaem
mais um Acordo ainda por
cumprir.
Compatriotas,
É urgente colocarmos um ponto
final neste ciclo vicioso em que
o país vive nos últimos vinte e
cinco anos. É possível vivermos
em paz verdadeira, cumprindo
com os Acordos que assinámos e
realizando eleições livres, justas
e transparentes, que permitem a
cada eleitor sentir o valor do seu
voto. Para conseguirmos a paz,
a paz verdadeira, a paz efectiva,
precisamos de ter no país uma
democracia multipartidária que
permita ao povo moçambicano
votar nos seus líderes livremente,
isto é, que seja o povo mo-
çambicano a decidir aqueles que
devem governar os municípios,
as províncias e o país. Esta é a
democracia que está a faltar em
Moçambique.
Moçambicanas,
Moçambicanos,
Como povo, queremos viver os
nossos direitos fundamentais, de
facto. Queremos viver o nosso direito
à vida, à saúde e educação,
à segurança, à água e saneamento
do meio, incluindo o direito de
eleger e ser eleito. Temos de lutar
para que os nossos direitos fundamentais
sejam sempre respeitados.
Excelências,
SOBRE A ECONOMIA DO PAÍS
A credibilidade de um país é
condição essencial para que a
sua economia se desenvolva. Por
causa do desperdício e despesismo
implantado no país, Moçambique
não tem hoje capacidade
para apoiar o crescimento com
investimento público e depende
da atractividade da sua economia
para que investidores estrangeiros
possam contribuir para o
seu desenvolvimento.
Há claramente falta de estratégia
para corrigir o buraco financeiro
onde Moçambique foi
mergulhado e falta estratégia
para procurar recuperar a credibilidade
perdida.
Senhores,
Quanto tempo a economia de
Moçambique pode sobreviver
ao caos da política económica
efinanceira em que foi mergulhada?
6 meses?
Discursando no encerramento
da sessão, a Chefe da
Bancada Parlamentar da RENAMO,
Membro da Comissão
Política Nacional da RENAMO
e Membro da Comissão Permanente
da Assembleia da
República Dra. Maria Ivone
Soares, no dia 11 de Maio de
2017 disse e citamos:
“Nos últimos anos, falta
praticamente tudo às famílias
moçambicanas: falta
pão, falta comida, falta
água potável, falta energia
eléctrica, faltam medicamentos,
falta transporte,
faltam mercados e emprego
para os jovens e adultos,
falta acarinhamento para
a pessoa da terceira idade.
Enfim, faltam motivos para
os moçambicanos terem o
orgulho de viverem no seu
próprio país”.
De seguida, para melhor
entendimento do posicionamento
do partido RENAMO,
transcrevemos na íntegra o
seu discurso:
continuação da pág 3
4
UM ANO SEM O DOM JAIME E SEM
A PAZ
1 ano?
Distintas Autoridades aqui
apresentes,
Nos últimos anos, falta praticamente
tudo às famílias
moçambicanas: falta pão, falta
comida, falta água potável,
falta energia eléctrica, faltam
medicamentos, falta transporte,
faltam mercados e emprego
para os jovens e adultos, falta
acarinhamento para a pessoa
da terceira idade. Enfim, faltam
motivos para os moçambicanos
terem o orgulho de viverem no
seu próprio país.
O panorama económico nacional
continua ensombrado
pela contínua subida dos pre-
ços dos bens essenciais, sendo
notória a redução da actividade
económica do Estado – desde
sempre, o principal comprador
de bens e serviços no mercado
nacional.
Os níveis de consumo das famílias
moçambicanas têm sido
cada vez menores devido a subida
de preços dos bens e serviços
que conduz à deterioração do
poder de compra.
O Orçamento do Estado continua
sem os tradicionais apoios
dos parceiros de cooperação
por conta da crise das dívidas
inconstitucionais e ilegais contraídas
pelo anterior Governo
e vergonhosamente assumidas
pela bancada maioritária.
DÍVIDAS INCONSTITUCIONAIS
Amanhã, dia 12 de Maio, 24
horas depois do encerramento
desta VSessão, prevê-se que a
empresa de auditoria Kroll entregue
à Procuradoria Geral da
República o relatório de auditoria
às dívidas inconstitucionais e
ilegais. A escolha da data da entrega
não deve ter sido neutra,
pois faz toda a diferença entre
entregar o relatório enquanto
decorre uma sessão parlamentar
e fazê-lo após o encerramento
da mesma. A esta e outras
manobras dilatórias que vimos,
estamos todos atentos, e seguiremos
com toda a atenção necessária
os resultados que forem
apresentados pela Kroll.
Compatriotas,
RENAMO, 40 ANOS LUTANDO
PELA DEMOCRACIA
Desde 1977, ano da fundação
da Resistência Nacional Moçambicana,
RENAMO, até hoje ano
de 2017, passaram 40 anos de
trabalho abnegado dos moçambicanos
em prol de um povo
livre, com os seus direitos respeitados,
com opinião própria
expressa livremente, com o poder
de manifestar-se pelo rumo
que a sua vida e o país deve tomar.
O trabalho feito pela RENAMO,
sob liderança sábia e suprema
do Presidente Afonso Macacho
Marceta Dhlakama, em prol
dos direitos do povo moçambicano
e em prol da democratização
do paísé reconhecido, é
respeitado, é elogiado e serve de
inspiração para muitos povos na
África e no mundo inteiro. Neste
ano, ao celebrarmos os 40 anos
da existência da RENAMO, exultamos
de júbilo por tudo o que
temos conseguido oferecer ao
povo moçambicano, aos membros,
simpatizantes e amigos do
partido.
Estes 40 anos têm sido de
muito sacrifício. Poucos no mundo
aceitam dar a sua juventude,
abandonar o conforto da cidade
e da vida cômoda, para dirigir a
luta do povo contra a tirania do
regime que lhe nega sempre os
mais elementares direitos. Um
moçambicano que se destaca
e capaz desse imensurável sacrifício
é o nosso querido Presidente
Afonso Macacho Marceta
Dhlakama.
Moçambicanas,
Moçambicanos,
Quem lutou pela democracia
neste país e conseguiu trazê-la?
É Dhlakama! Quem resgatou a liberdade
religiosa outrora coarctada
pelos que diziam que Deus
não existia? É Dhlakama! Quem
devolveu autoridade aos líderes
tradicionais? É Dhlakama!
Quem até hoje prefere abdicar
de tudo para que o povo esteja
bem, seja respeitado e viva em
liberdade, enquanto ele próprio
passa privações? Só Dhlakama!
Mesmo os que não respondem
por medo de represálias nos seus
partidos, sabem e estão a dizer
no seu íntimo, lá no fundo do seu
coração, que o obreiro da democracia,
da liberdade religiosa e
política é Dhlakama!
Excelências,
Minhas senhoras e meus senhoras,
Olhemos para frente! Estamos
muito próximos de uma paz definitiva,
por isso encorajemos
sem receios os esforços dos dois
Presidentes. Afonso Dhlakama e
Filipe Nyusi precisam e merecem
ter o nosso apoio. Todos precisamos
de uma democracia que crie
alternância governativa no país.
Que as instituições do Estado
sejam fortes, que sirvam os interesses
do povo e que permitam
ao povo moçambicano sentir-se
orgulhoso por estar a ser bem
governado, governado com democracia,
governado com justi-
ça, liberdade, desenvolvimento
económico equilibrado e que na
verdade tenhamos a tão cantada
unidade nacional.
Quanto aos grupos de
negociações,esperamos queeles
produzam resultados.Esperamos
que até o final do ano conseguíssemos
aprovar algumas leis na
Assembleia da República sobre a
descentralização.
Quanto ao grupo dos Assuntos
militares, esperamos que
consigam encontrar um bom
modelo de enquadramento dos
comandos militares oriundos da
RENAMO no seio das Forças Armadas
de Moçambique. Este assunto
não é novo, ficou pendente
a partir do Acordo Geral de Paz,
em Roma, em 1992. Sempre é
bom num país, ter-se as Forças
Armadas apartidárias, técnicas-
-profissionais que não fazem
política, nem podem ser usadas
pelos partidos políticos para os
seus fins.
Um exército partidário é extremamente
perigoso porque faz
aquilo que o partido no poder
manda. Não actua como uma
instituição do Estado. Passa a ser
um instrumento partidário que
pode criar instabilidade no país.
Um exército partidário ataca
pessoas inocentes, inventa motivos
para fazer a guerra, guerra
não declarada, inclusive pode fazer
golpe de Estado porque é um
exército partidário. Por isso, para
Moçambique, o nosso desejo é
termos Forças Armadas apartidárias,
técnico-profissionais que
só podem entrar em combate em
caso de surgimento de invasão
externa. E essa mesma Força só
poderia operar após ser devidamente
autorizada pela Assembleia
da República.
Esperamos que o mesmo grupo
dos assuntos militares possa
resolver o assunto da polícia de
uma vez para sempre estudando
o enquadramento dos homens
da RENAMO na PRM- Polícia da
República de Moçambique, como
estava constado Acordo Geral de
Paz. Esperamos que assim a polícia
fique mais equilibrada, mais
profissional.
A QUESTÃO DA TERRA
A avalanche do investimento
directo estrangeiro que vem a
Moçambique à busca de maté-
rias-primas e fontes energéticas
alternativas como carvão mineral,
gás natural, areias pesadas e
áreas para cultivo de monoculturas
tem exacerbado o debate sobre
a posse da terra no país.
Como bem escreveram os Bispos
Católicos de Moçambique
na sua última carta pastoral “À
TUA DESCENDÊNCIA DAREI ESTA
TERRA”, carta publicada no mês
de Abril, pela qual declaram que
a terra tornou-se numa fonte de
conflitos nas nossas comunidades,
principalmente para as comunidades
locais dependentes
da terra para a sua sobrevivência
e das quais 90% são ocupadas
por prática costumeira, modelo
de ocupação de terras reconhecida
pela Lei de Terras.
A Bancada Parlamentar da
Renamo corrobora a posição da
Igreja Católica e insta o Governo
a reverter o actual cenário de
usurpação de terras dos camponeses
que dela dependem para a
sua sobrevivência. É fundamental
que os moçambicanos saibam
quem ocupa qual pedaço de terra.
Um Estado organizado promove
a transparência de todos os
seus actos. E muito importante
realizar um censo nacional sobre
a ocupação de terra no país, de
modo a que se saiba quem ocupa
qual parcela de terra e para que
fins.
Só dessa forma será possível
travar a tendência de moçambicanos
endinheirados e alinhados
com o poder político no país usurparem
terras das populações carenciadas
para posterior venda a
investidores estrangeiros ou para
fins meramente especulativos.
Moçambicanas,
Moçambicanos,
Encerramos hoje a V Sessão,
cientes de que demos o melhor
de nós, na defesa dos interesses
do povo mocambicano.
Queremos assegurar a cada
moçambicana, a cada moçambicano
e a cada cidadão estrangeiro
residente em Moçambique,
que este país tem um povo inteligente,
que Moçambique tem
um povo capaz, que tem recursos
inestimáveis e pode ser verdadeiramente
maningue nice.
Apoiemos todos os esforços de
diálogo dos Presidentes Afonso
Dhlakama e Filipe Nyusi na busca
da verdadeira paz.
Muito obrigada
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