Como toda a gente sabe, trabalhei no jornal Domingo durante largos
anos. Entrei em 1987 e deixei de pertencer aos quadros redactoriais do
semanário em 2002. Quando entrei, como repórter estagiário, o Atanásio
Dimas , já falecido - que Deus tenha o Mestre em Paz -, era o Chefe da
Redacção, o Augusto de Jesus Chefe de Reportagem, e tinha como
repórteres/redactores o grande Albano Naroromele - também ele já
falecido e meu mestre; Deus o tenha -, o Lourenço Jossias e o Almiro
Santos - todos homens de grande capacidade de trabalho! Eles é que
produziam as 32 páginas semanais, é certo que com a ajuda de uns
colaboradores... Mas o grosso do trabalho era com estes grandes homens!
Guerra Manuel era o coordenador do Desporto. Ele é que era o
responsável das páginas desportivas do jornal.
Em 1988, há transformações profundas. O Atanásio Dimas vai para Adido de Imprensa na Presidência da República e o Jorge Matine assume a Chefia da Redacção do semanário Domingo.
Com Jorge Matine, o Domingo conhece transformações profundas, a primeira das quais foi a passagem a caderno único. Antes, tinha dois: o primeiro era mais magazine, enquanto o segundo estava mais virado para a actualidade. Mas a maior e mais profunda transformação foi a passagem de jornal eminentemente cultural a semanário de actualidade geral. Assiste-se então a uma conversão da filosofia do jornal e, em função disso, é estabelecida uma nova estruturação da Redacção. Passa então a haver todas as secções clássicas normais de um jornal na época - nacional, internacional e desporto. E há uma nova realocação dos repórteres e redactores.
Por alguma razão que me escapa, o Guerra Manuel deixa de colaborar conosco e o Jorge Matine vai buscar o velho Ângelo Oliveira na secção desportiva do Notícias. Durante dois a três anos, o velho Ângelo matar-se-ia a produzir as duas páginas desportivas do Domingo. Em 1991, ou 1992, não tenho seguro este dado, eis um jovem magro, alto, bem parecido, aparentemente tímido, lado a lado com o Ângelo Oliveira! Era o Manuel Anselmo Meque! Passaram-me ao lado as circunstâncias da sua entrada no jornal.
Não passou muito tempo, começou a haver alguma confusão na assinatura dos textos. Antes, quando conviesse, eu assinava MM. O Manuel Meque, lá no seu Desporto, passou a assinar também MM. Para não deixar no jovem a impressão de mais forte, chamei-lhe, dei-lhe conta da possível confusão na identificação dos autores dos textos e disse-lhe para estar à vontade que eu passaria a assinar M Mabunda. Assim foi.
Do Manuel Meque retenho a imagem de um jovem irreverente e inconformado. Com textos incisivos e muitas vezes contra o senso comum. Aqueles assuntos "proibidos" são os que atraíam o Meque!
O velho Ângelo era um homem muito bondoso. De bem, incapaz de matar uma mosca. Vezes sem conta, na programação da semana, na selecção das matérias de reportagem a abordar o velhote desaconselhava ou mesmo proibia o jovem de desenvolver certos temas. O Maxaquene era um tabu nas páginas desportivas do Domingo - o Ângelo era Maxaca de gema! Já sub-chefe da Redacção, o jovem Meque a mim recorria para ter luz verde para fazer certa reportagem. E eu levava a matéria ao Jorge Matine...
E quando tivesse um texto "muito quente" vinha entregar-me e não ao seu chefe directo; e eu lia, analisava e ia entregar ao Chefe Matine. Só assim passava, o velho Ângelo não queria confusões! E há mais: por várias vezes, o próprio Ângelo é que se vinha queixar ao Sub-Chefe da Redacção e mais tarde Chefe, das irreverências do Manuel Anselmo Meque!
Descansa em paz, Meque - cumpriste a tua parte!
Em 1988, há transformações profundas. O Atanásio Dimas vai para Adido de Imprensa na Presidência da República e o Jorge Matine assume a Chefia da Redacção do semanário Domingo.
Com Jorge Matine, o Domingo conhece transformações profundas, a primeira das quais foi a passagem a caderno único. Antes, tinha dois: o primeiro era mais magazine, enquanto o segundo estava mais virado para a actualidade. Mas a maior e mais profunda transformação foi a passagem de jornal eminentemente cultural a semanário de actualidade geral. Assiste-se então a uma conversão da filosofia do jornal e, em função disso, é estabelecida uma nova estruturação da Redacção. Passa então a haver todas as secções clássicas normais de um jornal na época - nacional, internacional e desporto. E há uma nova realocação dos repórteres e redactores.
Por alguma razão que me escapa, o Guerra Manuel deixa de colaborar conosco e o Jorge Matine vai buscar o velho Ângelo Oliveira na secção desportiva do Notícias. Durante dois a três anos, o velho Ângelo matar-se-ia a produzir as duas páginas desportivas do Domingo. Em 1991, ou 1992, não tenho seguro este dado, eis um jovem magro, alto, bem parecido, aparentemente tímido, lado a lado com o Ângelo Oliveira! Era o Manuel Anselmo Meque! Passaram-me ao lado as circunstâncias da sua entrada no jornal.
Não passou muito tempo, começou a haver alguma confusão na assinatura dos textos. Antes, quando conviesse, eu assinava MM. O Manuel Meque, lá no seu Desporto, passou a assinar também MM. Para não deixar no jovem a impressão de mais forte, chamei-lhe, dei-lhe conta da possível confusão na identificação dos autores dos textos e disse-lhe para estar à vontade que eu passaria a assinar M Mabunda. Assim foi.
Do Manuel Meque retenho a imagem de um jovem irreverente e inconformado. Com textos incisivos e muitas vezes contra o senso comum. Aqueles assuntos "proibidos" são os que atraíam o Meque!
O velho Ângelo era um homem muito bondoso. De bem, incapaz de matar uma mosca. Vezes sem conta, na programação da semana, na selecção das matérias de reportagem a abordar o velhote desaconselhava ou mesmo proibia o jovem de desenvolver certos temas. O Maxaquene era um tabu nas páginas desportivas do Domingo - o Ângelo era Maxaca de gema! Já sub-chefe da Redacção, o jovem Meque a mim recorria para ter luz verde para fazer certa reportagem. E eu levava a matéria ao Jorge Matine...
E quando tivesse um texto "muito quente" vinha entregar-me e não ao seu chefe directo; e eu lia, analisava e ia entregar ao Chefe Matine. Só assim passava, o velho Ângelo não queria confusões! E há mais: por várias vezes, o próprio Ângelo é que se vinha queixar ao Sub-Chefe da Redacção e mais tarde Chefe, das irreverências do Manuel Anselmo Meque!
Descansa em paz, Meque - cumpriste a tua parte!
Comentários
Custódio Mugabe Obrigado Mestre Mabunda. REalmente Meque fez parte dele muito bem...
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Joao de Sousa Recordações que fazem parte da história do jornalismo moçambicano.
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Policarpo Tamele Grande
MM. Grandes e bons momentos no alto mae, praça 21 de Outubro, pensão
particular, Novo Mundo....café 89...escodidinho, púcaro..... grandes
momentos. Descanse em Paz. Pt.
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