segunda-feira, 10 de julho de 2017

As peripécias da longa viagem nas matas de Gorongosa


Uma cronica da ida dos jornalistas a serra Gorongosa

Quando o relógio marcava 11h00 da última quarta-feira, a equipa de jornalistas concentra-se no posto administrativo de Inchope, uma hora depois de ter saído de Chimoio.
A equipa é informada da viagem até à serra de Gorongosa: são cerca de 90 quilómetros e as vias de acesso não são das melhores. Aliás, tanques militares foram disponibilizados para socorrer as viaturas a todo o terreno, em caso de necessidade.
Antes de iniciar a viagem, todos os integrantes da comitiva recebem caixas de ração alimentar, disponibilizadas pelas Forças de Defesa e Segurança. Minutos depois, inicia a viagem, em 13 viaturas.
A poucos quilómetros do posto administrativo de Canda, o acesso ao interior da serra de Gorongosa começa a ficar difícil. Quando alguns acreditavam que os desafios já tinham sido superados, chega a informação de que todos os jornalistas deviam entrar nos tanques, rumo à primeira posição, de Nhariroza, a qual servia de base logística da Renamo, tomada pelas Forças de Defesa e Segurança, em 2016. 
Já ao cair da noite, a equipa é desafiada a fazer mais 40 quilómetros, até à posição conhecida por Lourenço. Devido à fraca visibilidade, só foi possível captar imagens de uma escola encerrada em 2015, devido à tensão político-militar. Apesar da trégua, a escola ainda não foi reaberta.
Seguidamente, a equipa chega à terceira posição, de Nhamadjiwa, onde Afonso Dhlakama viveu, após escapar do ataque de Zimpinga. Mas viria a abandonar a base, depois do assalto das Forças de Defesa de Segurança, ano passado. Foi onde a equipa pernoitou.
Já na quinta-feira, os jornalistas chegam ao local onde está instalada a equipa mista de monitoria da trégua. A viagem continua até às posições de Panga-panga, Nhanchenge, Nhancunga, Nhauranga e Satungira, esta última que serviu como base e residência do líder da Renamo, antes de ser tomada pelas Forças de Defesa e Segurança.
Esta foi a longa e difícil viagem às oito posições abandonadas pelas Forças de Defesa e Segurança.

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