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A convite do Chatham House e da Fundação do Partido
CDU de Angela Merkel, Konrad Adenauer Stiftung, terá lugar um debate
entre as três maiores forças políticas angolanas: MPLA, UNITA e a
CASA-CE. A CNE será representada pelo seu Presidente André Silva Neto.
Por Norberto Hossi
Por Norberto Hossi
O objectivo do debate é avaliar os programas do Governo de cada um
destes partidos. O primeiro debate terá lugar em Berlim no dia 30.5.2017
e o segundo debate terá lugar em Londres no dia 1.6.2017.
A delegação do MPLA deveria ser composta por João Lourenço e o Paulo
Kassoma. No entanto, o cabeça-de-lista do MPLA a Presidente da República
manifestou-se indisponível, motivo pelo qual será representado pelo
candidato do mesmo partido a Vice-Presidente da República, Bornito de
Sousa.
Nos dois debates a UNITA será representada pelo seu Presidente Isaías
Samakuva, pelo Secretário para Assuntos Internacionais, Alcides Sakala,
e pelo representante da UNITA na Alemanha e candidato a deputado, João
Kanda Bernardo.
A CASA-CE será representada pelo seu Presidente, Abel Chivukuvuku, bem como por Lindo Tito Bernardo e Rafael Aguiar.
A indisponibilidade de João Lourenço mostra a pequenez intelectual do
cabeça-de-lista do MPLA, e mais do que garantido sucessor de José
Eduardo dos Santos, em enfrentar outras realidades que ultrapassem as
fronteiras do reino e que não sejam controláveis pela máquina do
partido.
João “Malandro” Lourenço foi informado que a Fundação Konrad Adenauer
promove aquilo que, graças ao MPLA, Angola não é: a Democracia, o
Estado de Direito, os Direitos Humanos e a Educação Política, bem como a
Economia Social de Mercado e o desenvolvimento descentralizado e
sustentável. Empenha-se igualmente no trabalho em prol da paz, liberdade
e justiça.
Tudo valores que criam alergias, quase sempre irreversíveis, ao MPLA
cuja único filosofia de vida é manutenção de um reino esclavagista que,
apesar de independente desde 1975, apenas se pode “orgulhar” de ser um
dos mais corruptos do mundo, de ter 20 milhões de pobres e de liderar o
ranking mundial da mortalidade infantil.
Compreende-se o temor de João Lourenço em participar nestes debates.
Para além do peso político e credibilidade internacionais dos seus
opositores internos (Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku), não seria
fácil engolir uma Fundação que, para além da consolidação da Democracia,
pretende fomentar as relações transatlânticas e a cooperação na
política em prol do desenvolvimento.
O complexo do KO a Luvualu de Carvalho
Vai ser difícil, talvez até impossível, contratar alguém que consiga
transformar – mesmo que apenas superficialmente – João Lourenço num
estadista capaz de enfrentar outras plateias fora do seu reino, tal é a
mediocridade em que for formatado.
João Lourenço teme – e com razão – que lhe aconteça o mesmo que
aconteceu com o embaixador itinerante escolhido pelo Presidente Eduardo
dos Santos, António Luvualu de Carvalho, quando – por exemplo – num
debate na RTP foi diversas vezes ao tapete, só não acabando derrotado
por KO porque José Eduardo Agualusa é magnânimo e não quis ver um
compatriota nessa posição.
Reconheça-se, entretanto, que não seriam debates justos. Essa coisa
de pôr João Lourenço a debater com opositores não lembraria ao Diabo. Na
democracia do MPLA, como faz a TPA, só têm lugar debates entre
acólitos. Seria muito mais justo, por exemplo, pôr João Lourenço a
debater com Bornito de Sousa, Luvualu de Carvalho e João Pinto.
Folha8
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