sexta-feira, 21 de julho de 2017

Electricidade de Moçambique corta energia a Zâmbia devido a dívida de mais de 6 biliões de meticais


Listen to this post. Powered by iSpeech.org O negócio de venda de energia a Zâmbia está a dar prejuízos à Electricidade de Moçambique(EDM), só durante o ano passado a Zâmbia Electricity Supply Corporation (ZESCO) ficou a dever mais de 6,1 biliões de meticais que levaram ao corte do fornecimento ao país vizinho.
Quando em Março do ano passado os Presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e da Zâmbia, Edgar Lungo, inauguraram a Central Termoeléctrica Flutuante de Nacala, na província de Nampula, a “cooperação energética em benefício dos cidadãos e das economias” dos dois países era uma das expectativas.
Na ocasião a Zesco já tinha por saldar à EDM pouco mais de 494 milhões de meticais.
O @Verdade sabendo que existe défice de energia para os moçambicanos questionou a Electricidade de Moçambique de onde vem a energia que é exportada para a Zâmbia.
A estatal moçambicana explicou que além dos 111 megawatts(MW) gerados pela Central Termoeléctrica Flutuante de Nacala a energia que é vendida a Zâmbia é o excedente das centrais de produção independentes(Central Térmica de Ressano Garcia e da Gigawatt Moçambique) que a EDM compra e revende, supostamente com lucro.
O @Verdade apurou no Relatório e Contas da EDM que durante todo ano de 2016 a ZESCO não pagou as suas contas anteriores, aumentou o seu consumo e fez o disparar a dívida para 6.678.295.995 meticais até que a 16 de Dezembro último a eléctrica moçambicana decidiu interrompeu o fornecimento de energia a Zâmbia, “por falta de pagamento” confirmou o director de Economia e Finanças, Getá Remígio Manuel Pery.
Dívida da Zâmbia corresponde a cerca de 40% da dívida que a EDM tem com as centrais de produção independentes
Pery aclarou ao @Verdade que o assunto passou para a alçada do Governo, principal accionista da EDM, que através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia tem interagido com o Governo da Zâmbia “para apresentarem um plano de pagamento que possa ser sustentável para a EDM E.P, face aos seus compromissos de pagamento às centrais de produção independentes”.
Em entrevista por correio electrónico o director de Economia e Finanças da EDM precisou que na sequência de um encontro recente “o Governo da Zâmbia apresentou um cronograma de pagamento” todavia deixou claro que “a religação está dependente da discussão e aprovação dos termos de um novo contrato de fornecimento”.
Devido a este evidente mau negócio para os moçambicanos a EDM teve de parar de pagar aos seus fornecedores durante o exercício económico de 2016, a sua dívida que a 31 de Dezembro de 2015 era de pouco mais de 10 biliões de meticais mais do que duplicou para 23,9 biliões de meticais.
Cerca de 40% desses pagamentos atrasados a fornecedores, segundo o Relatório e Contas de 2016, a que o @Verdade teve acesso, são dívidas a Central Térmica de Ressano Garcia a estatal moçambicana deve 4.076.362.890 meticais, a Gigawatt Moçambique deve 2.701.148.258 meticais, e a Karpower International(empresa turca proprietária da Central Termoeléctrica Flutuante de Nacala) a EDM deve 2.597.824.528 meticais.
Adicionalmente Electricidade de Moçambique também não tem honrado os seus compromissos com a Hidroeléctrica de Cahora a quem deve 5,6 biliões de meticais. Importa ainda referir que durante o exercício económico de 2016 a EDM voltou a registar resultados negativos de 983.432.916 meticais.
@VERDADE - 21.07.2017

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