Parturientes da província de Manica, centro do país,
vêem-se obrigadas a pagar para ter um bom atendimento. O governador
provincial diz que é preciso afastar "gente sem escrúpulos" do setor.
As parturientes dizem que são obrigadas a colocar na sua ficha médica
um valor entre 200 e 500 meticais (entre três e oito euros) – se não,
não lhes dão atenção na hora do parto.
"O que as parteiras estão a fazer, nestes últimos dias, não é boa coisa. Você, sem dinheiro na sua ficha, morre no hospital. Já presenciei, numa das unidades sanitárias, que um bebé morreu, porque a mãe não trazia o valor para o suborno", conta a parturiente Rosalina Calção.
A associação Sucesso Manica fez um inquérito durante dois meses e constatou vários casos de suborno nas unidades sanitárias.
John Chekwa pede aos cidadãos que estejam atentos. "A associação e os seus parceiros estão a contribuir para eliminar ou minimizar o problema. Nós vamos continuar a sensibilizar a população para saber os seus direitos, a fim de combater este fenómeno", acrescenta o diretor da associação Sucesso Manica.
Lesados devem denunciar
A Procuradoria provincial de Manica reconhece que há focos de suborno e extorsão nas unidades sanitárias e critica a prática. "É preciso uma mudança de consciência, porque a pessoa deve saber que não pode meter dinheiro na ficha para poder ter um bom atendimento. É um direito que tem, é dever do enfermeiro, é dever da parteira cuidar bem do doente e não é um favor que estão a fazer. Por isso, não deve pagar nada", afirma o procurador provincial de Manica, Remigi Guiamba, que apela à denúncia de casos.
Também
Horácio Francisco, da Direção de Saúde de Manica, recomenda às vítimas
que encaminhem as denúncias sobre casos do género às estruturas
competentes nas unidades sanitárias. "Se isso acontece, não pode ser
generalizado como uma prática do centro de saúde, mas sim o
comportamento de um certo indivíduo. Face a isso, há uma necessidade dos
lesados denunciarem, porque se não denunciarem será difícil ultrapassar
e corrigir este mal", afirma Horácio Francisco.
O governador de Manica, Alberto Ricardo Mondlane, pede para que se atue rapidamente. "Exigimos a todos dirigentes, aos vários níveis da estrutura organizativa do setor de saúde, que estanquem urgentemente as práticas de pessoas sem escrúpulos que entram no setor de saúde sem vocação e sem interesse de servir os seus pacientes", critica o governador.
"O que as parteiras estão a fazer, nestes últimos dias, não é boa coisa. Você, sem dinheiro na sua ficha, morre no hospital. Já presenciei, numa das unidades sanitárias, que um bebé morreu, porque a mãe não trazia o valor para o suborno", conta a parturiente Rosalina Calção.
A associação Sucesso Manica fez um inquérito durante dois meses e constatou vários casos de suborno nas unidades sanitárias.
John Chekwa, da associação Sucesso Manica, diz que os cidadãos devem estar atentos e denunciar a corrupção
"Estamos
preocupados com o nível de suborno nas unidades sanitárias. O cidadão
acaba colocando o valor na ficha para ter um atendimento saudável, o que
não pode acontecer, porque o servidor público recebe salário", denuncia
John Chekwa, diretor da associação "Sucesso Manica" que promove os
direitos humanos, boa governação e cidadania.John Chekwa pede aos cidadãos que estejam atentos. "A associação e os seus parceiros estão a contribuir para eliminar ou minimizar o problema. Nós vamos continuar a sensibilizar a população para saber os seus direitos, a fim de combater este fenómeno", acrescenta o diretor da associação Sucesso Manica.
Lesados devem denunciar
A Procuradoria provincial de Manica reconhece que há focos de suborno e extorsão nas unidades sanitárias e critica a prática. "É preciso uma mudança de consciência, porque a pessoa deve saber que não pode meter dinheiro na ficha para poder ter um bom atendimento. É um direito que tem, é dever do enfermeiro, é dever da parteira cuidar bem do doente e não é um favor que estão a fazer. Por isso, não deve pagar nada", afirma o procurador provincial de Manica, Remigi Guiamba, que apela à denúncia de casos.
O governador de Manica, Alberto Ricardo Mondlane, pede para que se atue rapidamente. "Exigimos a todos dirigentes, aos vários níveis da estrutura organizativa do setor de saúde, que estanquem urgentemente as práticas de pessoas sem escrúpulos que entram no setor de saúde sem vocação e sem interesse de servir os seus pacientes", critica o governador.
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- Data 07.06.2017
- Autoria Bernardo Jequete (Chimoio)
- Assuntos relacionados Direitos Humanos em Moçambique, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Malária, HIV-SIDA, Moçambique, Noma, Eleições em Moçambique, Organização Mundial de Saúde (OMS), Filipe Nyusi, Comunidade de Sant’Egidio (Comunidade de Santo Egídio)
- Palavras-chave Moçambique, parto, parturiente, Manica, Chimoio, saúde, bebé, nascimento, mortalidade infantil, corrupão
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