quinta-feira, 1 de junho de 2017

KUHANHA MAIOR ACCIONISTA DO MOZA BANCO

MozabancoA Kuhanha, sociedade gestora do Fundo de Pensões dos trabalhadores do Banco de Moçambique, (BM), é o novo maior accionista do Moza Banco, um banco privado que estava sob a intervenção do banco central desde Setembro de 2016.
Para o efeito, a Kuhanha injectou cerca de 8.170 milhões de meticais (cerca de 137 milhões de dólares ao câmbio actual) para comprar o Moza Banco. 
O Grupo Barclays Africa, que se mostrava um potencial concorrente na compra do Moza Banco, ficou por trás, dando lugar a Kuhanha. Ficaram ainda a francesa Societe Generálè, bem como o Banco Africano de Marrocos, apontados pela imprensa moçambicana como concorrentes favoritos para assumir o controlo do Moza Banco.
Em Setembro de 2016, o banco central resgatou o Moza Banco que enfrentava problemas de liquidez. Na altura, instalou um Conselho de Administração provisório, sob a presidência de um dos banqueiros mais experientes do país, João Figueiredo.

A tarefa do Conselho de Administração era garantir a recapitalização da Moza Banco.
Os accionistas existentes, Moçambique Capitais (um grupo de cerca de 400 investidores moçambicanos) e o banco português Banco Novo, não conseguiram mobilizar fundos para recapitalizar o banco. Por isso, o BM nomeou uma Comissão de Avaliação que conduziu o processo de alienação, tendo apurado a Kuhanha por unanimidade.
Falando hoje em Maputo, em conferência de imprensa, o membro do Conselho de Administração do BM, Alberto Bila, disse que Kuhanha cumpriu todos os requisitos para a recapitalização do Moza Banco.
Disse que a sociedade tem um mês para esboçar os parâmetros da recapitalização, para de seguida acrescentar que reúne os requisitos prudenciais dentre os quais a capacidade financeira para garantir a estabilidade da instituição adequação do plano de negócios e dos membros dos órgãos sociais propostos.
Afirmou que na nova estrutura de accionistas a Kuhanha detém 80 por cento de Moza Banco.
Os accionistas existentes mantêm os restantes 20 por cento, portanto 10 por cento para o Novo Banco, e 10 por cento para a Moçambique Capitais. O empresário moçambicano, accionista individual, António Almeida Matos, mantém uma participação de 0,01 por cento.
Bila acrescentou que os accionistas confirmaram João Figueiredo como presidente do Conselho de Administração do Moza.
Por seu turno, Figueiredo explicou que, sob o novo acordo, os órgãos moçambicanos detém actualmente 90 por cento das acções.
Uma solução moçambicana foi encontrada, e deverá produzir um valor acrescentado aos accionistas, afirmou Figueiredo. 
O Moza Banco já esteve na quarta maior posição dos bancos comerciais do país. Na altura, detinha 8,9 por cento dos activos no mercado bancário moçambicano e 7,6 por cento de todos os depósitos.
Figueiredo admitiu que, imediatamente após a intervenção do BM, o Moza Banco perdeu participação no mercado, caindo para quinta ou sexta posição entre os bancos comerciais, uma vez que, apesar de uma injecção de fundos do Banco Central para mantê-lo à tona, permaneceu subcapitalizada.
Também estava se recuperando do que ele descreveu como uma situação caótica descoberta por uma auditoria em Setembro de 2016.
No entanto, de acordo com Figueiredo, o Moza Banco continuou a expandir-se pelo país, abrindo agências que foram construídos sob a gestão anterior, mas depois foram destruídos.
A fonte frisou que ainda paira uma incerteza sobre a manutenção da denominação Moza Banco. A nova estrutura e a Assembleia Geral poderá decidir sobre isso.
Em 2010, o Moza Banco foi considerado pela empresa de consultoria KPMG, no seu relatório das 100 maiores empresas de Moçambique, como instituição financeira com o mais rápido crescimento em volume de negócios.
Criado em 2008, o Moza Banco previa uma participação maioritária dos accionistas moçambicanos, cuja na altura a Moçambique Capitais detinha 51 por cento das acções, e seu parceiro português 49 por cento.
Ac/sg
AIM – 01.06.2017

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