Um ano após a morte do Professor Gilles Cistac (Cistac foi morto no dia 3 de Março de 2015), a Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane decidiu homenagea-lo com a atribuição do seu nome à biblioteca. Pouco tempo depois, a placa da Biblioteca foi retirada e a biblioteca nunca mais carregou o seu nome. O argumento dos que decidiram revogar a decisão foi que os critérios e os passos necessários para tal decisão não teriam sido observados.
Ora, vem este intróito a propósito da Biblioteca Central da UEM, que ostenta o nome de Brazão Mazula. Para lá dos méritos deste académico, a verdade é que a Biblioteca foi erguida enquanto era Reitor e a decisão de atribuir o seu nome já teria sido consensualizada mesmo antes de ele deixar a UEM em 2007.
Ora, gostaria de entender melhor a razoabilidade de um dirigente universitário atribuir-se ou aceitar que o seu nome seja imortalizado através da atribuição à departamentos ou edifícios construídos sob a sua liderança. Gostaria de entender se basta que ser Reitor para atribuir-se nome a bibliotecas, campos de futebol ou anfiteatros. Não é preciso mais nada? No caso vertente, entre Mazula e Cistac, quem de facto deveria ver seu nome atribuído à uma biblioteca? Eu optaria pelo Cistac.
Eu proponho a atribuição do nome de Giles Cistac ou a outra figura de peso equiparável ou superior à Biblioteca Central da UEM em substituição de Brazão Mazula, que, para além de ter sido Reitor, nada mais consta sobre si, algo de heróico ou memorável, o que me leva a concluir que houve vício de tráfico de influência na medida em que tudo aconteceu enquanto ele era chefe e dirigente máximo daquela instituição.
Factos sobre a Biblioteca Central da UEM
• A Biblioteca Central da UEM foi construída de raiz com fundos do Governo e Banco Mundial. Custou US$ 3 milhões.
• A Biblioteca Central foi inaugurada em Agosto de 2008; um ano após Mazula deixar a UEM
• O argumento para atribuição do nome de Mazula à Biblioteca foi por este ter sido “um dos reitores e impulsionadores de reformas profundas naquela instituição de Ensino Superior” (eu não sei que reformas foram e quão profundas foram. Vivi a sua liderança como estudante e dirigente estudantil e não senti nada de especial ou “profundo”. Para mim, Quilambo é o melhor Reitor da UEM dos últimos 25 anos).
• Mazula foi Reitor da UEM de 1995 até 3 de Fevereiro de 2007 quando Padre Filipe Couto o substituiu.
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