sábado, 1 de abril de 2017

Paraguai: Manifestantes incendeiam edifício do Congresso

PARAGUAI


Votação secreta para alterar a Constituição e permitir a reeleição do presidente Cartes provocou a reação. Polícia terá ripostado com balas de borracha e canhões de água mas uma pessoa morreu.
ALBERTO PENA/EPA
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  • Agência Lusa
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Um jovem morreu, atingido por disparos da polícia, em Assunção, no Paraguai, durante os distúrbios que levaram a confrontos entre manifestantes e forças policiais, informou hoje o presidente do Partido Liberal Radical Auténtico (PLRA), Efraín Alegre.
O político disse que a polícia entrou “de forma bárbara” na sede do partido, no centro da cidade, disparou contra os manifestantes que se encontravam no interior do edifício, e vários ficaram feridos com gravidade.
Um dos manifestantes, um jovem militante liberal, foi transportado para o hospital onde acabou por morrer, relatou.
Efraín Alegre lidera a oposição à alteração da Constituição do país para permitir a reeleição do Presidente do Paraguai, Horacio Cartes, posição que levou a manifestações e confrontos com a polícia na capital do país, desde a tarde de sexta-feira.
Numa votação secreta, a Constituição do país foi alterada para permitir a reeleição do presidente Horacio Cartes nas eleições de 2018 – desde 1992 que é proibido ocupar o cargo por mais de um mandato no país, a braços com uma ditadura até 1989.
Resultado dos distúrbios que começaram no Congresso do Paraguai, dezenas de barricadas ardiam nas ruas do centro de Assunção, e a polícia dispersava os manifestantes, lançando granadas de gás lacrimogéneo e disparando balas de borracha.
Os incidentes começaram depois de 25 senadores, num total de 45, terem aprovado o projeto de revisão constitucional que permite a reeleição de Cartes.
A votação decorreu fora do plenário, nos gabinetes da Frente Guasú do ex-chefe de Estado Fernando Lugo e sem a presença dos restantes parlamentares, nem do presidente do Senado.
Os protestos mais violentos decorreram no Congresso (parlamento), onde centenas de opositores da emenda entraram no edifício, destruíram portas, barreiras e compartimentos, arrancaram placas com os nomes dos senadores das portas dos gabinetes e incendiaram alguns locais.
A revisão tem de ser ratificada hoje pela Câmara dos Deputados, onde o governo é maioritário.

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