segunda-feira, 17 de abril de 2017

Caça ao homem que transmitiu homicídio pelo Facebook

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


"Passei-me da cabeça", justificou Steve Stephens, numa transmissão em direto em que aparece a alvejar um homem de 74 anos. Segundo o próprio, já teria matado 13 pessoas, em Cleveland.
Facebook
Forças policiais nos EUA montaram uma caça ao homem para tentar apanhar Steve Stephens, um homem de 37 anos que transmitiu em direto, através do Facebook, o que as autoridades confirmaram ter sido o homicídio de um homem de 74 anos, que estaria no local errado à hora errada. “Passei-me da cabeça. Já matei 13 cabrões e estou à procura de um 14º, para matar”, afirmou Stephens, ao telefone com um amigo, num vídeo que foi transmitido em direto na sua página de Facebook (que, entretanto, foi desativada).
No que o próprio chamou de “Matança de Domingo de Páscoa”, Steve Stephens colocou vários vídeos na rede social Facebook, incluindo alguns em direto. O Facebook nega que tenha havido vídeos em direto, mas a certa altura Steve parece reagir, em tempo real, aos comentários de seguidores. Num dos primeiros, o homem confessa que tem estado deprimido — com pensamentos suicidas e homicidas — e que procurou ajuda de várias pessoas, incluindo a mãe, mas “ninguém quis saber”.

A responsabilidade pelo que Steve se preparava para fazer, contudo, deve ser atribuída, segundo o próprio, à namorada, a quem dá o nome de Joy Lane. O homem aparece neste vídeo a dizer que já matou tantas pessoas, no passado, que nem se deu ao trabalho de as contar. “Mas hoje vou contar, vou divertir-me um pouco”, afirmou Steve Stephens neste primeiro vídeo colocado na internet.
Num outro vídeo, Steve aparece a telefonar a um amigo a dizer que fez “asneira” e a queixar-se de ninguém dar ouvidos aos seus desabafos. “Tenho muita raiva e frustração acumuladas, meu”, diz Steve, continuando: “Passei-me da cabeça, meu. Matei 13 pessoas, foi isso que fiz, matei 13 pessoas. E vou continuar a matar até me apanharem. Que se f…”.
Tudo por causa de uma cabra chamada Joy Lane, que me levou ao limite. Estava a viver com ela há três anos e acordei na sexta-feira, não aguentei mais. Vim-me embora. E aqui estou, a fazer um massacre a uns cabrões. Hoje é o Massacre de Domingo de Páscoa”.
Ao mesmo tempo que falava para a câmara e reagia, em direto, aos comentários na rede social, alguns dos quais perguntavam: “isto é real?”. Steve, que trabalha numa clínica, queixa-se de ninguém o levar a sério.

Num vídeo posterior, Steve Stephens aparece a sair do carro enquanto diz que está “à procura de alguém que possa matar”. É nesse momento, em pleno dia, que o homem diz que encontrou “alguém para matar, um velhote” e dirige-se a um desconhecido pedindo: “Importa-se de me fazer um favor? Diga as palavras Joy Lane. É dela a culpa do que está prestes a acontecer-lhe”.
O idoso tenta sair do local, dizendo que não conhece ninguém chamado Joy Lane, mas Steve Stephens alveja-o na cabeça e ainda filma o corpo ensanguentado no chão, antes de se dirigir para o carro e abandonar o local.
O homem atingido chamava-se Robert Goodwin Sr, de 74 anos.
O vídeo, que esteve disponível no Facebook durante três horas, pode visualizar-se em alguns sites e media online, como é o caso do Washington PostAdvertência: as imagens são explícitas e de grande violência.
O homem ainda está a monte, admitindo-se que já tenha saído do estado do Ohio. A polícia considera-o “armado e perigoso” e divulgou uma foto do carro em que se desloca. Joy Lane, a namorada (ou ex-namorada) de Steve Stephens, está a colaborar com as autoridades.
Calvin Williams, chefe da polícia de Cleveland, Ohio, organizou uma conferência de imprensa em que apelou a Steve Stephens para que se entregue. “Convocámos os nossos colegas da polícia federal, os colegas da polícia estadual, toda a gente está à procura do Steve. Queremos que isto acabe com o mínimo de… com o máximo de paz que for possível. Queremos que ele se entregue. Se isso não acontecer… repito, temos toda a gente a trabalhar nisto e não descansaremos até o encontrarmos”.
Não há quaisquer outras vítimas de que tenhamos conhecimento. Verificámos alguns locais que constavam na publicação [no Facebook] e outros sobre os quais recebemos informações, até ao momento não existem mais vítimas de que tenhamos conhecimento que possam estar ligadas a este caso”, adiantou chefe da polícia de Cleveland.
Horas depois do incidente, o Facebook divulgou um comunicado condenando o homicídio e classificando-o como um “crime horrendo”. A empresa sublinhou o seu compromisso em “manter um ambiente seguro no Facebook”, sem dar mais pormenores sobre como pode evitar que situações semelhantes possam ocorrer novamente.

Sem comentários: