A oposição se organiza enquanto a Frelimo se estagna no beijo da traição
Custa dizê-lo mas é obra dos olhos. De há algum tempo para cá não vejo as actividades nem sinto aquela vitalidade da Frelimo nas bases. Ou porque não são publicitadas ou porque não existem. Fora do excelente trabalho do Presidente Nyusi, a CP, os deputados, a OJM, a OMM, Associação dos Combatentes e freelancers do facebook não marcam presença de forma coordenada, salvo um e outro, e isoladamente. Do lado oposto, são visíveis as actividades da Renamo, do MDM e até as provocações do Sibindy. Este filme não me é novo. Durante os dias negros de 2000, quando esta Frelimo estava ao rubro da coragem, um camarada exclamou, referindo-se aos apoiantes de Manuel Pereira que tinha sido detido em protestos contra as eleições do ano anterior, na Beira: “quem são eles e que espécie de pessoas pensam eles que somos?”.
Os adversários da Frelimo acabavam por descobrir que estavam quase a tomar o poder e Chissano pagou caro por ter permitido que tal acontecesse. De facto, antes das eleições, as actividades da Frelimo nas bases eram quase nulas, salvo lutas internas para constar da Lista dos deputados. Camaradas! Não nos atrevamos a cometer o mesmo erro outra vez. Por isso, enquanto ainda temos tempo, perguntemos a nos próprios: “que espécie de pessoas pensamos que somos?”. Mas precisamente: “em que estamos a confiar para garantir a próxima vitória? E respondamos: “somos a Frelimo, merecedora da vitória e determinada não só a vencer mas a trabalhar para tal”. Joaquim Chissano conduziu a Frelimo a uma vitória apertada mas deixou de ser Presidente quando os frutos da vitória iam começar a ser saboreados. No entanto, abandonou o cargo com dignidade e, como se viria a verificar, a história recorda a sua grandeza em termos aos quais nunca nenhum mal-intencionado conseguirá apagar.
Em vésperas das eleições de 1999, a Frelimo acarinhava a Renamo, na esperança de coagir os seus membros a admira-la e, com isso, votar nela. O resultado foi o que não queremos recordar. Os estudos sobre os comportamentos eleitorais mostram que as campanhas de sensibilização servem mais para fortalecer as convicções anteriores do que para fazer mudar de opinião do potencial eleitor. Veem ai eleições. Não conheço outra forma de julgar o futuro a não ser pelo passado. E a julgar pelo passado, gostaria de saber, o que houve na conduta da Frelimo nos últimos meses que justifique a anestesia com a qual os camaradas do topo se têm confortado e confortado todos os militantes? Será o tal perdão da Renamo com o qual Dhlakama pretende nos impor a autoria das suas agressões? Não confiemos nele, revelar-se-á uma armadilha aos nossos pés.
Dizem alguns que devemos fazer mensagens elogiosos a nova postura Dhlakamica, publicitando-a quanto podemos, em nome da sacrossanta trégua. Não nos deixemos atraiçoar com um beijo! Interroguemo-nos, antes, como é que a nossa aparente inacção se encaixa nos preparativos e nas movimentações da oposição. Perguntemo-nos o que significa esta exibição propagandística da oposição, se o seu propósito não é forçar-nos à submissão? Poderão os camaradas atribuir-lhe outros motivos? Tem a oposição algum adversário noutro canto do mundo, que justifique toda esta sua movimentação? Não, camaradas, não tem nenhum. Destina-se a nós, não pode ser para mais ninguém. Foi financiada para prender e manter sobre nós essas grilhetas económicas que as instituições estranhas vem forjando há tanto tempo.
E que temos nós para lhes opor? O povo! É nele em que deve residir a nossa esperança. Quando iniciaremos a movimentar as bases? Na próxima semana, no próximo mês ou no próximo ano? Quando estivermos completamente desarmados e um guarda da oposição com um carimbo FMI estiver estacionado em cada casa? Venceremos esta oposição supinamente deitados de costas e abraçando o ilusório fantasma de que o Presidente está a trabalhar até que os nossos adversários nos acorrentem de pés e mãos? Trabalhemos camaradas. Deixemos o presidente fazer o seu trabalho e façamos nós o nosso. Estejamos conscientes que as nossas vitórias resultarão do trabalho conjunto. Preparemo-nos para travar as nossas batalhas sozinhos embora exista um Deus justo que preside o destino das nações e que, por um milagre, providenciará amigos para travarem as nossas batalhas por nós.
Há 40 anos somos/fomos vítimas da Renamo, um agressor que nos perdoa. Perdoar é missão das vítimas. Acreditará alguém na sinceridade do perdão do agressor? É claro que não! Só se ele estiver a espera que o amnistiemos é que simulará este tipo de inversão de papéis. Com esta oposição, não temos escolha. Ela pretende nos destruir, destruir o nosso legado e prender os nossos líderes, seus familiares, seus amigos e nós todos. Se fôssemos suficientemente indignos para desejar a vitória deles, agora é tarde demais para nos retirarmos do conflito democrático. Apenas poderemos retirar submissos e escravizados! As nossas grilhetas estão forjadas tanto dentro como fora. Levantemo-nos para o trabalho. Os nossos adversários já se encontram no campo de batalha movimentando as massas, prometendo-lhes o paraíso. Por que motivo permanecemos nós aqui inactivos? Será a trégua tão valiosa e tão doce que possa ser comprada com grilhetas e escravatura, caso eles venham a ganhar? Livremo-nos desse pesadelo, camaradas. A vitória constrói-se, a vitória organiza-se.
E já que perguntar não ofende, em que estamos a confiar para vencer os próximos pleitos eleitorais?
Custa dizê-lo mas é obra dos olhos. De há algum tempo para cá não vejo as actividades nem sinto aquela vitalidade da Frelimo nas bases. Ou porque não são publicitadas ou porque não existem. Fora do excelente trabalho do Presidente Nyusi, a CP, os deputados, a OJM, a OMM, Associação dos Combatentes e freelancers do facebook não marcam presença de forma coordenada, salvo um e outro, e isoladamente. Do lado oposto, são visíveis as actividades da Renamo, do MDM e até as provocações do Sibindy. Este filme não me é novo. Durante os dias negros de 2000, quando esta Frelimo estava ao rubro da coragem, um camarada exclamou, referindo-se aos apoiantes de Manuel Pereira que tinha sido detido em protestos contra as eleições do ano anterior, na Beira: “quem são eles e que espécie de pessoas pensam eles que somos?”.
Os adversários da Frelimo acabavam por descobrir que estavam quase a tomar o poder e Chissano pagou caro por ter permitido que tal acontecesse. De facto, antes das eleições, as actividades da Frelimo nas bases eram quase nulas, salvo lutas internas para constar da Lista dos deputados. Camaradas! Não nos atrevamos a cometer o mesmo erro outra vez. Por isso, enquanto ainda temos tempo, perguntemos a nos próprios: “que espécie de pessoas pensamos que somos?”. Mas precisamente: “em que estamos a confiar para garantir a próxima vitória? E respondamos: “somos a Frelimo, merecedora da vitória e determinada não só a vencer mas a trabalhar para tal”. Joaquim Chissano conduziu a Frelimo a uma vitória apertada mas deixou de ser Presidente quando os frutos da vitória iam começar a ser saboreados. No entanto, abandonou o cargo com dignidade e, como se viria a verificar, a história recorda a sua grandeza em termos aos quais nunca nenhum mal-intencionado conseguirá apagar.
Em vésperas das eleições de 1999, a Frelimo acarinhava a Renamo, na esperança de coagir os seus membros a admira-la e, com isso, votar nela. O resultado foi o que não queremos recordar. Os estudos sobre os comportamentos eleitorais mostram que as campanhas de sensibilização servem mais para fortalecer as convicções anteriores do que para fazer mudar de opinião do potencial eleitor. Veem ai eleições. Não conheço outra forma de julgar o futuro a não ser pelo passado. E a julgar pelo passado, gostaria de saber, o que houve na conduta da Frelimo nos últimos meses que justifique a anestesia com a qual os camaradas do topo se têm confortado e confortado todos os militantes? Será o tal perdão da Renamo com o qual Dhlakama pretende nos impor a autoria das suas agressões? Não confiemos nele, revelar-se-á uma armadilha aos nossos pés.
Dizem alguns que devemos fazer mensagens elogiosos a nova postura Dhlakamica, publicitando-a quanto podemos, em nome da sacrossanta trégua. Não nos deixemos atraiçoar com um beijo! Interroguemo-nos, antes, como é que a nossa aparente inacção se encaixa nos preparativos e nas movimentações da oposição. Perguntemo-nos o que significa esta exibição propagandística da oposição, se o seu propósito não é forçar-nos à submissão? Poderão os camaradas atribuir-lhe outros motivos? Tem a oposição algum adversário noutro canto do mundo, que justifique toda esta sua movimentação? Não, camaradas, não tem nenhum. Destina-se a nós, não pode ser para mais ninguém. Foi financiada para prender e manter sobre nós essas grilhetas económicas que as instituições estranhas vem forjando há tanto tempo.
E que temos nós para lhes opor? O povo! É nele em que deve residir a nossa esperança. Quando iniciaremos a movimentar as bases? Na próxima semana, no próximo mês ou no próximo ano? Quando estivermos completamente desarmados e um guarda da oposição com um carimbo FMI estiver estacionado em cada casa? Venceremos esta oposição supinamente deitados de costas e abraçando o ilusório fantasma de que o Presidente está a trabalhar até que os nossos adversários nos acorrentem de pés e mãos? Trabalhemos camaradas. Deixemos o presidente fazer o seu trabalho e façamos nós o nosso. Estejamos conscientes que as nossas vitórias resultarão do trabalho conjunto. Preparemo-nos para travar as nossas batalhas sozinhos embora exista um Deus justo que preside o destino das nações e que, por um milagre, providenciará amigos para travarem as nossas batalhas por nós.
Há 40 anos somos/fomos vítimas da Renamo, um agressor que nos perdoa. Perdoar é missão das vítimas. Acreditará alguém na sinceridade do perdão do agressor? É claro que não! Só se ele estiver a espera que o amnistiemos é que simulará este tipo de inversão de papéis. Com esta oposição, não temos escolha. Ela pretende nos destruir, destruir o nosso legado e prender os nossos líderes, seus familiares, seus amigos e nós todos. Se fôssemos suficientemente indignos para desejar a vitória deles, agora é tarde demais para nos retirarmos do conflito democrático. Apenas poderemos retirar submissos e escravizados! As nossas grilhetas estão forjadas tanto dentro como fora. Levantemo-nos para o trabalho. Os nossos adversários já se encontram no campo de batalha movimentando as massas, prometendo-lhes o paraíso. Por que motivo permanecemos nós aqui inactivos? Será a trégua tão valiosa e tão doce que possa ser comprada com grilhetas e escravatura, caso eles venham a ganhar? Livremo-nos desse pesadelo, camaradas. A vitória constrói-se, a vitória organiza-se.
E já que perguntar não ofende, em que estamos a confiar para vencer os próximos pleitos eleitorais?
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