Alfredo Matata, Fernando Bismarque e Arnaldo Chalaua, NOVO TRIUNVIRATO ou TRIO DE ATAQUE?
Por Euclides Flávio
Os pleitos eleitorais que se avizinham (Outubro 2018) poderão ser bastante renhidos na capital do norte, Cidade Nampula. Informações dos “corredores” dão conta que a Frelimo poderá apostar no actual administrador da cidade de Nampula, Alfredo Matata. Quanto ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) poderá pelo que indica entrar no jogo apostando pelo antigo Jornalista, agora Deputado e porta-voz do galo, Fernando Bismarque. No que concerne a perdiz terá como seu candidato o antigo Deputado e porta-voz da Renamo, Arnaldo Chalaua.
Num quadro destes, podemos presumir que Amurane venha a concorrer como independente ou ainda, se as dinâmicas assim o permitirem, venha a ser representante de um dos maiores partidos de Moçambique. Esta última hipótese é produto da desestruturação das relações entre Amurane e os líderes do seu partido.
Todavia, o que é preciso constatar é que a politica é sempre um campo submerso sociologicamente de muitas contradições e incertezas. Por estas e outras razões podemos afirmar que as eleições nesta cidade serão um momento não só de tensão mas igualmente de redefinição das relações de poder seja no seio do campo político nacional e local bem como dentro dos partidos que estarão na disputa.
Incertezas e nervosismo são marcas registadas no seio dos partidos que disputam a Autarquia da capital nortenha. Porém, de todas as incertezas previstas até ao momento, a maior imprecisão está na figura do Amurane.
Alias, num passado recente, o actual edil de Nampula disse a imprensa que enquanto estiver vivo, a política pode contar com ele por mais 50 anos, algo que vai acontecer “independentemente do apoio ou não do MDM”.
As perguntas que não querem calar são estas: Como é que Amurane pode garantir a sua permanência dentro do campo político de Nampula e, extensivamente, do pais? Será que o actual edil de Nampula pretende abraçar outro partido político ou ira candidatar-se como independente? Responder a estas perguntas constitui por enquanto uma tarefa complicada pois os cenários ainda estão incertos e nada esta determinando.
Portanto, toda e qualquer tentativa de resposta fica ao nível da especulação ou hipóteses fracas. Alias, como dizia Marc Bloch “ a politica as vezes tem sido uma conversa de surdos e mudos”. Ora, toda opinião é livre, mas o facto é que Frelimo não quer perder por nada a Autarquia de Nampula nos próximos pleitos eleitorais, como qualquer um dos maiores partidos, pois, tem plena consciência da importância politica daquela parcela do norte para o desenho das suas estratégias politicas.
Nestes termos, Nampula joga um papel duplo na contagem política pois, é maior círculo eleitoral enquanto província e uma Autarquia relevante na geopolítica interna. Desta modo, este partido preparado pode compactuar com todo tipo de jogo para recuperar esta parcela mas a oposição não esta de braços cruzados. Portanto, convido a todos para um mini jogo hipotético atinente aos próximos pleitos eleitorais em Nampula:
1. A Frelimo apesar de possuir a máquina, não dispõe de candidato com capital político suficiente para fazer face a Amurane, nos próximos pleitos eleitorais que poderá candidatar-se como independente, se os conflitos continuarem no seu partido;
2. Dado ao clima politico que se verifica entre Amurane e MDM, o Edil quer cantar o track da G-pro “o bom filho sempre volta a casa” rumando a sua candidatura para a Renamo, seu primeiro partido.
3. Amurane poderá concorrer como Independente.
Paralelamente a este cenário, alguns membros do galo como Job Mutembeze já denunciam cenários de “cornos políticos” protagonizados pelo actual Edil de Nampula.
Alias, Job Mutombene Mutomoz denuncia que os membros do MDM reclamam que o senhor Amurane colocou em cargos de direcção e chefia, funcionários do município que eram membros da Frelimo, e que, inclusive os assinantes das contas eram pessoas provenientes da Frelimo.
Por outro lado Chalaua, antigo deputado da Renamo já começou a ser apresentado a nível das bases da perdiz como futuro candidato. Ora, mesmo reconhecendo as qualidades políticas do antigo deputado é difícil de equacionar se ele vencera ou não. O mesmo pode se dizer do Matata que também carrega consigo a máquina partidária.
Portanto, fazendo as operações nestes moldes tendo em conta o capital politico e social de cada “candidato” e a história que cada um dos “aspirantes” carrega a nível da capital do norte, é caso para dizer que estamos numa situação de uma operação matemática sem resposta. Neste momento o que se pode dizer ao alto é que a vitória nesta autarquia será um das coisas dédalas olhando para os elementos que arrolamos mais acima. Os partidos políticos irão jogar um papel relevante para a robustez de qualquer candidato mesmo que isso não garanta à prioristicamente a vitoria dos candidatos apoiados pelos partidos.
Euclides Flávio, Jornalista e Historiador
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