sexta-feira, 5 de maio de 2017

Millennium bim chega a todos os distritos do país através de agentes bancários


Jorge Soares diz que desafio actual do Bim é chegar às vilas e localidades
O Millennium bim acaba de marcar presença em todo o país, através da sua estratégia de agente bancário, iniciada em 2015. O director da Unidade Técnica no Departamento de Desenho de Projectos do banco, Jorge Soares, explicou ao “O País Económico” que a iniciativa tem estado a aproximar os clientes ao banco, sobretudo nas zonas rurais. Depois de chegar a todos os distritos, o responsável diz que o desafio é chegar a todas as vilas e localidades de Moçambique, como forma de garantir o acesso aos serviços financeiros.
A estratégia de agente bancário foi lançada em 2015. Como é que, de lá para cá, o Millennium bim conseguiu chegar a todos os distritos?
Foi um desafio, sem dúvida, para o Millennium bim poder estar em todos os distritos do país. Nós seleccionámos com critérios muito objectivos. De acordo com o regulamento do Banco Central, seleccionámos os nossos agentes para poder abraçar este projecto. Contámos, também, com os líderes comunitários que ajudaram no processo de selecção dos agentes bancários, ou seja, comerciantes. Os líderes comunitários, para além de garantirem uma boa reputação ao banco, ajudaram a garantir a escolha de comerciantes com alguma reputação no meio da população. Deste modo, contamos hoje com uma rede de mais de 300 agentes bancários e temos uma boa experiência. A título de exemplo, alguns comerciantes, que hoje são nossos agentes, nos dão indicação de terem melhorado os seus negócios de raiz.
O número de 323 agentes bancários satisfaz o banco ou o horizonte de agentes bancários é ainda maior?
O nosso horizonte bancário de crescimento é de poder cobrir o maior número de vilas e localidades. Mas, neste momento, vamos nos concentrar mais na qualidade dos nossos agentes, para que possamos sentir que a população está bem servida. E, obviamente que o futuro irá ditar de acordo com as necessidades o nosso crescimento.
Como é que estes agentes bancários trabalham nas comunidades?
Os agentes bancários são comerciantes que sejam clientes nossos. Damos assistência eles. Temos uma rede de dinamizadores e gestores de clientes. Poderia começar por lhe dizer quais são os instrumentos que ajudam a levar o serviço bancário. Isto é feito através do POS. E, como todos sabem, POS são máquinas de pagamentos usados pelos comerciantes que estão nas lojas. O que nós fizemos foi configurar um ”software” especial e introduzir no POS. Nesses pontos de pagamento, um conjunto de serviços que pudessem estar presentes no comerciante para que possa fazer transacções. Serviços tais como, consulta de saldo, transferências, depósitos, pagamentos de serviços e, em breve, teremos o serviço de pagamento de credelec e outros serviços básicos. É assim que nós levamos estes serviços para os nossos clientes, através dos agentes bancários.
Falou da questão de consulta de saldos. Estes agentes bancários têm a capacidade de substituir efectivamente um balcão ou nem por isso?
Obviamente que todos os nossos agentes bancários chegam a ser um banco, ainda que não naquela dimensão que nós esperamos. Mas, eles conseguem, até certo ponto, substituir um banco. O cliente que vai a um balcão fazer um depósito, ele pode fazer também num agente bancário. Ou seja, grande parte dos serviços estão disponíveis no agente bancário. Com isto podemos concluir que o agente bancário substitui um banco.
É possível abrir uma conta?
Ainda não, mas é algo que nós já estamos a desenvolver e a melhorar para, muito breve, poder (o agente bancário) abrir contas ou dinamizar contas. O agente bancário não pode abrir uma conta obviamente, mas pode dinamizar processos que depois irão culminar com a abertura de conta no balcão. Então, ele chega a ser um dinamizador de todo este processo. Inclusive um dinamizador de um processo de crédito também. Ele pode identificar os clientes e depois encaminhar os mesmos para os balcões mais próximos no sentido de poder chegar a esses serviços prestados.
Pelo que consta, a expectativa do Millennium bim é inclusão de mais de seis milhões de pessoas. Como é que o Millennium bim pretende alcançar esta estimativa?
Nós, de acordo com todo o processo de bancarização, estamos presente em todos os distritos, fizemos um estudo muito simples. Conseguimos cobrir 66 distritos que estavam desprovidos de qualquer serviço financeiro. Arriscando-me a dizer que, neste momento, talvez seja o bim que está em todo o país a cobrir todos os distritos. E fomos ver a população que está dentro daqueles distritos, que passou a ter acesso aos serviços financeiros, este foi o número que apuramos.
Como Millennium bim. Como é que olham para emergência da banca-móvel. Falo concretamente o Mpesa, Mkesh? São ou não fortes concorrentes do Millennium bim?
O Mpesa e o Mkesh são produtos desenhados pelas instituições que as conceberam. O Millennium bim é um banco inovador e foi um banco inovador desde o princípio. Nós fazemos estudos de viabilidade para introduzir os nossos serviços, muito a olhar para os nossos clientes e não muito no sentido de copiar o que os outros estão a fazer. O Mpesa e o Mkesh não são, de forma alguma, concorrentes para o bim. Nós temos um foco de mercado, sabemos onde queremos atingir. Por isso é que continuamos a ser um líder no mercado actual. 
Nos próximos cinco anos, o que se pode esperar de intervenções dos agentes bancários do Millennium bim?
Eu diria que teremos agentes bancários a servirem maior parte da população moçambicana. Como disse, nós não só avançámos nesse projecto no sentido do plano de expansão do banco, foi também para responder ao Banco de Moçambique, a fim de que o banco e os serviços financeiros cheguem a toda a população moçambicana. Nós olhamos daqui a 5 anos a continuar, independentemente do número de agentes que possamos ter nesse futuro, mas que estejam a cobrir todo o Moçambique. Não só ao nível de distritos, mas ao nível de vilas, localidades e muitos outros pontos de difícil acesso.

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