O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) juntou-se ontem as manifestações pacíficas da celebração do 1º de Maio, para apelar a um levantamento nacional de indignação contra o pagamento das chamadas dívidas ocultas pelo erário público.
No meio de centenas de trabalhadores de todos os sectores e ramos de actividades que se juntaram nas manifestações do seu dia, deputados, membros e simpatizantes do segundo maior partido da oposição, juntaram-se ao movimento, para dar início aquilo que pretendem que seja um movimento nacional de ressurreição.
“Fazendo eco e dando continuidade ao trabalho da sua Bancada Parlamentar, a Coordenação da Marcha da Indignação convoca toda a Sociedade Moçambicana a uma Ressurreição geral, pacífica e irreversível, contra este Regime que vem sugando o sangue do pobre Povo Moçambicano há mais de 4 décadas” refere um comunicado de imprensa emitido na tarde de ontem.
O MDM entende que A legalização das dívidas da EMATUM, através da Conta Geral do Estado de 2014, da PROINDICUS e da MAM na conta Geral de 2015, “foi a gota de água que veio acender o rastilho da humilhação revoltante, do profundo desprezo pelos mais pobres e o assassinato silencioso da Economia e das classes trabalhadoras Moçambicanas”.
“Cidadãos Moçambicanos, filhos e netos, NÃO VAMOS PAGAR dívidas contraídas por um punhado de criminosos refugiados no Governo” refere a nota que defende ainda a criminalização dos responsáveis pelo endividamento.
“Devem ser presos imediatamente e confiscados todos os bens resultantes de acções criminosas contra a Economia Nacional, sobretudo dos que se beneficiaram das Dívidas Ocultas e criminosas” conclui a nota.
A partir deste ano, o MDM diz que o 1º de Maio deve ser considerado como dia nacional de indignação.
“O ano de 2017 deve ser decretado como o ano limite para todo o tipo de uso abusivo do nome do povo para prática de crimes financeiros contra o próprio povo. Povo Moçambicano erga-te e revolta-te! Diga: BASTA, BASTA E BASTA!”
“O 1º de Maio de 2017 é declarado como o DIA NACIONAL DE INDIGNAÇÃO contra o Regime que Governa como vampiro do Povo há mais de 40 anos. De hoje em diante levantem-se, ergam-se, saiam para rua, gritem, revoltem-se, até a deslegalização total e completa das Dívidas Criminosas e responsabilização exemplar dos seus autores
Barrados pela polícia
A manifestação do MDM iniciou num clima de alguma tensão com as forças de defesa e segurança, destacadas para a zelar pela tranquilidade e ordem nas celebrações de ontem.
Sem motivos aparentes, a caravana do MDM foi barrada pelas autoridades de integrar a coluna que marchava, da avenida 25 de Setembro, para o centro da Praça dos Trabalhadores, onde estava erguida a tribuna que acolhia os dirigentes do Estado e sindicais.
Depois de um pequeno frenesim, o grupo da oposição conseguiu fazer passar a sua mensagem.
Refira-se no que diz respeito a partidos políticos, a Frelimo esteve também, em peso, representado por membros das várias organizações sociais e também deputados da Assembleia da República. O 1º Secretário ao nível da Cidade do Maputo, liderou o grupo.
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