VISITA PRESIDENCIAL A CABO DELGADO: Nyusi chumba relatório do governo da província
... e exige responsabilização dos culpados
O presidente da
República, Filipe Jacinto Nyusi, chumbou o relatório do governo
provincial de Cabo Delgado que lhe foi apresentado, quinta-feira, na
sede do distrito de Nangade, em sessão extraordinária alusiva à sua
visita, por ter detectado uma pronunciada dissonância entre os dados
referentes às cifras de produção agrícola dos distritos e aqueles que
estão na posse do governo central.
Filipe Nyusi
interrompeu a reunião e ordenou para que em dois dias se reconciliassem
os números e se descobrisse a origem do erro para que fossem
responsabilizados os culpados. Na mesma esteira ordenou que fosse
imediatamente chamado o antigo director provincial da Agricultura e
Segurança Alimentar, Mariano Jone, ora transferido para Maputo, à
responsabilidade de quem, primariamente, terão sido lançados os números.
Os dados numéricos, que representam a globalidade da província de Cabo Delgado, segundo soube o domingo
na oportunidade, viriam constar do programa nacional de produção de
comida, que, como se sabe, é superiormente por si chefiado e publicado
por ocasião do lançamento da campanha agrícola em curso, que teve lugar
em Mopeia, província de Zambézia.
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Ainda em Namanhumbir, Filipe Nyusi falou das negociações em curso para a restauração da paz efectiva no país. O Presidente começou por explicar aos populares os passos até aqui dados para o estabelecimento da confiança entre as partes e agradeceu os esforços empreendidos pelos mediadores internacionais, que durante o ano passado tentaram aproximar posições entre o Governo e a Renamo.
Entretanto, Nyusi insurgiu-se contra os detractores do processo. “Está a haver algumas pessoas que estão a dizer ‘mas estão a falar o quê? Não vai funcionar. Isso nós sabemos, não vai dar’. Se você tem certeza de que não vai dar, pode dizer o que tem que ser feito para dar. Não só reclamar e desencorajar os esforços dos moçambicanos, isso é crime. Estar a incitar à violência para nos matarmos, isso é mau. Nós não queremos esses moçambicanos que só falam, falam e não fazem nada. Querem confusão, para nós vivermos a nos matarmos entre nós. Não queremos isso, é preciso encorajar todas as iniciativas. Ninguém está a discutir para governar sozinho. Só estamos a discutir como desenvolver Moçambique, este é que é o objectivo principal. Nós não queremos ser um país de idiotas, queremos ser um país de pessoas que trabalham e convivem em harmonia. Não podemos atrasar o nosso país por causa de coisas pequeninas”, disse.
O Chefe de Estado disse, também, que se for necessário fazer alguma revisão à Constituição da República, não será ele ou Afonso Dhlakama a fazê-lo, mas as instituições competentes, referindo-se à Assembleia da República.
Filipe Nyusi rejeitou, por outro lado, a pretensão do MDM de fazer parte do diálogo em curso entre o Governo e a Renamo. “Quem estava a praticar hostilidade era a Renamo, não sei o que eu iria discutir com outro partido sobre a paz”, argumentou Filipe Nyusi, tendo acrescentado que, logo que terminarem as conversações sobre a paz, estará disponível para dialogar com os outros partidos sobre outras questões que têm a ver com o desenvolvimento do país.
Quanto ao estágio das negociações, disse que, agora, depois dos consensos alcançados e anunciados ao longo da semana passada, o objectivo é continuar a discutir as questões relacionadas com a descentralização, o que poderá culminar com a definição das “regras de jogo” a serem aplicadas a partir das próximas eleições, principalmente sobre quem governa o quê, onde e como, mas também sobre questões militares, no que concerne à integração dos homens armados da Renamo e/ou a sua desmobilização.
Chefe de Estado ataca críticos do diálogo político e diz que não quer um país de idiotas. Ver mais em: goo.gl/OO1N9F
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