Péssimo jornalismo!
Quando digo que alguns jornais são uma espécie de sapatarias não é a toa. A idade e o historial do Savana deviam servir para que se não prestasse a certos expedientes de baixo jaez. Por exemplo, na sexta-feira passada apareceu com uma notícia dando conta de que a direcção interina da Liga dos Direitos Humanos estava a processar Alice Mabota. Li com algum interesse mas encontrei incongruências.
Trata-se ainda de uma queixa-crime. A visada, a senhora Alice Mabota, ainda nem foi notificada, ou seja, factualmente ainda não existe nenhum processo. E os valores envolvidos, que se diz que ela teria desviado, são irrisórios: qualquer coisa como quatro milhões de meticais.
Meus caros: esta senhora concebeu e criou a Liga dos Direitos Humanos. Provavelmente muitos de nós passaram a saber que existem direitos humanos graças a Alice Mabota. Foram 25 anos á frente da liga. Isto é uma vida. Criou a instituição a partir do nada.
De alguma forma, deixa-me com uma pulga atrás da orelha a intenção do Savana de se prestar a tais expedientes. Publicar queixa-crime. Parece um artigo encomendado. Prestou-se a um serviço muito baixo.
Já imaginaram a eventualidade de a senhora Alice Mabota vir a ser inocentada no desenrolar do processo? O que dirá o jornal? Quer dizer suja-se o nome de alguém por causa de migalhas.
E esse tem sido o hábito do Savana. Num passado recente acusou o Maulana Nazir de estar associado ao Estado Islâmico. Até fez capa do jornal com mentiras. E não lhe pediu desculpas quando a verdade veio ao de cima. Isto não é jornalismo. Parece que estamos numa selva. É certo que o país está em crise, mas a imprensa devia e tem a obrigação de continuar a observar a ética. Deve ser o último bastião da verdade.
Os jornais não são para difamar pessoas. O que o Savana fez, prestou-se ao serviço ridículo de publicar um artigo só para agradar á direcção interina da Liga. Foi usado como trampolim para os tais interinos atingirem os seus objectivos. O savana foi usado como arma de arremesso, talvez em troca de migalhas.
Abaixo!
Nini Satar
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