A circulação na Estrada Nacional número Um está longe de ser segura, apesar da escolta que a Força de Intervenção Rápida e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique fazem às viaturas organizadas em colunas.
É que, durante a tarde e a noite da última segunda-feira, os homens Armados da Renamo atacaram a coluna de viaturas, sem, no entanto, causar vítimas humanas.
O primeiro ataque aconteceu por volta das 16h00, quando uma coluna composta por aproximadamente cinquenta viaturas fazia o percurso Muxúnguè-Rio Save. O segundo ataque aconteceu por volta das 21h00, quando a escolta regressava de Rio-Save para Muxúnguè, com viaturas que seguiam viagem da zona sul do país para centro e norte.
Devido ao pânico que os disparos causaram, alguns automobilistas perderam controlo das viaturas - que circulavam à alta velocidade - as quais despistaram, tendo outras sido atingidas nos pneus pelas balas disparadas pelos atacantes.
A forças de defesa e segurança que tem garantido a circulação de viaturas naquele troço conseguiram evitar que o pior acontecesse e permitiu que os carros sinistrados fossem rebocados até Muxúnguè, de onde seguiram a sua viagem.
No último ataque, os homens da Renamo estiveram posicionados em três locais diferentes ao longo do troço Rio Save-Muxúnguè. Por conta disso, as viaturas perfiladas em coluna são obrigadas, desde ontem, a andar a velocidades reduzidas, para permitir às forças de defesa garantir segurança a todos. é que, antes dos últimos ataques, cada automobilista que pusesse o seu carro na escolta procurava andar à alta velocidade possível, o que desagregava a coluna e expunha os carros ao perigo. Pior porque a Renamo tem estado a intensificar os ataques.
Por outro lado, a cada dia sente-se o desgaste dos agentes que garantem a segurança naquele troço. É que são os mesmos agentes que têm a missão de proteger os carros que circulam nos dois sentidos, e contam com apenas um único blindado para acompanhar a coluna.
Neste momento, o grande receio é que a Renamo realize ataques para além de Muxúnguè, o que complicaria cada vez mais a logística das forças de defesa e segurança. Por isso, os utentes da Estrada Nacional número Um, que não têm outra alternativa para chegar aos seus destinos, continuam a apelar ao Governo e à “perdiz” a rapidamente encontrarem consensos que permitam o regresso à normalidade, porque, se a insegurança continuar por mais dias, começará a ter efeitos nefastos na vida das pessoas que dependem directamente da transitabilidade segura da EN1.
O PAÍS – 26.06.2013
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