domingo, 30 de junho de 2013

Forças de Assad lançam grande ofensiva contra Homs

Por

Aviões e artilhariam visam bairros controlados pelos rebeldes. Operação procura assegurar controlo do corredor entre Damasco e a zona dominada pela minoria alauita
Os combates do último ano e meio reduziram a escombros bairros inteiros de Homs Reuters (arquivo)
As forças leais ao Presidente Bashar al-Assad lançaram neste sábado uma ofensiva de grande envergadura contra Homs, cidade que continua parcialmente controlada pelos rebeldes, numa aparente tentativa para assegurar total controlo sobre o corredor que liga Damasco à costa mediterrânica.
“As forças governamentais estão a tentar entrar em Homs por todas as frentes”, disse à Reuters um activista local que se identificou como Abu Mohammad, dando conta de bombardeamentos aéreos e disparos de artilharia contra duas zonas em poder das forças da oposição.
Questionado pela AFP, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que recolhe informações de activistas no terreno, confirmou “violentos combates” na cidade à medida que o Exército tenta avançar sobre o bairro de Khalidiyah, baptizado pelos rebeldes como a “capital da revolução” desde o início dos protestos contra Assad, em Março de 2011.
Um activista ouvido pela agência AP diz mesmo que o dia de sábado “foi um dos mais violentos que Homs já viveu desde o início da revolta” – uma afirmação significativa para uma cidade da qual há meses chegam apenas imagens de ruas inteiras atulhadas por destroços de prédios em ruínas. Segundo a BBC, os combates mais intensos decorrem junto à mesquita Khalid Ibn al-Walid, erguida no século XIII à entrada do que é hoje o bairro de Khalidiyah, e num vídeo posto a circular na Internet vê-se uma grossa coluna de fumo negro erguendo-se da zona.
A televisão estatal síria noticiou nesta tarde que o Exército está a ter “grande sucesso” na batalha de Homs, “matando muitos terroristas no distrito de Khalidiya”. Não há informações sobre o número de mortos que os combates já terão provocado na cidade, mas um activista local mostrava-se alarmado com as consequências da ofensiva: “Se tomarem Khalidiya, vão esmagar todos os bairros rebeldes”, disse à AFP, explicando que apesar de restaram na zona apenas algumas centenas de famílias é ali que a rebelião está concentrada.
Ao tomar por completo Homs, grande cidade na região central da Síria, Assad consolidaria o seu controlo sobre a faixa de território que se estende entre a capital e as montanhas na costa mediterrânea, região que é dominada pelos alauitas, seita a que pertence o Presidente e a elite do regime e onde muitos elementos desta minoria têm procurado refúgio dos combates.
A ofensiva deste sábado segue-se a importantes conquistas feitas pelo regime sírio no último mês na província de Homs e nas cidades próximas da fronteira com o Líbano, incluindo a estratégica cidade de Qusair, tomada no início do mês com a ajuda de guerrilheiros do movimento xiita libanês Hezbollah.

Sem comentários: