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A agência Rosaviacosmos não provocou tanto alarido no 50º show aéreo de Le Bourget como o avião Su-35 ou o helicóptero Ka-52. Os foguetes não podem realizar demonstrações aéreas perante o olhar incrédulo dos visitantes. No entanto, os resultados são mais que impressionantes, o que foi contado em entrevista exclusiva à Voz da Rússia pelo embaixador da Rússia em França, Alexander Orlov.
“Nos pavilhões russos tiveram lugar dezenas de reuniões e conversações, não só com franceses, mas também com representantes dos mais variados países que se deslocaram de propósito a França, tendo sido assinada uma série de contratos. Um dos mais importantes foi o de cooperação com a Agência Espacial Europeia (ESA) para a exploração da Lua com meios robôticos. Assim, a nossa cooperação com a França na área espacial, que teve início em 1966, continua a ser bem-sucedida.”
O pavilhão da Rosaviacosmos impressionava pela diversidade de maquetes de aparelhos espaciais que exibiu. O gabinete de projetos CSKB-Progress é um dos líderes mundiais na criação e exploração de foguetes-portadores de médio porte, assim como de sistemas de sondagem remota da terra e de aparelhos automáticos de aplicação prática. Vladimir Aleshin, chefe da secção de cooperação internacional e de publicidade da empresa, avaliou os resultados do show:
“Em Le Bourget, o Centro Espacial de Samara apresenta três tendências dos seus produtos: os foguetes-portadores, aparelhos espaciais e de sondagem remota da terra, aparelhos para testes zoológicos e os produtos civis – aviões. No pavilhão estão representados 6 foguetes-portadores: o Soyuz 2 1 B, que se planeja lançar este ano; o Soyuz 2, que deve ser lançado este mês, pela quinta vez, a partir da Guiana Francesa; o foguete tripulado que todos conhecem perfeitamente, porque ele já efetuou um total de 1.700 lançamentos; e os novos foguetes de capacidade acrescida Soyuz 23 B, Rus e Soyuz 5. Estes são os projetos que estão agora em funcionamento. Dos aparelhos de sondagem remota da terra, estão representados os Resurs P, que irá substituir o Resurs-DK 1. Para estudar a influência da imponderabilidade sobre os seres humanos será usado o Bion M, que aterrissou com sucesso a 19 de maio, tendo a bordo vários animais, incluindo ratos. Também está representado o aparelho Obzor R, um protótipo que se encontra agora na empresa.
Dos produtos civis, nós apresentamos o avião Rysachok que se destina às linhas regionais, em substituição do An-2. Ele pode levantar voo a partir de pistas de terra e aterrissar em pistas curtas. Neste momento ele está em fase de certificação. Nós iremos realizá-la porque já temos clientes. Temos confiança num futuro promissor para essa aeronave.”
“A nossa cooperação internacional com a Europa é muito produtiva. Temos um parceiro muito bom, que é a Arianespace, com quem nós fornecemos serviços de lançamento a partir de Baikonur e da Guiana Francesa. Na Guiana Francesa funciona um lançador especial, o Soyuz ST, onde será brevemente realizado o seu quinto lançamento. Também temos o Bion M, que é um programa em que connosco já trabalharam alemães, holandeses, italianos e mesmo estadunidenses. O Resurs-DK1, que voa atualmente, é explorado em conjunto com os italianos que nele instalaram o seu aparelho de estudo e previsão de terremotos e que estão muito satisfeitos com os resultados obtidos.
Em Le Bourget, nós tivemos encontros com parceiros que já conhecemos há muito. Na nossa área, os acordos não se fazem rapidamente, eles exigem uma grande preparação. Nós confirmámos as nossas capacidades e eles – as suas intenções. Os acordos estabelecidos anteriormente continuam em vigor. Já a Associação Internacional dos Participantes da Atividade Espacial (IASP), da qual fazemos parte, assinou um Memorando de Cooperação com o GIFAS, que é a associação de empresas francesas. Eles até planejam visitar a nossa cidade.”
Podemos igualmente referir que no mercado internacional o CSKB-Progress forneceu serviços de lançamento a 32 satélites norte-americanos de comunicação Globalstar, a 4 satélites de investigação europeus Cluster II, aos aparelhos espaciais europeus Mars Express e Venus Express, ao satélite de telecomunicações norte-americano AMOS 2, a 2 satélites de navegação europeus Galileo e ao satélite de investigação francês CoRoT.
A lista de contratos assinados, dos lançamentos efetuados e das conversações em curso é impressionante. Temos de referir que só a Rússia conseguiu, até agora, criar um sistema de navegação via satélite independente do GPS estadunidense, que é o Glonass. Por outras palavras, no mundo moderno não existe verdadeira soberania de um país sem uma indústria espacial forte.
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