O anúncio representa uma importante alteração de política do novo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que tinha prometido trabalhar para restaurar a paz com a Eritreia.
A coligação governamental da Etiópia anunciou esta terça-feira aceitar a delimitação fronteiriça com a Eritreia, que tem motivado fortes tensões militares entre os dois países.
O anúncio foi feito esta noite, mediante o qual os partidos do Governo etíope garantiram que decidiram aplicar “em pleno” as conclusões da comissão internacional que, em 2002, delimitou a separação.
“O Governo etíope decidiu aplicar plenamente o acordo de Argel (assinado em 2000 para acabar com o conflito entre os dois países) e (as conclusões) da comissão sobre a demarcação da fronteira e estamos a trabalhar na sua concretização completa sem hesitação”, segundo um comunicado governamental.
Este anúncio surpreendente representa uma importante alteração de política do novo primeiro-ministro, Abiy Ahmed, que tinha prometido no seu discurso de tomada de posse, em abril, trabalhar para restaurar a paz com a Eritreia.
“O Governo eritreu deve adotar a mesma posição sem condições prévias e aceitar o nosso apelo à restauração da paz há muito perdida entre os dois países irmãos”, acrescentou a coligação governamental, no seu comunicado.
A Eritreia acedeu à independência em 1993, fazendo perder à Etiópia a sua única fachada marítima, sobre o Mar Vermelho.
Entre 1998 e 2000, os dois vizinhos travaram uma guerra, que provocou pelo menos 80 mil mortos, com a questão da delimitação da fronteira a figurar entre as razões do conflito.
Desde então, os dois países mantêm numerosas forças ao longo da fronteira comum, de mil quilómetros.
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