domingo, 24 de junho de 2018

Erdoğan assume vitória e manda recado à oposição

: “Que ninguém tente denegrir estas eleições com difamações e mentiras” - como aconteceu

Com 99% dos votos contados, Erdoğan assume vitória e avisa oposição para não "denegrir eleições com difamações". Oposição questiona resultados. Curdos tiram maioria parlamentar ao AKP de Erdoğan.
OZAN KOSE/AFP/Getty Images
Histórico de Atualizações
  • E ficamos por aqui neste liveblog do Observador. Obrigado por nos ter acompanhado — e tenham uma noite descansada, pelo menos no que resta dela.
  • Análise: Mais do que nunca, Erdoğan tem a Turquia toda nas mãos e pode fazer dela o que quiser

    Leia aqui a análise do Observador aos resultados destas eleições e também um olhar dos tempos que se seguem nesta nova era política da Turquia:
  • Erdogan vai ter de contar com ajuda de aliados para governar

    Consumada que está a vitória de Erdogan nas eleições presidenciais (além do próprio ter reclamado a vitória, o principal líder da oposição também já reconheceu a derrota), o prato forte deste domingo passam a ser as eleições legislativas. Com 98,77% dos votos apurados, as contas estão na prática fechadas e a dinâmica parlamentar que se segue é já clara.
    Para Erdogan conseguir a aprovação de leis e do orçamento, precisará não só dos votos do seu partido (o AKP) como terá de contar com os votos do MHP, partido nacionalista turco. Não será um grande problema para estes dois partidos chegarem a entendimento, uma vez que fizeram os dois a Aliança do Povo, coligação pré-eleitoral, para estas eleições.
    Desta forma, pelo menos enquanto o AKP e o MHP conseguirem estar de acordo, de pouco ou nada serve à oposição que o HDP tenha entrado no parlamento com 67 deputados.
    Assim sendo, o bloco pró-Erdogan tem 342 deputados e o bloco anti-Erdogan tem 258 deputados.
  • Ince assume derrota e reconhece vitória de Erdogan

    Muharrem Ince, líder do CHP, reconhece a derrota. De acordo com o canal turco T24, o principal opositor de Erdogan disse: “A campanha não foi justa, mas aceito a vitória de Erdogan”.
    O líder do CHP também terá mandado uma mensagem de texto a um jornalista da FOX Türk a dizer: “O homem ganhou”.
  • Muharrem Ince, principal adversário de Erdogan nestas eleições, diz que só vai prestar declarações depois da comissão eleitoral divulgar os resultados finais. Desta forma, não reconhece a derrota e parece continuar a insistir que há uma discrepância entre estes números e aqueles que estão a ser avançados pela agência estatal Anadolu, que dão uma vitória na primeira volta de Erdogan.
  • Protestos contra Erdoğan em Ancara

    Protestos em Ancara contra resultados eleitorais, que a oposição parece não reconhecer
  • "Não durmam hoje!": Conta falsa do candidato da oposição apela aos seus apoiantes a não reconhecerem resultado

    Entretanto, há uma conta de Twitter não verificada, no nome de Muharrem İnce, candidato do CHP, a pedir às pessoas para se manterem ao lado das urnas. Embora esse tenha sido um pedido feito por ele, esta conta é provavelmente falsa — tanto que foi criada em junho de 2018, ou seja, este mês. A conta verdadeira do líder da oposição é esta e já não publicada nada há cerca de três horas.
  • Oposição ainda não reconhece vitória de Erdoğan

    Erdoğan já canta vitória, mas ninguém na oposição concede a derrota. O candidato do CHP, Muharrem Ince, já tinha dito que os números anunciados pela agência Anadolu não correspondiam aos da autoridade para as eleições. Também há um órgão de monitorização eleitoral independente que aponta nesse sentido.
    Como tal, Erdoğan já a noite por encerrada — mas a oposição está longe de fazê-lo.
  • Depois de ter falado brevemente aos jornalistas, espera-se agora que Erdoğan apareça no exterior da sede do AKP para falar aos apoiantes que ali festejam a vitória eleitoral deste domingo.
  • "A turquia está livre de todas as forças de terroristas e golpistas"

    “Vamos fortalecer o nosso sistema judicial para o tornar mais independente e forte. Para podermos fortalecer a nossa independência e democracia e para continuam a defender os direitos básicos do povo”, disse Erdoğan.
    No novo sistema, o Presidente é responsável pela nomeação de 12 dos 15 juízes do Tribunal Constitucional. Além disso, tem o poder de escolher 6 dos 13 membros do Alto Conselho dos Juízes e Procuradores. Os restantes 7 são nomeados pelo parlamento.
    “A Turquia está livre de todas as forças de terroristas e golpistas”, resumiu Erdoğan, regressando a um dos motes do referendo constitucional de 2017, que culmina agora nestas eleições.
  • “A nossa nação não escolheu um presidente e só 600 deputados. Estas eleições puseram em funcionamento uma nova legislação e uma nova constituição. Trabalhámos para isto durante muito tempo”, disse Erdoğan. “O novo sistema vai ser colocado em funcoinamento o mais cedo possível, com celeridade”, continuou.
  • “Não vamos descriminar ninguém pela sua religião, roupa ou outras diferenças que possam ter. Não podemos desrespeitá-los”, diz Erdoğan, numa mensagem aos muçulmanos mais conservadores, uma das bases de apoio de Erdoğan.
  • Erdoğan: "Espero que ninguém tente denegrir estas eleições com difamações e mentiras"

    “A nação é o partido vencedor destas eleições”, diz Erdoğan, que fez também nota de que, agora, o Presidente vai ter o poder executivo. Depois, disse: “Espero que ninguém tente denegrir estas eleições com difamações e mentiras”. A mensagem é para Ince, líder do CHP, que já disse que os números anunciados pela agência estatal não coincidem com os da autoridade para as eleições.
  • Erdoğan vai falar

    O Presidente eleito da Turquia vai falar.
  • Grupo de monitorização independente diz que só 65% estão contados

    A plataforma Adil Seçim, criada por cidadãos independentes para monitorizar as eleições, está a dizer que só foram contabilizados 65% dos votos, referindo ainda que de acordo com as autoridades eleitorais esse número é de 61%. A agência estatal Anadolu coloca esse número nos 94%.
    “As maiores cidades ainda não foram contabilizadas nos dois sistemas. Não percam esperança, não se deixem enganar pela manipulação na TV, vamos para uma segunda volta. Continuem a seguir a contagem”, lê-se neste tweet.
  • Com 94,3% dos votos, Erdoğan está com 52,88% dos votos nas eleições presidenciais.
    Nas eleições parlamentares, a subida do HDP parece ser agora demasiado sólida, com o partido a ficar acima dos 10% — e, assim entrando no parlamento. Desta forma, o AKP de Erdoğan não vai ter maioria absoluta. Fica com 294 deputados em 600.
  • Líderes internacionais congratulam Erdoğan — e Orbán é o primeiro

    A eleição de Erdoğan como Presidente da Turquia já é dada como certa também fora de fronteiras. O primeiro líder internacional a fazê-lo foi, de acordo com a agência Anadolu, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
    Também há outros líderes políticos a fazerem-no. Logo a seguir a Orbán, foi o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Nikolaos Kotzias.
    Também já houve congratulações do Paquistão, Qatar e Sudão.
  • Ministro do AKP assume vitória

    No AKP, a vitória já é um dado adquirido. Acaba de discursar o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Çavuşoğlu, em Antalya. O tom é de vitória e de continuação do que já tem sido feito nos anos para trás: “Vamos perseguir os terroristas, seja nas montanhas da Turquia, na Síria ou no Iraque”.
    Depois do discurso, seguiu-se fogo de artifício.
  • Ince, líder da oposição, diz que só 37% dos votos estão contados

    O candidato do CHP está a dizer no Twitter que, de acordo com os dados da ccomissão eleitoral, apenas 37% das urnas foram abertas — isto quando os órgãos estatais avançam que essa percentagem é de 85%, na verdade. “Mantenham-se perto das urnas!”, pede o candidato kemalista.
  • TRT declara Erdoğan vencedor

    A televisão estatal turca declara Erdoğan como vencedor das eleições presidenciais, mas as eleições parlamentares ainda estão em aberto.
  • Com 15% dos votos por contar, oposição continua com maioria no parlamento

    Nas eleições parlamentares, estão escrutinados 85,04% dos votos — e continua a não haver maioria absoluta do AKP. Com 54,71% dos votos, teria 297 deputados — abaixo dos 301 necessários para ter uma maioria absoluta.
    Logo a seguir, está a Aliança da Nação, com 33,53%.
    E, depois, a estragar as contas a Erdoğan, está o HDP. Ao entrar no parlamento, com 10,55% dos votos (a fasquia de entrada é 10%), tem 65 deputados projetados.
    Todos juntos, os partidos da oposição têm, todos somados, 303 deputados. Ou seja, estão em maioria, nestas contas.
  • Com 13% dos votos por contar, Erdoğan continua à frente

    Erdoğan está com 53,64%, com 87,03% dos votos contados. A percentagem de Erdoğan começou perto dos 59%, mas tem vindo descer à medida que a contagem avança. Ainda assim, parece estar agora a estabilizar na casa dos 53%.
  • Erdoğan vai discursar em breve, diz porta-voz

    O porta-voz do AKP disse que Erdoğan irá discursar em breve. Deverá declarar vitória nas eleições, embora as contas não estejam fechadas. Ainda assim, a vitória nas eleições presidenciais parecem relativamente seguras. Nas parlamentares, apesar de estar à frente, deve perder a maioria absoluta, devido à entrada do HDP no parlamento.
  • “Este sistema presidencial vai trazer ao de cima o melhor do nosso país”, disse o porta-voz do AKP.
    Mahir Unal rejeita ainda acusações e sugestões de irregularidades no processo eleitora, referindo que as eleições na Turquia estão entre “as mais seguras no mundo”. É uma afirmação que contrasta com algumas notícias de hoje, sobretudo com a do tiroteio que matou uma pessoa do Partido Bom, da oposição, no sudeste do país.
  • Mahir Unal, porta-voz do AKP, partido de Erdoğan, está a falar. Vamos seguir o que ele diz.
  • HDP ultrapassa o limiar dos 10% e põe em perigo a maioria absoluta de Erdoğan no parlamento

    HDP já cruzou o limiar dos 10% dos votos e, a manter-se esta tendência de subida do partido de centro-esquerda e pró-curdo, a aliança pró-Erdoğan pode perder a maioria absoluta no parlamento.
    Estes são os números disponíveis com 69% dos votos contados.
  • Nada está garantido para Erdoğan

    Na contagem para as presidenciais, Erdoğan continua à frente — e também a perder votos, aproximando-se dos 50%. Neste momento, com quase 72% dos votos contados, está com 54,96%. Ainda é possível haver uma segunda volta.
    Nas eleições parlamentares, com 65,20% dos votos, a tendência continua a ser para o fim da maioria absoluta dos partidos pró-Erdoğan. Para isso se consumar, basta que os resultados confirmem a tendência que estamos a ver à medida que os votos são contados: o HDP, centro-esquerda pró-curdo, está cada vez mais perto dos 10%. Lá chegando, tem entrada direta no parlamento e deve pôr em causa a maioria pró-Erdoğan no parlamento.
    Na Aliança do Povo, pró-Erdoğan, também é de sublinhar a quebra do AKP. Segundo estas projeções, tem 44,73% dos votos (e com tendência a descer), ao passo que em novembro de 2015 (as últimas eleições legislativas) teve 49,50%. A esta coligação, servem ainda assim os números dos nacioanlistas do MHP, que com 11,68% dos votos (conforme a contagem temporária) poderá superar os 11,90% de novembro de 2015.
  • Continua a escalada do HDP, que está muito perto de entrar no parlamento

    Com 57,82% dos votos, continua a escalada do HDP, com 9,7% dos votos. Faltam 0,3% para chegar aos 10%, para ter entrada direta no parlamento — e, assim, retirar à aliança de Erdoğan a possibilidade de uma maioria absoluta
  • Tendência de perda de Erdoğan mantém-se perante a subida dos curdos

    A tendência que temos referido nas entradas anteriores mantém-se, com Erdoğan em primeiro lugar nas presidenciais — mas a perder votos. Agora, com 63,07% dos boletins escrutinados, Erdoğan tem 55,67% dos votos. Recorde-se que, com pouco mais de 26% dos votos escrutinados, o Presidente turco tinha 58,49%. A tendência será para descer, à medida que os votos nas maiores cidades (Istambul, Ancara, Izmir) são apurados. Assim sendo, é certo que Erdoğan vai ganhar hoje — mas não se descarta uma ida à segunda volta, caso tenha menos de 50% dos votos.
    É nas eleições que os números se tornam cada vez mais interessantes, podendo levar a um resultado que algumas sondagens previam — mas que, ainda assim, não deixa de ser uma surpresa tendo em conta o statu quoturco. Embora a Aliança do Povo tenha 57,48% dos votos, é importante reparar que o HDP, partido pró-curdo, está com 9,56%. Ou seja, a apenas 0,44% de chegar aos 10%, que é a fasquia mínima para entrar no parlamento turco.
    Caso o HDP entre no parlamento, o mais certo é que a aliança favorável a Erdoğan perca a maioria absoluta no parlamento — algo que já aconteceu em 2015.
  • Partido de Erdoğan mais perto de perder maioria parlamentar

    Para já, estão contados 40% dos votos das eleições parlamentares e, aqui, pode dar-se um desenvolvimento semelhante àquele que surgiu das eleições de fevereiro de 2015 — e que levaram a um impasse político.
    O HDP, partido pró-curdo, está a aproximar-se dos 10% a cada atualização dos resultados, colocando-o assim perto daquele limiar mínimo de entrada no parlamento.
    Se o HDP entrar no parlamento, muito dificilmente o AKP (pró-Erdoğan) terá maioria absoluta no parlamento. Assim, pode dar-se o caso de Erdoğan vencer as eleições (nem isso está garantido, para já) e ter de lidar com um parlamento com uma maioria contra ele. Em França, chama-se a isto de “coabitação”. Na Turquia, prevê-se que o termo encontrado não seja tão amigável — até porque, sublinhe-se, tudo isto é novo, já que estas são as primeiras eleições sob o novo sistema presidencial turco.
  • Erdoğan continua a descer mas ainda acima dos 50%

    Segundo os números da agência Anadolu, Erdoğan continua à frente quando já estão contados 49,54% dos votos.
    Segundo a contagem apresentada pela agência estatal, Erdoğan está com 56,54% dos votos.
    A mesma tendência verifica-se nas eleições parlamentares, com 35,25% dos votos contados. Aqui, além da descida da Aliança do Povo (onde se inclui o AKP, de Erdoğan), nota-se a subida do HDP, partido pró-curdo, que está agora nos 8,98%. Se ultrapassar os 10% tem entrada direta no parlamento e, desta maneira, compromete seriamente as perspetivas de uma maioria absoluta Erdoğan no parlamento.
  • Erdoğan continua à frente, mas vai diminuindo à medida que se contam mais votos

    Com 35,29% dos votos contados, a agência Anadolu continua a dar a vitória de Erdoğan com 57,38%. Sublinhe-se que os resultados apontados a Erdoğan têm diminuído à medida que mais votos são escrutinados. Desta forma, é possível que desça para números menos confortáveis para as contas do Presidente.
    Nas eleições parlamentares, ainda só estão contados 17,51% dos votos. Aqui, a Aliança do Povo continua com maioria absoluta — até porque o HDP está com 8,05%, o que o deixa aquém do limiar de 10%, essencial para ter entrada na parlamento turco.
  • Participação eleitoral excede a marca dos 87%

    A participação eleitoral foi altíssima, superando os 87%.
    No caso particular do boletim presidencial, 87,19% dos turcos votaram. Nas parlamentares, o número desce ligeiramente para 87,04%.
    A Turquia tem, sensivelmente, 59 milhões de eleitores.
  • Erdoğan com 54,02% em Istambul com quase 40% dos votos contados

    Aqui ficam os números da agência Anadolu, que com 38,62% dos votos contados dá 54,02% a Erdoğan em Istambul, a maior cidade da Turquia.
  • Istambul e Ancara com Erdoğan, Izmir com Ince

    Os resultados ainda são preliminares e ainda só se contaram 27,20% dos votos. Ainda assim, é interessante ver que, para já, Istambul e Ancara votam mais em Erdoğan.
    Será importante relembrar que, no referendo de 2017, os números nestas duas cidades estiveram perto de cair tanto para o lado de Erdoğan como para o lado contrário — mas acabaram por ir para o “Não” à reforma constitucional proposta pelo Presidente. Desta forma, é possível que tanto Ancara como Istambul venham a mudar para o vermelho do CHP e da Aliança da Nação.
    Izmir, a terceira maior cidade e um bastião do CHP, votou mais no líder daquele partido, Ince.
    No sudeste, como podemos ver neste mapa da agência Anadolu, há algumas bolsas de voto por Demirtas, do HDP, pró-curdo.
  • Atualização: Erdoğan à frente, com quase 26,14% dos votos contados

    Com 26,14% dos votos contados nas presidenciais, Erdoğan segue à frente com mais de 50% dos votos. Nas parlamentares, com 10,48%, também vai com maioria absoluta a aliança que apoia o Presidente.
    Presidenciais:
    Erdoğan – 58,49%
    Ince – 27,13%
    Aksener – 7,6%
    Demirtas – 5,66%
    Parlamentares
    Aliança do Povo (pró-Erdoğan) – 65,75%
    Aliança da Nação (Erdoğan) – 24,76%
    HDP (pró-curdos) – 7,13%
  • Resultados preliminares dão vitória na primeira volta a Erdoğan com 59,6%

    Já são conhecidos os primeiros resultados preliminares, divulgados pela agência estatal de notícias, Anadolu. Erdoğan aparece na frente, tal como a coligação pró-Presidente também está com maioria no parlamento. Porém, estes são só resultados preliminares.
    Erdoğan – 59,6%
    Ince – 26,1%
  • Resultados preliminares em breve

    Os resultados preliminares vão ser anunciados às 18h45 locais, 16h45 de Lisboa. Ou seja, dentro de dois minutos
  • 4 anos, 6 idas às urnas

    Esta é, desde 2014, a sexta vez que os turcos vão às urnas. Eis o resultado das últimas cinco:
    2014 (março) – eleições autárquicas. Em todo o país, o AKP saiu como principal vencedor, conquistando 1 452 autarquias — quase o triplo do CHP que, em segundo lugar, ficou com 506 municipalidades sob o seu controlo.
    2014 (agosto) – eleições presidenciais. Estas foram as eleições que consagraram Erdoğan como Presidente, depois de ter esgotado os seus mandatos como primeiro-ministro, cargo que desempenhou desde 2002. Erdoğan ficou em primeiro lugar, com 51,79% dos votos, à frente do nacionalista Ekmeleddin İhsanoğlu, do MHP, que teve 38,44%.
    2015 (fevereiro) – eleições legislativas. Da primeira vez em mais de uma década que Erdoğan não liderou o AKP numas eleições presidenciais, o partido do poder perdeu a maioria absoluta no parlamento. A contribuir para isto esteve também o resultado do HDP, partido de centro-esquerda pró-curdo que entrou pela primeira vez no parlamento, ao conseguir ultrapassar por pouco a fasquia dos 10%, essencial para eleger deputados.
    2015 (novembro) – eleições legislativasDepois do impasse criado pela dinâmica parlamentar resultante das eleições de fevereiro, Erdoğan convocou eleições antecipadas, pedindo maioria absoluta para o seu partido, o AKP. À segunda foi de vez. A ajudar a isso, estiveram dois factores. Primeiro, o clima de insegurança que se formou no país, uma vez que ao longo de 2015 morreram mais de 300 pessoas em atentados terroristas na Turquia. Depois, o facto de o HDP ter ficado abaixo dos 10%, dando assim uma subida artificial nos números de deputados do AKP.
    2017 – referendo constitucional. Os turcos escolheram, em abril de 2017, alterar 18 artigos da constituição, garantindo assim que o sistema político passaria a ser presidencial. O resultado, envolto em controvérsia, foi de 51.41%. Mais importante ainda, este sistema concede ao Presidente importantes poderes, como poder designar 6 dos 13 juízes do Tribunal Supremo, sendo que os restantes são da escolha do parlamento. Na prática, este sistema permitirá ao Presidente, caso o seu partido tenha maioria no parlamento, controlar não só o poder executivo como também o poder judicial.
  • Candidatos fecham-se em copas, além de declarações vagas

    Para já, os votos continuam a ser contados e ainda não é possível conhecer os resultados iniciais. Ainda assim, os dois principais protagonistas da noite falam, mesmo que de forma vaga. Erdoğan disse, que à medida que vai tomando conhecimento dos resultados preliminares, está “tudo a correr bem”. Por outro lado, o líder da oposição, Muharrem İnce, também demonstra otimismo. “Já temos os primeiros resultados. Estou a rir”, disse.
    Ou seja, mais vale esperarmos mais um pouco.
  • Oposição da Turquia divulga tentativas de fraude nas eleições

    O principal partido da oposição turco divulgou tentativas de fraude durante as eleições legislativas e presidenciais antecipadas a decorrer hoje no país.
    “Chegaram-nos numerosas queixas”, sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, durante uma conferência de imprensa na sede da formação em Ancara.
    Tezcan enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas, evocando uma urna com mais de uma centena de votos, todos pela aliança dominada pelo partido no poder, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), mesmo antes da abertura das assembleias de voto.
    Também divulgou um vídeo, que afirmou ter autenticado, de um homem afirmando que existiam mais boletins que votantes numa assembleia de voto em Suruç.
    O procurador de Sanliurfa, à qual pretende Suruç, afirmou ter aberto um inquérito após aquelas alegações e já foram detidas quatro pessoas, segundo a agência estatal Anadolu.
    Temendo fraudes, em particular no sudeste de maioria curda, opositores e organizações não-governamentais mobilizaram várias centenas de milhares de observadores.
    “Na região houve ataques, ameaças para deter os nossos observadores”, afirmou Tezcan.
    Lamentou igualmente a presença de “pessoas armadas nas ruas”, que tentam criar, segundo ele, “um ambiente de terror para os eleitores”.
    (Lusa)
  • Principal opositor a Erdoğan: "Não confiem nos resultados da agência estatal"

    O principal opositor a Erdoğan, o candidato do CHP, Muharrem İnce, pediu que ninguém confiasse nos resultados que a agência estatal turca, a Anadolu, irá anunciar dentro das próximas horas.
    “A agência Anadolu não vai decidir estas eleições. Estas eleições vão ser decididas pela nação. Não tenho dúvidas de que independentemente do que eles tentarem, nós vamos ganhar”, disse. “Sabemos que eles nunca vão sair das urnas, eles vão para a agência Anadolu e e vão tentar algo, a começar pelos sítios que vão dar a Erdoğan mais votos, para enganarem a sociedade. E nós sabemos que [no referendo de 2017] eles começaram com 68% dos votos e como depois caiu para os 50%. Eles vão tentar o mesmo truque outra vez”, disse o candidato do CHP.
  • Três mortos, incluindo político da oposição, em tiroteio durante votação

    O jornal Yeni Çağ está a avançar a notícia de que houve três mortes após um tiroteio no local do voto no bairro de Karaçoban, na província de Erzurum, no nordeste da Turquia.
    Entre ss mortos, está o líder distrital dos nacionalistas do Partido do Bem, Mehmet Sıddık Durmaz.
  • Dez estrangeiros detidos por tentarem "interferir" com as eleições

    A agência estatal turca, Anadolu, está a avançar que 10 estrangeiros que terão tentado passar por observadores das eleições foram detidos. São suspeitos de terem tentado interferir com as eleições, com os incidentes a ocorrerem em quatro províncias diferentes.
    Trata-se de três alemães, três franceses e quatro italianos.
    De acordo com aquela agência, estes observadores não estavam acreditados pela OSCE (Organização pela Segurança e Cooperação na Europa).
  • Para já, contam-se votos.
    Por lei, não é permitido começar a divulgar até às 19h00 locais (17h00 de Lisboa).
    Espera-se que os resultados finais sejam anunciados até à meia-noite loca, ou seja, pelas 22h00 de Lisboa. Ainda assim, eles vão ganhando forma até lá, sendo por isso possível determinar antes daquela hora o rumo destas eleições.
  • Espera-se participação alta

    Ainda não há números oficiais referentes à participação eleitoral, mas espera-se que os números sejam consideravelmente altos, talvez os mais altos de sempre na Turquia, perto dos 90%.
    Esta fotografia, com vários idosos m cadeira de rodas na fila para votar, é apenas uma de várias de que podem apontar para uma alta participação eleitoral alta:
  • Fecharam as urnas

    Já são 17h00 na Turquia (15h00 de Lisboa) e, por isso, já fecharam as urnas. Vamos esperar pelas primeiras projeções.
  • Observadores eleitorais foram atacados em Izmir, zona de maioria anti-Erdoğan

  • Faltam dez minutos para as urnas fecharem

    Faltam dez minutos para as urnas fecharem. Até lá, aconselhamos a leitura deste especial do Observador, onde procurámos fazer um retrato da Turquia que hoje vai a votos. O retrato, diga-se, não é nada positivo.
  • O que mais importa seguir nestas eleições

    • Resultados das maiores cidades. Um dos pontos de interesse destas eleições é o voto das cidades mais populosas. Neste caso, falamos de duas, por ordem decrescente: Istambul e Ancara. Nas últimas eleições, as legislativas de novembro de 2015, as duas votaram maioritariamente por Erdoğan. No entanto, no referendo de 2017, viraram a sua orientação de voto e escolheram maioritariamente o “Não” à reforma constitucional defendida por Erdoğan. Será interessante ver se este padrão se mantém. Mais certo será a posição de Izmir, terceira maior cidade, que já tinha votado contra Erdoğan em 2015 e contra a alteração constitucional em 2017.
    • Quantos votos consegue a Aliança da Nação? O CHP, maior partido da oposição, juntou-se a mais três partidos da oposição — que vão desde forças políticas liberais a islamitas — para combater direta e exclusivamente Erdoğan. O nome que está à frente de tudo isto é Muharrem İnce e, a haver aguma surpresa nesta noite, será com a cara dele ao lado.
    • Como vão ser os votos no sudeste? É aqui que a minoria curda vive e é aqui que as eleições se devem decidir. Ali, a verdadeira disputa é entre dois partidos apenas: o AKP de Erdoğan e o HDP de Selahattin Demirtaş, partido de centro-esquerda curdo. Se o a votação do HDP naquela região for forte, não só vai servir para travar o AKP como poderá permitir-lhe chegar à fasquia dos 10% a nível nacional — o limiar mínimo para entrar no parlamento.
  • Sondagens não garantem vitória de Erdoğan

    Entre os 13 estudos de opinião elaborados e publicados em junho, Erdoğan oscila entre os 42% e os 52,7%.
    Ao todo, nas 13 sondagens cinco dão-lhe uma vitória na primeira volta — as restantes deixam-no abaixo do limiar dos 50%, fazendo adivinhar uma segunda volta onde nada está garantido.
    A haver uma segunda ida às urnas, o adversário seria Muharrem İnce, líder do CHP e da coligação Aliança Nacional, que na primeira volta aparece com previsões entre os 22,4% e os 32,2%.
  • Como funcionam estas eleições?

    A revisão constitucional de 2017 determinou que, a partir da eleição seguinte, a Turquia funcionaria como um sistema presidencialista. Ora, essas eleições são as de hoje — que, inicialmente, estavam previstas para 2019 mas que acabaram por ser antecipadas.
    Assim, estas eleições servem para eleger um Presidente e também o parlamento (que, neste sistema, tem poderes mais limitados mas ainda assim pode ser importante). E, já agora, um dado importante: a partir de hoje, não há primeiro-ministro na Turquia.
    A votação de hoje irá, sem exceções, servir para eleger o parlamento, cujos deputados serão escolhidos de acordo com as 81 províncias da Turquia. Este capítulo será inevitavelmente encerrado hoje, fora algum acontecimento inesperado.
    Depois, há a parte presidencial. Aqui, para vencer, será preciso ter mais de 50% dos votos. Caso contrário, as eleições presidenciais terão de ir a uma segunda volta, prevista para 9 de julho.
  • Urnas fecham dentro de menos de 30 minutos

    Às urnas fecham às 17h00 locais (15h00 de Lisboa). Ou seja, daqui a menos de 30 minutos.
  • Boa tarde! Vamos começar aqui o liveblogue (e eternização, quase) de Erdoğan no poder ou, por outro, à inesperada subida da oposição perante o escalar do autoritarismo do Presidente turco.
    Vamos acompanhar tudo por aqui. Fique connosco!

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