A chefe da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República (AR), Margarida Talapa, considera não fazer sentido mexer na legislação eleitoral enquanto não tiver sido encerrado ou havido a Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) das forças residuais da Renamo.

No entanto, a Renamo considera que condicionar a revisão do pacote eleitoral à conclusão das questões militares seria uma interferência no diálogo entre o Chefe de Estado e a nova liderança deste partido na oposição.
Segundo defendeu Margarida Talapa, os moçambicanos não podem continuar reféns da Renamo que usa a sua força e as armas como escudo para fins eleitorais, razão pela qual apela à liderança deste partido a honrar com os compromissos assumidos, bem como a se conformar com a Constituição da República e a lei de partidos políticos.
Margarida Talapa, que falava sexta-feira a propósito do adiamento “sine die” da III Sessão Extraordinária da Assembleia da República que tinha sido convocada para proceder à revisão do “pacote eleitoral”, assegurou a disponibilidade da Frelimo para viabilizar o processo, desde que a Renamo cumpra com a desmilitarização da sua força residual. 
“Ajudemos o Presidente Nyusi nos seus esforços para o resgate da paz. Chega de intimidações! Há que respeitar a figura do Chefe de Estado, pelo que apoiemos as acções que ele está a desenvolver. Porquê a nova liderança da Renamo e os seus membros não vão ter com o Presidente da República e se conclui o processo? Porquê, se tudo estava quase terminado? Onde é que está o problema? Nós estamos prontos a qualquer momento”,frisou.
Acrescentou que não se pode aceitar que a Renamo continue a desrespeitar os compromissos assumidos no âmbito dos esforços para a paz e o bem dos moçambicanos com o dito por não dito, “pois a revisão pontual da Constituição da República é uma moeda com duas faces”.
“Ontem falávamos de dois processos e hoje querem que se avance num único processo? Nós estamos prontos para as eleições, razão pela qual aprovámos a revisão constitucional e se não tivesse havido voto favorável da Frelimo não teríamos este processo”,explicou.
Questionada sobre que implicações tem o adiamento da sessão e a consequente não revisão do pacote eleitoral com as eleições à porta, Talapa respondeu que havendo vontade da parte da Renamo esta semana pode-se convocar uma nova plenária para tratar do assunto, tanto é que os deputados já estão todos em Maputo.